Por Francisco José dos Santos Braga
I — INTRODUÇÃO
Neste artigo, terei o prazer de recuperar alguns registros interessantes que fiz – ou faço – de algumas associações de amantes de ópera a que pertenci como associado, primeiro na cidade de São Paulo, de 1985 em diante, e, a partir de julho de 1988, em Brasília, ao todo por 15 anos ininterruptamente.
Em São Paulo, participei de certa associação com o nome de Video Verdi Opera Club (ou Vídeo Verdi Ópera Clube), constituída de um grupo seleto de pessoas aficcionadas por ópera, que se reuniam aos domingos, sempre ao cair da noite, num salão térreo do Hotel Danúbio, localizado na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, 1099, no bairro Bela Vista, para ouvirem especialistas (críticos musicais como Sérgio Casoy, estudiosos, profissionais responsáveis por montagens de óperas como Walter Neiva, entre outros) e, depois, assistirem a vídeos legendados de óperas. ¹
Inicialmente as reuniões semanais do Video Verdi Opera Club realizavam-se num salão térreo do Hotel Danúbio, especialmente preparado para a projeção dos melhores vídeos de óperas. Ali, com outros membros entendidos e profundamente especializados no gênero operístico, vim a entrar em contato com o seu vocabulário específico: a história da ópera; a classificação das vozes; o que significa recitativo (pequeno trecho musical em que é permitido ao cantor privilegiar o ritmo da fala, e não o da música, sendo mais "recitado" do que cantado, podendo ser secco (com acompanhamento de um instrumento, em geral o cravo) ou accompagnato (com acompanhamento orquestral), sendo muito comum a utilização da dupla recitativo + ária pelos compositores nas suas óperas, oratórios e cantatas, desde os compositores do século XVI até Wagner); arioso (trecho musical que possui características tanto do recitativo quanto da ária, muito encontrado em solos vocais de óperas ou oratórios, desde o século XVI em diante); ária, "um solilóquio cantado, que interrompe a ação cênica, criando-se um momento de reflexão ou uma oportunidade para a personagem externar seus sentimentos, emoções ou projetos", podendo ser destinada a um(a) solista, a um dueto (ou duo), a um trio (ou terceto), a um quarteto e assim por diante; opera buffa (modalidade de ópera, distinta de opera seria ou grand opéra, devido ao tema, tipo de vozes e forma das árias: enquanto a opera seria trata com grande formalismo seus temas míticos, heróicos ou da realeza, a opera buffa retrata assuntos prosaicos, em tramas engenhosas, vivazes e humorísticas, desde Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736), embora tanto os personagens cômicos quanto os personagens da opera seria já estivessem presentes na comédia clássica e na tradição da Commedia dell'arte; a opera buffa distingue-se ainda da opéra comique francesa e do Singspiel alemão pelo uso dos diálogos falados nestes, em vez dos recitativos cantados naquela); libretto (texto de uma opereta, ópera, cantata ou musical); récita (apresentação ou espetáculo de ópera); intermezzo (intervalo musical que serve de ponte entre duas cenas ou atos), gran finale, bem como muitas outras especificidades, o que me permitiu meu mergulho definitivo no mundo da ópera. ²
Embora a produção desse grupo fosse imensa, lamento, entretanto, não ter feito anotações desses maravilhosos espetáculos audiovisuais de que participei em São Paulo, nem dos nomes desses maravilhosos entendidos no gênero operístico. Lembro-me apenas que eram coordenadores o Sr. Raphael Cilento e D. Ana ³ e ainda do nome de um dos frequentadores habitués: o de um certo judeu Adolfo (que ironia!), cuja idade era compatível com a minha e que residia nas proximidades do cruzamento da Rua Estados Unidos com a Rua Augusta. Igualmente sinto não dispor de nenhum material porventura distribuído naquelas reuniões. Em compensação, lembro-me de que, em 1988, apreciei muito uma série de palestras pronunciadas pelo diretor de ópera Walter Neiva, que ilustrou a projeção das seguintes óperas, pelo menos: La Fanciulla del West, de Puccini; Hansel und Gretel, de Humperdinck; Os Contos de Hoffmann, de Offenbach; La Cenerentola, de Rossini; L' Orfeo, de Claudio Monteverdi; Mefistofele, de Arrigo Boito; Capriccio, de Richard Strauss; e Ifigenia in Tauride, de Glück.
Não sei que razões levaram o Video Verdi Opera Club a transferir suas reuniões, a certa altura, para uma sala do Colégio Nossa Senhora da Assunção na Alameda Lorena, 665. Senti certo desconforto, porque as instalações ali não eram tão adequadas para a projeção de vídeos quanto o salão do Hotel Danúbio.
II — CONTATO COM O GRUPO AMIGOS DA ÓPERA, DE BRASÍLIA
Fui para Brasília, como disse, em julho de 1988, e o Coordenador do Video Verdi Opera Club sugeriu-me entrar em contato com os Amigos da Ópera, um grupo já constituído com os mesmos objetivos do de São Paulo, que fora fundado na Capital Federal, tendo me recomendado procurar o seu Coordenador, Sr. Armando de Andrade Pinto.
Em Brasília, de fato fui muito bem acolhido pela Coordenação dos Amigos da Ópera, que, além do referido Armando, contava com os trabalhos especializados de Asta-Rose Alcaide ⁴, viúva do grande tenor português Tomás Alcaide (1901, em Estremoz-1967, em Lisboa).
Devido a meu interesse de registrar a história e a evolução por que passava o Grupo em Brasília, deixaram a meu cargo levantar as informações para se produzir uma série de artigos com o objetivo de divulgar o trabalho que era ali desenvolvido e atrair novos associados. Foi assim que iniciei minha pesquisa, de que resultou o desenvolvimento de três trabalhos sobre os Amigos da Ópera, de Brasília: A doce música dos Amigos da Ópera, artigo publicado no Jornal de Brasília de 22/12/1992, em seu caderno denominado Pauta Livre; Amigos da Ópera querem popularizar o "bel canto", artigo publicado pelo Correio Braziliense, em 13/12/1993, em seu caderno denominado Correio Dois, na seção destinada à Música; e, por fim, um meu trabalho inédito intitulado "Amigos da Ópera: sua arte, filosofia e história". Desde já, informo aos aficcionados do gênero "ópera" que pretendo disponibilizar todos os três trabalhos no espaço deste Blog, sendo que, hoje, vou transcrever apenas o primeiro deles. Ei-lo, tal como apareceu em 1992, respeitando não só o texto, mas também a imagem do artista plástico FCLopes, responsável pela bela ilustração do artigo no Jornal de Brasília.
A doce música dos Amigos da Ópera
Por Francisco José dos Santos Braga
"Mas principalmente: arte não consiste só em criar obras de arte. Arte não se resume a altares raros de criadores genialíssimos. Não o foi na Idade Média, não o foi na Índia, nem no Islam. Talvez não o seja, para maior felicidade nossa, na Idade Novíssima que se anuncia. A arte é muito mais larga, humana e generosa do que a idolatria dos gênios incondicionais. Ela é principalmente comum."(Mário de Andrade: Música, Doce Música)
A citação acima foi extraída de uma conferência intitulada A Expressão Musical dos Estados Unidos que Mário de Andrade pronunciou no Rio de Janeiro, em 12/12/1940. ⁵ Nesse importante trabalho, o nosso talvez maior ensaísta musical não poupa os mais efusivos encômios ao "instinto de associativismo e cooperativismo musical" norte-americano que estava — e está — produzindo os melhores resultados, constituindo-se marca profunda das suas iniciativas e da sua admirável floração musical dos nossos dias. Essa aquisição deveu-se basicamente à compreensão de que a música é uma força social que pode ser acionada para se obter diversas realizações, desde formação de pequenos grupos para variadas atividades musicais até à proliferação de orquestras sinfônicas por todo o país, contribuindo para infundir no norte-americano médio o amor às tradições nacionais e um sentir "como coletividade".
Associação — Acreditando na eficácia da força social da música e do sentir coletivo, criou-se o Grupo Amigos da Ópera, uma iniciativa feliz de associação entre pessoas radicadas em Brasília, com o objetivo não só de ouvir, mas também de sentir óperas. Nos seus seis anos de existência, mostrou enorme vigor, contando atualmente com 300 associados, sendo uma centena de sócios fundadores, entre os quais tenho a honra de figurar. ⁶ Desde sua criação, não teve qualquer apoio oficial, dependendo, para sua sobrevivência, da cobrança de anuidades, cujo produto é integralmente revertido na manutenção de sua sede, na ampliação de seu acervo de videocassetes e videolasers importados e na realização de diversas atividades culturais e educacionais, como se verá a seguir.
Desde os seus primórdios, o Grupo orientou-se numa linha não-intelectualizante, não-elitista, desmistificando o encantador gênero operístico para todos quantos demonstraram curiosidade ou interesse. Centenas de vídeos de óperas já foram apresentadas em salões abertos à participação de toda a comunidade brasiliense e trimestralmente são realizados saraus nas residências dos próprios associados, havendo ainda diversas atividades culturais e educacionais que são desenvolvidas na própria sede.
O Grupo Amigos da Ópera, em seu sexto ano de existência, continua atuante e dinâmico, sob a coordenação de Armando de Andrade Pinto. Como a Temporada 1993 se aproxima, nada melhor do que descrever brevemente as atividades que serão desenvolvidas pelo Grupo.
a) Nova sede — A partir de fevereiro próximo, os associados passarão a desfrutar de um espaço mais amplo e confortável para suas reuniões, na CLN 310, Bloco F, Salas 217 e 218.
b) Placa dos fundadores — A solenidade de inauguração está prevista para o início de março, com um coquetel. Esta foi a forma encontrada para homenagear aqueles associados que, através de anuidades, durante cinco anos, contribuíram permanentemente para a manutenção das atividades do Grupo, possibilitando que a proposta de trabalho cultural fosse desenvolvida sem solução de continuidade.
c) Este Fantástico Mundo da Ópera — Este é o nome da atividade que foi projetada para atrair a participação dos associados em dois projetos distintos, denominados:
1. Projeto Novos Amigos, consistindo na apresentação, em vídeo, de cinco óperas durante a temporada, sempre antecedida por palestra explicativa para esclarecimentos aos principiantes, em datas prefixadas. As palestras são apresentadas em linguagem informal e acessível, permitindo-se perguntas, comentários e observações dos participantes. Os debates são apoiados pela descrição, em cartazes, dos personagens, de atos e de cenas, também acompanhados pelos trechos musicais mais significativos. Dessa forma, vai-se mapeando a ópera, debatendo-se um roteiro escrito e escutando-se as passagens musicais gravadas.
As palestras são elaboradas basicamente com dois objetivos: 1) dar atenção prioritária àqueles que tiveram seu interesse despertado pela ópera, mas não possuem conhecimentos mais aprofundados; e 2) seguir, como linha básica, a sequência de emoções que a união da música e do drama permite explicar, usando para isso todos os meios possíveis de ilustração.
Embora se evitem conceitos exclusivamente técnicos, não se pode omiti-los, quando necessários, como forma de familiarizar os iniciantes com a linguagem cênica (ato, cena, postura) e musical (abertura, concertantes, vozes, etc.).
2. Projeto Velha Amizade, onde serão debatidos com acompanhamento de um coordenador, em datas previamente marcadas, cinco temas emocionantes, a saber: A Morte na Ópera⁷; Puccini e suas Mulheres; Gênios e Talentos; Verdi X Wagner; e, finalmente, a tentativa de compatibilização entre Música e Palavra nos 400 Anos de Ópera.
d) Os deliciosos saraus dos Amigos da Ópera — Trata-se de reuniões musicais e líricas em residências de associados, com o objetivo de estreitar o relacionamento entre artistas e público, bem como o de promover o intercâmbio entre todos os associados. São reuniões que propiciam momentos de encantamento, motivados pelo "bel canto" com acompanhamento de piano. ⁸
e) Videoclube dos Amigos da Ópera — O Grupo orgulha-se de possuir o mais completo e especializado acervo em ópera de Brasília, composto de videocassetes (cerca de 200 títulos) e de videolasers (cerca de 40 títulos), possuindo praticamente todas as obras no gênero operístico compostas por Puccini, Verdi, Wagner e Mozart.
Entre as preciosidades operísticas do videoclube, pode-se citar, entre outras, Orlando Furioso, de Vivaldi; A Coroação de Poppea, em duas versões, Orfeu, O Retorno de Ulysses à Pátria e Vésperas da Virgem, de Cláudio Monteverdi; Lo Frate 'Nnamorato, de Pergolesi; Il Re Pastore e La Clemenza de Tito, de Mozart; Os Troianos, de Berlioz; Tristão e Isolda e a Tetralogia, de Wagner; Mefistófeles, de Arrigo Boito; Khovanschina, de Mussorgsky; Salomé, Elektra, Arabella e O Cavaleiro da Rosa, de Richard Strauss; Wocczek, de Alban Berg; Peter Grimes e Albert Herring, de Britten; Candide e West Side Story, de Bernstein, etc.
Além dessas curiosidades, o videoclube oferece também, aos associados, vídeos com recitais e concertos dos maiores cantores deste século, entre outros: Kurt Moll, Renato Bruson, Pavarotti, Carreras, Plácido Domingo, Stratas, Callas, Montserrat Caballé, Birgit Nilsson e Renata Tebaldi.
f) Projeto Ópera para Crianças — Trata-se de projeto que objetiva desenvolver nas crianças de Brasília o gosto pela ópera. Tem características essencialmente didáticas mediante a projeção de ópera que possua enredo extraído de contos infantis.
g) Mini Ópera Shop — Consiste na produção de "kits" incluindo fita cassete e "libretto" bilíngue para comodidade dos associados que desejem conservar consigo os trechos de maior beleza lírica de sua ópera preferida.
Resta informar aos prezados leitores e potenciais Amigos da Ópera que é habitual, no mês de dezembro, realizar-se a cobrança da anuidade para o próximo ano. A todos, antigos membros e novos associados, é oferecido um valor promocional para tal anuidade, desde que se aproveite o prazo que expira em 30/12/1992, cujo pagamento lhes garantirá o direito de frequentar e participar de todas as atividades programadas para 1993.
Por fim, porém não menos importante: estudantes são preferencialmente agraciados com a cobrança de apenas 1/3 do valor promocional como forma de incentivo e estímulo para adentrarem este fantástico mundo da ópera. Informações adicionais poderão ser obtidas pelo telefone 273-0988, ou pessoalmente na CLN 108, Bloco B, Sala 207. ⁹
III. NOTAS DO AUTOR
¹ CASOY (2006) dá algumas pistas do Video Verdi Opera Club, ao tratar da Segunda Reforma do TMSP-Theatro Municipal de São Paulo, na p. 211, verbis:
"(...) Em fins de 1984, o TMSP se encontrava em estado precário de conservação. Soube-se depois que a abóbada da sala de espetáculos, de onde pende o grande lustre, estava internamente toda roída por cupins, pondo em risco a segurança do público, e esse era apenas um dos problemas. O ator Gianfrancesco Guarnieri, então secretário municipal da Cultura, ordenou seu fechamento para uma reforma de grandes proporções, que durou quatro anos.
Assim como havia acontecido durante a reforma do TMSP na década de 1950, outros espaços foram usados para a apresentação de óperas nos anos de 1985 (duas produções), 1986 (cinco produções) e em 1987 (quatro produções). Com exceção da Voz Humana de 1987, que foi encenada, todas as outras foram apresentadas em forma de concerto.
O TMSP foi reaberto em julho de 1988. Nesse retorno, como se se quisesse romper com o passado, o tradicional livro de assinaturas foi cancelado, e espectadores que passaram anos a fio sentando-se sempre no mesmo lugar, cercados pelos mesmos amigos, perderam repentinamente esse direito.
Durante o período da reforma, na falta do TMSP, ganharam importância em São Paulo os clubes de vídeo dedicados à ópera, com sessões semanais em que os apaixonados da lírica podiam assistir a produções gravadas nos mais conhecidos teatros do circuito internacional. Os nomes mais lembrados são os do Verdi Opera Clube (sic) e do Espaço Caruso. (...)"
Sobre as instalações do Hotel Danúbio, onde funcionou inicialmente o Video Verdi Opera Club, consta que o outrora imponente prédio hoje é mais um campus da FMU, inaugurado em 7/2/2011 e pintado com muito mau gosto (de preto, branco e vermelho). Antes dessa destinação, lá se via uma construção completamente abandonada e pichada, que, nas décadas de 70 e 80, abrigava um dos maiores e mais elegantes hotéis de São Paulo. Entre os inúmeros atrativos ofertados pelo Hotel Danúbio destacavam-se os apartamentos luxuosos para a época, um restaurante com cozinha de nível internacional e uma sauna gigantesca à disposição dos hóspedes. Lá se hospedaram Marlene Dietrich em 1959 e, durante décadas, delegações de equipes futebolísticas. Ali também funcionou a sede do PRONA, de Enéas Carneiro. Do final dos anos 90 até 2003, a sauna do hotel transformou-se numa boate chamada Club B.A.S.E. Diesel.
"(...) Em fins de 1984, o TMSP se encontrava em estado precário de conservação. Soube-se depois que a abóbada da sala de espetáculos, de onde pende o grande lustre, estava internamente toda roída por cupins, pondo em risco a segurança do público, e esse era apenas um dos problemas. O ator Gianfrancesco Guarnieri, então secretário municipal da Cultura, ordenou seu fechamento para uma reforma de grandes proporções, que durou quatro anos.
Assim como havia acontecido durante a reforma do TMSP na década de 1950, outros espaços foram usados para a apresentação de óperas nos anos de 1985 (duas produções), 1986 (cinco produções) e em 1987 (quatro produções). Com exceção da Voz Humana de 1987, que foi encenada, todas as outras foram apresentadas em forma de concerto.
O TMSP foi reaberto em julho de 1988. Nesse retorno, como se se quisesse romper com o passado, o tradicional livro de assinaturas foi cancelado, e espectadores que passaram anos a fio sentando-se sempre no mesmo lugar, cercados pelos mesmos amigos, perderam repentinamente esse direito.
Durante o período da reforma, na falta do TMSP, ganharam importância em São Paulo os clubes de vídeo dedicados à ópera, com sessões semanais em que os apaixonados da lírica podiam assistir a produções gravadas nos mais conhecidos teatros do circuito internacional. Os nomes mais lembrados são os do Verdi Opera Clube (sic) e do Espaço Caruso. (...)"
Sobre as instalações do Hotel Danúbio, onde funcionou inicialmente o Video Verdi Opera Club, consta que o outrora imponente prédio hoje é mais um campus da FMU, inaugurado em 7/2/2011 e pintado com muito mau gosto (de preto, branco e vermelho). Antes dessa destinação, lá se via uma construção completamente abandonada e pichada, que, nas décadas de 70 e 80, abrigava um dos maiores e mais elegantes hotéis de São Paulo. Entre os inúmeros atrativos ofertados pelo Hotel Danúbio destacavam-se os apartamentos luxuosos para a época, um restaurante com cozinha de nível internacional e uma sauna gigantesca à disposição dos hóspedes. Lá se hospedaram Marlene Dietrich em 1959 e, durante décadas, delegações de equipes futebolísticas. Ali também funcionou a sede do PRONA, de Enéas Carneiro. Do final dos anos 90 até 2003, a sauna do hotel transformou-se numa boate chamada Club B.A.S.E. Diesel.
Quem conheceu o Hotel Danúbio nos seus tempos áureos só pode lamentar a sua situação atual e desejar a sua revitalização. Ali bem próximo, havia o Teatro Paramount, pertencente à antiga Record (hoje Teatro Abril). Um pouco mais acima, na Av. Brigadeiro, existia o Teatro Bandeirantes, prédio que hoje abriga uma igreja evangélica. C'est la vie!
² Por exemplo, fiquei então sabendo que os libretti para óperas, oratórios e cantatas nos séculos XVII e XVIII eram geralmente escritos por algum poeta famoso. No século XVIII, com Mozart colaboraram Metastasio (1698-1782) e Lorenzo da Ponte (que produziu o libretto para as três maiores óperas de Mozart). No século XIX, Eugène Scribe, Ludovic Halévy e Arrigo Boito foram alguns dos mais prolíficos librettisti. Mas alguns compositores preferiram escrever seus próprios libretti: Wagner e Berlioz no século XIX e Alban Berg no século XX são os mais destacados exemplos disso. Igualmente, tomei conhecimento da complexidade no processo do desenvolvimento de libretti, além da elaboração dos dramas falados para o palco; a cargo do librettista estão ainda: selecionar ou sugerir o enredo e desenvolver o esboço da ação sob a forma de um cenário, fazer revisões quando o trabalho estiver em andamento ou fazer alterações visando a audiências específicas locais. Exemplificando como um bom librettista precisa não só entender do seu métier, mas também possuir as qualidades do respeito às convenções sociais e políticas, GUIMARÃES (1991) cita um trecho das memórias do parceiro literário de Mozart na opera buffa As Bodas de Fígaro, a saber: "(...) coube ao hábil Da Ponte a missão de conseguir o patrocínio e a permissão do imperador para o projeto, o que obteve com as seguintes palavras por ele transcritas em suas memórias: (…) para a transformação da comédia em libretto de ópera, suprimi cenas inteiras e a resumi mais ainda, esforçando-me sempre para evitar em meu texto tudo o que pudesse ferir a delicadeza e a decência em um espetáculo que está sob a proteção de Vossa Majestade. Quanto à música, pelo que posso julgar, ela me parece de maravilhosa beleza.” (Cf. GUIMARÃES, A.M. : As Bodas de Fígaro: Mozart, Da Ponte, Beaumarchais (O libreto e a peça), 1991, p. XIV)
² Por exemplo, fiquei então sabendo que os libretti para óperas, oratórios e cantatas nos séculos XVII e XVIII eram geralmente escritos por algum poeta famoso. No século XVIII, com Mozart colaboraram Metastasio (1698-1782) e Lorenzo da Ponte (que produziu o libretto para as três maiores óperas de Mozart). No século XIX, Eugène Scribe, Ludovic Halévy e Arrigo Boito foram alguns dos mais prolíficos librettisti. Mas alguns compositores preferiram escrever seus próprios libretti: Wagner e Berlioz no século XIX e Alban Berg no século XX são os mais destacados exemplos disso. Igualmente, tomei conhecimento da complexidade no processo do desenvolvimento de libretti, além da elaboração dos dramas falados para o palco; a cargo do librettista estão ainda: selecionar ou sugerir o enredo e desenvolver o esboço da ação sob a forma de um cenário, fazer revisões quando o trabalho estiver em andamento ou fazer alterações visando a audiências específicas locais. Exemplificando como um bom librettista precisa não só entender do seu métier, mas também possuir as qualidades do respeito às convenções sociais e políticas, GUIMARÃES (1991) cita um trecho das memórias do parceiro literário de Mozart na opera buffa As Bodas de Fígaro, a saber: "(...) coube ao hábil Da Ponte a missão de conseguir o patrocínio e a permissão do imperador para o projeto, o que obteve com as seguintes palavras por ele transcritas em suas memórias: (…) para a transformação da comédia em libretto de ópera, suprimi cenas inteiras e a resumi mais ainda, esforçando-me sempre para evitar em meu texto tudo o que pudesse ferir a delicadeza e a decência em um espetáculo que está sob a proteção de Vossa Majestade. Quanto à música, pelo que posso julgar, ela me parece de maravilhosa beleza.” (Cf. GUIMARÃES, A.M. : As Bodas de Fígaro: Mozart, Da Ponte, Beaumarchais (O libreto e a peça), 1991, p. XIV)
Cabe aqui tentar uma definição de ópera, e nada melhor do que recorrer ao texto explicativo dado pelo mesmo GUIMARÃES (1991) sobre o princípio fixado pelo napolitano Alessandro Scarlatti a ser observado por todos quantos queiram colaborar com o gênero operístico:
(...) a ação fica
por conta do recitativo e os momentos de lirismo são reservados às árias. Com o
recitativo secco – as vozes num parlando muito flexível e variado, acompanhadas
por alguns acordes do cravo, – avançam a ação e o diálogo. No recitativo
accompagnato pela orquestra, que em geral precede as árias, 'sobe o tom
dramático, a dicção tende à melodia.' (Hocquard, 1979:15) A ária, que é um
solilóquio cantado, interrompe a ação cênica, criando-se um momento de reflexão
ou uma oportunidade para a personagem externar seus sentimentos, emoções ou
projetos. Nos ensembles, várias vozes se reúnem (do dueto ao septeto), o que
permite ao ritmo da ação uma intensidade que o recitativo secco não comporta;
belo exemplo são os finali do segundo e quarto atos de Le Nozze de Figaro, em
que a sucessão ininterrupta de ensembles confere uma progressão vertiginosa e
sempre surpreendente à ação." (Cf. GUIMARÃES, A.M. : op. cit., p. XIV)
Acho que ainda me cabe também citar alguns exemplos perfeitos de sextetos vocais nos finali de atos de ópera, que se constituem em ponto alto de diversas óperas do Classicismo e que exigem enorme perícia do compositor e librettista, a saber: o famoso sexteto finale do 2º ato de Lucia de Lammermoor, de Gaetano Donizetti; os finali do 1º ato e do 2º ato de O Barbeiro de Sevilha, de Giacomo Rossini; além dos já citados finali de As Bodas de Fígaro, de Mozart, lembro ainda o finale do 3º ato da mesma ópera (trecho em que Fígaro é reconhecido por seus pais); o finale da ópera Don Giovanni, de Mozart, intitulado Ah, dov'è il perfido e com o fragmento Questo è il fin. Observe-se ainda que os compositores românticos com frequência excluíram o sexteto de suas óperas.
³ Sobre o casal Raphael e Ana Cilento, há uma crônica intitulada Os Ingressos para Samson e Dalila in http://operaeballet.blogspot.com.br/2012/01/cronicas-operisticas-os-ingressos-para.html, donde extraio a seguinte citação: "Raphael foi um grande conhecedor e colecionador de vídeos de óperas. Em VHS o homem era imbatível, tinha mais de duas mil óperas. Muitas dela (sic) no sistema PAL europeu, inacessível para a maioria dos brasileiros da época. Muitas das raridades de meu acervo devo a ele. Muito do que aprendi foi com ele. Seu Verdi Opera Club dos anos 80 foi um sucesso de público. (...)" Assina essa crônica Ali Hassan Ayache, no Portal Luis Nassif.
⁴ Asta-Rose Alcaide é considerada a "grande dama da ópera" em Brasília. De acordo com ela, só existe formalmente a Associação Ópera-Brasília (AOB), da qual é presidente, entidade cultural sem fins lucrativos desde 1977, reconhecida como de utilidade pública pelo Governo do Distrito Federal; o Grupo Amigos da Ópera se abrigou informalmente na AOB em 1986. "A Associação teve o privilégio de montar a primeira ópera em Brasília, que foi Amahl e os Visitantes da Noite, de Gian Carlo Menotti. Posteriormente, junto com a Fundação Cultural, fez várias montagens, onde se destacaram a cantata Carmina Burana e as óperas Flauta Mágica, Carmen, O Barbeiro de Sevilha, La Traviata e La Bohème. Merece especial destaque a encenação de A Vingança da Cigana, da autoria do português Leal Moreira com texto do brasileiro Caldas Barbosa, ambos do século XVIII, e de Porgy and Bess, de George Gerschwin, em primeira apresentação na América do Sul, realizada no Teatro Nacional." Asta-Rose se esqueceu de mencionar que a AOB montou ainda em 1986 a ópera L' enfant et les sortilèges, de Maurice Ravel, com direção cênica de Hugo Rodas e direção musical de Achille Picchi, com trecho de um ensaio disponível no YouTube no link http://youtu.be/gCEuqpVqPfw A AOB desenvolveu projetos de apoio aos jovens cantores, — o seu projeto Ópera Jovem revelou vários cantores líricos, como o barítono Sandro Christopher e a soprano Maude Salazar — tendo a sua presidente proferido palestras sobre formação de plateia, durante 10 anos. De julho de 1999 a novembro de 2000, Asta-Rose foi diretora artística do TNCS-Teatro Nacional Cláudio Santoro, tendo acumulado o cargo de diretora administrativa, de agosto a novembro de 1999. Após a extinção da diretoria artística no TNCS, foi nomeada assessora da Secretária de Estado de Cultura. Desde janeiro de 2001 é coordenadora das montagens de ópera e autora dos textos dos programas da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional. Foi agraciada com muitos prêmios, medalhas e condecorações por todo o mundo. Traduziu o livro "Reconstrução do Passado: os Princípios da Pesquisa Histórica", de Jorn Rusen, editado em 2007 pela Editora da UnB.
⁵ ANDRADE, M. : Música, Doce Música (edição comemorativa do 30º aniversário da morte de Mário de Andrade 1945/1975), co-edição da Livraria Martins Editora-SP em convênio com o INL-MEC-Brasília, 2ª edição, 1976, p. 393-417. A conferência intitulada "A Expressão Musical dos Estados Unidos", foi realizada a convite do Instituto Brasil-Estados Unidos, e consta por este ter sido publicada inicialmente como nº 3 da sua coleção Lições da Vida Americana, Rio de Janeiro, 1940 (apud ALVARENGA, O. : Mário de Andrade, um Pouco, 1974, p. 67).
⁶ Cabe aqui citar pelo menos algumas pessoas de que me lembro e que deram grande impulso às atividades realizadas pelo grupo Amigos da Ópera, mesmo correndo o risco de cometer omissões imperdoáveis: Ana Tapajós, Eitor Brandão, Cristiano Paixão, Frederico Barbeitas, Prof. José Claver Filho, Profª Maria Luíza Roque, Theresa Catharina de Góes Campos e cantora lírica Eneida Luz Dantas.
No texto acima, menciona-se mudança do endereço da sede dos Amigos da Ópera. Além desses endereços, reuníamo-nos na FUNTEVÊ, no SRTVS-Setor de Rádio e Televisão Sul, Edifício Palácio do Rádio I, 6º andar e, eventualmente, na boate GROG no Gilbertinho do Lago Sul, SHIS, QI 11, Bloco F, Loja 46 ou na Sala Tapete Mágico no CLN 403, Bloco B, Loja 25. E, quando não, na residência do próprio Armando de Andrade Pinto na SQS 304, Bloco F, Apartamento 602. Era impressionante a nossa mobilidade! Éramos obrigados a nos locomover por todos os espaços disponíveis e parece que não éramos os únicos. Digno de registro é ainda o fato de que a cessão da boate era a partir das 18 horas aos domingos (horário nobre), o que evidencia ser o seu proprietário, Sr. César Serzedelo Corrêa, além de cavalheiro, um apreciador das artes.
⁷ Para se ter uma ideia da profundidade com que eram tratados esses diversos temas durante determinada temporada, vou exemplificar descrevendo o tipo de preocupação com A Morte na Ópera, tema I da Temporada 1993:
O palestrante deveria oferecer respostas às seguintes indagações: Por que se morre na ópera? Como morrem os personagens? São as personagens femininas ou masculinas as vítimas em maior número? O tenor e a soprano morrem ao mesmo tempo? A morte tem sempre lógica? A morte da heroína ou do herói é descrita musicalmente pelo compositor? Tem algum tema musical ou "Leitmotiv" que prepara o acontecimento? Que compositor soube melhor expressar a morte? A morte é tema de ópera ou título de ópera? Quais são as mortes mais espetaculares?
Para responder às perguntas, o palestrante sobre o tema deveria abordar as seguintes figuras femininas que morrem nas óperas: Carmen, Cio-Cio-San (de Madama Butterfly), Isolde, Desdêmona, Mimi, Violetta, Gilda, Norma, Lakmé, Senta, Antonia, Mélisande, Lucia, Marie, Leonora (de Il Trovatore), Elektra, Tosca, Suor Angelica, Aida, Condessa (de A Dama de Espadas), Nedda (de I Pagliacci) e Manon. Sobre as figuras masculinas vitimadas nas óperas, deveria discorrer sobre: Tristan, Pélleas, Cavaradossi, Radamés, Scarpia, Ricardo (de Un Ballo in Maschera), Sêneca (de A Coroação de Poppea), Yocanaan, Ernani, Boccanegra, Manrico, Don Giovanni, Wozzeck, Billy Budd, Peter Grimes e Werther. E, finalmente, mencionar casais que morrem juntos: Aida e Radamés, Manon e Des Grieux, Romeu e Julieta, Andrea Chénier e Madeleine, Tannhäuser e Elizabeth.
⁸ Um dos saraus mais badalados e aguardados por todos os sócios, que geralmente ocorria no mês de dezembro todo ano, era o oferecido pelo maior empresário do setor educacional brasileiro residente no SMPW-Setor de Mansões Park Way, Prof. João Carlos Di Genio, proprietário do Colégio Integrado Objetivo (1971), Faculdades Objetivo (1972) e, em seguida, de um conglomerado educacional espalhado por todo o País (rede Objetivo e UNIP-Universidade Paulista). Di Genio é ainda proprietário de rádios, de uma emissora de TV e investidor em pecuária de elite.
Digno de ser lembrado foi também certo encontro do Grupo com o contratenor Paulo Abel do Nascimento no Restaurante Gaf no Gilberto Salomão, na mesma época que ele veio a Brasília apresentar, como sempre com o maior brilhantismo, uma cantata de Mozart na Sala Martins Pena do Teatro Nacional e no Memorial JK.
Finalmente, cabe aqui lembrar o nome dos vários artistas estabelecidos em Brasília, que abrilhantavam os nossos saraus: a soprano Eneida Luz Dantas, o barítono Valter Contessoto, os tenores Paulo Mandarino e Antônio Diniz, a mezzo soprano Valdenora Pereira, todos com acompanhamento pianístico de Ana Amélia Gomide e Vânia Marise de Campos e Silva.
⁹ Por tudo o que foi apresentado, fica evidente a importância dos recursos metodológicos utilizados pelo Grupo Amigos da Ópera para a maior sensibilização no contato com a ópera e, consequentemente, para a inclusão cultural das pessoas interessadas no mundo da ópera. Com seu projeto de formação de plateia, foi possível atuar diretamente junto à comunidade e romper o preconceito existente contra a ópera, desmistificando-a de sua auréola de arte de elite e inacessível às pessoas comuns. Acho que é possível imaginar a emoção e o encantamento despertados com essa forma de espetáculo, bem como a desmistificação do caráter elitista da ópera, com a utilização da metodologia apresentada no meu artigo. A mídia impressa brasiliense em geral, neste caso particular o Jornal de Brasília, contribuiu para a divulgação dos notáveis recursos que aquele Grupo utilizava no início dos anos 90.
A ópera, por ser um espetáculo que reúne música instrumental, canto lírico, literatura, teatro, dança e artes plásticas, é um gênero bem peculiar: requer a colaboração total entre artes-irmãs para se chegar a uma arte unificada: a arte da Ópera. O termo Gesamtkunstwerk (obra de arte total) foi utilizado por Wagner para descrever uma apresentação de ópera dentro das suas concepções artísticas, que incluía uma perfeita integração de múltiplas expressões artísticas diferentes, e não a supremacia da música, com ausência de um drama de qualidade. É isso que faz com que certas óperas sejam verdadeiras obras-primas.
IV. OBRAS CONSULTADAS
ALVARENGA, O. : Mário de Andrade, um Pouco, Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1974, 136 p.
ANDRADE, M. : Música, Doce Música (edição comemorativa do 30º aniversário da morte de Mário de Andrade 1945/1975), co-edição da Livraria Martins Editora-SP em convênio com o INL-MEC-Brasília, 2ª edição, 1976, 420 p.
CASOY, S. : Ópera em São Paulo: 1952-2005, São Paulo: EDUSP-Editora da Universidade de São Paulo, 2006, 608 p. (disponível na Internet in books.google.com.br/books?isbn=8531409748
IV. OBRAS CONSULTADAS
ALVARENGA, O. : Mário de Andrade, um Pouco, Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1974, 136 p.
ANDRADE, M. : Música, Doce Música (edição comemorativa do 30º aniversário da morte de Mário de Andrade 1945/1975), co-edição da Livraria Martins Editora-SP em convênio com o INL-MEC-Brasília, 2ª edição, 1976, 420 p.
CASOY, S. : Ópera em São Paulo: 1952-2005, São Paulo: EDUSP-Editora da Universidade de São Paulo, 2006, 608 p. (disponível na Internet in books.google.com.br/books?isbn=8531409748
GUIMARÃES, A.M. : As Bodas de Fígaro: Mozart, Da Ponte, Beaumarchais (O libreto e a peça), Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1991, 242 p.
15 comentários:
PARABÉNS! AMIGO DA MÚSICA E DAS COISAS
EXCELENTES.
CONTINUE SEMPRE TRAZENDO-NOS CONHECIMENTO DE COISAS AGRADÁVEIS.
O CASOY QUE VOCÊ CITA É O BORIS?
ABS
P. ARTHUR
Prezado amigo
Recebi o post sobre os grupos de amantes da ópera. Agradeço pela riqueza de informações que você passa sobre essas associações, especialmente as referentes aos Amigos da Ópera, além de explicações que mesmo os apreciadores da ópera muitas vezes desconhecem. Obrigdo pelo envio do post e pelas preciosas informações passadas
Abraço fraterno
Geraldo Barroso
Gostei. Parabéns.Grande abraco para vocês.
Lúcia
Olá, meu caro Francisco Braga.
Muito agradeço sua atenção. Você continua em Ouro Preto?
Vindo a Brasília passe no Espaço Cassiano Nunes/BCE/UnB.
Sobre o tema "O poder da Ópera", lembro Asta-Rose Alcaide. Pelos seus 90 anos, o Correio Braziliense fez-lhe homenagens. Cf. também o poema de Cassiano Nunes: "Sol num quarto vazio".
Abraços,
Maju
Parabéns, mestre!
Luiz de Aquino Alves Neto
Visite e leia:
http://penapoesiaporluizdeaquino.blogspot.com/
http://www.vaniadiniz.pro.br/luiz_de_aquino/index.htm
http://liberal.sapo.cv/
Partabéns pelo trabalho e obra.
Abraços,
Ro
Prezado Francisco Braga, boa tarde!
Gostaria de parabenizá-lo por mais essa conquista, a qual se deu pela hospedagem de seu artigo "PODER DA ÓPERA DE LEVAR A UM "SENTIR COLETIVO”, no "Portal Concertino". Queira aceitar os meus cumprimentos e votos de largo sucesso.
Atenciosamente,
Artur Coelho dos Santos Monteiro
Prezado Francisco Braga, boa tarde!
Gostaria de parabenizá-lo por mais essa conquista, a qual se deu pela hospedagem de seu artigo "PODER DA ÓPERA DE LEVAR A UM "SENTIR COLETIVO”, no "Portal Concertino". Queira aceitar os meus cumprimentos e votos de largo sucesso.
Atenciosamente,
Artur Coelho dos Santos Monteiro
Prezado Braga
Chegamos ontem de Juiz de Fora onde ficamos por uns dias atendendo a compromissos.
Queremos agradecer por seus e-mails, e parabenizá-lo pela publicação de seu artigo PODER DA ÓPERA DE LEVAR A UM "SENTIR COLETIVO”, que foi hospedado no“Portal Concertino”. Agradecemos, também, pela divulgação dos nomes da AVL e do ICVRP em seu currículo.
Com o nosso abraço,
O amigo Mario.
Parabéns, meu caro maestro Francisco Braga!
É mais uma prova de seu talento, e da intensa e permanente participação do amigo na vida cultural brasileira. Receba meus cumprimentos, mais um vez!
Nestor Kirjner.
Francisco, boa noite.
Só agora pude teminar de ler, no portal, seu artigo. Muito interessante, educativo/instrutivo. Muito bom. Parabéns!!!! Vou imprimi-lo para mim. Beijos. Obrigado, Nando
Caro Francisco Braga,
Se algum dia puder,
me convide par vê-lo tocar.
Abraços,
Carminha
Francisco
eu não tenho esse conhecimento profundo sobre "o ser" das óperas.
Conheço principalmente as italianas, pois as de Wagner são muito pesadas e monótonas.
Também não gosto dos Lieder, pois são sem "gosto" e ainda cantados por um solista acompanhado de piano. Cantores para revelarem sua voz e sua musicalidade têm que ser acompanhados por orquestra, como nas óperas...
Marcello
Parabéns, caro amigo! Sucesso nas letras e nas pesquisas. Grande abraço.
Caro professor Braga
Muita gentileza a sua em compartilhar comigo sua maravilhosa experiência e contribuição com os círculos de ópera em ambas capitais, assim como os dados da vida e obra da diva Maria Callas.
Para mim vale como conhecimento, pois sou praticamente um analfabeto nessa área porém tão encantadora da cultura artística ocidental.
Cumprimentos por mais essas excelentes publicações.
Obrigado.
Cupertino
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