quinta-feira, 21 de abril de 2022

PERSONALIDADE: LIMA BARRETO


Por Francisco José dos Santos Braga

Afonso Henriques de Lima Barreto - escritor




A crítica de O Triste Fim de Policarpo Quaresma, da autoria de M. de Oliveira Lima, foi publicada, pela primeira vez, no O Estado de São Paulo, de 13 de novembro de 1916, por ocasião do aparecimento da 1ª edição em livro. Essa crítica constituiu prefácio da edição das Obras Completas, São Paulo: Ed. Brasiliense, 1956. A partir dessa antológica edição, as que se seguiram utilizaram essa bela página de M. de Oliveira Lima como prefácio.

Oliveira Lima, intelectual de grande prestígio, escreveu, como se verá abaixo, um artigo muito elogioso à obra de Lima Barreto. Este, em carta de agradecimento ao intelectual pernambucano, disse que a crítica o "animara". Não é difícil entender a escolha desse termo, considerando o estado de espírito do escritor carioca no período.

A crítica de M. de Oliveira Lima se inicia com uma frase dura dirigida aos jornalistas, acusando a imprensa do País de ser "quem menos lê". Dirige em seguida sua verbena à crítica literária quando teve alguns de seus representantes saudando a aparição de Canaã como revolução genial. Não entende o porquê de tanto silêncio em relação a O Triste Fim de Policarpo Quaresma quando o tinha em conta de cem vezes superior a Canaã, em todo sentido. Ou seja, ao defender Lima Barreto não poupou nem mesmo Graça Aranha, o aclamado por nossos críticos literários. 

Em outro trabalho meu ¹, tratei da dificuldade de Lima Barreto em ajuntar o dinheiro para realizar o seu sonho de ver o livro publicado. O próprio autor, em março de 1916, mas sem data precisa, escreve em seu diário, conforme [MENDONÇA (org.), 126-7]:
"Policarpo Quaresma foi escrito em dois meses e pouco, depois publicado em folhetins no Jornal do Comércio da tarde, em 1911. Quem o publicou foi o José Félix Pacheco. Emendei-o como pude e nunca encontrei quem o quisesse editar em livro. Em fins de 1915, devido a circunstâncias e motivos obscuros, cismei em publicá-lo. Tomei dinheiro daqui e dali, inclusive do Santos, que me emprestou trezentos mil-réis, e o Benedito imprimiu-o. ²  Os críticos generosos só se lembravam diante dele do Dom Quixote. V. Oliveira Lima e Afonso Celso. Audaces fortuna juvat. (...)" (Trad. A sorte protege os audaciosos. Ou a sorte favorece os audaciosos. Ou a sorte sorri para os que ousam. Virg. Eneida, X, 284)
No mesmo trabalho esclareci ainda que Policarpo veio a público em 52 folhetins do Jornal do Comércio, no vespertino, de 11 de agosto a 19 de outubro de 1911. A sua primeira edição em livro foi publicada em 1916, no Rio de Janeiro, pela Tipografia Revista dos Tribunais, única em vida do autor. 
 
Coleção Brasiliana Itaú / Reprodução Fotográfica Horst Merkel / Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural

 
 
Veja a anotação de Lima Barreto no seu diário em março de 1916, sem data precisa, segundo [MENDONÇA (org.), 126]
"Meu livro, o Policarpo, saiu há quase um mês. Só um jornal falou sobre ele três vezes (de sobra). Em uma delas, Fábio Luz assinou um artigo bem agradável. Ele saiu nas vésperas do carnaval. Ninguém pensava em outra coisa. Passou-se o carnaval e Portugal teve a cisma de provocar guerra com a Alemanha. As folhas não se importavam com outra coisa senão com o gesto comicamente davidinesco de Portugal. Enchiam colunas com notícias como esta: 'A esquadra portuguesa foi mobilizada. Acham-se em pé de combate o couraçado Vasco da Gama, o cruzador Adamastor, a corveta Dona Maria da Glória, a nau Catarineta, a caravela Nossa Senhora das Dores, o brigue Voador e o bergantim Relâmpago'. E não têm tempo de falar no meu livro, os jornais, estes jornais do Rio de Janeiro."




1)  POLYCARPO QUARESMA, por Manuel de Oliveira Lima ³



O "triste" fim do major Quaresma, coroando uma triste vida, constitue o entrecho de uma novella à qual a imprensa do paiz não fez ainda a devida justiça, porventura pela simples razão de ser a imprensa quem menos lê. Já lhe basta, dirá ella, ter que fornecer o que ler. Entretanto nessa imprensa houve, ha quinze annos passados, mais de um critico que saudasse como uma revelação genial a apparição de "Channaan". O que dizer então do romance do sr. Lima Barreto, que lhe é em todo sentido cem vezes superior? Querem a prova? Qual dos typos desenhados pelo sr. Graça Aranha perdurará na memoria mesmo dos intellectuaes, como acontece com o conselheiro Acacio, o João da Ega, o Damaso, o poeta Alencar? Em Milkau e em Lentz pretendeu o autor do "Chanaan" symbolisar as tendencias oppostas da alma alleman, o idealismo e a força, mas representará isso um pensamento original, ou será antes o chavão batido por todo aspirante a observador das psychologias estranhas? O que faz a superioridade olympica de Goethe, senão a combinação perfeita daquelles dois elementos?

Entretanto o major Quaresma viverá na tradição, como um Dom Quixote nacional. Ambos são typos de optimistas incuraveis, porque acreditam que os males sociaes e soffrimentos humanos podem ser curados pela mais simples e ao mesmo tempo mais difficil das therapeuticas, que é a applicação da justiça da qual um e outro se arvoraram paladinos. Um levou sovas por querer proteger os fracos; o outro foi fuzilado por querer na sua bondade salvar innocentes. Visionarios ambos: assim tratou o marechal de ferro o seu amigo Quaresma e trataria Dom Quixote, se houvesse lido Cervantes.

O romance do sr. Lima Barreto, se não alvorotou a imprensa, impressionou fortemente quantos o leram. Não tenho ouvido a tal respeito uma opinião discrepante. É um grande livro, por consenso commum. A unica pecha de que o tenho ouvido culpar, não me parece absolutamente justa. Refere-se à linguagem, ou melhor ao estylo, julgado menos cuidado e por vezes incorrecto, por ser a linguagem simples e propositalmente desataviada. Por identico motivo era Eça de Queiroz no começo taxado (sic) de escrever mal. O sr. Lima Barreto procura felizmente não escrever bonito: antes, mil vezes antes, singelo, familiar mesmo, do que pernostico.

O facto porém é que o autor conta até felizes achados de expressão traduzindo felicissimos conceitos, como por exemplo, a oradora da delegação patriotica a Floriano: de busto curto, agitando o leque, "sem se poder dizer bem qual sua côr ou sua raça, tantas nella andavam que uma escondia a outra" , desafiando a classificação; ou o almirante Caldas, que achava difficil manobrar com um navio mas facil commandar uma esquadra, porque para isto bastava bravura; ou ainda o tenente Fontes que, quando o major Quaresma queria regular os tiros scientificamente, pela distancia, pela alça, pelo angulo, exclamava que o seu superior pensava estar num polygono, quando a questão era de "fogo para diante".

O sr. Lima Barreto não se dá ao luxo, por vezes espaventoso, de rebuscadas psychologias. Ao leitor deixa elle o reconstituir o caracter dos seus personagens: o leitor porém o póde fazer sem fadiga, naturalmente, quasi instinctivamente, com os elementos postos à sua disposição observações passageiras, fragmentos de dialogos, notações rapidas de sentimentos. De tudo isso se deriva uma psychologia completa, que melhor se grava no nosso espirito do que se fosse feita por meio de subtil e detalhada analyse. Alguem comparou um dia um romance de Bourget com um retrato de Velasquez (sic), psychologos ambos de rara penetração, mas eu sempre prefiro o retrato de Velasquez.

No romance do sr. Lima Barreto ha figuras inolvidaveis, a do protagonista por exemplo, ou a do trovador Ricardo Coração dos Outros, um visionario tambem, poeta do violão. Com nenhum gasta o autor muitas pinceladas: a pintura resalta (sic) da propria acção. Elle reserva o mais das suas tintas para o perfil que se tem querido fazer enigmatico de Floriano (enigmatico para os que não querem traçal-o à luz da verdade) e de que elle conseguiu um desenho impressivo. Physicamente, a figura do ditador "era vulgar e desoladora. O bigode cahido, o labio inferior pendente e molle a que se agarrava uma grande "mosca"; os traços flacidos e grosseiros; não havia nem o desenho do queixo ou olhar que fosse proprio, que revelasse algum dote superior. Era um olhar mortiço, redondo, pobre de expressões, a não ser de tristeza que não lhe era individual, mas nativa, de raça; e todo elle era gelatinoso parecia não ter nervos."

No moral, os traços predominantes eram a probidade pessoal, que no Imperio era ou tinha de ser um predicado geral; o amor da familia, mais forte nas civilisações patriarchaes, como era a da sua formação moral; uma indolencia organica, "preguiça de pensar e de agir, da qual vinha o seu mutismo; os seus mysteriosos monosyllabos, elevados à altura de ditos sibyllinos, as famosas 'encruzilhadas dos talvezes', que tanto reagiram sobre a intelligencia e imaginação nacionaes, mendigas de heroes e grandes homens"; a calma de chinelos e palito na bocca que alli se originava e que era antes "tibieza de animo" responsavel pelas condescendencias e intimidades que autorisava e que tornaram esse governo um governo de prepotencias commettidas pelos irresponsaveis.

Em que se firmava tal governo, se lhe faltava o elemento essencial da fortaleza do "homem", homem-Cesar? De um concurso de circumstancias geradoras de um "enthusiasmo contagioso" por uma figura "placida e triste", incapaz de realisar qualquer grande reforma e apenas capaz de exercer uma tyrannia domestica. Polycarpo Quaresma imaginára nelle um Henrique IV desdobrando-se num Sully. A atmosphera exaltada, nativista da época, dera-lhe uns reflexos tragicos de Richelieu embebido na idéa da unidade da França e da supremacia dos interesses do Estado. O "homem" valia menos. Os que tinham vindo a elle, faziam-no "ou com pueris pensamentos politicos ou por interesse: nada de superior os animava. Mesmo entre os moços, que eram muitos, se não havia baixo interesse, existia uma adoração fetichica pela forma republicana, um exaggero das virtudes della, um pendor para o despotismo, que os seus estudos e meditação não podiam achar justo."

A mocidade de hoje pensa diversamente com relação a processos de governo. Ha mais scepticismo e tambem mais tolerancia. Eu não penso, felizmente para o Brasil, que fosse "hoje" possivel renovar aquelle periodo do Boqueirão e do famoso kilometro. É verdade que temos perto de nós a ilha das Cobras, o "Satellite" e o Contestado... Mas eu "quero" crer que assim será, que a bondade famosa da alma brasileira se tornará uma realidade, e para isto me fio no que sentem e como sentem os escriptores que vão surgindo, a exemplo do sr. Lima Barreto.

Veja-se como elle descreve o pessoal onde se iam recrutar os fuzilados do Boqueirão: "Brancos, pretos, mulatos, caboclos, gente de todas as côres e de todos os sentimentos, gente que se tinha mettido em tal aventura pelo habito de obedecer, gente inteiramente estranha à questão em debate, gente arrancada à força aos lares ou à calaçaria das ruas, pequeninos, tenros, ou que se haviam alistado por miseria; gente ignara, simples, às vezes cruel e perversa como crianças inconscientes, às vezes boa e docil como um cordeiro, mas emfim gente sem responsabilidade, sem anceio politico, sem vontade propria, simples automatos nas mãos dos chefes e superiores que a tinham abandonado à mercê do vencedor."

Este... "O tempo estava de morte, de carnificina; todos tinham sêde de matar, para affirmar mais a victoria e sentil-a bem na consciencia coisa sua, propria e altamente honrosa." Pobre Polycarpo Quaresma, preso por haver protestado, no uso de um direito constitucional, contra os horrores da matança a sangue frio, e levado para a mesma masmorra onde tinham penado, no tempo colonial, alguns formosos espiritos ávidos de independencia... "Aquelles homens, accusados de crime tão nefando em face da legislação da época, tinham levado dois annos a ser julgados; e elle, que não tinha crime algum, nem era ouvido, nem era julgado: seria simplesmente executado!"

Não é um dos menores meritos deste romance o poder ser posto em todas as mãos sem constituir uma offensa à moral. Nos contos mesmo que lhe servem de appendice, ha reserva, e grande, todas as vezes que se toca a nota sensual ou brejeira. Nos typos femininos, Ismenia e Olga sobretudo, a delicadeza do desenho é notavel, lembrando algumas das criações de Machado de Assis. Nada de certas scenas do "Chanaan", dignas de um gabinete de parteira. Em "Polycarpo Quaresma" predomina o sentimento: banha o livro um sopro de compaixão, uma vibração mysteriosa de piedade que resgata qualquer defeito de composição, que ainda possa apresentar essa segunda tentativa, no genero romance, da mais promettedora vocação da geração nova, espirito no qual se allia ao senso do pittoresco o senso social.

É preciso remontar até "O Mulato" para se lhe encontrar termo de comparação, talvez mesmo mais longe, às "Memorias de um sargento de milicias", porque em Aluizio Azevedo era forte a preoccupação da escola naturalista e sensivel a influencia de Zola e de Eça de Queiroz, ao passo que o sr. Lima Barreto, como Manuel de Almeida, se contenta, sem esforços de originalidade, em ser elle proprio.

Rio, Novembro de 1916. 

Oliveira Lima

Fonte: O ESTADO DE S. PAULO, edição nº 13.838 de 13/11/1916, p. 4.
 
 

NOTAS EXPLICATIVAS




¹   Blog do Braga: "Lima Barreto ou a Sinceridade", publicado em 31/8/2016. Linkhttp://bragamusician.blogspot.com.br/2016/08/
lima-barreto-ou-sinceridade.html

²   Aqui Lima Barreto faz referência a Antônio Noronha Santos e Benedito de Sousa.

³   A crítica de Oliveira Lima integra as edições de O Triste Fim de Policarpo Quaresma como prefácio, depois daquela célebre das Obras Completas, em 1956. Essa famosa crítica, citada até mesmo por Lima Barreto, será reproduzida aqui da forma como saiu na edição nº 13.838 de 13/11/1916, p. 4, com a sua grafia de época. Para fins de comparação com a atual grafia, sugiro uma das que se encontram na Internet (por exemplo, https://www.academia.org.br/academicos/oliveira-lima/textos-escolhidos) ou disponível em praticamente todas as edições de Triste fim de Policarpo Quaresma.

  A citação foi extraída do primeiro capítulo "Patriotas" da terceira parte do livro, onde Lima Barreto expõe o ridículo de uma audiência com o ditador marechal Floriano Peixoto. O major Quaresma fora a palácio para entregar um memorial a Floriano, em que "se expunham as medidas necessárias para o levantamento da agricultura e se mostravam todos os entraves, oriundos da grande propriedade, das exações fiscais, da carestia de fretes, da estreiteza dos mercados e das violências políticas."
Algo estava para acontecer com esse seu gesto tresloucado. Havia como que um presságio ("foreshadowing", termo usado por autores ingleses) pairando no ar: sua irmã Adelaide e o preto velho Anastácio farejaram desgraça na sua iniciativa. Enquanto major Quaresma aguardava pacientemente a um canto da sala, à espera de um aceno do presidente para se aproximasse, presenciou a seguinte cena, descrita da seguinte forma por Lima Barreto:  
"(...) Ficara Quaresma a um canto vendo entrar um e outro, à espera que o presidente o chamasse. Era cedo, pouco devia faltar para o meio-dia, e Floriano tinha ainda, como sinal do almoço, o palito na boca. 
Falou em primeiro lugar a uma comissão de senhoras que vinham oferecer o seu braço e o seu sangue em defesa das instituições e da pátria. A oradora era uma mulher baixa, de busto curto, gorda, com grandes seios altos e falava agitando o leque fechado na mão direita. 
Não se podia dizer bem qual a sua cor, sua raça, ao menos: andavam tantas nela que uma escondia a outra, furtando toda ela a uma classificação honesta. 
Enquanto falava, a mulherzinha deitava sobre o marechal os grandes olhos que despediam chispas. Floriano parecia incomodado com aquele chamejar; era como se temesse derreter-se ao calor daquele olhar que queimava mais sedução que patriotismo. Fugia encará-la, abaixava o rosto como um adolescente, batia com os dedos na mesa... 
Quando lhe chegou a vez de falar, levantou um pouco o rosto, mas sem encarar a mulher, e, com um grosso e difícil sorriso de roceiro, declinou da oferta, visto a república ainda dispor de bastante força para vencer. (...)" 

  No mesmo capítulo, intitulado "Patriotas", Lima Barreto descreve a fisionomia de Floriano, aquele que ia acumular "em suas mãos, durante quase um ano, tão fortes poderes, poderes de Imperador Romano, pairando sobre tudo, limitando tudo, sem encontrar obstáculo algum aos seus caprichos, às suas fraquezas e vontades, nem nas leis, nem nos costumes, nem na piedade universal e humana," não sem antes criticar abertamente a "entourage" de Floriano, "os cadetes da Escola Militar que formavam a falange sagrada e que tinham todos os privilégios e todos os direitos". Aproveitou a oportunidade para apontar "uns trapos de positivismo colado naquelas inteligências", levando os cadetes a idolatrar "especialmente Floriano e vagamente a República".

Ainda do capítulo "Patriotas", extraio um trecho dedicado à descrição do caráter e do temperamento de Floriano:
"com uma ausência total de qualidades intelectuais, havia no caráter do Marechal Floriano uma qualidade predominante: tibieza de ânimo; e no seu temperamento, muita preguiça."


REFERÊNCIAS  BIBLIOGRÁFICAS


BRAGA, Francisco José dos Santos Braga: Lima Barreto ou a Sinceridade, publicada em 31/08/2016 no Blog do Braga. 
 
MENDONÇA, Bernardo (org.): LIMA BARRETO, UM LONGO SONHO DO FUTURO: Diários, cartas, entrevistas e confissões dispersas, Rio de Janeiro: Graphia Editorial, 2ª edição, 406 p., 1998.
 
OLIVEIRA LIMA, Manuel de. Prefácio. In: BARRETO, Lima. Triste Fim de Policarpo Quaresma. Publicado pela primeira vez em O Estado de S. Paulo, edição nº 13.838 de 13/11/1916, p. 4 

7 comentários:

Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, tradutor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...

Prezad@,
O momento do pré-modernismo nas letras nacionais é precipuamente representado na prosa por Lima Barreto e Euclides da Cunha. Embora os textos produzidos por esses autores tenham temáticas e características estéticas diversas, ambos apresentam-se comprometidos com as ideias de representação do País no início do século XX.

Lima Barreto nasceu e praticamente viveu toda a sua vida nos subúrbios cariocas, tendo passado curta temporada em Ouro Fino-MG, em 1916.

Após a abertura feita por mim examino e reproduzo importante prefácio da autoria de M. de Oliveira Lima, que foi publicado, pela primeira vez, no O Estado de São Paulo, de 13 de novembro de 1916, por ocasião do aparecimento da 1ª edição em livro. Essa crítica constituiu prefácio da edição das Obras Completas, São Paulo: Ed. Brasiliense, 1956. A partir dessa antológica edição, as que se seguiram utilizaram essa bela página de M. de Oliveira Lima como prefácio. Foi utilizada aqui a grafia original, conforme aparece no periódico paulista.

Link: https://bragamusician.blogspot.com/2017/01/personalidade-lima-barreto.html 👈

Abraço cordial
Francisco Braga

Angela Togeiro (escritora que possui prêmios literários em prosa e verso em quase todos os Estados do território brasileiro e internacionais em Portugal, Espanha, Inglaterra, Itália, EUA, Canadá, México, Argentina, Chile, Uruguai) disse...

Recebido. Obrigada! Boa sorte!

Anderson Braga Horta (poeta, escritor, ex-presidente da ANE-Associação Nacional de Escritores e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal) disse...

Agradeço o envio, Francisco.
Muito bom.
Abs. Anderson

Diamantino Bártolo (professor universitário Venade-Caminha-Portugal, gerente de blog que leva o seu nome http://diamantinobartolo.blogspot.com.br/) disse...

Parabéns!

Mario Pellegrini Cupello, Arquiteto, Pres. do Instituto Cultural Visconde do Rio Preto - Valença RJ - Membro Efetivo da Academia Valenciana de Letras, entre outras instituições, disse...

Caro amigo Braga
Parabéns pelo seu trabalho memorialista sobre Lima Barreto, excelente como tantas outras obras literárias de sua autoria.
Abraços, meus e de Beth.
Mario.

Hebe Rôla (escritora, contadora de histórias, pesquisadora da cultura popular e da linguagem dos sinos, licenciada em Língua Portuguesa, Língua Francesa e especialista em Leitura e Produção de Textos pela PUC Minas, professora emérita da UFOP e presidente da Casa de Cultura, a Academia Marianense de Letras, Ciências e Artes) disse...

Excelente trabalho, Dr.Francisco Braga.

Prof. Cupertino Santos (professor aposentado da rede paulistana de ensino fundamental) disse...

Caro professor Braga

A fabulosa crítica de um conservador ilustrado e talentoso que reconhece a obra de um pobre idealista genial à frente de seu tempo. Algo quase impensável no debate de ideias atualmente. Por outro lado, desprende-se dela e dos demais apontamentos um retrato chocante dos acontecimentos políticos de uma época conturbada, de mudanças modernizantes mas com a brutalidade de sua natureza social de sempre.
Cumprimentos pela excelente publicação.
Cupertino