domingo, 4 de julho de 2021

SEBASTIÃO DE OLIVEIRA CINTRA POR ELE MESMO, NA MINHA VISÃO


Por Francisco José dos Santos Braga 
 
Discurso pronunciado no dia 4 de julho de 2021, na 563ª assembleia do Instituto Histórico e Geográfico de São João del- Rei, pelo sócio Francisco José dos Santos Braga - Cadeira nº 22, Patrono: Lincoln de Souza

 

(São João del-Rei - 1918-2003)

 
 

Ilmo. Sr. Paulo Roberto Sousa Lima, Presidente do IHG de SJDR 
Ilmo. Sr. Artur Cláudio da Costa Moreira, Vice-Presidente, em nome de quem cumprimento todos os membros da Diretoria e meus caros confrades, 
Distintos convidados e visitantes, 
 
Bom dia, 
Esta minha fala é apenas mais uma reverência que o IHG de São João del-Rei presta à memória de Sebastião de Oliveira Cintra, dando continuidade a esta série de saudações dedicadas a ele neste quinquagésimo primeiro ano de nosso sodalício histórico-geográfico são-joanense. Distinto sócio fundador e membro efetivo por 33 anos, eleito por nossos confrades para patrono da Cadeira nº 37 desde 07/12/2003, hoje ocupada por sua filha, a confreira Ana Maria de Oliveira Cintra, soube ele honrar esta sua entidade cultural predileta com muita determinação, fé e esperança no seu porvir. 
 
Cabe aqui expandirmos a semântica do termo "alma mater", para definir o nosso IHG: alma mater, sim, do grande mestre Oliveira Cintra. (Sabemos que esse termo tradicionalmente tem sido utilizado para qualificar os grandes educandários de que alguém deve orgulhar-se.) 
 
Convidado pelo presidente e tendo sido precedido por ilustres oradores, senti que me restava muito pouca coisa a acrescentar às vívidas e autênticas experiências que foram relembradas nesta Casa da Cultura sobre meu saudoso amigo, quando comemoramos a contribuição do Oliveira Cintra para a história e a genealogia local, dentre outras áreas em que se destacou (mormente o jornalismo, a oratória, a colaboração em jornais e revistas, a elocução de palestras, aulas e conferências). Por tudo isso, Oliveira Cintra se fez merecedor de dezenas de honrarias, diplomas e condecorações recebidas das inúmeras entidades que bem representou, como veremos adiante. 
 
Para não me ver forçado a repetir os belos elogios já pronunciados com brilhantismo por outros confrades, julguei de bom alvitre recorrer às próprias palavras do meu homenageado a respeito de si mesmo, trazendo a esta assembleia o meu enfoque: refiro-me especificamente à ideia que Prof. Oliveira Cintra fazia de si mesmo. Abrindo um parêntese: como todos sabemos, meu homenageado era muito reservado, infenso à auto-referência, quer nas suas bibliografias quer nos seus textos, revelando-se um analista impessoal dos fatos. Difícil, portanto, seria buscar seu auto-retrato nos seus diversificados textos, pois Oliveira Cintra possuía personalidade arredia a vanglórias, troféus e vaidade excessiva. Seus textos são diretos e objetivos, quase científicos, deixando pequena ou nenhuma margem para exposição subjetiva. Seu modo de ser se assemelhava a de um filósofo, desapegado das convenções sociais e indiferente aos bens materiais. Estava sempre disposto a aprender: sua vida pode ser considerada uma série de cursos. Com essa postura diante da vida, soube suportar com sabedoria e ânimo sereno as agruras que lhe sobrevieram. Sabia fazer amigos e conquistar pessoas com sua atitude acolhedora, colocando sempre seu arquivo particular e anotações pessoais à disposição de pesquisadores de todos os lugares, tendo sempre para estes palavras de incentivo. Era um bom ouvinte: sabia ser tolerante para com seu interlocutor e ponderava com atenção o que ouvia, antes de propor-lhe alguma resposta, ou quando solicitada a sua opinião, após ouvi-lo atentamente, propunha-lhe, se não a solução esperada, pelo menos a alternativa menos penosa para o caso. É como eu me sentia quando o visitava no seu endereço, na Rua Santo Antônio, 306: diante de um homem de caráter, paternal mesmo. Resumidamente, eis os traços psicológicos de meu homenageado. 
 
Na Assembleia nº 562 do mês de junho, narrei aos meus caros Confrades como havia sido admitido em 1991 no Instituto Histórico e Geográfico da Campanha “Casa Alfredo Valladão”, fundado em 1959. Prof. Sebastião de Oliveira Cintra já era sócio efetivo daquele Instituto, ocupante da Cadeira nº 2, patroneada pelo Ouvidor Cipriano José da Rocha. Talvez eu fosse ainda novato demais para pertencer a um IHG, mas para Professor Oliveira Cintra era importante para os iniciantes um incentivo, um voto de confiança, pondo fé em seu desenvolvimento. Ele já estava ciente de minhas pesquisas nos arquivos paroquiais (onde se encontravam os Livros de Batizados, Casamentos e Óbitos do passado) e nos arquivos históricos do Museu Regional (que então mantinha a guarda de Livros de Inventários, de Testamentos e de habilitações diversas), hoje sob a custódia do IPHAN. Prof. Oliveira Cintra sabia também que eu estava preparando uma pesquisa intitulada “São João del-Rei: A Terra Natal de Tiradentes”, trabalho que saiu publicado na Revista de Cultura Vozes de jan/fev de 1992 e, em seguida, foi reproduzido no opúsculo do Senador Alfredo Campos com o título sugestivo de “Tiradentes, Cidadão Sanjoanense (uma contribuição ao restabelecimento da verdade histórica acerca do local de nascimento do Tiradentes)” e seu discurso no Plenário em 11/03/1992 em que se refere a mim como seu assessor ad hoc é a expressão da verdade, nos seguintes termos:
“Pelo que pude colher da farta documentação histórica e cartográfica posta à minha disposição pelo Dr. Francisco José dos Santos Braga – Assessor Legislativo desta Casa e incansável estudioso das coisas mineiras, membro do Instituto Genealógico Brasileiro de São Paulo, Colégio Brasileiro de Genealogia do Rio de Janeiro e Instituto Histórico e Geográfico da Campanha-MG, nada mais me restou senão reforçar a convicção que sempre mantive: na verdade, Tiradentes nascera efetivamente em São João del-Rei, em que pese absurda e insubsistente argumentação em sentido contrário ao da realidade dos fatos”. (p. 5 do opúsculo) 
Isto se passou como parte das comemorações do Bicentenário da Morte de Tiradentes (1792-1992). 
 
Revista de Cultura Vozes de jan/fev de 1992

 
 
 
 
 
 
 
Opúsculo do Senador Alfredo Campos, Brasília: Gráfica do Senado Federal, março de 1992, 15 p.

 
Conforme dizia, Prof. Cintra foi paternal mesmo, indicando meu nome ao Monsenhor José do Patrocínio Lefort (1914-1997), famoso por suas obras históricas e genealógicas (por exemplo, dentre muitas outras, as seguintes: “Famílias Campanhenses” de 1995, “Padre Victor: o campanhense trespontano” de 1989 e “Nhá Chica: Francisca de Paula de Jesus Isabel” de 1989). De fato, eu não esperava que fosse formalizado o convite para pertencer ao conceituado IHG da Campanha. Na ocasião, eu residia em Brasília. Voltei para lá e esqueci-me da promessa do Prof. Oliveira Cintra. Certo dia, chegou o convite para minha admissão assinado pelo próprio Monsenhor Lefort e, cumpridas as formalidades, recebi o meu Diploma de Sócio Correspondente em Brasília do IHG da Campanha datado de 05/05/1991, assinado pelo Monsenhor Lefort (Secretário) e Milton Xavier de Carvalho (Presidente). Guardo com muito carinho essa prova da consideração e estima do Prof. Cintra. 
 

 
Além de ter indicado meu nome para o Instituto da Campanha, ainda me fez a gentileza de por-me em contato com alguns ilustres genealogistas da cidade de São Paulo, cidade onde morei por 17 anos e com a qual sempre mantive proveitosos contatos, tais como com Dr. José Ribeiro do Valle, o “Juquinha”, autor de “E eles também cresceram e se multiplicaram...: Os Ribeiro do Valle, da Região de São João d’El Rei às nascentes dos rios Pardo e Sapucaí” (São Paulo, 1982, 630 p.), além de outros 7 livros, com Apparecida Gomes do Nascimento Thomazelli, autora de “As Famílias de Nossas Famílias (Mineiros e Paulistas)” (Belo Horizonte, 1984, 533 p.), etc.
 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
Da mesma forma como procedeu no caso do IHG da Campanha-MG, fez-me um verdadeiro "sermão" a favor da pertença a entidades culturais nacionais. Citou especificamente o CBG-Colégio Brasileiro de Genealogia, sediado no Rio de Janeiro, ao qual me associei na primeira oportunidade que fui ao Rio fazer pesquisas musicais numa Seção de Música (Arquivo Sonoro) da Biblioteca Nacional, então sediada no prédio do MES-Ministério da Educação e Saúde, projetado por Le Corbusier, e no Arquivo Nacional, em busca de material histórico coletado em fonte primária. Com justa razão, Oliveira Cintra, o historiador são-joanense e ilustre sócio do CBG, até hoje faz parte da Galeria dos Associados daquele sodalício nacional, que o homenageia com uma página para seu breve currículo. (Obs. A assinatura na abertura foi retirada dessa página da Galeria dos Associados.)

Observe-se que o próximo convite para pertencer a um Instituto só recebi em 2007, em minha cidade natal, como sócio correspondente do IHG-SJDR em Brasília, da parte do então Presidente José Antônio de Ávila Sacramento, pelas mãos de quem entrei nesta querida Casa da Cultura. Em 2011, foi acolhido meu pedido de alteração de minha categoria de Sócio Correspondente para Sócio Efetivo deste IHG, pois na ocasião já residia eu na minha terra natal, o que foi acolhido com simpatia pelo então presidente Artur Cláudio da Costa Moreira, designando-me para ocupar a Cadeira nº 22, que tinha como patrono o poeta e jornalista Lincoln de Souza, e, mais tarde, para eu ser Secretário do IHG. Fiz apologia de meu patrono em 03/02/2013. 
 
Sábado passado, antecedendo ao evento de hoje, enviei aos caros Confrades o discurso de Oliveira Cintra quando de sua posse na ABL-Academia Barbacenense de Letras em 12/10/1980. No e-mail enviado, informei-lhes que havia selecionado uma de suas aparições públicas para mostrar a estatura moral, o profundo conhecimento histórico e a envergadura intelectual do meu homenageando, e, de fato, agradeço ao presidente Paulo Roberto a gentileza de ter-me convidado para saudar o amigo Oliveira Cintra neste ano dedicado a ele em nosso IHG, pois no seu discurso ele se referiu explicitamente ao emblema daquela Academia: FINIS CORONAT OPUS, ou O fim coroa a obra. Significa que o remate da obra deve estar de perfeito acordo com seu começo. Tal foi também o emblema da vida do meu biografado. 
 
Emblema da ABL a que se referiu Oliveira Cintra em 12/10/1980
 
Como ainda não tinha localizado na obra publicada de Oliveira Cintra um trecho com suas preferências e impressões, na primeira pessoa com exceção de sua própria genealogia, com essas características, dentro das Efemérides e de seus outros livros publicados já conhecidos , comecei a ruminar onde encontrar tais elementos fundamentais para conhecimento do autor Oliveira Cintra. Depois de várias elucubrações, decidi-me pela leitura atenta de seu curriculum vitae, onde provavelmente ele se sentisse mais à vontade para exprimir seus anseios, suas dificuldades, seu ideal de vida. Procurei nossa confreira Ana Maria de Oliveira Cintra em primeiro lugar, por ser filha do meu homenageado e por ter escrito célebre biografia de seu pai, intitulada "Defesa do Patrono Sebastião de Oliveira Cintra" e publicada recentemente na Revista do IHG (volume XIV, ano 2020), comemorativa dos 50 anos da entidade. Para resumir, ela achou interessante a minha abordagem, mas lamentava comunicar-me que só estava de posse de uma pasta com 3 curricula vitae datilografados por seu pai e uma bela foto dos formandos da turma de seu pai de 1937 no Ginásio Santo Antônio, onde identificamos a presença de Cintra e de meu saudoso pai Roque da Fonseca Braga, Júlio Teixeira (futuro gerente do Banco de Crédito Real S/A), Milton de Rezende Viegas (futuro médico e Prefeito Municipal) e Antônio Pimenta (competente dentista). 
 
Sebastião de Oliveira Cintra, formando do 5º ano ginasial de 1937 do Ginásio Santo Antônio de São João del-Rei / De baixo para cima, o de terno preto na 2ª fileira (do arquivo particular da família do Prof. Oliveira Cintra).

A pasta em posse da confreira Ana continha três documentos com o mesmo título "Curriculum Vitae de Sebastião de Oliveira Cintra" em três datas diferentes, a saber: 14 de maio de 1979 (contendo 6 folhas), 17 de fevereiro de 1981 (contendo 10 folhas) e junho de 1992 (contendo 6 folhas). Todos aqueles três documentos biográficos foram digitados em máquina de datilografia antiga, assinados pelo próprio Oliveira Cintra. Apenas o primeiro curriculum foi elaborado com letras de forma minúsculas e maiúsculas. Os dois restantes foram digitados exclusivamente com letras maiúsculas.
 
3 curricula vitae de Oliveira Cintra (1979, 1981 e 1992) (do arquivo particular da família do Prof. Oliveira Cintra)

Devo salientar que uma pesquisa nas Atas do Instituto teria sido conveniente, pois normalmente elas trazem informações valiosas de vida nos apartes e exposições dos confrades presentes às reuniões ordinárias e comemorativas. O mesmo pode ser dito para o exame de suas correspondências, que devem possuir muitas apreciações pessoais. Mas, infelizmente a exiguidade de tempo para preparar este discurso não me permitiu realizar toda esta pesquisa. Valendo-me dos 3 curricula vitae, obtive um único documento, resultado de sua mistura digamos homogênea, que passo a apresentar-lhes, ou seja, a minha versão do curriculum vitae de meu amigo Oliveira Cintra, na primeira pessoa. Minha convicção é que, à luz desses elementos obtidos neste trabalho, é possível compreender o homem e o autor Cintra. 
 
CURRICULUM VITAE DE SEBASTIÃO DE OLIVEIRA CINTRA 
 
Filiação: Francisco Augusto de Ulhôa Cintra (1867-1920) e Joana Cândida de Oliveira Cintra (1885-1944), falecidos. 
Nascimento: São João del-Rei, 15 de outubro de 1918. 
Casado com Léa de Oliveira Cintra. Tem o casal os filhos: Sônia Regina, Ana Maria, Maria Angélica, Teresa Cristina, Vera Lúcia e Francisco Eduardo. Oliveira Cintra conheceu os seguintes netos: Henrique, Carolina, Mariana, Ananda, Bernardo, Guilherme, Eduardo, Sérgio Gabriel, Laura e Juliana. 
 
CURSO PRIMÁRIO, com distinção, no Grupo Escolar João dos Santos, na qual estudou o Presidente Tancredo Neves, onde colaborei em A Voz da Escola, atuei na Liga da Bondade e presidi o Clube de Leitura Olavo Bilac. Frequentei também aulas particulares em casa da veneranda mestra Dª Celina de Rezende Viegas. Fundei o Teatro Infantil Primavera, que funcionou à Rua Santo Antônio, no térreo da residência do Sr. José Leôncio Coelho ("José do Padre"). Foram companheiros no empreendimento, entre outros, os irmãos José e Paulo Rezende. 
 
CURSO SECUNDÁRIO: no Ginásio Santo Antônio, que os padres franciscanos (O.F.M.) mantiveram em São João del-Rei, onde colaborei no jornal estudantil O Porvir. Quando cursava a 5ª série servi no então 11º Regimento de Infantaria, obtendo certificado de reservista de 1ª categoria. 
 
CURSO COLEGIAL: cursei o Pré-Médico no Colégio Universitário da Universidade do Brasil, do Ministério da Educação, no Rio de Janeiro. 
 
CURSO SUPERIOR: cursei 1) a Faculdade Nacional de Medicina na Praia Vermelha, até o 3º ano, quando participei de cursos de extensão universitária (curso interrompido para tratamento da tuberculose que contraiu); 
2) a então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Instituto Lafaiete, no Rio de Janeiro, onde fui aprovado nos exames vestibulares para Biologia e, mais tarde, atuei no Diretório Acadêmico desta Faculdade, agora como integrante da Universidade do Rio de Janeiro; 
3) a Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, onde cursei matérias isoladas, na qualidade de aluno ouvinte. 
 
Oliveira Cintra nos verdes anos (do arquivo particular da família do Prof. Oliveira Cintra)

 
CURSO INTENSIVO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: cursei na Escola de Serviço Social da Faculdade Católica do Rio de Janeiro (atual PUC), sob os auspícios do Ministério do Trabalho. 
 
CURSO DE DOCUMENTAÇÃO ADMINISTRATIVA: cursei como bolsista do IAPI-Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários, sob os auspícios do DASP-Departamento Administrativo do Serviço Público. 
Fui aprovado em concurso público para recenseador em 1940, no Rio de Janeiro. 
Fui funcionário público federal, aprovado sempre através de concurso público, dos seguintes Ministérios: 
1) da Justiça (no Juizado de Menores, onde exerci o cargo de comissário de menores para o Rio de Janeiro, sendo portador da carteira nº 270, assinada em 1944); 
2) da Educação (na Seção de Registro de Professores); e 
3) do Trabalho (IAPI). 
 
Daí decorre minha atividade seguinte: 
MAGISTÉRIO SECUNDÁRIO E COMERCIAL: exerci em diversos colégios do Rio de Janeiro em 1942, no Ministério da Educação. 
Participei de bancas examinadoras dos candidatos aos exames do art. 91, do Colégio Pedro II no Rio de Janeiro 
Fui um dos fundadores do Jornal da Juventude, no Rio de Janeiro. 
Em 1944 fui aprovado em concurso para oficial administrativo (após registro em minha carteira profissional em 17/01/1944) do Ministério do Trabalho, quando conquistei bolsa para o curso de Serviço Social nas Faculdades Católicas do Rio de Janeiro (atual PUC) que me habilitou como Auxiliar Social em 1945. (No IAPI ainda desempenhei vários cargos: caixa pagador e arrecadador, informante-habilitador, chefe do Serviço de Benefícios, chefe do Serviço Financeiro e tesoureiro) 
Naquela altura, sua filha Ana Maria relata que Oliveira Cintra
"na mesma época, conheceu Léa, sua futura esposa, no Jardim Botânico. Consta que teria dito a um amigo, ao entrar no bonde: - Com esta eu caso hoje mesmo! No dia seguinte, 06/10/1944, recebeu a notícia da morte de sua mãe.
Oliveira Cintra e Léa, encantados no Jardim Botânico (do arquivo particular da família do Prof. Oliveira Cintra)

 Sua filha Ana Maria continua com a narração de eventos que marcaram a vida de seu pai:

“Simultaneamente trabalhava no SAM-Serviço de Assistência ao Menor, desde 1942, quando contraiu tuberculose em finais de 1945. Licenciou-se das atividades para tratamento pelo Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (IPASE) no Sanatório Bela Vista, hoje Sanatório Alcides Carneiro, no distrito de Corrêas, Petrópolis. Foi submetido a toraxicoplastia que lhe tirou três costelas e uma parte do pulmão direito.
Tais informações são necessárias, uma vez que foram omitidas por Oliveira Cintra nos seus três curricula
Ana Maria continua a enriquecer este trabalho com suas memórias:
“Após quase dois anos em tratamento, retorna ao trabalho e pede sua transferência em 15.10.1947 para o Posto do Instituto aberto em São João del-Rei. Em junho de 1948, Sebastião é transferido para sua terra natal, levando uma pequena mala com seus pertences e uma gigantesca bagagem interna. Em 01.07.1948 o posto local do IAPI foi elevado à categoria de Agência sob a responsabilidade de Reginaldo Silva Neto. Sebastião Cintra foi promovido a tesoureiro e foi pagador em diversas localidades. 
De 1948 a 1951, aproveitava as idas ao Rio de Janeiro para noivar, visitar redação de jornais e pesquisar Livros de Batismos do período colonial na Biblioteca Nacional. Firmava-se como articulista diversificado, publicando sobre sua cidade natal, acontecimentos políticos e sociais recentes, problemas e dificuldades do cidadão comum, como os jogos de azar. Em suas crônicas, publicadas nos Jornais do Rio de Janeiro e de São João del-Rei, retratava os personagens típicos e histórias da sua infância na Rua Santo Antônio, na Fazenda Bela Vista, na Vila de São Miguel do Cajuru. Com facilidade e talento, deixava viva uma época que certamente se perderia no tempo. Como o fez com a crônica 'Pereira', publicada no Jornal O Papagaio em fevereiro de 1950 e na edição de novembro-dezembro de 1950 sobre sua terra natal, 'Uma cidade genuinamente brasileira'. 
Passou a ter coluna no Diário do Comércio, publicando artigos de interesse público, recebendo diversas cartas à redação com elogios e comentários. 
Em 20.10.1951 casou-se na Matriz de São José, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro com Léa, filha de Izabel da Silva Carvalho, viúva de Antônio Batista de Carvalho. Mudaram-se para a casa que herdou de sua mãe na Rua Santo Antônio, 306. (...) 
Em termos funcionais, buscou aperfeiçoamento, excelência e melhoria. Em 03/02/1954 foi registrado como Corretor de Seguros na Delegacia Regional do Trabalho, com anotação em carteira.
Passeio matinal pelas calçadas do Rio (do arquivo particular da família do Prof. Oliveira Cintra)

É interessante ainda o que ressalta sua filha Ana Maria em seu estudo, isto é, que houve um ponto de inflexão na produção literária de Oliveira Cintra, que até então seu forte tinha sido redigir crônicas:

“Em 1962, na Série Registros Históricos Sanjoanenses, foi publicado seu estudo sobre o Professor Augusto Ribeiro Campos. Nessa época seus artigos adquirem uma dimensão histórica, voltada para a genealogia. Nascia o pesquisador de história, como gostava de ser qualificado. Dedicava-se a levantar os troncos familiares, muitas vezes começando com os relatos orais dos familiares, registrados em longas conversas ou por escrito, para verificação nos arquivos públicos. Manteve uma profícua correspondência com parentes, historiadores, amigos. Sempre simpático, didático e elegante, tanto no trato pessoal, quanto na sua correspondência.
 
CURSO PARA FISCAL DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS 
O próprio Oliveira Cintra esclareceu:   
Também exerci o cargo de tesoureiro do INPS, numa época em que não havia, através da rede bancária, arrecadações de contribuições previdenciárias e pagamentos de benefícios. 

Um pouco de história dos antigos institutos de aposentadoria e pensões do setor privado
Em 1966 foi criado o Instituto Nacional da Previdência Social – INPS, que foi resultado da fusão dos institutos de aposentadoria e pensões do setor privado então existentes, tais como o dos marítimos (IAPM), comerciários (IAPC), bancários (IAPB), industriários (IAPI), dos empregados em transportes e cargas (IAPETEC), além dos ferroviários e empregados em serviços públicos (IAPFESP). 
Uma das medidas para equacionar o problema de pessoal na fusão dos vários Institutos foi a adequação do quadro de pessoal para atendimento. 
Para isso, foi preciso treinar o pessoal dos institutos em extinção e fazer as adaptações para os novos cargos existentes. 
A confreira Ana Maria me relatou a seguinte passagem na vida de seu pai e, por consequência, na de sua família:
“Embora a vida dele tivesse boa estabilidade com seu emprego na Agência do INPS em SJDR, os filhos foram nascendo e ele se viu angustiado pelo excesso de gastos, tornando-se insuficiente o que ganhava do INPS. Felizmente para ele o novo cargo dentro do INPS, de fiscal, representaria uma verdadeira promoção na carreira. Submeteu-se à condição que lhe era imposta. A única inconveniência é que teria que sujeitar-se a um treinamento para habilitar-se no novo cargo, que duraria seis meses em Governador Valadares, cidade no Norte de Minas, muito distante de SJDR. Assim, foi mesmo obrigado a deslocar-se para tal curso para se adequar ao almejado cargo de "fiscal", pois para ele justificava o enorme sacrifício, uma vez que o seu salário teria um acréscimo razoável após o curso com aproveitamento. Papai não foi o único a fazer o treinamento exigido; muitos servidores de São João del-Rei seguiram o mesmo caminho.
Comemoração do 70º aniversário de Léa, em família (do arquivo particular da família do Prof. Oliveira Cintra)

Agora, ouçamos o próprio Oliveira Cintra: Exerci o cargo de Fiscal de Contribuições Previdenciárias (INPS e IAPAS). Aposentei-me em 1977 por tempo de serviço, recebendo medalhas e diplomas "em agradecimento pelos bons serviços prestados à Previdência Social". O certificado que acompanhou a medalha principal foi assinado, na ocasião, pelo presidente Reinhold Stephanes. (...) 

O jornal "O Fiscal", estampou, na época da minha aposentadoria, honroso e laudatório artigo sobre minhas atividades funcionais, literárias, educacionais, históricas, cívicas e sociais, artigo que a imprensa sanjoanense transcreveu." 
 
OUTRAS ATIVIDADES 
Ministrei aulas particulares no Rio de Janeiro e São João del-Rei.
Em 08/03/1959 participei com um grupo de amigos da criação do CAC-Centro Artístico e Cultural de São João del-Rei, que funcionou durante 10 anos, durante os quais exerci o cargo de Diretor do Departamento de História. 
Abrindo novo parêntese, lembro que em 1963, São João del-Rei festejou seu 250º aniversário de elevação à categoria de Vila (1713-1963). Dois eventos marcantes que diretamente diziam respeito a Oliveira Cintra e, consequentemente, ao C.A.C. faziam parte da programação do dia 1º a 8 de dezembro daquele ano: 
1) No dia 1º às 19 horas - À rua Marechal Deodoro, 149, solene inauguração do IV SALÃO SANJOANENSE DE BELAS ARTES, promoção do Centro Artístico e Cultural de São João del-Rei (C.A.C.). 
2) No dia 3 às 20 horas - No salão nobre da Prefeitura Municipal, lançamento do livro "EFEMÉRIDES DE SÃO JOÃO DEL-REI", do escritor sanjoanense Sebastião de Oliveira Cintra, do C.A.C. Neste dia, Oliveira Cintra lançou a primeira parte (janeiro a junho) de seu livro Efemérides de São João del-Rei. 
A noite de autógrafos, irradiada pela Rádio São João foi incluída nos festejos do 250º aniversário, com apresentação de orquestra regida pelo Maestro João Américo da Costa. 
Voltando aos curricula de Oliveira Cintra, verifiquei os seguintes fatos relevantes:
Fui jurado no Festival Del-Rei da Canção nos anos de 1980, 1981, 1982 e presidente em 1985.
Pertenci ao Corpo de Jurados da Comarca de São João del-Rei.
Representei o município de São João del-Rei em Congresso Turístico realizado em Ouro Preto.
Em 1969 fiz o curso de extensão cultural "Bárbara Eliodora: sua vida e sua obra" em BH, promovido pelo Governo do Estado de Minas em maio de 1969, e fui nomeado pelo Prefeito Municipal Dr. Milton de Rezende Viegas para a comissão regional das comemorações do sesquicentenário de sua morte. 
Em 1º de março de 1970, fui um dos vinte fundadores do IHG de São João del-Rei a assinar a primeira Ata de Posse. Naquela sessão, o primeiro Presidente Fábio Nelson Guimarães me nomeou para a leitura das efemérides do dia. Tive participação ativa nas comissões da Revista do IHG e de História, bem como ocupei cargos de vice-presidente, 2º vice-presidente, bibliotecário, membro do Conselho Curador e do Conselho de Notáveis. 
Fiz o curso de extensão cultural "Alphonsus de Guimaraens: sua obra e sua vida", promovido pelo Governo do Estado de Minas em julho de 1970.
Em 08/12/1970 foi criada pelo Prefeito Municipal Dr. Milton de Rezende Viegas a Academia Sanjoanense de Letras através do Decreto nº 620 e a instalação do sodalício se deu em 21/01/1971, do qual fui um dos sócios fundadores, e onde exerci a presidência, a vice-presidência e o cargo de orador oficial. 
Fui diplomado pelo curso de extensão cultural "José Severiano de Resende (padre): sua vida e sua obra", promovido em janeiro de 1971 pela Prefeitura Municipal de São João del-Rei.
Em 1977 aposentei-me como Fiscal de Contribuições Previdenciárias do INPS, por 35 anos de serviço efetivamente prestado. 
Ministrei curso de História no Inverno Cultural, realizado em julho de 1988, sob os auspícios da FUNREI-Fundação do Ensino Superior de São João del-Rei. Com a duração de duas horas cada uma, pronunciei as três conferências seguintes: 
1) Igreja de Nossa Senhora do Pilar e as pontes de São João del-Rei (20/07/1988) 
2) Personalidades de destaque de São João del-Rei (21/07/1988) 
3) Principais efemérides de São João del-Rei (22/07/1988).
Fui empossado presidente da Associação de Imprensa de São João del-Rei, ocasião em que recebi congratulação da Câmara Municipal pela posse. 
 
PRINCIPAIS OBRAS PUBLICADAS 
1) Efemérides de São João del-Rei, 1º volume, 181 páginas, edição do autor, lançamento em 03/12/1963 da primeira parte (janeiro a junho) de seu livro com noite de autógrafos (Cintra se apresenta como Diretor do Departamento de História do Centro Artístico e Cultural) 
2) Efemérides de São João del-Rei, 2º volume, 288 páginas, edição do autor, 1967 (Cintra se apresenta como membro do IHGMG e da AMULMIG) 
3) Efemérides de São João del-Rei, 2ª edição revista e aumentada, 2 volumes, 622 páginas, Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1982 (Oliveira Cintra se apresenta como sócio das seguintes entidades: AMULMIG, ALSJDR, ABL de Barbacena, Ac. Sabarense de Letras e Artes; dos IHGMG, IHGJF, IHGSJDR e IHG de Campanha; do IBES do Estado de São Paulo; membro da Academia Paulistana da História, da Ordem Nacional dos Bandeirantes Mater, de São Paulo, e da Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras) 
4) Galeria das Personalidades Notáveis de S. João del-Rei, 1º volume, com apoio da FAPEC, 1994. Consta que deixou pronto o segundo volume de Galeria, cujas biografias inéditas estão a desafiar apoiadores culturais a dar-lhes vida literária 
5) Opúsculos denominados "Inconfidência Mineira" (edição patrocinada pelo Círculo dos Trabalhadores Cristãos de São João del-Rei em julho de 1980) e "Nomenclatura de Ruas de São João del-Rei" (reproduzido na Revista do IHG, volume VI, ano 1988, p. 5 a 24) 
6) Registros Biográficos Sanjoanenses 
7) 12 trabalhos constantes de 9 volumes da Revista do IHG de São João del-Rei (todos, fruto de pesquisas em fontes originais)
8) Calendário Sanjoanense (publicado no extinto Diário do Comércio); circulou dia a dia, durante um ano (de 1º de abril de 1954 a 30 de março de 1955). 
9) Exéquias promovidas pelo Senado da Câmara da Vila de São João del-Rei (publicado na Revista da AMULMIG - Edição comemorativa de 1980) 
 
JORNALISMO (no curriculum de 1981) 
Fui um dos fundadores, na cidade do Rio de Janeiro, do Jornal da Juventude
Durante mais de 20 anos colaborei intensamente no extinto "Diário do Comércio", de São João del-Rei. Mantive no referido órgão as seções seguintes: Instantâneos, Notícias de Outrora, Calendário Sanjoanense, Notícias da Câmara Municipal e Vultos do Passado. Assinei centenas de artigos. Algumas vezes com o uso de pseudônimos: Leandro Silva, N. Silva, C, SC, OC, Seólicin e outros. Nome mais utilizado: Oliveira Cintra. Ainda escrevo em jornais da cidade, versando de preferência assuntos históricos. 
Sou o fundador da Associação de Imprensa de São João del-Rei, na qual exerci a presidência e a vice-presidência, continuando como presidente honorário 
Ocupei o cargo de Diretor-Secretário da Sociedade Rádio Emboabas (1ª Diretoria), sediada no Município de Tiradentes. 
Em junho de 1980 retornei à crônica, atendendo aos insistentes pedidos do radialista Prof. Paulo Procópio. Até fins de janeiro de 1981 foram irradiadas 98 crônicas, a maioria delas transcrita no jornal mural "O Povão". Na imprensa de São João del-Rei, publiquei 303 crônicas, das quais 98 foram irradiadas pela Rádio Emboabas. Focalizavam, em sua maioria, assuntos locais de fundo histórico. 
Em 1980 fui escolhido "Personalidade do Ano 1980", na qualidade cronista, numa promoção do jornal "Tribuna Sanjoanense". 
Fui agraciado com uma placa de prata, em 23/12/1984, uma homenagem da imprensa sanjoanense. 
 
ORATÓRIA (no curriculum de 1981) 
Em diversas solenidades cívicas fui distinguido com o convite para orador oficial de São João del-Rei, aceitando a convocação dos Senhores Prefeitos Municipais. Em solenidades cívicas fui o orador oficial de São João del-Rei, principalmente na gestão do Prefeito Octávio de Almeida Neves (31/01/1977-31/01/1983), irmão do Presidente Tancredo Neves, embora fossem notórios nossos sentimentos políticos divergentes. 
Estive presente como orador
- em diversas solenidades cívicas programadas pelo 11º B.I., Regimento Tiradentes 
- no IHG-SJDR, como decano do referido sodalício cultural 
- na ALSJDR, onde ocupo o cargo de orador oficial 
- no Rotary Clube de São João del-Rei, como sócio honorário e orador oficial em reuniões festivas 
- em vários colégios de São João del-Rei, mormente para palestras sobre temas de cunho histórico 
- na posse do 2º Bispo de São João del-Rei, Dom Antônio Carlos Mesquita, a 19/02/1984, como orador oficial da Diocese de São João del-Rei 
Diversas vezes discursei em cerimônias cívicas programadas pelos Senhores Comandantes do bravo Batalhão Tiradentes, o 11º B.I., cabendo destacar as seguintes: 
- Palestra sobre "O Dia da Bandeira", publicada no Boletim Interno do dia 23/11/1977 do 11º Batalhão de Infantaria, conhecido como Batalhão Tiradentes 
- Conferência intitulada "Inconfidência Mineira" (contendo 45 páginas, originada de uma conferência que proferi no Batalhão Tiradentes, a convite do seu comandante, transcrita no Boletim Interno e publicada mimeografada em separata) 
 
POÉTICA  DE OLIVEIRA CINTRA
Na antologia poética intitulada “Os versos que te dou”, organizada por Dr. Paulo César dos Santos, presidente da então Academia Petropolitana de Poesia Raul de Leoni, e publicada na Ed. Pirilampo, apresentou a poesia de sua autoria “Pesadelo”. 
De acordo com Ana Maria, Oliveira Cintra guardou muitas outras poesias de sua lavra no seu arquivo.
 
ENTIDADES CULTURAIS A QUE PERTENCEU 
Fui sócio correspondente: 
do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais;
do Instituto Brasileiro de Estudos Sociais; 
do Colégio Brasileiro de Genealogia-Rio de Janeiro;
da Academia Barbacenense de Letras;
do Instituto Histórico e Geográfico Goiano, patrono Cipriano da Silva Jucá;
da Academia Petropolitana de Letras, patrono Alcindo de Azevedo Sodré.
Fui membro correspondente:
da Academia Paulista de História, patrona Bárbara Eliodora Guilhermina da Silveira; 
da Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras; 
da Academia Goianiense de Letras, patrono Manuel Caetano de Almeida e Albuquerque;
da Academia de Letras da Manchester Goiana, patrono Alcides de Mendonça Lima;
do ICVRP-Instituto Cultural Visconde do Rio Preto, de Valença. 
Fui membro titular:
da Ordem Nacional dos Bandeirantes;
da Academia de Estudos Literários e Linguísticos, patrono Ladislau Espírito Santo Melo dos Santos Títara;
da Academia Interamericana de Literatura e Jurisprudência, patrono Hermes Martins Fontes;
da Academia de Ciência e Letras de Conselheiro Lafayette; 
da Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras de Anápolis – GO. 
Sentiu-se especialmente realizado ao ser admitido em 1993 como sócio da Associação Brasileira de História e Genealogia. 
 
IRMANDADES RELIGIOSAS SÃO-JOANENSES 
Extremamente religioso, católico praticante, Oliveira Cintra tinha consciência de sua responsabilidade social e comunitária. Para tal, fez parte da mesa administrativa da Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Assis, tendo sido secretário em 1953. Foi provedor de honra da Irmandade de São Miguel e Almas, onde foi tesoureiro e secretário (1953-54). Pertenceu a quase todas as Irmandades e Confrarias de São João del-Rei com participação ativa. 
 
Obrigado, Prof. Oliveira Cintra.
Obrigado a todos.

 

II. AGRADECIMENTOS
 

À Confreira Ana Maria de Oliveira Cintra, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, ocupante da Cadeira nº 37, patroneada por seu saudoso pai, o historiador e genealogista Sebastião de Oliveira Cintra, por todo o apoio à realização da pesquisa através da cessão de documentos originais e fotografias, que me facilitaram enormemente o meu trabalho e ilustraram a matéria do Blog.
Agradeço carinhosamente à minha esposa Rute Pardini suas fotos bem como a sua edição e formatação para fins deste post.  
 
Jornal Tribuna Sanjoanense, edição de 28/06 a 13/07/2021, Ano LII nº 1.501, p. 3.

 
 
III. BIBLIOGRAFIA 
 
 
BRAGA, Francisco José dos Santos Braga: São João del-Rei: a terra natal de Tiradentes, in Blog de São João del-Rei, postado em 13 e 14/12/2008 

CINTRA, Ana Maria de Oliveira: Defesa do Patrono Sebastião de Oliveira Cintra", in Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, volume XIV, ano 2020, p. 130-145 (disponível para consulta no site do IHG-SJDR, no seguinte link: https://ihgsaojoaodelrei.org.br/)
 
CINTRA, Sebastião de Oliveira:  breve currículo disponível em página da Galeria de Associados, no site do CBG-Colégio Brasileiro de Genealogia. (Recomendo usar na busca o Safari em vez do Firefox)
 
GOMES DO NASCIMENTO THOMAZELLI, Apparecida: AS FAMÍLIAS DE NOSSAS FAMÍLIAS (MINEIROS E PAULISTAS), edição da autora, Belo Horizonte, 1ª edição, 1984, 533 p.
 
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DA CAMPANHA. CASA ALFREDO VALLADÃO. Blog Isto é Campanha, 2011

RIBEIRO DO VALLE, Dr. José: “E eles também cresceram e se multiplicaram...: Os Ribeiro do Valle, da Região de São João d’El Rei às nascentes dos rios Pardo e Sapucaí”, edição do autor, São Paulo, 1982, 630 p.

11 comentários:

Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, tradutor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...

Prezad@,
Tendo sido agraciado com o convite do Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei para saudar o historiador e genealogista SEBASTIÃO DE OLIVEIRA CINTRA, dando continuidade a uma série de homenagens prestadas a este sócio fundador e confrade ilustre neste 51º aniversário do sodalício são-joanense, decidi-me por seguir atentamente os passos do meu homenageado, através da análise de seus 3 currículos (1979, 1981 e 1992) e fotografias de época.
Subsidiaram-me, nas situações em que notei algum excesso de reserva do biografado, a memória e a Apologia do Patrono Sebastião de Oliveira Cintra da Profª Drª Ana Maria de Oliveira Cintra, filha do homenageado que, a exemplo do pai, honra a Casa da Cultura são-joanense como membro efetivo.
Não podia deixar de revelar na presente saudação a minha ligação com o decano do IHG que, como um diretor espiritual, dirigiu meus primeiros passos no rumo certo da História e da Genealogia.

https://bragamusician.blogspot.com/2021/07/sebastiao-de-oliveira-cintra-por-ele.html

Cordial abraço,
Francisco Braga

Dr. Rogério Medeiros Garcia de Lima (professor universitário, desembargador, ex-presidente do TRE/MG, escritor e membro do IHG e da Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

Conheci, admiro e aprendi muito com o saudoso mestre Cintra.
Abs.

Rogério

Celina Maria Braga Campos (bacharel em serviço social) disse...

Excelente! A riqueza de seu Curriculum Vitae mostra, em grande parte, a grandeza do homem que foi. Parabéns pelo discurso!

Noé Sousa (ex-regente da banda do 11º Batalhão de Infantaria de Montanha) disse...

Bom dia,👏👏👏 . Belíssima obra!

Bruno Nascimento Campos (pós-graduado em História na UFSJ, autor do livro Tropas de aço: abastecimento, comércio e estradas de ferro no sul de Minas (1875-1902) e membro do IHG-SJDR) disse...

Texto fantástico, confrade Francisco Braga!
Brilhante!

Raimundo "Doca" (gerente do Condomínio Colinas Del Rey) disse...

Bom dia, Sr. Francisco e Sra. Rute.
Parabenizo o sr. por este gesto de reconhecimento, e pelas palavras dirigidas ao seu saudoso irmão confrade.

Artur Cláudio da Costa Moreira (ex-presidente e atual presidente do IHG-SJDR) disse...
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Artur Cláudio da Costa Moreira (ex-presidente e atual presidente do IHG-SJDR) disse...

Caro amigo Francisco Braga,

Boa tarde!
Quero dar-lhe os parabéns pela homenagem ao nosso Sebastião de Oliveira Cintra. Estiveram perfeitos você e seu texto. Agradeço-lhe pela preleção e pela homenagem a mim, ao citar meu nome.
Abraços em você e Rute.

SÍLVIO FIRMO DO NASCIMENTO disse...

Sebastião de Oliveira Cintra foi uma das principais personagens que compõem a história de São João deo-Rei. Quando eu era ainda Sacerdote jovem, trabalhando no Seminário Diocesano de São João del-Rei como Pró-Reitor e Professor nos Colégios Nossa Senhora das Dores e Instituto Auxiliadora, estudei Mestrado em Filosofia Moderna e Contemporânea na UFJF. A concluir este curso pesquisei sobre o Ensino da Filosofia em Minas Gerais nas Escolas leigas e da Igreja. A trabalhar minha Tese de Mestrado com a orientação do Prof. Dr. José Carlos Rodrigues (UFJF), indicaram-me o nosso saudoso Prof. Sebastião de Oliveira Cintra para me dar sua ajuda na pesquisa, o que foi para mim motivo de inesquecível alegria, pois ele me acolheu bondosamente, dando sua preciosa e indispensável ajuda. Utilisei-me, sobretudo das Efemérides em São João del-Rei. Como resultado da pesquisa saiu o meu livro intitulado A Igreja em Minas Gerais na República Velha(Curitiba: Juruá, 2009). Minha gratidão ao nosso amigo historiador, Sebastião Oliveira Cintra.
Enfim, parabéns ao nosso confrade da Academia de Letras de São João del-Rei pela seu artigo em homenagem ao nosso querido Sebastião de Oliveira Cintra. Parabéns.

Pe. Sílvio Firmo do Nascimento (professor, escritor e editor da Revista Saberes Interdisciplinares da UNIPTAN e membro da Academia de Letras de SJDR) disse...

Caro Francisco Braga,
Graça e paz!
Gratidão pela remessa da matéria publicada no seu Blog. Postei um comentário lá, porque gostei muito.
Abr.
Pe Sílvio

Prof. Cupertino Santos (professor aposentado da rede paulistana de ensino fundamental) disse...

Caro professor Braga;
Comovente mesmo para mim, pessoa muito de fora, um nada conhecedor, apenas distante admirador do patrimônio histórico e cultural de S.João del Rei, sua viva homenagem ao Sr. Oliveira Cintra. Através dela é possível imaginar a personalidade admirável daquele que tanto acertadamente o incentivou no IHG, além de se informar sobre sua vida profissional, altamente diversificada, contributiva, bem como de sua extensa obra nos campos da cultura, história e genealogia. Espero, enfim, que tenha a oportunidade de se debruçar sobre as atas do Instituto e a correspondência do Sr. Oliveira Cintra.
Muito grato.
Cupertino