quarta-feira, 17 de outubro de 2018

VIAGEM AO REDOR DE UMA FRASE ATRIBUÍDA AO IMPERADOR CARLOS V


Por Francisco José dos Santos Braga
 

Mikhaíl Vasíl'evich LOMONÓSOV (1711-1765), grande cientista e defensor da ciência russa e criador da gramática científica russa, o qual, por tais feitos, deu seu nome à Universidade Estatal de Moscou (MGU), teria escrito o seguinte, segundo [BABAITSEVA, 2013, 116]:
"Карл Пятый, римский император, говоривал,  что испанским языком с Богом, французским с друзьями, немецким с неприятелями, итальянским с женским полом говорить прилично. Но если бы он российскому языку был искусен, то, конечно, к тому присовокупил бы, что им со всеми оными говорить пристойно,  ибо нашел бы в нем великолепие испанского, живость французского, крепость немецкого, нежность итальянского, сверх того богатство и сильную в изображениях краткость греческого и латинского языка."
Михаил Васильевич Ломоносов 

Minha tradução:
 
Carlos V ¹, imperador romano ², costumava dizer que era decente falar em espanhol com Deus, em francês com amigos, em alemão com inimigos ³, em italiano com as damas. Mas se ele fosse habilidoso na língua russa, então, decerto, a isso teria acrescentado que era possível falar decentemente com todos: tanto com Deus, quanto com os amigos, com os inimigos, assim como com as damas, porque a língua russa possui: a grandeza do espanhol, a vivacidade do francês, o vigor do alemão, a ternura do italiano; além disso, a riqueza e a forte brevidade nas imagens do grego e do latim.”
Mikhail Vasil'evich Lomonosov 
Lomonósov, o "Da Vinci russo", no primeiro plano; 
no fundo, edifício principal da MGU


NOTAS  EXPLICATIVAS 


¹  O referenciado foi imperador do Sacro Império Romano-Germânico como Carlos V a partir de 1519, e rei da Espanha como Carlos I, de 1516 até o ano de sua abdicação (1556), em favor de seu irmão mais novo Fernando I no império e de seu filho Filipe II na Espanha. Carlos era o herdeiro de três das principais dinastias europeias: a Casa de Habsburgo, a Casa de Valois-Borgonha dos Países Baixos Borgonheses e a Casa de Trastâmara das coroas de Aragão e Castela. Governou vastos domínios na Europa central, oriental e do sul, além das colônias espanholas nas Américas. Como o primeiro monarca a governar Castela, Leão e Aragão simultaneamente, tornou-se o primeiro rei da Espanha. Em 1556 abdicou de todos os seus títulos, passando a Monarquia de Habsburgo para seu irmão mais novo Fernando I no império, enquanto a Espanha ficava com seu filho Filipe II. Os dois impérios permaneceriam aliados até o século XVIII.

²  O mais correto teria sido, em vez de "imperador romano", ter mencionado: "imperador do Sacro Império Romano-Germânico e rei de Espanha". Carlos V era imperador de um território tão vasto que se tornou autor de outra citação que ganhou notoriedade: "No meu império, o Sol não se põe (nunca)."
Domínios da Casa de Habsburgo na Europa na abdicação de Carlos V

³   Carlos V identifica no idioma alemão um lado autoritário, através do qual costumava impressionar e ameaçar seus oponentes.


⁴  [BABAITSEVA, idem], no seu comentário ao texto de Lomonosov, inicialmente indaga: Por que a língua russa é capaz de expressar com sutileza e precisão os mais diferentes pensamentos e sentimentos? De onde tomou ela tais qualidades como grandeza, vivacidade, vigor, ternura e outras? 

A resposta a essas perguntas diz ela se encontra na história da língua russa, em sua originalidade de capturar as melhores características das línguas, com as quais teve contato. Da complexa história da língua russa resulta sua mais rica sinonímia, incluídas as diversidades variadas de meios de expressão, permitindo destacar na língua russa literária um tanto de estilos.


V. V. Vinagradov escreveu: “Diversos estilos na língua russa estão conectados com diversos meios de expressão sinonímicos, com uma variedade brilhante de cores expressivas.”

A riqueza estilística da língua russa é fornecida primeiro por sua sinonímia lexical, morfêmica, morfológica e sintática.


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Na primeira parte do dito de Lomonosov, apreciamos a citação de Carlos V; na segunda parte, Lomonosov faz uma exaltação à língua russa que, para ele, sintetiza não só as vantagens de todos os outros idiomas mencionados por Carlos V (1500-1558), mas também ainda podia rivalizar com o grego e o latim nas suas qualidades principais: a riqueza vocabular e a concisão dos conceitos.

Inicialmente, é recomendável precaver-se de citações. É muito comum a gente querer referir-se a alguma personalidade preeminente ou autoridade, fazendo uso de citações e pensamentos supostamente declarados. Às vezes, essas citações costumam aparecer distorcidas ou eventualmente inventadas na Web. Costumam ser atribuídas a determinada personalidade e delas são muitas vezes tiradas falsas interpretações ou conclusões apressadas de longo alcance.

Também cabe mencionar que há inúmeras variantes daquilo que efetivamente foi dito (ipsissima verba) pelo histórico imperador Carlos V. Por certo, é difícil afirmar o que efetivamente foi dito por Carlos V e até mesmo por Lomonosov, porque é possível encontrar também variantes para a tal declaração do russo, objeto da presente discussão. Quanto à referida citação de Lomonosov, não consegui estabelecer em qual ensaio e em que ano tais palavras de Carlos V foram mencionadas pelo russo. Possivelmente tenha sido retirada da sua Gramática Russa. O texto oferecido na abertura do presente ensaio encontra-se na página 114 do livro de Vera Vasil'evna Babaitseva, mencionado na bibliografia.

É importante determinar em que contexto Carlos V se referiu às línguas que falava. Suponhamos a situação em que determinado embaixador lhe tivesse indagado como ele conseguia governar um vasto império na Europa e América com múltiplas línguas. A sua resposta foi com os estereótipos europeus daquela época. Ele nasceu no Condado de Borgonha; então o francês era a língua com a qual cresceu falando e se sentia mais confortável. O neerlandês dos Países Baixos deve ter sido sua segunda língua. Quando chegou à Espanha, mal podia falar espanhol e seus súditos o consideraram um príncipe estrangeiro. Teve que reprimir muitas revoltas ao longo da Espanha para reivindicar seu trono e isso deve ter-se constituído prioridade sobre o resto dos assuntos de seu império. Depois de ter-se tornado rei de Castela (e mais tarde Aragão) como Carlos I, esforçou-se para falar castelhano, o que deve ter sido uma condição imposta pela nobreza castelhana para lhe dar apoio. Quando abdicou do trono, buscou a Espanha para se recolher (primeiro, no Mosteiro de Yuste em Extremadura e depois se internou no Mosteiro de San Lorenzo de El Escorial). Logo, esta a razão de ter dito: "falo o espanhol com Deus". Como imperador, Carlos V passou algum tempo na Alemanha e Itália. Quando presidiu a Dieta de Worms de 1521, por exemplo, precisou de um porta-voz para falar por ele, Johann Eck, um assistente de Richard von Greiffenklau zu Vollrads, príncipe-arcebispo de Tréveris, ocasião em que Martinho Lutero foi convocado pelo imperador a comparecer perante a assembleia, não sem antes receber do príncipe Frederico III um salvo-conduto, o que lhe possibilitou comparecer à assembleia do dia 16 a 18 de abril de 1521. Como Lutero não se retratou, em 8 de maio efetivou o banimento de Lutero. A Itália foi o sítio de inúmeros conflitos entre o Império e a França com o Império Otomano. Partes da Itália ao norte, como Bolonha (onde Carlos V foi coroado como imperador pelo Papa), eram possessões imperiais, mas a Sardenha, Nápoles e Sicília eram todas partes da herança aragonesa, demandando intervenção militar de Aragão e Castela. Ignora-se se Carlos V falava bem o italiano, mas pode ser que, quando se referiu a "falar em italiano com o sexo feminino" possa ser uma alusão à conquista de meretrizes em suas campanhas militares e viagens, porque a rainha era portuguesa, Isabel de Portugal (1503-1539), filha de Manuel I. Com ela teve sete filhos, mas teve outros sete filhos ilegítimos .

Lomonosov tomou uma das variantes existentes para compor o seu texto ou teria eventualmente "amenizado" as palavras efetivamente ditas por Carlos V? Acha-se na Internet uma variante que afirma que Carlos V teria declarado que era decente falar "em alemão com meu cavalo", por exemplo, em vez de "em alemão com inimigos". É claro que a diferença é significativa. Outra diz "em alemão com os meus soldados." Hoje, é até difícil imaginar que alguém tenha se referido tão pejorativamente ao idioma de Goethe, Schiller, Hölderlin ou Rilke. 

Também é possível imaginar que Carlos V estivesse sugerindo que uma língua particular combinava com um uso particular e buscasse aplicar cada uma do seu império a uma função específica. Assim, o espanhol como a língua da religião (Espanha era a principal região católica naquela época), o italiano como a língua da comunicação com o sexo feminino, o francês como a língua da diplomacia e dos cortesãos, e, mediante o emprego de certo eufemismo, o alemão como a língua adequada para dar comandos a seus guardas da cavalaria alemã, sendo o cavalo símbolo do vigor e da conquista (o Sacro Império Romano-Germânico foi possível com o concurso do Reino da Alemanha, mais tarde referido como o II e o III Reich).

A variante, frequentemente encontrada na Internet, que cita Carlos V falando "em alemão com seu cavalo", tem sua razão de ser, já que se verifica em manifestação de outra autoridade, tão ou mais conhecida do que o russo Lomonosov: o Reverendo irlandês JONATHAN SWIFT (1667-1745), autor de As Viagens de Gulliver, livro que ele pretendia fosse uma sátira da humanidade e dos livros de viajantes e das histórias sobre naufrágios em ilhas desertas. E o mais importante os leitores de Gulliver eram, supostamente, mais exigentes, no sentido humanitário, do que os leitores de Lomonosov; por isso é possível imaginar que a citação do irlandês tenha sido mais fidedigna. 

Claro que a versão de Lomonosov não deve ser desconsiderada, mas é possível imaginar que ele tenha deliberadamente "amenizado" a declaração do imperador Carlos V para não desagradar a Acadêmicos, naqueles anos que predominantemente falavam alemão. Tendo sido admitido em 1736 na recém-criada Academia de Ciências de São Petersburgo, Lomonosov foi enviado para estudar na Universidade de Marburg, onde se tornou discípulo do filósofo racionalista Christian Wolff. Durante três anos, recebeu um forte embasamento em ciências teóricas com o próprio Wolff (filosofia, matemática e física) e química (com Julius Duising), além de desenho e língua francesa. Em 1739, passou a estudar mineralogia e metalurgia com o químico Johann Friedrich Henckel e outros na cidade de Freiberg, na Saxônia. As desavenças com Henckel culminaram com o retorno de Lomonosov a Marburg ainda em 1739, onde se casou com Elizabeth Christine Zilch, uma garota alemã, que o convenceu a aceitar o ritual protestante, fato que, para não decepcionar a Igreja Ortodoxa russa, o levou a manter em segredo seu casamento por vários anos com receio de não ser aceito pelos seus compatriotas. Antes de voltar a São Petersburgo em julho de 1741, onde ficaria até a sua morte, Lomonosov ainda visitou muitas minas na Alemanha e Holanda, finalizando sua "formação estrangeira". Além disso, na casa de São Petersburgo, os Lomonosovs usualmente falavam o alemão. 

Na Parte IV do livro As Viagens de Gulliver, intitulada "Uma Viagem ao país dos Houyhnhnms", ele relata no Capítulo III a última jornada do viajante Gulliver ao país dos cavalos falantes (Houyhnhnms). Quando Gulliver foi morar em casa de um desses habitantes, passando a admirar e imitá-lo, bem como a assumir o seu estilo de vida, por outro lado passou a rejeitar a raça de criaturas humanóides selvagens e deformadas, muito semelhantes a seres humanos primitivos (chamados de Yahoos, dotados de um pouco de razão, que eles usavam apenas para exacerbar os vícios que lhes deu a natureza e a sua ganância), pelos quais nutre uma antipatia violenta. Por sua vez, esses Houyhnhnms eram uma raça de cavalos falantes, dotados de extrema polidez e virtude. Eles (os cavalos) eram os senhores, enquanto que os humanóides (Yahoos) eram escravos dos cavalos. Os Yahoos puxavam carroças em que os cavalos é que cavalgavam.

Então, conforme dizia, relendo as Viagens de Gulliver, por Jonathan Swift (1667-1745), deparei-me com a referência do autor irlandês ao comentário sobre a língua alemã feito por Carlos V na Parte IV Capítulo III. Observe que o narrador-protagonista ali se aplicava à aprendizagem do idioma dos Huyhnhnms (cavalos falantes); seu amo, um Houyhnhnm, o auxiliava no aprendizado; finalmente, o idioma é descrito. 

Vou reproduzir aqui o pequeno trecho da citada obra: 
"My principal endeavour was to learn the language: which my master (for so I shall henceforth call him) and his children, and every servant of his house, were desirous to teach me; for they looked upon it as a prodigy, that a brute animal should discover such marks of a rational creature. I pointed to everything, and inquired the name of it, which I wrote down in my journal-book when I was alone; and corrected my bad accent by desiring those of the family to pronounce it often. In this employment a sorrel nag, one of the under-servants, was very ready to assist me.
In speaking they pronounce through the nose and throat; and their language approaches nearest to the High Dutch or German of any I know in Europe; but is much more graceful and significant. The Emperor Charles V. made almost the same observation when he said that 'If he were to speak to his horse, it should be in High-Dutch'.
The curiosity and impatience of my master were so great, that he spent many hours of his leisure to instruct me. He was convinced (as he afterwards told me) that I must be a Yahoo; but my teachableness, civility, and cleanliness astonished him; which were qualities altogether opposite to those animals. (...)" 


Minha tradução:
 
"Minha principal tarefa consistia em aprender o idioma; para isso, meu amo (pois assim passarei a chamá-lo), seus filhos, e todos os criados de sua casa desejavam me ensinar, pois eles consideravam um prodígio que um animal irracional revelasse as marcas de uma criatura racional. Eu apontava para os objetos, e perguntava sobre os seus respectivos nomes, os quais anotava em meu diário quando estava sozinho, e corrigia o meu mau sotaque pedindo aos membros da família para repetirem várias vezes a pronúncia. Nesta ocupação estava sempre à minha disposição para me ajudar um cavalo alazão, que era um dos criados subalternos.
Ao falarem, eles pronunciam através do nariz e da garganta, e o idioma deles tem maiores semelhanças com o alto holandês, ou alemão, do que com qualquer outro idioma que eu conheço na Europa; mas é muito mais gracioso e expressivo. O imperador Carlos V fez quase a mesma observação, quando afirmou que, 'Se ele tivesse de conversar com seu cavalo, o idioma seria o alemão'.
A curiosidade e impaciência de meu amo eram tamanhas que ele passava muitas horas de seu lazer ensinando-me. Ele estava convencido (como me disse mais tarde) de que eu fosse um Yahoo: porém, minha aptidão para aprender, civilidade e asseio o surpreenderam; que eram qualidades completamente opostas àqueles animais. (...)" 
Observe que o autor aqui se aplica à aprendizagem da língua dos Houyhnhnms. Seu amo, Houyhnhnm, seus filhos, bem como todos os criados (também cavalos) o auxiliam no aprendizado. O idioma é descrito.




NOTAS  EXPLICATIVAS (cont.) 




  Foge ao escopo do presente ensaio uma análise das particularidades da rica biografia de Carlos V e do contexto histórico-social de seu tempo. Aos interessados na matéria, recomendo buscarem maiores detalhes  no texto do documentário "Memória de Espanha", citado na Bibliografia, ou em obras com esse perfil.

    "Hochdeutsch" ou alemão oficial.





BIBLIOGRAFIA CONSULTADA




BABAITSEVA, Vera Vasil'évna: Língua Russa. Classes 10-11, Moscou: Дрофа, 2013, 447 p. 
https://books.google.com.br/books?id=VJ5fDwAAQBAJ&pg=PA114&lpg=PA114#v=onepage&q&f=false

CHENKMAN, Ian: Lomonossov, o pioneiro da ciência russa, Gazeta Russa, 29/03/2014.

DOVIDAUSKAS, Sérgio & DEMETS, Grégoire Jean-François: 300 anos de Lomonosov, Campo Grande: revista Orbital Electronic Journal of Chemistry, vol. 3, nº 3, jul/set 2011, p. 150-173

TVE: documentário intitulado "Memória de Espanha", cujo texto é "O imperador Carlos V da Alemanha - o 1º de Espanha"




7 comentários:

Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...

Apresento-lhe meu novo ensaio sobre uma frase atribuída ao Imperador Carlos V (1500-1558), acerca de línguas faladas no Sacro Império Romano-Germânico, dentro do contexto em que ela apareceu em citações do russo Lomonósov (1711-1765) e do irlandês Jonathan Swift (1667-1745).
https://bragamusician.blogspot.com/2018/10/viagem-ao-redor-de-uma-frase-atribuida.html

Cordial abraço,
Francisco Braga

Dr. Rogério Medeiros Garcia de Lima (professor universitário, desembargador do TJMG, escritor e membro da Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

ERUDIÇÃO PURA!

Gilberto Mendonça Teles (poeta, crítico literário, autor de "O Terra A Terra da linguagem", agraciado com o prêmio Machado de Assis pelo conjunto da obra e com o Prêmio Juca Pato) disse...

Obrigado pela leitura do seu artigo sobre Carlos V e pela demonstração de como se faz uma bela pesquisa. Abraço do Gilberto Mendonça Teles.

Anderson Braga Horta (poeta, escritor, ex-presidente da ANE-Associação Nacional de Escritores e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal) disse...

Visto e apreciado, Francisco.

Abraços

Anderson

Danilo Carlos Gomes (cronista, escritor e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal e da Academia Brasiliense de Letras) disse...

Mestre Braga, gostei muito de sua aula sobre o Imperador Carlos V. Parabéns!
Gosto muito de História, biografias, memórias. Abraço do leitor e admirador Danilo Gomes.

Prof. Cupertino Santos (professor aposentado da rede paulistana de ensino fundamental) disse...

Caro professor Braga.
Mais um extraordinário, interessante e surpreendente ensaio a respeito desse tema, especialmente pela sua condição de autor e estudioso brasileiro. É de se notar a natureza transnacional do império de Carlos V, numa Europa dividida por preconceitos envolvendo caracteres nacionais e por conflitos seculares, embora a conjuntura geopolítica não tenha sido a preocupação objetiva desse seu trabalho. Ao que parece também, como ocorre com muitas mulheres de fala portuguesa casada com estrangeiros, a D. Isabel não conversava com seu marido no seu idioma natal.
Muito grato.

Dr. Mário Pellegrini Cupello (escritor, pesquisador, presidente do Instituto Cultural Visconde do Rio Preto de Valença-RJ, e sócio correspondente do IHG e Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

Caro amigo Braga

Belíssimo ensaio sobre o Imperador Carlos V, resultado de uma refinada pesquisa, aliás, tudo que emana da lavra literária do estimado amigo.

Agradecemos pela gentileza do envio.

Cordial abraço, dos amigos Mario e Beth.