segunda-feira, 26 de abril de 2021

MORTE DE UM FUNCIONÁRIO



Por Antón Pávlovitch Tchékhov
Traduzido do russo por Francisco José dos Santos Braga

"Morte de um Funcionário" é um conto de Antón Tchékhov publicado originalmente na revista Oskolki ¹, São Petersburgo, edição número 27 de 02/07/1883, com o subtítulo "Um Incidente" (Случай) pelo pseudônimo A. Tchekhonte (А. Чехонте). Foi incluído (sem o subtítulo) na coleção Contos Heterogêneos de Tchékhov de 1886 publicada em São Petersburgo e apresentado sem alterações em suas 2ª-14ª edições (1891–1899). Também in Obras Completas por A.P. Tchékhov em 12 volumes. Literatura de Ficção. Moscou, 1960, vol. 2, p. 550. 

 

Numa noite encantadora, o não menos encantador funcionário, Ivan Dmítritch Tcherviakóv, estava sentado na segunda fila de poltronas e assistia de binóculo a "Os Sinos de Corneville" ². Ele assistia e se sentia no auge do enlevo. Mas de repente... Nos contos se tropeça com frequência neste "mas de repente". Os autores têm razão: a vida é tão cheia de surpresas! mas de repente seu rosto se contraiu, os olhos se reviraram, a respiração se interrompeu... afastou o binóculo dos olhos, inclinou a cabeça e... atchim!, espirrou!!! Espirrou, como podes ver. Ninguém e em nenhum lugar está proibido de espirrar. Espirram tanto os mujiques quanto os comissários de polícia e, às vezes, os conselheiros secretos. Todos espirram. Tcherviakóv não ficou confuso, assoou-se com um lencinho e, como uma pessoa educada, olhou em volta de si: teria incomodado alguém com seu espirro? Mas aqui já se viu obrigado a ficar envergonhado. Viu um velhinho sentado à sua frente, na primeira fila de poltronas, a enxugar cuidadosamente a careca e o pescoço com a luva e a resmungar algo. No velhinho Tcherviakóv reconheceu o general civil Brizjálov, funcionário do Departamento das Vias de Comunicação. 
 
"Espirrou, como podes ver." (ilustração de 1955 por Anatoly Bazilevich)

“Eu o respinguei! pensou Tcherviakóv. Não é meu superior, é um estranho, mas sempre é desagradável.”
Tcherviakóv pigarreou, inclinou o corpo para a frente e cochichou no ouvido do general: 
Desculpe, Vossência, eu o respinguei... foi sem querer... 
Não foi nada, nada... 
Pelo amor de Deus, desculpe. Pois eu... não fiz por mal! 
Ora, volte para a sua poltrona, por favor! Deixe-me ouvir! 
Tcherviakóv ficou envergonhado, esboçou um sorriso tolo e pôs-se a olhar para o palco. Assistia, mas não se deleitava mais. A aflição começou a persegui-lo. No intervalo dirigiu-se a Brizjálov, caminhou ao lado dele e, vencendo a timidez, balbuciou: 
Eu o respinguei, Vossência... Perdoe... Pois eu... não foi por mal... 
Ora, basta... Já tinha esquecido, e o Sr. volta ao mesmo assunto! disse o general e moveu o lábio inferior com impaciência. 
“Esqueceu, mas nos seus olhos há maldade, pensou Tcherniakóv, olhando desconfiado para o general e não quer conversa. Seria preciso explicar-lhe que foi mesmo sem querer... que é uma lei da natureza, senão vai pensar que eu quis cuspir. Se não vai pensar agora, assim pensará depois!...”
Ao chegar à casa, Tcherviakóv contou à mulher sobre a sua falta de educação. Pareceu-lhe que ela não deu muita importância ao incidente. Apenas se assustou, mas depois, quando soube que Brizjálov era um "estranho", acalmou-se. 
Mas, de qualquer maneira, vá pedir-lhe desculpa disse ela. Ele vai pensar que você não sabe se comportar em público! 
Aí está! Desculpei-me, mas ele reagiu de modo estranho... Não disse nenhuma palavra que preste. Sim, e não havia mesmo tempo para conversar. 
No dia seguinte, Tcherviakóv envergou o uniforme novo, aparou o cabelo e foi dar explicações a Brizjálov... Ao entrar na sala de espera do general, viu lá muitos requerentes, entre eles o próprio general, o qual já começara a receber os requerimentos. Depois de interrogar alguns dos requerentes, o general ergueu os olhos também para Tcherviakóv. 
Ontem, no "Arcádia", se Vossência se recorda, começou a expor o funcionário eu espirrei e... sem querer respinguei... Descul... 
Que besteira... Vai saber! E o Sr., o que deseja? dirigiu-se ao próximo requerente. 
“Não quer conversa! pensou Tcherviakóv, ficando pálido. Quer dizer, está zangado... Não, isto não pode ficar assim... Eu vou lhe explicar...”
Concluída a última audiência, o general se encaminhou para as dependências internas. Tcherviakóv deu uns passos atrás dele e balbuciou: 
Vossência! Se me atrevo a incomodá-lo, é justamente pela sensação, posso lhe dizer, de arrependimento!... Foi sem querer, queira compreender! 
O general fez cara de choro e acenou com a mão, como se desse adeus. 
Mas o Sr. está é pilheriando, meu senhor! disse o general, desaparecendo por detrás da porta.  
“Que pilhérias pode haver aqui? pensou Tcherviakóv Aqui não há pilhéria nenhuma! É general, porém não pode compreender. Assim sendo, não vou me desculpar mais diante deste fanfarrão. Vá para o diabo! Vou lhe escrever uma carta, mas não tornarei a vir! Juro, não tornarei!”
Assim pensava Tcherviakóv a caminho de casa. Ele não escreveu cartas ao general. Pensou, pensou e de jeito nenhum atinou como inventar a tal carta. No dia seguinte, viu-se obrigado a ir em pessoa para se explicar. 
Ontem vim incomodá-lo, Vossência resmungou, enquanto o general erguia para ele os olhos indagadores, não foi para pilheriar, como o Sr. se dignou dizer. Pedi desculpas por ter, ao espirrar, cuspi... mas não pensava em pilheriar. Poderia eu pilheriar? Será que tenho o direito de pilheriar? Se pilheriarmos uns aos outros, então não haverá nenhum respeito pelas pessoas de consideração... não haverá... 
Fora! urrou, de repente, o general, roxo de raiva e a tremer. 
Que significa isso? perguntou em voz baixa Tcherviakóv, congelando-se de horror. 
Fora! repetiu o general, batendo com os pés. 
 
Fora! urrou, de repente, o general, roxo de raiva e a tremer.
 
Na barriga de Tcherviakóv algo se desprendeu. Sem ver nem ouvir nada, ele recuou até à porta, saiu para a rua e foi-se arrastando... Ao chegar mecanicamente à casa, sem tirar o uniforme, deitou-se no sofá e... morreu. 
 
"Ao chegar mecanicamente à casa, sem tirar o uniforme, deitou-se no sofá e... morreu."

 
Link: https://ilibrary.ru/text/987/p.1/index.html
 
 
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BREVE ANÁLISE LITERÁRIA DE "MORTE DE UM FUNCIONÁRIO"

Heróis 

Ivan Dmítritch Tcherviakóv; 
esposa de Tcherviakóv; 
General Brizjálov. 
O tema principal é o do "homenzinho". 
Problemas 
supressão da personalidade humana; 
renúncia à dignidade humana. 
 
Análise 
Neste conto, Tchékhov aborda o tópico do "homenzinho" ou "pequena pessoa". Aqui protesta contra a supressão da personalidade humana. 
O homenzinho desta história é cômico e patético. O riso evoca a insistência absurda de Tcherviakóv, e a piedade acarreta sua zelosa humilhação de si mesmo. Reiteradamente desculpando-se com o general, o funcionário renunciou à sua dignidade humana. O conto retrata um funcionário insignificante que, sem nenhuma razão em particular, está em permanente perturbação. 
No início do conto, o autor compara dois lados: o de um pequeno funcionário e o de um general. A todo custo tentando desculpar-se, o funcionário finalmente leva o general à agressão. Portanto, na história o general não aparece como um vilão completo. Devido ao fato de que o general gritou com o visitante, Tcherviakóv morre um esquema de enredo aparentemente simples e um incidente absolutamente comum. 
Mas Tcherviakóv não morreu de medo, mas do fato inadmissível de que os princípios sagrados para ele (reverência à honra e o hábito da introjeção da hierarquia) tenham sido violados por uma pessoa de alto escalão. 
 
A PRESENÇA DO HOMENZINHO NA OBRA DE A.P. TCHÉKHOV 
 
O "homenzinho" possui uma longa existência na produção literária russa. Esse conceito é utilizado como tema recorrente nas obras de Pushkin (1799-1837), Gógol (1809-1852), Dostoiévski (1821-1881) e Tchékhov (1860-1904) no século XIX. Cristalizou-se no imaginário dos seus leitores a imagem dessa pessoa sem importância, simplória e ingênua, que permite paradoxalmente evidenciar a verdadeira essência dos “valores imaginários”, normas e convenções que se estabeleceram na sociedade russa czarista. À primeira vista, o tema do "homenzinho" parece exaustivamente estudado e é considerado por muitos como atualmente desatualizado. No entanto, analisando a herança criativa dos grandes satíricos, pode-se perguntar a razão por que o "homenzinho" aparece em um grande número de obras e "surfa" com os escritores na Rússia. Pode-se citar que, no decurso do tempo, ele aparece como um funcionário comum servindo na Rússia czarista; participa de eventos revolucionários ou se esconde deles; torna-se o "mestre da vida" no novo Estado ou compartilha as dificuldades da vida no exílio. Herdando as tradições dos quatro grandes escritores, os satíricos russos contemporâneos abordam o tema do “homenzinho” de modo diverso, mas o volume de obras sobre ele é limitado em gênero: ora um folhetim que visa ridicularizar um determinado fato da realidade; ora uma anedota que cresceu fora do gênero oral e é projetada para refletir o paradoxo e imprevisibilidade da vida; às vezes, sob a forma de uma paródia cujo objetivo era zombar de novas realidades de vida; outras vezes, por fim, como elemento presente em diversos gêneros jornalísticos e de abordagens do cotidiano. 
 
COMÉDIA DE COSTUMES ³
 
Em “A.P. Chekhov. Busca ideológica e criativa”, G.P. Berdnikov chama a atenção para tal característica na representação de personagens, quando um traço característico da época se expressa através da psicologia do herói: 
"Já nos primeiros anos de seu trabalho,Tchékhov conseguiu criar uma galeria incomparável de personagens humanos, cada um dos quais carregava alguns sinais dos aspectos essenciais da vida social, e todos juntos reproduziam um quadro surpreendente em escala e profundidade da vida e dos costumes de seu tempo. Voltando-se para a descrição da vida e dos costumes burocráticos, o jovem escritor retoma um dos temas tradicionais da literatura russa, que remonta a Gogol. Este tema nasceu democrático e humanista. As obras sobre pequenos funcionários estavam cheias de compaixão, eles aprenderam a ver em Akaki Akakievich trabalhadores de departamento não correspondidos pessoas desfavorecidas e oprimidas. No entanto, o humanismo e a democracia desta literatura tinha um caráter sentimental e sonhador. Era perfeitamente compreensível para o autor, portanto, que ele não poderia satisfazer não apenas os círculos democrático-revolucionários, mas também os escritores democráticos que se acostumaram com eles. N.G. Chernyshevsky chamou a atenção para a culpa pessoal de Akaki Akakievich, para o fato de que seu destino é de fato o destino natural de uma pessoa insignificante, em geral, e não tem razão para reivindicar uma sorte diferente. N.G. Chernyshevsky, em primeiro lugar, tinha em mente a falta de autoconsciência de Akaki Akakievich, e as críticas a que sujeitou o “homenzinho” deveriam ter despertado seu desejo de lutar por sua dignidade humana. 
A atitude de Tchékhov para com o "homenzinho" coincide com os pensamentos expressos por Chernyshevsky. Em primeiro lugar, ele renuncia resolutamente a qualquer ilusão, esforçando-se por opor-se a ela com a verdade insolente da vida. “Desistam, tenham misericórdia de seus registradores colegiados oprimidos!” Ele escreveu a seu irmão Alexander em 4 de janeiro de 1886 (Volume 13, 156), retratando o atual estado de coisas. Aqui Tchékhov mostra não apenas a pobreza mental de seus heróis, não apenas sua falta de senso de sua própria dignidade, autoconsciência elementar, mas também sua ligação de sangue com o despotismo gravitando sobre eles. 
Seguindo Shchedrin, Tchékhov clama para não acreditar nesses "humilhados" e "desfavorecidos". Dê uma olhada mais de perto na preparação oculta neles, diz Tchékhov, e você verá neles os tiranos e déspotas de amanhã, assim como seus opressores hoje. Um exemplo clássico disso é Aleksey Ivanovich Kozulin, que já foi uma insignificância extrema, mas agora, quando a fortuna o elevou na hierarquia, ele se tornou um tirano ainda mais cruel do que seus ex-opressores ("Triunfo do Vencedor " - 1883). Não menos indicativo do sonho de uma insignificante escriturária, inexpressiva, forçada a ficar em uma vigília extraordinária no dia da Páscoa para obter dois rublos extras ("Arraia-miúda" - 1885). Este representante da arraia-miúda burocrática, de acordo com sua posição social, irmão de Akaki Akakievich Bashmachkin, muito menos, porém, se assemelha ao herói de Gogol. Em vez disso, é uma espécie de "homem subterrâneo" de Tchékhov, o tipo original de "homenzinho", não apenas humilhado e destituído, mas também extremamente alquebrado e amargurado por longo tempo. Ele está pronto para qualquer coisa: para o roubo, para a denúncia e, em geral, para qualquer maldade. Ele também entende bem que, com sua falta de talento, não será capaz de corrigir sua situação dessa maneira. É em tal mundo que a morte de um pequeno funcionário pode ocorrer com o simples pensamento de que, tendo espirrado involuntariamente na careca de um general, ele deu uma razão para suspeitar de si mesmo de pernicioso livre-pensamento ("Morte de um Funcionário" - 1883). E ele, Tcherviakóv, está profundamente convencido de que o livre-pensamento é realmente pernicioso, pode levar ... é assustador para um funcionário até mesmo pensar nisso, levar ao fato de que "não haverá respeito pelas figuras eminentes"...  E novamente, portanto, a essência cômica da história não é que seu herói temesse uma pessoa formidável e poderosa, mas que ele se congelou de horror, ao decidir que inadvertidamente violou o mandamento básico do mundo que o criou.
 
HONRA E SERVILISMO NO CONTO "MORTE DE UM FUNCIONÁRIO"
 
O "funcionário" Ivan Dmítritch Tcherviakóv foi ao teatro, onde se sentiu no auge da felicidade, até espirrar e "borrifar" a careca do general. Tcherviakóv desculpou-se respeitosamente, mas temendo parecer ignorante, ele curvou-se novamente. Tcherviakóv está vivenciando esse evento como um "abalo nas bases". Ele não pode aceitar o fato de que o general não dá a devida atenção ao incidente e de alguma forma frivolamente o perdoa, “invadindo o sagrado” da hierarquia burocrática. A suspeita penetra na alma lacaia de Tcherviakóv: “Devo explicar-lhe que não queria de jeito nenhum ... que isso é uma lei da natureza, senão ele pensará que queria cuspir. Se ele não vai pensar agora, vai pensar mais tarde!”. A suspeita cresce, ele vai pedir perdão ao general no dia seguinte, e no terceiro ... "Fora!" - urrou o general, de repente, roxo de raiva e tremendo. "Que significa isso?" perguntou em um sussurro Tcherviakóv, horrorizado. "Suma!" repetiu o general, batendo os pés. Algo se rompeu no ventre de Tcherviakóv. Nada vendo nem ouvindo, recuou até a porta, saiu para a rua e se foi ... Voltando maquinalmente, sem tirar o uniforme, deitou-se no sofá ... e morreu. 
“Sacrifício não evoca simpatia aqui. Não é uma pessoa que morre, mas uma certa criatura imponente e sem alma. Preste atenção aos principais detalhes da história. "Algo se rompeu" não na alma, mas no ventre de Tcherviakóv. Com toda a certeza psicológica, devido à transmissão de um susto mortal. Esse detalhe também adquire um significado simbólico, pois a alma não apareceu de fato no herói. Não é uma pessoa que vive, mas um parafuso do governo em uma máquina burocrática. É por isso que ele morre "sem tirar o uniforme". Na narrativa de Tchékhov, o ambiente deixou de ser uma força externa, um estranho para uma pessoa, e os personagens dependem dele na medida em que eles próprios o criam e reproduzem. É por isso que Tchékhov, ao contrário da maioria dos outros escritores que desenvolveram justamente o conflito com o meio ambiente, tem tantos contos sobre uma meta acessível, sobre um sonho que se tornou realidade, sobre pessoas que alcançaram a "felicidade". 
Um grande número de contos, novelas e peças de Tchékhov estão ligadas por um único pensamento: esta é a epopeia da escravidão, a história da sociologia e psicologia da escravidão. 
Talvez Tchékhov tenha sido o primeiro dos escritores russos a entender que dinheiro, posição, autoridade, poder tudo são apenas atributos externos da escravidão; seu verdadeiro instrumento, o mais sutil, onipresente e irresistível, é o medo. 
Pessoas de diferentes idades vivem em essência, em diferentes fluxos de tempo. O conceito de "hoje" de Tchékhov não é inequívoco: para uma pessoa pequena, "hoje" é o futuro; ele ainda não tem experiência. Não há feridas mentais persistentes que surjam inevitavelmente com a idade, até que uma pessoa seja ferida nos ângulos agudos da vida”, ou seja, até que ocorra um "incidente" na vida do "homenzinho". 

 

NOTAS  EXPLICATIVAS

 

¹  Tchékhov dava a preferência à revista Oskolki de São Petersburgo em relação a todas as outras, porque ali tinha uma coluna especial criada para ele, intitulada "Fragmentos da Vida em Moscou".
 
² "Os Sinos de Corneville" é uma opéra-cômica em três atos e quatro quadros, composta por Robert Planquette sobre um libreto de Louis Clairville e Charles Gabet. A ópera foi apresentada pela primeira vez no Fantaisies-Parisiennes a 19 de abril de 1877, e teve mais de 500 récitas, arrecadando mais de 1,6 milhões de francos de bilheteira, o equivalente a cerca de 6.700.000 euros em termos de 2015. Seguiram-se produções fora da França logo após a estreia. Bruxelas viu a opereta em outubro de 1877, um ano depois foi encenada em New York, Londres, Berlim e Viena. 
A história, ambientada na virada do século XVIII, retrata o retorno de um aristocrata exilado ao seu castelo ancestral, as maquinações do mordomo avarento para garantir a fortuna da família para si mesmo e os pares amorosos em mudança dos quatro jovens protagonistas. Aspectos da trama foram criticados pelos críticos contemporâneos como derivados de óperas anteriores. 
A referida opereta foi o primeiro trabalho de palco completo de Planquette e, embora mais tarde ele tenha escrito mais doze, ele nunca igualou o sucesso internacional dessa primeira aventura. Quebrou recordes de bilheteria em Paris e Londres, onde marcou um "acontecimento" para o teatro musical em todo o mundo, e foi continuamente revivido na Europa e nos Estados Unidos durante o resto do século XIX. Desde então, manteve-se no repertório de produções ocasionais na França.
 
³  DAMINOVA A.: Tema do "homenzinho" na obra de A.P. Tchékhov

Link: https://refdb.ru/look/2405212.html

Бердников Г.П. А.П. Чехов. Идейные и творческие искания. М.: Художественная литература, 1984, 29 с.

12 comentários:

Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, tradutor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...

Dando continuidade à minha tradução dos mais expressivos contos de TCHÉKHOV, tenho o prazer de enviar-lhe o conto MORTE DE UM FUNCIONÁRIO, minha mais recente contribuição para tornar conhecida a prodigiosa produção do escritor realista russo, dotado de profundo conhecimento da alma humana, apesar de sua exígua existência (44 anos).
Acompanha a tradução uma análise literária do texto.
São as seguintes as outras traduções de contos de Tchékov já postadas no Blog do Braga até o presente:
- Uma brilhante Personalidade (Conto de um Idealista)
- Vingança de uma Mulher
- Um Escândalo
- Numa Casa de Campo

https://bragamusician.blogspot.com/2021/04/morte-de-um-funcionario.html

Cordial abraço,
Francisco Braga

Eudóxia de Barros (insigne pianista, concertista e membro da Academia Brasileira de Música) disse...

Com os cumprimentos, agradecendo o envio,
Eudóxia.

Ângela Maria Rodrigues Laguardia (Doutora em Letras- Estudos Portugueses, especialidade em Estudos Comparatistas pela Universidade Nova de Lisboa (2014).Mestre em Letras: Estudos Literários,área de concentração Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Minas Gerais (2008) e membro da Academia Barbacenense de Letras) disse...

Meu amigo, vou ler com prazer. Há tempos comprei uma coletânea de contos dele e fiquei apaixonada. Não é para um leitor desavisado.
Obrigada!
Um grande abraço. Dê meu abraço na Rute também.
Ângela

Anônimo disse...

Mario Pellegrini Cupello, Arquiteto, Escritor, Presidente do Instituto Cultural Visconde do Rio Preto – Valença RJ, disse:

Caro amigo Braga
Conto muito interessante.
Agradecemos pela gentileza do envio.
Abraços, dos amigos Mario e Elizabeth.

Prof. Cupertino Santos (professor aposentado da rede paulistana de ensino fundamental) disse...

Caro professor Braga;
Excelente mais essa publicação de um conto instigante de Tchékhov, autor representativo das profundas transformações que atingiram em cheio a sociedade e a mentalidade russas naquele final de século. Muito proveitosos os dados da análise.
Grato pela oportunidade da leitura.
Cumprimentos.
Cupertino

Deonísio da Silva disse...

A literatura russa foi consideravelmente enriquecida pelas narrativas curtas deste médico que, a partir de uma ninharia - no caso, um espirro, no teatro, enquanto assiste a uma ópera - pesquisa a condição humana em suas profundezas. Note-se que o humilde homenzinho e o poderoso general civil estão ambos no teatro, assistindo a uma Ópera de grande sucesso no Século XIX. Parabéns, Francisco Braga, por seu belo trabalho de tradutor e privilegiado leitor destas narrativas referenciais.

Dr. Rogério Medeiros Garcia de Lima (professor universitário, desembargador, ex-presidente do TRE/MG, escritor e membro do IHG e da Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

SOU TAMBÉM FÃ DA LITERATURA RUSSA.
PARABÉNS!

Lúcio Teixeira Carvalho (jornalista e organizador do FELIT-Festival de Literatura de São João del-Rei) disse...

Muito legais o conto e a análise. Parabéns!!!

Maria de Fátima Loureiro Vasconcelos (diretora do Museu Regional de São João del-Rei) disse...

Boa noite!

Francisco.

Parabéns pelo trabalho.

Um abraço.
Fátima Vasconcelos

Anizabel Nunes Rodrigues de Lucas (flautista, professora de música e regente são-joanense) disse...

Mais uma importante informação. Mas convenhamos que o funcionário era realmente muito insistente. Obrigada pelo envio.

Unknown disse...

Desfecho direto e rápido como um tiro.Bem ao jeito do autor. Maria Auxiliadora

Gilberto Mendonça Teles (autor de O terra a terra da linguagem e Hora Aberta-Poemas Reunidos e é membro da Academia Goiana de Letras) disse...

Prezado Francisco Braga,

Afinal me sobrou tempo para ler tranquilamente o conto de Tchekhov. Admirável a pequena narrativa, pela singeleza da tradução. Penso que você captou bem a filosofia do “pequeno homem” em face do militar de alta patente; e deste, diante do “pequeno burguês”. Na minha biblioteca de 15 mil volumes, como já lhe disse, doada à Universidade Federal de Goiás, havia um: "Poética de Tchekhov". Obrigado pela leitura proporcionada. Abraço do Gilberto Mendonça Teles