Por Francisco José dos Santos Braga
I. INTRODUÇÃO
É curioso como tudo na vida tem o momento certo de acontecer e, mais tarde, de se revelar. Alguns acontecimentos são relatados quando nos ocorrem; outros, é preciso que sejam resgatados por nós para que não sejam esquecidos. O que vou narrar-lhes está neste segundo tipo e foi algo que me ocorreu há cerca de um ano e meio atrás e que, por excesso de timidez ou modéstia de minha parte, mantive secreto. Porém, é chegada a hora de contar-lhes algo de bom que se passou comigo em meados de outubro de 2017: foi o convite de participar, com uma tradução minha da língua latina, de uma exposição de fotografias de Dom Pedro II da Biblioteca Nacional, que ficou em cartaz desde 30 de outubro de 2017 (data da inauguração) até 31 de janeiro de 2018. Fiquei tão honrado com o convite que fiquei sem palavras para divulgar a boa nova. Vou explicar abaixo como tudo se passou dentro da melhor legalidade e com a minha aquiescência naturalmente.
Tudo começou no dia 19/10/2017, quando recebi um e-mail do Sr. Joaquim Marçal Ferreira de Andrade, que mais tarde eu viria a saber tratar-se do curador da Exposição, nos seguintes termos:
Prezado Francisco José,
Trabalho em nossa Biblioteca Nacional, onde estou preparando uma exposição intitulada "Uma viagem ao mundo antigo : Egito e Pompeia nas fotografias da Coleção D. Thereza Christina Maria", a ser inaugurada neste próximo dia 30 de outubro no Espaço Cultural Eliseu Visconti da Fundação Biblioteca Nacional [rua México, Centro, Rio de Janeiro].
Mostraremos uma centena das fotografias acumuladas por d. Pedro II, além de algumas estampas. Na parte da exposição dedicada a Pompeia, eu gostaria de utilizar dois breves trechos da tua belíssima tradução do "Livro sexto das cartas de Caio Plínio Cecílio Segundo (Cartas VI, 16)" que encontrei no teu blog. Estes trechos seriam aplicados na parede da galeria, logo acima de duas grandes vitrines contendo obras iconográficas sobre Pompeia ¹ – com os devidos créditos. E se viermos a produzir um catálogo, para ser lançado mais à frente, gostaria de reproduzi-los ali, também.
Seria assim:
“Pedes para eu descrever a morte de meu tio, de modo que possas dirigir-te aos pósteros com mais veracidade. [...] Por essa ocasião, ele se achava em Misena e comandava a tropa. No vigésimo quarto dia de agosto, aproximadamente a uma hora da tarde, minha mãe mostrou-lhe ter aparecido uma nuvem com inusitado tamanho e aparência. [...] Subiu a um lugar donde aquele prodígio pudesse ser bem contemplado. De um monte difícil de identificar, dada a distância (soube-se depois que era o Vesúvio), elevava-se uma nuvem, que se assemelhava na forma a uma árvore e, mais particularmente, a um pinheiro.”
“Ora caíam cinzas sobre os navios, de forma mais quente e mais densa, à medida que eles se aproximavam; ora caíam mesmo pedras-pomes negras e pedras tanto carbonizadas quanto despedaçadas pelo fogo; ora parecia agitar-se o fundo do mar [...]. Um pouco hesitante se devia retornar, em seguida instruiu ao seu piloto que fizesse assim: ‘A sorte favorece os audazes; dirige-te para Pompônio’. [...] Em muitos locais do monte Vesúvio reluziam chamas muito amplas e elevados incêndios, cujo brilho e claridade eram avivados pelas trevas da noite. [...] Apoiando-se em dois escravos, ele se levantou e incontinenti caiu morto; deduzo que a sua respiração foi obstruída por uma fuligem densíssima e a sua glote se cerrou.”
[prancha] Acima das vitrines, na parede: trechos do Livro sexto das cartas de Caio Plínio Cecílio Segundo (Cartas VI, 16) também conhecido como Plínio, o Jovem (61-114 d. C.), ao historiador romano Tácito, narrando as circunstâncias em que morreu seu tio Plínio, o Velho (23-79 d. C.), por ocasião da erupção do Vesúvio, quando se lançou ao mar, para salvar outros habitantes da região. Esse texto presta-se ao perfeito entendimento de cientistas e historiadores sobre os acontecimentos de 24 de agosto do ano 79 d. C.
Tradução do latim por Francisco José dos Santos Braga.
Assim, venho solicitar a cessão generosa dos direitos de uso destes trechos da tua tradução – você nos concederia tal honra?
Um abraço,
Joaquim Marçal ²
Em resposta, manifestei em 21/10/2017 que era uma honra participar da maravilhosa exposição, ao mesmo tempo que autorizava a Biblioteca Nacional a reproduzir trechos de minha tradução na Exposição, bem como no catálogo, se houvesse. Na mesma resposta, solicitei-lhe que me enviasse oportunamente fotos ou o próprio catálogo.
Três dias depois, o curador da Exposição voltou ao contato comigo, comunicando-me gentilmente:
Prezado Francisco Braga, boa tarde.
Ficamos muito felizes e honrados pela sua generosa autorização do uso de trechos de sua tradução do "Livro sexto das cartas de Caio Plínio Cecílio Segundo (Cartas VI, 16)", publicada no seu Blog do Braga.
Segue, em anexo, o convite para a abertura da exposição, bem como o folder do evento. O catálogo será publicado mais à frente.
Claro que enviaremos todo o material impresso da exposição, além de outras publicações de nossa Biblioteca Nacional. Enviaremos, ainda, um termo de cessão de direitos – para formalizar esta autorização.
Recebem cópia da presente mensagem a Coordenadora do Centro de Cooperação e Difusão, Maria Eduarda Marques e a Coordenadora de Promoção e Difusão Cultural, Suely Dias.
Grande abraço,
Convite para a mesa redonda e lançamento do catálogo da Exposição |
01/03/2018: Público no Auditório Machado de Assis por ocasião do Seminário "Uma viagem ao Mundo Antigo: Egito e Pompeia" |
Estimado Sr. Joaquim Marçal,
Boa noite!
Embora pondere perfeitamente o valor de uma exposição como esta, infelizmente acho que não terei condições de comparecer, porque novembro é um mês cheio de compromissos artísticos para mim (como pianista que sou):
1. ensaio programado (11/11) para apresentações pianísticas durante o mês de novembro na cidade de Santos Dumont num encontro de corais (18/11)
2. batizado de Tiradentes no dia 12/11: Comenda da Liberdade e Cidadania na Fazenda do Pombal
3. o IHG-SJDR costuma fazer um evento com palestras: o último (em 12/11/2015) se chamou "Meandros da Inconfidência Mineira" e teve minha participação como palestrante tratando de Iluminismo e seu principal expoente em SJDR: Baptista Caetano de Almeida. ³
Independente da minha presença na exposição, vou recomendar a amigos interessados (especialmente poloneses) que compareçam a essa exposição, que se constitui numa apologia à capacidade ímpar de D. Pedro II de fotografar o Egito e Pompeia. Ainda não fui ao Egito, porque, na ocasião em que estive em Israel, fui aconselhado a não sair desse país, porque havia perigo de ataques terroristas no trajeto até o Egito. Mas estive em Pompeia –, sem erupção do Vesúvio, felizmente – mas, em seguida, tive a sorte de ver o Etna em erupção na Sicília.
Por sua prestigiosa intermediação, desde já me sinto honrado de ter meu nome inscrito nesta bela Exposição fotográfica de D. Pedro II, que admiro profundamente por ter sido um grande poliglota (sabia hebraico, entre muitas outras línguas) e estar familiarizado com as descobertas cientificas de seu tempo.
Cordial abraço,
Francisco Braga
Relativamente à dita Exposição, esses foram os contatos virtuais que mantivemos.
Mais recentemente, lembrando-me da minha autorização ao curador da Exposição, fui ao Google buscar informações. Qual não foi minha surpresa verificar que há várias páginas para a minha busca: 'Exposição da Biblioteca Nacional sobre Egito e Pompeia". Verifiquei também que o catálogo da Exposição já tinha sido lançado, em edição bilíngue, dois meses após a Exposição, em evento comemorativo com lançamento de catálogo da Exposição e seminário.
Vi que o assunto estava bem tratado na primeira página do Google, quando entrei nas três primeiras opções oferecidas, na seguinte ordem:
– Exposição "Uma viagem ao mundo antigo" mostra fotografias raras do acervo da Biblioteca Nacional
– EGITO e POMPEIA - BNDigital - Biblioteca Nacional
– FBN | Exposição: “Uma viagem ao mundo antigo - Egito e Pompéia” no Facebook
A minha exposição se baseará em grande parte na segunda opção oferecida pelo Google: o material referente à Exposição disponibilizado pela BNDigital (ou Biblioteca Digital da Fundação Biblioteca Nacional).
II. A EXPOSIÇÃO: UMA VIAGEM AO MUNDO ANTIGO (EGITO E POMPEIA) nas fotografias da Coleção D. Thereza Christina Maria
Abaixo reproduzo os principais documentos (pranchas nº 1 a 17)
FOLDER / APRESENTAÇÃO (prancha nº 1)
A Coleção D. Thereza Christina Maria foi assim nominada em atendimento à vontade de D. Pedro II, quando em seu exílio parisiense decidiu doar sua biblioteca ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e à Biblioteca Nacional – que recebeu, então, a maior doação de sua história. Eram livros, periódicos, mapas, estampas, impressos efêmeros, partituras e milhares de fotografias.
D. Pedro II e D. Thereza Christina nas pirãmides de Gizé |
J. Pascal Sébah: A Esfinge de Gizé, 187- Cópia fotográfica albuminada: 26,4x34,2cm. |
Os avanços historiográficos no campo da fotografia, na segunda metade do século XX, levaram à criação de um Núcleo de Fotografia na Fundação Nacional de Artes/Funarte. Desenvolveu-se, na Biblioteca Nacional, um projeto interdisciplinar e interinstitucional, patrocinado pela Fundação Banco do Brasil. Isso possibilitou o resgate integral do patrimônio fotográfico que integra a Coleção D. Thereza Christina Maria.
Hoje, tal acervo está inscrito no Registro Internacional da Memória do Mundo, da Unesco. É sinal de reconhecimento da mais abrangente coleção de fotografias formada por um governante do século XIX, quando foi inventado este processo. Ao longo de mais de três décadas, a Biblioteca Nacional vem acumulando expertise no campo dos documentos fotográficos e segue cooperando com instituições brasileiras e estrangeiras. O portal colaborativo Brasiliana Fotográfica, desenvolvido com o Instituto Moreira Salles e ao qual vão progressivamente vinculando-se outras importantes instituições detentoras de acervos fotográficos históricos, é uma iniciativa recente.
A presente exposição, que reinaugura o Espaço Cultural Eliseu Visconti após as obras de restauração das fachadas do prédio da Biblioteca, oferece oportunidade ímpar aos visitantes. Estes poderão fruir originais raros e preciosos, testemunhos de momentos marcantes da história da humanidade, legados por D. Pedro II.
Helena Severo,
presidente da Fundação Biblioteca Nacional
Link: https://bndigital.bn.gov.br/exposicoes/uma-viagem-ao-mundo-antigo-egito-e-pompeia-nas-fotografias-da-colecao-d-thereza-christina-maria/apresentacao/
Modelo de câmera semelhante ao que D. Pedro II usava, quando ele e a comitiva visitavam as ruínas de Pompeia |
O período em que foram produzidas as fotografias e demais imagens desta exposição cobre aproximadamente seis décadas do século XIX - quando se consolidaram os campos da Antropologia e da Arqueologia. Desenvolveu-se, ainda, a Egiptologia; e intensificaram-se as escavações em Pompeia, que haviam sido iniciadas no século anterior. As revelações decorrentes dessas iniciativas foram marcantes para a história da humanidade.
Inicialmente a litografia e, posteriormente, a fotografia tornaram-se os principais processos para a documentação visual. A reprodução e o comércio de imagens expandiram-se, a partir de então. No Brasil, era o período em que se formava a própria identidade enquanto nação.
D. Pedro II acumulou documentos visuais sobre as civilizações antigas, principalmente, a partir de seus estudos e viagens. E por haver enfrentado tempos difíceis na governança do país desde quando foi decretada a sua maioridade, aos 14 anos, ele só realizou sua primeira viagem ao exterior mais de vinte anos depois, em 1871. Egito, Palestina e Ásia Menor estavam em seu roteiro. Entre 1876 e 1877, ausentou-se novamente do país, incluindo a Terra Santa e o Egito, novamente, em seu percurso. Já em sua última viagem, em 1887 e 1888, restringiu-se à Europa e, dessa vez, fez uma visita especial a Nápoles, terra natal de D. Teresa Cristina, e a Pompeia.
A presente mostra pretende evocar a antiguidade a partir das ruínas do Egito Antigo e de Pompeia e, simultaneamente, alguns aspectos importantes da história das imagens e de sua reprodutibilidade - com destaque para a fotografia, mas sem deixar de levar em conta os processos que a antecederam e com ela coexistiram. A ideia é exibir as diversas técnicas de reprodução experimentadas no século XIX. O acervo da Biblioteca Nacional presta-se, com perfeição, à reconstrução desse período.
Joaquim Marçal Ferreira de Andrade,
curador da exposição
EGITO (pranchas nº 3 a 10) ⁴
POMPEIA (pranchas nº 11 a 16)
Prancha nº 11: ORNAMENTOS DE POMPEIA
Prancha nº 12: POMPEIA
POMPEIA
Giorgio Sommer. D. Pedro II, D. Thereza Christina Maria e comitiva em visita às ruínas de Pompeia, 1888. Cópia fotográfica albuminada; 20,8x25,8cm em cartão-suporte 31,8x38cm |
A descoberta de Pompeia, iniciada em 1748, foi um capítulo à parte na história do resgate da antiguidade. A urbe era um balneário na baía de Nápoles, local de veraneio dos romanos – com excelente infraestrutura, incluindo belas residências com seus ricos padrões decorativos, teatros e áreas de lazer – inclusive bordéis. Símbolos fálicos – amuletos – adornavam áreas públicas. Os vestígios arquitetônicos mais antigos indicam a presença dos gregos (século VI a. C.) antes de se tornar uma cidade romana.
Diferentemente das outras civilizações da Península Itálica, onde as camadas de história foram superpondo-se ao longo dos séculos, em Pompeia a vida foi bruscamente interrompida e o balneário literalmente soterrado, sob toneladas de lava esponjosa em 24 de agosto do ano 79 d. C. durante erupção do vulcão Vesúvio – assim permanecendo, intacta, por quinze séculos. Em 1594, durante escavação para instalar nova rede hidráulica, ocorreu o primeiro vestígio dessa cidade perdida. Mas apenas em meados do século XVIII é que foram feitas as primeiras escavações.
Em sua terceira e última viagem ao estrangeiro, D. Pedro II atendeu ao desejo da imperatriz. Ela sempre nutriu especial interesse pelo tema – tendo inclusive intercedido para que fossem enviadas ao Brasil diversas peças recuperadas das escavações. Atualmente, integram a Coleção Greco-romana do Museu Nacional. Naquela oportunidade, o imperador subiu à cratera do Vesúvio e o casal percorreu as ruas de Pompeia – até hoje, um dos sítios arquelógicos mais visitados do planeta.
Prancha nº 13: URBS
Prancha nº 14: DOMUS
Francis Bedford: The grammar of ornament, plate nr. XXIII. Pompeana nº 1, 1856. Coleção de ornamentos de contorno de diferentes casas em Pompeia. Cromolitogravura; 55,5x37cm.
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Francis Bedford: The grammar of ornament, plate nr. XXIV. Pompeana nº 2, 1856. Várias pilastras e frisos de diferentes casas em Pompeia. |
Francis Bedford: The grammar of ornament, plate nr. XXV. Pompeana nº 3, 1856. Coleções de mosaicos de Pompeia no Museu de Nápoles. Cromolitogravura; 55,5x37cm.
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Prancha nº 15: COMMERCIUM
Pompeia: Padaria com a seguinte inscrição: Hic habitat felicitas (Aqui mora a felicidade), escavações 1829 |
Prancha nº 16: POST MORTEM
Autor não identificado. Molde de gesso de vítima da erupção do Vesúvio, 1873? Cópia fotográfica albuminada; 25x37,5cm |
POST MORTEM
Trechos do Livro sexto das cartas de Caio Plínio Cecílio Segundo (Cartas VI, 16) também conhecido como Plínio, o Jovem (61-114 d. C.) ao historiador romano Tácito, narrando as circunstâncias em que morreu seu tio Plínio, o Velho (23-79 d. C.), por ocasião da erupção do Vesúvio, quando se lançou ao mar, para salvar outros habitantes da região. Esse texto presta-se ao perfeito entendimento de cientistas e historiadores sobre os acontecimentos de 24 de agosto do ano 79 d. C.
Tradução do latim por Francisco José dos Santos Braga.
“Pedes para eu descrever a morte de meu tio, de modo que possas dirigir-te aos pósteros com mais veracidade. [...] Por essa ocasião, ele se achava em Misena e comandava a tropa. No vigésimo quarto dia de agosto, aproximadamente a uma hora da tarde, minha mãe mostrou-lhe ter aparecido uma nuvem com inusitado tamanho e aparência. [...] Subiu a um lugar donde aquele prodígio pudesse ser bem contemplado. De um monte difícil de identificar, dada a distância (soube-se depois que era o Vesúvio), elevava-se uma nuvem, que se assemelhava na forma a uma árvore e, mais particularmente, a um pinheiro.”
“Ora caíam cinzas sobre os navios, de forma mais quente e mais densa, à medida que eles se aproximavam; ora caíam mesmo pedras-pomes negras e pedras tanto carbonizadas quanto despedaçadas pelo fogo; ora parecia agitar-se o fundo do mar [...]. Um pouco hesitante se devia retornar, em seguida instruiu ao seu piloto que fizesse assim: ‘A sorte favorece os audazes; dirige-te para Pompônio’. [...] Em muitos locais do monte Vesúvio reluziam chamas muito amplas e elevados incêndios, cujo brilho e claridade eram avivados pelas trevas da noite. [...] Apoiando-se em dois escravos, ele se levantou e incontinenti caiu morto; deduzo que a sua respiração foi obstruída por uma fuligem densíssima e a sua glote se cerrou.”
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O arqueólogo italiano Giuseppe Fiorelli, que assumiu a direção dos trabalhos de escavação em Pompeia a partir de 1863, observou a existência de espaços vazios em meio às cinzas vulcânicas – eles haviam sido ocupados pelos corpos dos habitantes e se decompuseram, com o tempo. Em 1870, desenvolveu uma técnica para injetar gesso nesses vãos, deles extraindo a forma original das vítimas.
Prancha nº 17: CRÉDITOS
FICHA TÉCNICA
Presidente da República
Michel Temer
Ministro da Cultura
Sérgio Sá Leitão
FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL
Presidente
Helena Severo
Centro de Coleções e Serviços aos Leitores
Maria José da Silva Fernandes
Centro de Cooperação e Difusão
Maria Eduarda Marques
Centro de Processamento e Preservação
Liana Gomes Amadeo
Coordenadoria Geral de Planejamento e Administração
Tânia Pacheco
EXPOSIÇÃO
Curadoria
Joaquim Marçal Ferreira de Andrade
Assistente de Curadoria
Késiah Pinheiro Viana
Coordenação Geral
Suely Dias
ACERVOS
Coordenadoria de Acervo Especial
Mônica Carneiro Alves
Divisão de Iconografia
Diana Ramos
Tatiane Paiva Cova
Divisão de Cartografia
Maria Dulce de Faria
PRESERVAÇÃO DO ACERVO
Coordenadoria de Preservação
Jayme Spinelli Jr.
Centro de Conservação e Encadernação
Gilvânia Faria de Lima
Jandira Flaescher
Juliana dos Santos
Juliana Bride de Souza
Kátya de Vasconcelos
Liége Sá Nascimento
Luiz Marcelo Costa
Munik de Araújo Dumas
Renata Coelho Rocha
Rosimeri Rocha da Silva
Sirle Rebeca Simas Rodrigues
BNDigital
Angela Bettencourt
Laboratório de Digitalização
Otávio Alexandre J. Oliveira
Adriana Pimentel
Fernando Neitzke
Fernando Viana
Leonardo Costa
Marcel Carreira
Comunicação
Ester Lima
Logística
Coordenadoria de Promoção e Difusão Cultural
Rodrigo Ramalho
Paulo Jorge da Silva
Giselle Almas
Isabel Melgaço
Raquel Brandão
Thamiris Vaz
Gabriel H. de Moura. Ferreira
Divisão de Manutenção Administrativa
Rodrigo Uchôa C. de Araújo
Museografia e Design
Marcela Perroni | Ventura Design
Cenotécnica
Marcio Burity
Multimídia/Projeção
Renato Moulin
Rodrigo Ramalho
Luiz Louzada
Iluminação
Milton Giglio
Molduras
Ian Cantarino | Metara
Revisão
Aline Canejo
Tradução
Ricardo Silveira
Produção
ABMP Promoções e Eventos
AGRADECIMENTOS
Andréa Barboza
Elisa Byington
Erica Ferreira Barreto
Francisco José dos Santos Braga
Helena Severo
João Sánchez
Juliana Uenojo
Maria Eduarda Marques
Sandro Rodrigues Gouveia
Thayanne Barreto Moraes
Vinicius Pontes Martins
III. AGRADECIMENTO
³ Não fiquei sabendo que a Exposição estaria aberta à visitação pública por um período de 3 meses, desde a inauguração em 30/10/2017 a 30/01/2018. Achava que a Exposição não seria de tão longa duração.
⁴ A carta de Plínio, o Jovem, a Tácito encontra-se na íntegra no Blog do Braga, no post intitulado DESTRUIÇÃO DE POMPÉIA PELO VULCÃO VESÚVIO - Link: https://bragamusician.blogspot.com/2010/01/destruicao-de-pompeia-pelo-vulcao.html
A Rute Pardini Braga pelas fotos que formatou e editou para os fins desta matéria.
IV. NOTAS EXPLICATIVAS
¹ Devido à circunstância de minha tradução referir-se a Pompeia, este trabalho tratará resumidamente do Egito, alongando-se mais no que se refere a imagens e texto sobre a cidade italiana que foi soterrada pelo Vesúvio em 24 de agosto de 79 d.C..
² JOAQUIM MARÇAL FERREIRA DE ANDRADE participou de outra exposição, De volta à luz, na qualidade de curador, dentre outros, quando era chefe da Divisão de Iconografia da Biblioteca Nacional, o que lhe deu grande expertise. A referida exposição teve lugar na sede do Banco Santos, na capital paulista, no mês de outubro de 2003, viajando posteriormente por algumas cidades brasileiras. O curador justificou a importância daquela exposição da seguinte forma:
² JOAQUIM MARÇAL FERREIRA DE ANDRADE participou de outra exposição, De volta à luz, na qualidade de curador, dentre outros, quando era chefe da Divisão de Iconografia da Biblioteca Nacional, o que lhe deu grande expertise. A referida exposição teve lugar na sede do Banco Santos, na capital paulista, no mês de outubro de 2003, viajando posteriormente por algumas cidades brasileiras. O curador justificou a importância daquela exposição da seguinte forma:
"Ao deixar o Brasil em 1889 após a proclamação da República, o imperador D. Pedro II doou à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro seu acervo pessoal com cerca de 25 mil fotografias. Mais de cem anos depois, em 1990, a Divisão de Iconografia da Biblioteca iniciou um trabalho de identificação e recuperação de imagens, tendo como apoio nessa empreitada o Instituto Cultural Banco Santos. Parte desse acervo, com 220 fotos e retratos pintados a óleo pertencentes à família real, integram a exposição De volta à luz (...) Além de ser o primeiro brasileiro a tirar uma fotografia na primeira metade do século XIX, com o recém-inventado aparelho de daguerreotipia, em 1840, com apenas 14 anos e prestes a ter sua maioridade antecipada para que pudesse assumir o Império, D. Pedro II foi o primeiro brasileiro a adquirir o aparelho, que conheceu em uma demonstração pública no centro do Rio, feita pelo abade francês Louis Compte. Além disso, o imperador D. Pedro II instituiu no Brasil o título de "photographo da Casa Imperial", concedido a partir de 1851 aos melhores fotógrafos do país, uma iniciativa que precedeu em dois anos a da rainha Victoria, que fez o mesmo na Inglaterra. Sempre acompanhavam o Imperador em sua comitiva um especialista em temas locais e um fotógrafo para registrarem suas viagens. Tais registros nunca antes haviam sido expostos em uma mostra para o público, e estiveram longe do contato com a luz desde o fim da Monarquia."
Marcello Dantas, responsável pela concepção, desenho e montagem daquela exposição comentou:
"Por isso o nome De volta à luz, que traz em si a ideia de que as fotos não são apenas achados, mas imagens de grande relevância e valor em seu tempo, e nos permite capturar a impressão de um passado que nos moldou."
A matéria que cobriu a exposição foi veiculada na revista Ciência e Cultura pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência-SBPC com o título Viagens do Imperador: Acervo de fotos inéditas de D. Pedro II vem à luz, onde somos informados de que a exposição era constituída de 3 módulos:
1. fotografias, documentos e objetos ligados ao círculo familiar do Imperador (já descritos acima)
2. dez painéis de vidro que trazem textos informativos e projeções digitais de coleções do Imperador, mostrando seu interesse pela ciência e por novos inventos, como o aparelho de daguerreotipia
3. as "enroladinhas", as estrelas da exposição, são cópias fotográficas em papel albuminado, que ficaram armazenadas em caixas metálicas de flandres, por mais de um século, nos arquivos da Biblioteca Nacional.
Cf. http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252003000400035&script=sci_arttext
Acesso em 24/04/2019.
³ Não fiquei sabendo que a Exposição estaria aberta à visitação pública por um período de 3 meses, desde a inauguração em 30/10/2017 a 30/01/2018. Achava que a Exposição não seria de tão longa duração.
⁴ A carta de Plínio, o Jovem, a Tácito encontra-se na íntegra no Blog do Braga, no post intitulado DESTRUIÇÃO DE POMPÉIA PELO VULCÃO VESÚVIO - Link: https://bragamusician.blogspot.com/2010/01/destruicao-de-pompeia-pelo-vulcao.html
10 comentários:
Todos aprendemos na escola que D. Pedro II (1825-1891) era culto, estudioso, amante das artes e nutria profundo interesse por fotografia e outras novidades tecnológicas de seu tempo. O que pouca gente conhece é a majestosa coleção de fotos que o monarca legou à Biblioteca Nacional-BN, com destaque para os registros dos vestígios de civilizações antigas. Um pequeno, porém valioso recorte desse conjunto, de 35 mil itens, esteve na Exposição Uma viagem ao mundo antigo - Egito e Pompeia - nas fotografias da Coleção D. Thereza Christina Maria, que esteve em cartaz no período de 30/10/2017 até 31/01/2018, que será objeto do presente trabalho. A maior parte, porém, é de fotografias que D. Pedro II comprava de mercadores para robustecer seu acervo particular.
O curador da Exposição foi Joaquim Marçal Ferreira de Andrade, funcionário da BN desde os anos 1980 e historiador de fotografia. Marçal participou do grupo que primeiro se ocupou do material, e trabalhou como um dos curadores da Exposição anterior de 2003, chamada De volta à luz, mais ou menos nos mesmos moldes da que será vista aqui, a supracitada Uma viagem ao mundo antigo - Egito e Pompeia.
Trancados em caixas metálicas acondicionadas na biblioteca por longos cem anos, sem qualquer manuseio, os álbuns de d. Pedro II só vieram à tona em 2003, conforme visto. Da morte de D. Pedro II, em 1892, quando se oficializou a entrega, até o século seguinte à catalogação dos guardados, não houve interesse na Biblioteca Nacional pelo acervo fotográfico, e também faltavam recursos para tratá-lo com os cuidados necessários.
Composta também de livros, periódicos, mapas, estampas e partituras, a Coleção D. Thereza Christina Maria foi a maior doação feita à BN, fundada como Real Biblioteca em 1810, dois anos após a chegada de D. João VI (avô de D. Pedro II), ao Brasil. É tão relevante que foi incluída pela Unesco no Registro Internacional da Memória do Mundo.
Neste trabalho o leitor lerá também sobre minha participação na referida exposição a convite do Sr. Joaquim Marçal.
Cordial abraço,
Francisco Braga
Bom texto para quem gosta de história. Um forte abraço. Luiz Solano
OK. Hello, Amigo !!
Obrigado, Francisco.
Abs. Anderson
Veja sua reputação entre meus amigos, a quem repassei sua brilhante resenha sobre Dom Pedro II:
Presentão de domingo, sob a forma de leitura lúdica.
Abraços
Amaro
Resposta de Vítor Gomes Pinto (autor de inúmeros livros sobre Saúde Bucal Coletiva):
Cumprimentos renovados a mestre Braga!
Em particular, os Mosaicos de Pompeia, quase ao final da série incluída no post, são maravilhosos.
E Dom Pedro II era, principalmente para os padrões brasileiros de hoje, alguém espantoso pela crença que tinha na cultura.
Abraços
Vitor
Grato pelo envio da matéria, caro Braga. Abraço do Fernando Teixeira
Prezado amigo Braga, parabéns e grato por essa extraordinária informação. É preciso que a geração republicana deste inculto PAÍS, comece a tomar conhecimento dos fazeres e da contribuição dos nossos tão demonizados imperadores, para deixarem de culpá-los por tudo de ruim que a República nos trouxe. Abração do sempre amigo SVC.
Caro professor Braga
Parabéns pela generosa e especializada contribuição àquela Mostra desse acervo valioso do nosso último Imperador. Cheguei a ver aqui em São Paulo essa maravilhosa e reveladora exposição, então inédita, "De volta à luz", no extinto Banco Santos. Todo o espaço era fracamente iluminado, dificultava um pouco a visualização e leitura do material, mas havia absoluta necessidade disso. Lamento que o amigo não possa ter visto pessoalmente aquelas raridades, apesar de todo o merecimento que teve e tem.
Muito grato. Cumprimentos,
Cupertino
Sou fã de D. Pedro II.
Na recente palestra que proferi em Cali, Colômbia, citei o imperador ao defender importância da educação (v. anexo).
Abs. e bom feriado,
Rogério
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