Por Francisco José dos Santos Braga
I. INTRODUÇÃO
Nada mais digno e profundamente humano do que fazer uma última e singela homenagem a um confrade que, durante grande parte de sua vida, honrou o seu Sodalício, trabalhando em prol do seu engrandecimento e dedicando-lhe o melhor de seu tempo e − quem sabe? − sacrificando momentos felizes que poderia ter vivido em comunhão com sua família ou seus amigos. Prantear a sua partida constitui um dever da instituição que o acolheu em seu seio, seja uma Academia, um Instituto ou outra Associação que congregue sócios, confrades, membros e congêneres. Se as portas da instituição se abriram, com todas as formalidades de praxe, para admitir aquele associado que hoje parte e que, durante longos anos de sua vida, se submeteu aos interesses estatutários daquela, maiores do que seus efêmeros desejos, nada mais justo do que, quando as mãos gélidas da Morte fecham as referidas portas, se faça o reconhecimento público − único e talvez último − da despedida, com toda a pompa e circunstância que o momento requer.
A realidade humana nos impõe dois pontos bem definidos na linha do espaço-tempo de nossa existência: o ponto de partida e o término da caminhada. O destino preside os dois eventos: primeiro, o da glória deste mundo e, mais tarde, o da glória eterna, ao deixar este mundo. Tinha razão o latino quando repetia a expressão: "Sic transit gloria mundi" (ou em bom vernáculo: "Assim passa a glória do mundo", numa interpretação de que as coisas mundanas são passageiras, aí incluídas o sucesso, a fama, a beleza, a elegância, a reverência, a veneração, a riqueza e outros bens invejados por todos nós). Feliz de quem deixa a vida para entrar nos anais da história, tornando-se, aí sim, um Imortal.
Claro está que se trata de duas festas de diversa natureza. A primeira para co-memorar o ponto de partida, a entrada, a presença física, a admissão do novo sócio à instituição, enquanto à segunda cabe a tarefa de re-memorar o término, o afastamento, a ausência física, a despedida do sócio defunto. Na língua grega, dois termos bem definidos são usados desde a Antiguidade clássica: η αφετηρία, o ponto de partida, quando as portas se abrem ao neoacadêmico; το τέρμα, o termo ou término, quando as portas se lhe fecham. Para os dois casos, preste-se a mesma reverência, igual distinção!
Na Academia Divinopolitana de Letras, a que tenho a honra de pertencer como Sócio Correspondente, há o salutar costume, tradicional por jamais negligenciado, de homenagear e prantear o Acadêmico que parte com a conhecida Sessão da Saudade, com todas as honras e formalidades que o evento requer, sempre carregado de emoção, pois nele se declara formalmente a vacância da cadeira acadêmica daquele sócio que nos deixa.
Contando com a colaboração e o empenho do Secretário-Geral da ADL, Acadêmico Fernando de Oliveira Teixeira, tentei reconstituir a cerimônia conhecida por "Sessão da Saudade" em memória do saudoso Acadêmico João Augusto Dias, realizada em 28/04/2016. De fato, sou autor apenas desta Introdução, já que as peças oratórias que se seguirão foram reproduzidas por mim na íntegra e são da autoria dos amigos Acadêmicos da ADL João Carlos Ramos, Fernando de Oliveira Teixeira e Manoel Amaral Ferreira.
A ADL-Academia Divinopolitana de Letras está de parabéns pela preservação dessa singela tradição de prantear, pela última vez, os seus Acadêmicos defuntos com as honras que bem cabem aos Imortais, sempre e em todo lugar.
II. CRÔNICA DA "SESSÃO DA SAUDADE" DE 28/04/2016 EM MEMÓRIA DO ACADÊMICO JOÃO AUGUSTO DIAS, REALIZADA NO AUDITÓRIO DA SUBSEÇÃO DA OAB DE DIVINÓPOLIS
Foram registradas as presenças das seguintes autoridades: Tenente Magalhães, do Serviço de Alistamento Militar, Sargento Jeanfranco, do Tiro de Guerra; Dr. Íris José de Almeida, vice-presidente da subseção da OAB. Esteve também presente à cerimônia Dª Doroty Dias, viúva do saudoso Acadêmico João Augusto Dias, e vários parentes. Compareceram também muitos Acadêmicos.
1) ABERTURA
A cargo do Cerimoniário: Acadêmico Manoel Amaral Ferreira.
BOA NOITE PARA TODOS.
A Academia Divinopolitana de
Letras, seguindo a tradição das entidades congêneres, presta homenagem aos que
tiveram presença nesta Casa de Letras ocupando uma de suas cadeiras e prestando
sua colaboração. Afinal a imortalidade acadêmica consiste no cultivo da memória
dos confrades ou confreiras que deixaram legado à literatura.
É o que ocorre hoje, quando a
ADL celebra a presença permanente do acadêmico João Augusto Dias, ocupante, por
dezessete anos, da Cadeira nº 13, cujo patrono, por ele escolhido, é o médico e
poeta Joaquim Coelho Filho, o doutor Quito.
Abrindo esta Sessão da Saudade
impõe-se o agradecimento aos que tornaram possível este evento: a Quadragésima
Oitava Subseção da OAB-MG, na pessoa de seu presidente, o doutor Carlos Alberto
Faustino, pela cessão deste espaço; ao 23º Batalhão da Polícia Militar, na
pessoa de seu comandante o Tenente-Coronel
Marcelo Carlos da Silva pela
liberação do membro da Banda da instituição para o momento solene deste
encontro; ao sargento Jeanfranco e seus auxiliares do TG local e ao Tenente Magalhães, da
Circunscrição de Alistamento Militar, pela presteza com que atenderam o pedido
da ADL de colaborar neste evento; aos parentes e amigos por estarem nesta sala de cerimônia; aos
confrades e confreiras da ADL presentes e todos que, direta ou indiretamente,
ajudaram o sodalício ou se dispuseram a estar conosco hoje.
Passo agora à composição da
Mesa dirigente deste evento acadêmico: ...
O acadêmico João Carlos Ramos,
presidente da ADL, ocupa, a partir deste instante, a direção dos trabalhos.
2) HOMENAGEM
A cargo do Presidente João Carlos Ramos
Boa noite e minhas saudações
acadêmicas a todos e cada um dos presentes. Reitero, em nome do nosso Sodalício, a gratidão pela presença das autoridades civis e militares e, de
modo particular, dos familiares do querido e saudoso acadêmico João Augusto
Dias.
Peço ao Primeiro Secretário, Acadêmico Joaquim Medeiros de Oliveira,
proceda à chamada dos confrades e confreiras.
3) CHAMADA DOS CONFRADES E CONFREIRAS
A cargo do Primeiro Secretário, Acadêmico Joaquim Medeiros de Oliveira.
O Primeiro Secretário faz a chamada de todos os confrades e confreiras, que se levantam, dizendo: Presente! e declarando o nº da cadeira, seu patrono e seu ocupante imediatamente anterior.
4) CONTINUAÇÃO DA HOMENAGEM
A cargo do Presidente João Carlos Ramos.
As academias celebram a
imortalidade. Tem-se por imortalidade a memória sempre rememorada do escritor e
de sua obra literária, bem como de sua significação no contexto da arte e da
cultura. João Augusto Dias, cuja lembrança relembramos, nasceu em Mercês,
distrito de Diamantina em 5 de junho de 1927, teve uma infância pobre e cheia
de dificuldades, mas as superou com destemor. Deu-se o seu ingresso no Exército
Brasileiro em 10 de setembro de 1947 no 1º Regimento de Infantaria, denominado
Regimento Sampaio, na Quinta Companhia do Segundo Batalhão, sediado no Rio de
Janeiro, então Capital Federal, local onde recebeu a primeira graduação: Cabo
no ano de 1949. Encerrou a carreira militar em 1981, quando respondia pela
Delegacia do Serviço Militar em Divinópolis, passando à reserva na graduação de
capitão do Exército.
Fixando residência em Divinópolis,
aqui exerceu atividades sociais, tais como: membro do Rotary Clube Divinópolis,
do qual foi presidente por dois mandatos; membro da Loja Maçônica Estrela do
Oeste de Minas Gerais, na qual atuou como Orador e Guarda da Lei; fundador e
construtor da sede da Cruz Vermelha Brasileira, filial de Divinópolis e seu
presidente por vários anos, desde 1981.
Na vida política, além de coordenar campanhas políticas, foi Chefe de
Gabinete dos prefeitos Fábio Botelho Notini e Galileu Teixeira Machado em 1982
e, posteriormente, em mandatos deste último em 1989-1992 e 2001-2004.
A literatura, a que se dedicou a par das atividades sociais e políticas,
propiciou a edição dos dois volumes de MEMÓRIAS DE UM DIAMANTINENSE e teve
ainda intensa colaboração na imprensa local como cronista.
A Academia Divinopolitana de Letras o recebeu no dia 11 de novembro de
1999 para ocupar a Cadeira nº 13, cujo patrono é o médico e poeta Joaquim
Coelho Filho.
Faleceu João Augusto Dias na madrugada do dia 22 de março do corrente, deixando
funda saudade na sociedade local e particularmente na Academia Divinopolitana
de Letras.
Dito isto, senhoras e senhores, confrades e confreiras, passamos à
homenagem à memória do Capitão do Exército Brasileiro e Acadêmico João Augusto
Dias. Peço que todos fiquem de pé.
5) HOMENAGEM DO EXÉRCITO BRASILEIRO
(O pelotão do TG entra no salão e se posta defronte a cadeira vazia. Perfilam-se. Hino Nacional. Entoa-se
o toque de silêncio...)
6) CONTINUAÇÃO DA HOMENAGEM
A cargo do Presidente João Carlos Ramos.
O acadêmico João Augusto Dias não tem mais a sua presença física na
Academia Divinopolitana de Letras; por isso, impõe-se declarar sua ausência permanente e a vacância da Cadeira que ocupou por dezessete
anos. Assim, conforme determina o Estatuto e o Regimento Interno do Sodalício,
DECLARO, para todos os efeitos de direito, vaga a Cadeira nº 13, que tem como
patrono Joaquim Coelho Filho.
(O pelotão do TG volta ao seu lugar no
salão, bem como o corneteiro.)
Todos podem se assentar.
Em razão de afazeres de seus ofícios, o pelotão do TG e o corneteiro da
PM podem, caso desejem, retirar-se, levando a certeza de nossos profundos
agradecimentos pela brilhante participação neste evento.
O acadêmico Fernando de Oliveira Teixeira fará o discurso oficial desta
homenagem ao saudoso acadêmico João Augusto Dias.
7) DISCURSO IN MEMORIAM DE JOÃO AUGUSTO DIAS
Orador oficial: Acadêmico Fernando de Oliveira Teixeira.
Na apresentação do
primeiro volume das MEMÓRIAS DE UM DIAMANTINENSE, JOÃO AUGUSTO DIAS escreveu:
”Oxalá sirva este despretencioso opúsculo para despertar naqueles que tiverem a
oportunidade e a paciência de folhear as suas páginas, os sentimentos de amor à
pátria e ao próximo, de honestidade e caráter. Estarei recompensado e agradecido
ao Supremo Arquiteto do Universo pela oportunidade de escrevê-lo”.
Na verdade, um propósito e
um programa se impôs o escritor: deixar na obra o seu legado de vivência e a
sua visão de mundo. Afinal, os passos perpassados na estrada dos anos vividos e
convividos conformam a criatura humana e lhe norteiam a postura existencial. E
João Augusto Dias entendeu que seria útil narrar episódios de sua existência
como contributo à construção moral de tantos.
Neste passo, Nelson Werneck
Sodré, no contexto do prefácio de MEMÓRIAS DO CÁRCERE, escritas por Graciliano
Ramos, assevera que “ninguém escreve para guardar, mas para os outros”. Acrescentaríamos
nós a este entendimento: sempre com objetivos definidos, como no caso, pois a
arte, na feliz expressão de Gellert, há que ser “útil ao mundo”.
A forma, escolhida pelo autor
para sua mensagem literária, recolhida em livro, recaiu, portanto, na memória.
Mas, sem a preocupação de fixar-se em datas e eventos históricos exatos,
recolheu lembranças de sua comunidade de Mercês de Diamantina, do menino pobre,
das andanças pela cidade grande, dos namoricos, dos personagens marcantes e da
família constituída. Desnudou uma vida para plantar lições.
Com certeza, valeu-se da
observação de Fernando Pessoa: “Tudo é incerto e derradeiro/ Tudo é díspar e
nada é inteiro”. Cromos ou instantes. Destes instantes, entretanto, perfez a sua obra de memorialista.
Impende recordar – para aplicá-la
ao contexto desta fala - a assertiva de Edgar da Mata Machado no prefácio de CORAÇÃO
DE MENINO, que Luiz Rousseau Botelho: “Uma volta ao tempo, tudo com o ar até
feliz de reviver situações não raro difíceis, sempre, no entanto, superáveis”.
Em cada linha do escrito de JOÃO
AUGUSTO DIAS a esperança e em todo seu enredo a convicção de existencial de meta atingida.
Desnecessário debruçar sobre aspectos formais de técnica literária,
mesmo porque José Saramago afirma que não existem gêneros literários estanques,
mas espaços literários, nos quais o escritor expõe sua mensagem. E, com relação às memórias de JOÃO AUGUSTO
DIAS, elas são a sua maneira de se expor ao mundo.
Os instantes do cotidiano, senhoras e
senhores, particularmente da política local, serviram de trama para o outro
ofício literário de João Augusto Dias, o de cronista.
Nos jornais da cidade estampou as suas
crônicas que, em regra, abordavam questões inerentes à realidade, seja do
movimento político, seja da administração pública municipal e emitindo
opiniões, fruto de experiência pessoal e leituras.
Certa feita, Manuel Bandeira,
referindo Rubem Braga, inscreveu que ele “descarrega seus bálsamos e seus
venenos na crônica diária”. João Augusto Dias, por sua vez, fez desta espécie
literária a revelação do homem inserido
no universo de Divinópolis, acolhendo suas mazelas e seus momentos
aprazíveis e exercendo um magistério de prudência e sabedoria de vida.
Na dúplice divisão de crônicas,
proposta por Gustavo Corção, as de João Augusto Dias situar-se-iam entre as que
“se submetem aos fatos, e que fornecem material
contemporâneo à procura dos historiadores”. Algumas delas, no entanto,
tomam aspectos do cotidiano para divagações necessárias ou até mesmo para debates de ideias. Sempre, porém, numa linha
de coerência de postura na prospecção do
dia a dia.
O perfil humano de João Augusto Dias, senhoras e senhores, confrades e
confreiras, repercute na sua produção literária. Forjou ele toda sua existência
em princípios morais, cuja fonte se planta na religiosidade de formação
familiar, embora humilde, solidificando-se na disciplina da caserna. Nos cargos
públicos, acidentalmente ocupados, distinguiu-se pela correção no trato dos
interesses coletivos colocados sob sua responsabilidade. De outo lado, a
existência plena de dificuldades
despertou-lhe o serviço do outro, concretizado, sobretudo, em atos
praticados nas instituições a que pertenceu. E a família, esta sim, era a razão
de todos os seus feitos e de seus sonhos. João Augusto foi sempre ele, ele
mesmo, sem máscaras na vida e na obra literária.
Os escritos o trouxeram para esta
Casa de Letras mercê de sua contextura e objeto. Desconheceu, porém, o
descansar sobre os louros da honraria acadêmica e permaneceu na faina do
escritor na imprensa local. Como acadêmico: presente e disponível, solidário e amigo
com seus confrades e confreiras.
Em
resumo: João Augusto Dias foi, na vida, na obra literária legada e na ADL, a mesma
criatura humana: retilínea na conduta, solícita aos apelos da comunidade e íntegra
na postura acadêmica.
A escolha do poeta e médico
Joaquim Coelho Filho, conhecido como doutor Quito, que elegeu a lírica das
coisas simples, o aconchego doméstico para tema de suas canções, mas também
inserido na vida social e até tendo exercido o cargo de prefeito municipal em
Guapé, espelha o modelo humano que
inspirou sua atividade literária: o homem de família, convicto, porém, de seus
compromissos comunitários.
O acadêmico JOÃO AUGUSTO DIAS, confrades e
confreiras, senhores e senhoras aqui presentes, expressou, na sua vida e na sua
obra literária, os princípios éticos que adotou, tornando-os magistério e
modelo existencial. Convivendo peripécias e aprendendo lições, o menino sem
instrução formal conformou o cidadão digno em todos os aspectos e merecedor do
respeito das gerações.
Conta-se
que, por volta de 1840, o Duque de Caxias perseguia, de modo implacável,
revolucionários. Um homem, incluído entre os revolucionários perseguidos, foge
de São Paulo para o Rio Grande do Sul, protegendo-se sob disfarces possíveis. Passando-se por capataz
de tropa, empregou-se na tropa de certo Sampaio. Com ele percorria os sertões,
mas sempre carregando o temor de ser reconhecido. Um dia, numa região povoada e
possivelmente com a presença do grupo ligado a Caxias, Sampaio teve de fazer um
acerto de contas com fazendeiro local. Não conseguia efetuar os cálculos,
demorava-se. Tomando o cabo do relho, no chão e rapidamente, o capataz resolve
o problema. Sampaio se surpreende e cobra dele sua real identidade. Tratava-se
de Gabriel José Rodrigues dos Santos, advogado, professor e que fora Secretário de Governo na província
de São Paulo. Sampaio, de imediato, tirando o chapéu, diz:” Doutor sempre lhe tive grande admiração.
Sei que o senhor tem necessidade de usar disfarce, pois é perseguido, mas, por
disfarce, carece tomar o que lhe é mais próprio: seja o tropeiro, a tropa é sua
e eu serei seu capataz”.
O confrade JOÃO AUGUSTO DIAS, hoje cidadão
da eternidade, na vida conduziu a imensa quantidade de méritos pessoais e
lições de vida, estampadas em seus escritos, embora escondido no disfarce do
homem simples e comum, merecendo a
primazia desta solenidade e o respeito desta homenagem.
Quanto
a mim, sou-lhe bem menor e assim, como Sampaio, apenas seu capataz.
8) CONTINUAÇÃO DA HOMENAGEM
A cargo do Presidente João Carlos Ramos.
Agradecendo as palavras proferidas pelo acadêmico Fernando de Oliveira
Teixeira em nome da Academia Divinopolitana de Letras, chamo os que se
inscreveram para falar nesta solenidade (chama pela ordem os inscritos).
Em nome da família, franqueamos a palavra a ...
Para encerrar, cumprimento, por sua atuação digna de encômios, o
Cerimoniário, Acadêmico Manoel Ferreira do Amaral, e peço encerre a solenidade.
9) ENCERRAMENTO
A cargo do Cerimoniário, Acadêmico Manoel Ferreira do Amaral.
A ADL coloca um ponto final nesta Noite da Saudade, na qual relembrou a
figura de JOÃO AUGUSTO DIAS, cidadão modelar, pai de família extremoso, militar
honrado e acadêmico dedicado. Resta ainda reiterar agradecimentos aos que,
direta ou indiretamente, colaboraram para a realização deste evento e a todos
os presentes. À família, nas pessoas de Dª Doroty e filhos, manifesta o Sodalício, de novo e sempre, a certeza de que JOÃO AUGUSTO DIAS permanecerá na memória desta Casa de Letras por
sua vida e obra.
OBRIGADO PELAS PRESENÇAS. BOA NOITE.
9 comentários:
Tenho o prazer de lançar no Blog do Braga nova matéria tratando de um salutar costume existente na ADL-Academia Divinopolitana de Letras de homenagear e prantear o Acadêmico que parte com a conhecida SESSÃO DA SAUDADE, com todas as honras e formalidades que o evento requer, sempre carregado de emoção, pois nele se declara formalmente a vacância da cadeira acadêmica daquele sócio que nos deixa.
A meu ver, essa formalidade prevista nos Estatutos da ADL deveria ser imitada por todas as Academias, Institutos e Associações de todo o País, devido a razões que exponho no texto.
Como Sócio Correspondente da ADL, venho parabenizá-la pela preservação dessa singela tradição de prantear, pela última vez, os Acadêmicos defuntos com as honras devidas aos Imortais, sempre e em todo lugar.
Amigo, como sempre, apreciei sua matéria sobre a Sessão da Saudade. Espero que a ADL a guarde para os anais.
Dou, em seguida, minha ligeira crônica das sextas-feiras, no jornal Agora:
Mercemiro Oliveira Silva
Sessão da Saudade
O primeiro elogio acadêmico post mortem, realizado pela Academia Divinopolitana de Letras, coube a mim presidi-la, no dia 21/08/1986. Outras baixas aconteceram e as sessões fúnebres repetidas, ocasionalmente, durante os anos que se passaram. Até que chegamos ao terceiro milênio e completamos a ocupação das 40 cadeiras da ADL. Pouco depois, começa a temporada de novas baixas na nossa confraria, isto é, por falecimentos muito sentidos. Mas alguns dos últimos a serem aceitos, nem foram conhecer a sede.
Quinta-feira, dia 28, o presidente João Carlos Ramos presidiu a Seção da Saudade, para declaração de cadeira vaga, desta feita pelo falecimento do Capitão João Augusto Dias. Foi esta, a terceira baixa, depois de ocupadas todas as cadeiras. O secretário-geral, acadêmico Fernando Teixeira, fez o discurso oficial da confraria. Uma belíssima página, apoiada na obra ex-acadêmico Cap. Dias, que ocupava a cadeira 13, patroneada por Joaquim Coelho Filho.
O cerimonial, na abertura, fez os seguintes registros de agradecimento: ao Ten.Cel Marcelo Carlos da Silva, por liberar um músico da Banda do 23o BPMPG para participar da solenidade; Tenente Magalhães, da Circunscrição de Alistamento Militar, por sua presença; Sargento Jeanfranco e seu comando de atiradores especiais, responsáveis pelo ponto máximo da solenidade, que entraram no salão da OAB, em fila dupla, em passo marcial; sob comando, fizeram alto em frente à mesa; em seguida, fizeram “oitavo à direita, volver” ficando de frente à bandeira da ADL postada sobre uma cadeira representando a cadeira vaga, no caso, a pessoa do ex-acadêmico João Augusto Dias. Com nova voz de comando, a tropa perfilou-se em “continência ao Capitão João Augusto Dias”, ao som do toque de silêncio executado pelo músico da Banda do Batalhão da PMMG, seguindo-se-lhe, em gravação, o Hino Nacional Brasileiro.
A emoção me levou há mais de sessenta anos passados, quando, na Polícia da Aeronáutica, participei do funeral de um piloto, vítima de uma desastre aéreo. Foi no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. Ao fim do toque de silêncio, a exemplo de todos militares fardados, a vasta multidão presente, estávamos todos rijos como estátuas e todos com o rosto banhado de lágrimas.
A Sessão da Saudade, da ADL, só contou com um número pouco significativo de pessoas presentes, mas contou também com o trabalho do elogio fúnebre apresentado pelo secretário Fernando Teixeira, baseado, como de praxe, na obra do ex-acadêmico Capitão João Augusto Dias, Memórias de um diamantinense.
Prezado,
Parabéns pela apresentação e sugestão!
Abraço,
Ruth.
Boa noite! Obrigado pela lembrança.
Essa atividade acadêmica está no Regimento Interno da ALL.
Um abraço.
Passos de Carvalho
Nota dez, amigo. Somente posso ser-lhe grato. Abraço do Fernando Teixeira
Muito bem !
Cordialmente,
Eudóxia.
ATIVIDADE ACADÊMICA PREVISTA NO REGIMENTO INTERNO DA ALL-ACADEMIA LAVRENSE DE LETRAS:
CAPÍTULO VIII
DA SESSÃO FÚNEBRE E VACÂNCIA DE CADEIRA
SEÇÃO I - DA SESSÃO FÚNEBRE E DA VACÂNCIA
Art.26 – Morrendo um sócio acadêmico, a Academia Lavrense de Letras comunicará o fatos aos demais acadêmicos, e em contato com a família, pede permissão para a realização da Sessão Fúnebre.
§ Único – No local apropriado será levada a Bandeira da Academia Lavrense de Letras, que cobrirá o ataúde no seguimento para o Campo Santo e, antes de descer o ataúde, um Acadêmico saudará o colega morto, tecendo suas qualidades e confortando a família.
Art.27 – Trinta dias após o falecimento, a diretoria da Academia Lavrense de Letras marcará uma sessão, para declaração da vacância da cadeira, de acordo com o seguinte ritual:
a) – No local da cerimônia, a bandeira da ALL será colocada sobre uma cadeira, simbolizando a saudade do falecido.
b) – Composta a mesa, a Secretária fará a chamada de todos os acadêmicos, deixando por último o nome do Acadêmico falecido. Quando citar o nome, o acadêmico no cargo de presidente se levantará e declarará:
“ O Acadêmico citado por último não se encontra fisicamente entre nós, resta-nos a saudade e as boas lembranças. Ele já partiu, deixando eterna saudade em nossos corações e o exemplo de seu trabalho no engrandecimento deste sodalício lavrense.”.
c) A presidência pedirá um minuto de silêncio em honra ao acadêmico.
d) Um acadêmico designado anteriormente, descobrirá a cadeira, retirando a bandeira da ALL e entregando-a à Presidência.
e) A presidência declarará vaga a cadeira do patrono.
f) Um familiar poderá agradecer a manifestação.
g) O Presidente lerá o edital declarando vaga a Cadeira e encerrará a sessão.
§ Único – Nas datas dos nascimentos e falecimentos dos acadêmicos, a diretoria deverá promover reuniões para eternizar suas memórias, devendo o evento ser realizado na última terça-feira do mês.
Prezado Acadêmico Francisco Braga,
Boa noite!
Convido-o, bem como a sua distinta esposa Rute, para a solenidade de posse acadêmica
de Maria da Conceição Aparecida Maciel na qualidade de Acadêmica Honorária.
Ela é Diretora da GERDAU em Divinópolis, grande empresa patrocinadora que dispensa comentários.
A cerimônia será dia 11 de maio de 2016 às 19 horas na Câmara Municipal de Divinópolis.
Sem sombra de dúvidas, será uma grande conquista para a ADL e um coroamento de glória para ela.
O discurso de recepção ficará a cargo do ex-Presidente Augusto Fidelis, amicíssimo da homenageada.
Esclareço que ela foi eleita pelo plenário soberano da ADL.
Aproveito a oportunidade para agradecer-lhe pela crônica escrita por você sobre a SESSÃO DA SAUDADE.
Sucesso sempre!
JOÃO CARLOS RAMOS-PRESIDENTE DA ADL
Presado Braga, bom dia. Muito interessante esse ritual de culto aos que fazem sua passagem por essa vida e que compartilharam presença e ideias com os confrades nas instituições que se destinam à preservação e cultuo à memória dos eventos e pessoas e das efemérides. Parabenizo pela oportunidade de conhecer este ritual.
Abraços à Rute.
Postar um comentário