segunda-feira, 5 de novembro de 2018

BOLSONARO: ENTRE OUTRAS COISAS, VITÓRIA DO PENTECOSTALISMO?


Por Lance Welton (postado em 27/10/2018 em VDARE.com)
Traduzido para o grego por Κατοχικά Νέα e postado em 31/10/2018
Texto traduzido por Francisco José dos Santos Braga






Se as pesquisas estiverem corretas, no domingo, 28 de outubro, o movimento pentecostal tomará efetivamente o poder no quinto país mais populoso do mundo - o "Donald Trump dos Trópicos", ex-paraquedista e atual senador Jair Bolsonaro, parece prestes a ganhar a presidência do Brasil. [Eleições brasileiras de 2018: Nova pesquisa reivindica que Bolsonaro, de extrema direita, pode ganhar mais de metade dos votos, por Joe Gamp, Daily Express, 24 de outubro de 2018]

Bolsonaro pode muito bem mover o país em uma direção fortemente conservadora. Mas em meio a todo o pânico dos SMS sobre o iminente retorno do Brasil à “ditadura” da qual saiu há 33 anos atrás [Eleições brasileiras: perspectiva de vitória de Bolsonaro causa medo de retorno à ditadura, por Tom Philipps, Guardian, 5 de outubro de 2018], poucos parecem fazer-se uma pergunta básica: Como os pentecostais conseguiram assumir o comando de um país que, menos de 50 anos atrás, era 95% católico? [Paisagem Religiosa em Mudança do Brasil, Pew Research Center, 18 de julho de 2013]

E vamos deixar claro que a eleição de Bolsonaro renascido (nascido católico, ele foi rebatizado no rio Jordão pelos evangélicos em 2016) será uma vitória pentecostal. [A subida dos evangélicos brasileiros, de Chayenne Polimédio, The Atlantic, 24 de janeiro de 2018] Assim, Bolsonaro nem se deu ao trabalho de participar de um debate de eleições presidenciais no mês passado, preferindo ser entrevistado no canal rival de Edir Macedo. chefe da maior igreja evangélica do Brasil (no Brasil, os termos “pentecostal” e “evangélico” são essencialmente intercambiáveis). Bolsonaro culpou esse fato por ter sido esfaqueado durante a turbulenta campanha eleitoral. Mas muitos vêem isso como uma maneira de se distanciar dos candidatos rivais "profanos" e "decadentes".

Uns 61% dos evangélicos brasileiros estão decididos a votar em Bolsonaro, contra 26% para o oponente socialista do PT no segundo turno de domingo, 28. Bolsonaro encostou na vitória no primeiro turno. Bolsonaro, conhecido como "O Capitão", tem o apoio fervoroso da "Bancada Evangélica" do Congresso - um grupo de quase 100 parlamentares pentecostais [Jair Bolsonaro corteja os cristãos evangélicos do Brasil, por Andres Schipani e Joe Leahy, Financial Times, 19 de outubro de 2018] que se encontram, antes que a agenda diária comece a ser preenchida com o Espírito Santo juntos. 


Bolsonaro, como sua base evangélica, é contra a legalização do aborto, contra a homossexualidade, é a favor dos papéis sexuais tradicionais, quer reprimir brutalmente o crime em favelas, quer permitir que as pessoas portem armas e quer parar os vários programas de assistencialismo social do país. 

Tal como acontece com Trump, as "gaffes" de Bolsonaro, como aquela dizendo a uma parlamentar de esquerda, que, por ser tão feia, “jamais iria estuprá-la”, que a propensão de as mulheres se engravidarem justifica seus salários mais baixos [Candidato presidencial disse que algumas mulheres são “demasiado feias para violar”, por Kate Buck, Metro, 1º de outubro de 2018], que preferia que seu filho morresse a vê-lo homossexual, que os negros brasileiros não deviam dar à luz, que a democracia não está funcionando [Conversas/Jair Bolsonaro; Um soldado que virou político quer devolver o Brasil ao Exército, por James Brooke, NYT, 25 de julho de 1993] e que os criminosos precisam ser massivamente torturados e mortos – ele não perde o apoio deles. [Como uma "coisa” homofóbica, misógina e racista poderia ser o próximo presidente do Brasil, Elaine Brum, Guardian, 6 de outubro de 2018] Como Trump, ele diz o que os brasileiros comuns acham, especialmente os 48% que são brancos – embora ele tenha um apoio surpreendentemente forte entre mulheres [Mulheres por Bolsonaro, por Chayenne, Polimédio, Relações Exteriores, 26 de outubro de 2018] e grandes porções das minorias! [Como Bolsonaro encantou as minorias do Brasil - ao mesmo tempo insultando-as, por Anthony Faiola e Marina Lopes, Washington Post, 24 de outubro de 2018 e Por que muitos dos eleitores gays do Brasil vão ignorar os discursos homofóbicos de Bolsonaro?, Walter Brandimarte, Bloomberg, 27 de outubro de 2018]

E como aconteceu com Trump, a confiança no “sistema” político – que inicialmente viu a candidatura Bolsonaro como uma piada – ruiu por causa de revelações de escândalos de dolo por parte da maioria dos deputados (embora o próprio Bolsonaro não esteja incluído), fato que levou os brasileiros a voltarem-se para os dois importantes patrocinadores de Bolsonaro: os protestantes e o Exército. [Confronto no Brasil, Deutsche Welle, 10 de outubro de 2018]

De acordo com o estudo do Pew Research Center acima mencionado, no Brasil é de cerca de 30% a população de protestantes, dos quais a maioria esmagadora – aproximadamente 75% – é constituída de pentecostais. Isso significa que eles são fundamentalistas que acreditam que o Espírito Santo guia suas vidas, que o sucesso material é uma bênção de Deus ("evangelho da prosperidade") e que o Brasil é um campo de batalha no qual diante de seus olhos se desenrola uma guerra entre Deus e Satanás.

A conversão do Brasil foi um processo surpreendentemente curto. Originalmente, de maioria católica, o país passou de crise em crise ao longo do século XX devido à incrível má administração e à corrupção. Isso significou que, entre 1889 e 1985, houve essencialmente três revoluções - o Brasil agora está em sua "Terceira República" - levando cada vez a grandes revoltas, algo que foi particularmente intenso quando retornou à democracia em 1985. Com a eleição de Lula da Silva, o líder esquerdista do Partido dos Trabalhadores como presidente, em 2003, o governo passou a dedicar-se à "igualdade", perdendo gradativamente o controle da economia e do crime.

O Brasil é um mundo de instabilidade, de desvio de dinheiro e de risco. Atualmente, o ex-presidente Lula de Silva está preso por corrupção, seus delitos foram expostos em 2011, durante sua tentativa de por fim à corrupção brasileira de alto nível, embora continue extremamente popular. Sua sucessora, Dilma Rousseff, torturada sob a ditadura militar, foi impichada em 2014 por violar leis orçamentárias. A taxa de homicídios brasileira é de 25 por 100.000 habitantes, em comparação com cerca de 5 (por 100.000 habitantes) nos Estados Unidos e, aliás, em muitas partes da América do Sul. [Vítimas intencionais de Homicídio, Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, 2016] Foi contra este plano de fundo que os evangélicos fizeram tão grandes incursões.

As pessoas se tornam mais devotas religiosamente, quando estressadas. A incerteza leva ao estresse e a religiosidade faz com que as pessoas se sintam menos estressadas, porque o mundo faz sentido e Deus as assiste. O pentecostalismo é uma panaceia particularmente poderosa, porque dá uma visão de mundo fundamentalista muito clara. Na segunda metade do século XX, o Brasil testemunhou um êxodo massivo das áreas rurais para as cidades, e os agricultores horrorizados com essas coisas que encontraram, se refugiaram nas igrejas evangélicas, que ofereciam a "comunidade" e "certeza moral", que aqueles tinham deixado para trás. A religiosidade também é causada por sentimentos de exclusão e fracasso. [Origem e Evolução da Prossocialidade Religiosa, por A. Norenzayan, & A. Sharif, Science, 2008]. O pentecostalismo lida com isso dizendo que você é singularmente moral e Divino e, não apenas isso, mas que Deus o abençoará socialmente nos assuntos financeiros, enchendo-o, assim, com autoconfiança.

Se você for pobre, como muitos no Brasil, o pentecostalismo permite que você se apresente como altamente moral, num contexto em que questões como a imigração são tão insignificantes a ponto de permitir-lhe que faça isso. Há, de fato, evidência empírica de que as pessoas do sexo masculino que são de uma situação socioeconômica relativamente baixa tendem a ganhar mais dinheiro, quanto mais protestante for uma região brasileira, e que, depois que a raça é introduzida nos modelos estatísticos, verificou-se que a associação entre religião e os ganhos de homens menos educados é mais concentrada nas regiões brasileiras em que há uma substancial população não-branca. Em outras palavras, o protestantismo reduz o preconceito contra as pessoas (como a população mista), provavelmente porque seja uma apólice de seguro de comportamento moral [O Crescimento do Protestantismo no Brasil e seu Impacto nos Ganhos Masculinos, 1970-2000, Joseph Potter et al., Forças Sociais, 2014 ], e, admiravelmente, essas "regiões mistas" na região Norte (exceto áreas com muitos negros descendentes de escravos) tendiam para Bolsonaro.

O Evangelho da Prosperidade pentecostal provavelmente também dê às pessoas um incentivo para trabalhar duro para provar a si mesmas que Deus as está abençoando e que não estão condenadas ao Inferno, a chamada “Ética Protestante”.

Então há clara evidência de que o evangelismo funciona. São as igrejas evangélicas que organizam as coisas. É um prefeito evangélico que tem lidado com o crime no Rio de Janeiro. [O crescente movimento evangélico do Brasil para moldar as eleições, Deutsche Welle, 30 de setembro de 2018] São os pentecostais que assumem as prisões, pregam aos presidiários e os devolvem mudados ao mundo exterior para converterem seus amigos e familiares. Os Pentecostais criaram centros de ajuda, forneceram refeições para os necessitados, a fim de que eles pudessem "dar o seu testemunho" a eles e fornecer assistência médica e "terapia por meio da fé". Em suma, sabem como "fazer as coisas acontecerem".


Esta combinação de certeza, provisão de status moral, “bombardeio do amor” ² e sucesso financeiro parece ter rapidamente convertido cada vez mais brasileiros, assim como um processo muito semelhante converteu os Ingleses ao evangelismo e ao metodismo durante o caos da Revolução Industrial. [DEUS ESTÁ MORTO: SECULARIZAÇÃO NO OCIDENTE, por Steve Bruce, 2002]

Por que o Brasil reagiu dessa forma religiosa, e não o México? Só podemos especular. Há muito tempo o Brasil tem sido multi-racial e multiétnico – a ex-presidente impichada tinha pais búlgaros, Bolsonaro é descendente de imigrantes italianos e alemães – algo que resulta em desconfiança mesmo entre compatriotas, conflito e instabilidade [E Pluribus Unum, por Robert Putnam, Estudos Políticos Escandinavos, 2007] e, consequentemente, fervor religioso. E o Brasil, diferentemente do México, importou muitos imigrantes protestantes, especialmente da Alemanha, assumindo-se passível de ser evangelizado.

O Brasil esteve por muito tempo (21 anos) sob uma ditadura militar conservadora. Os sucessores dela moveram-se muito fortemente contra - resultando no Brasil dos carnavais, das depilações e do socialismo. A recém-triunfante classe dominante esquerdista usou a memória da ditadura essencialmente para expor o conservadorismo à execração pública, colocando a nova classe dominante e suas políticas em forte desacordo com uma população conservadora que estava muito assustada para questioná-las. Em outras palavras, a esquerda estava se preparando para uma intensa contra-revolução – e , como aconteceu com Trump, o acesso a perspectivas alternativas via Internet está permitindo o direito de crescer e “bypassar” as mídias esquerdistas tradicionais.

A provável lição que fica para as pessoas no Ocidente e especialmente na Europa Ocidental "laica": a religiosidade fundamentalista parece ser bastante importante para derrotar as forças do caos do SJW ¹ ( ou dos movimentos progressistas como a defesa dos direitos humanos, feminismo, ambientalismo, laicismo, LGBT, movimento negro, entre outros). Ela "faz as coisas acontecerem".

WELTON, Lance: Brazil's Bolsonaro: Among Other Things, A Pentecostalist Triumph?
Fonte: https://vdare.com/articles/brazil-s-bolsonaro-among-other-things-a-pentecostalist-triumph

NOTAS  EXPLICATIVAS


¹  Conforme a Wikipédia, SJW ou Social Justice Warrior (tradução literal: guerreiro da justiça social) é um termo pejorativo utilizado para se referir a pessoas, instituições ou mesmo ações que tenham como base visões extremistas relacionadas com questões socialmente progressistas. O termo atualmente é voltado principalmente a ativistas extremistas relacionados à justiça social. Essas pessoas geralmente recorrem a táticas agressivas para transmitirem a mensagem que acreditam ser verdade, por mais absurda que pareça; utilizam táticas como Argumentum Ad Hominem (falácia utilizada pelo oponente que consiste em negar uma proposição com uma crítica ao seu autor e não ao seu conteúdo), difamação online, recurso à violência, no caso de protestos, entre outros.
O termo foi popularizado durante a controvérsia de Gamergate.

²   Sobre os termos love bombing e love bomber, cfr. https://uy.emedemujer.com/relaciones/que-es-el-love-bombing/



BIBLIOGRAFIA  CITADA NO ARTIGO



BRANDIMARTE, Walter: Why Many of Brazil’s Gay Voters Will Overlook Bolsonaro’s Homophobic Rants, BLOOMBERG, 27/10/2018

BROOKE, James: Jair Bolsonaro; A Soldier Turned Politician Wants To Give Brazil Back to Army Rule, NEW YORK TIMES, 26/07/1993

BRUCE, Steve: : GOD IS DEAD: SECULARIZATION IN THE WEST, 2002

BRUM, Elaine: How a homophobic, misogynist, racist “thing” could be Brazil’s next president, GUARDIAN, 06/10/2018

BUCK, Kate: Presidential candidate said some women are “too ugly to rape”, METRO, 01/10/2018

CHESTNUT, Andrew: Born Again in Brazil, 1997

DEUTSCHE WELLE: Showdown in Brazil, 10/10/2018

                            ⏤ Brazil’s growing evangelical movement to shape election, 30/09/2018

FAIOLA, Anthony & LOPES, Marina: How Bolsonaro Entranced Brazil’s Minorities—While Also Insulting Them, WASHINGTON POST, 24/10/2018

GAMP, Joe: Brazilian elections 2018: New poll claims far-right Bolsonaro may win over HALF of votes, DAILY EXPRESS, 24/10/2018

NORENZAYAN, A. & SHARIF, A.: The Origin And Evolution Of Religious Prosociality, SCIENCE, 2008

PEW RESEARCH CENTER: Brazil’s Changing Religious Landscape, 18/07/2013

PHILIPPS, Tom: Brazil elections: prospect of Bolsonaro victory stokes fears of return to dictatorship, GUARDIAN, 05/10/2018

POLIMÉDIO, Chayenne: The Rise of the Brazilian Evangelicals, THE ATLANTIC, 24/01/2018

                              ⏤ Women for Bolsonaro, FOREIGN AFFAIRS, 26/10/2018

POTTER, Joseph et. al.: The Growth of Protestantism in Brazil and Its Impact on Male Earnings, 1970–2000, SOCIAL FORCES, 2014

PUTNAM, Robert: E Pluribus Unum, SCANDINAVIAN POLITICAL STUDIES, 2007

SCHIPANI, Andres & LEAHY, Joe: Jair Bolsonaro courts Brazil’s evangelical Christians, FINANCIAL TIMES, 19/10/2018



8 comentários:

Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...

Tenho o prazer de trazer a seu conhecimento um artigo do jornalista "free-lancer" LANCE WELTON, residente em New York. Seu artigo foi publicado no dia 27/10/2018, véspera da eleição, no portal VDARE.com e, embora nós brasileiros saibamos a maioria das coisas relatadas por ele, o seu trabalho é muito rico nas referências bibliográficas, cobrindo livros, revistas e jornais do Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha, tratando do tema das eleições brasileiras em 2018.

https://bragamusician.blogspot.com/2018/11/bolsonaro-entre-outras-coisas-vitoria.html

Cordial abraço,
Francisco Braga

Célio Tavares (especialista e consultor em Finanças Empresariais pela FGV, professor da Universidade de Itaúna, autor de dois livros na área econômico-financeira e membro e ex-presidente da Academia Divinopolitana de Letras) disse...

Meu caro confrade, Francisco Braga.

Excelente! Permita -me compartilhar no meu Facebook?

Saudações acadêmicas.

Celio Tavares

João Carlos Ramos (poeta, escritor, membro e ex-presidente da Academia Divinopolitana de Letras e sócio correspondente da Academia de Letras de São João del-Rei e da Academia Lavrense de Letras) disse...

Prezado mestre Braga,
Saudações!
Não sei se é de seu conhecimento, mas as nações mais prósperas do mundo atual possuem formação religiosa protestante. Por ex: EUA, Inglaterra, Suíça, etc. Tal afirmação merecia um texto mais extenso com uma infinidade de dados.
O Brasil inaugura a ERA EVANGÉLICA com a histórica eleição de Bolsonaro. Adversários históricos dentro do protestantismo se uniram em prol desta causa. Uma grande parcela do catolicismo também se uniu ao discurso bolsonarista, bem como numerosos antipetistas. Como todo MITO (declarado pelos simpatizantes) inúmeras mentiras giram em torno de sua imagem, tanto positivas como negativas.
Resta-nos aguardar o desenrolar do livro futurista. O texto traduzido é extraordinário.
Que Deus nos ilumine!

Jota Dangelo (diretor, ator, dramaturgo e gestor cultural, cronista e escritor) disse...

Excelente o artigo de Lance Welton e você fez muito bem em traduzi-lo e divulgá-lo. Parabéns! Dangelo

Frei Joel Postma o.f.m. (compositor sacro, autor dos hinários litúrgicos e fundador dos Corais Trovadores da Mantiqueira e Trovadores do Planalto) disse...

Olá, Francisco! Muito interessante este artigo. Copiei-o e vou lê-lo com mais calma. Faz pensar muito! "Paz e Bem" para vocês! f. Joel

Dr. Mário Pellegrini Cupello (escritor, pesquisador, presidente do Instituto Cultural Visconde do Rio Preto de Valença-RJ, e sócio correspondente do IHG e Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

Caro amigo Braga

Agradeço pela gentileza do envio deste artigo de Lance Welton, através de sua primorosa tradução, pelo que lhe felicito!

Li com grande interesse a visão de uma pessoa que, embora distante do Brasil, acompanhou os acontecimentos e os percalços por que passou a nossa nação brasileira, até as eleições 2018.

Rogo a Deus que conceda novas esperanças para a sociedade brasileira e que, a partir de 1º de janeiro de 2019, tenhamos uma nova e vitoriosa etapa sob a presidência de Jair Bolsonaro, com um combate efetivo à corrupção, bem assim, principalmente, os cuidados com a Saúde Pública, Educação e Segurança, três itens tão preocupantes no momento.

Forte abraço, Mario.

Coral Júlia Pardini disse...

Prezado Francisco.
Sua tradução veio a calhar nestes tempos de expectativa do povo brasileiro, tanto do que votou quanto dos que escolheram o outro lado.Na minha cabeça penso que houve uma lavagem cerebral no tempo em que o PT reinou no nosso Pais. Sua tradução, alem do artigo de um pensador erudito me fizeram muito bem. Agradeço-lhe de coração por me incluir no seu blog. Abraços.
Elza do Val Gomes, Regente do Coral Julia Pardini de Belo Horizonte-MG

Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...

"Δεν είναι αποτρόπαιο για τους ανώτερους ανθρώπους να βλέπουν ένα τιποτένιο, ντυμένο με τα πιο ψηλά αξιώματα, να κυβερνάει το λαό με το λόγο του, αυτός που προηγουμένως δεν ήταν παρά ένα μηδενικό;
Ευριπίδης

MINHA TRADUÇÃO:
Não é ultrajante para as pessoas superiores (Marilena Chauí, Reinaldo Azevedo, etc.) verem um inferior (Bolsonaro), investido nas mais elevadas funções, para governar o povo com o seu discurso, aquele que anteriormente era apenas um "zero à esquerda"?
Eurípides

Lembrando: No século de Péricles, o teatro vivenciava seu auge. Os dramaturgos trágicos, Ésquilo, Sófocles e Eurípedes, considerados os "Pais da Tragédia" lotavam o teatro com suas fabulosas peças, das quais muitas se perderam ao longo do tempo. Na comédia, o nome mais expressivo era Aristófanes.

"Ésquilo reinterpretou os mitos gregos para sancionar a nova ordem social. Em peças como Os Sete contra Tebas, A Orestíada (a única trilogia conservada) e Prometeu Acorrentado, ele tratou dos destinos coletivos, porém, valorizando sempre a condição individual. O segundo autor trágico foi Sófocles, que produziu obras como Édipo Rei, Antígona e Electra. Seus temas também foram os mitos gregos, dos quais se utilizou para tratar da luta entre a vontade humana e o todo-poderoso destino do indivíduo, estabelecido pelos deuses. Eurípedes, o último do trio, também escreveu sobre deuses e heróis, mas em sua obra o amor humano tende a suplantar os temas religiosos e patrióticos. Medeia, As Troianas e As Bacantes, por exemplo, estão cheias de crimes de vingança, sacrifícios nobres e atos de paixão que refletem o caráter mais realista de suas peças". (KING, 1988, 57-58).

Referência biográfica: KING, Perry Scott. Péricles. São Paulo, Nova Cultural, 1988. (Coleção Os Grandes Líderes - vol. 74).