Por Francisco José dos Santos Braga
Pe. José Joaquim Correia de Almeida (✰ Barbacena, 4/9/1820 ✞ Barbacena, 6/4/1905) |
Prefaciando o livro “Correia de Almeida” de Zenaide Vieira Maia, o professor Mário Celso Rios, Presidente da Academia Barbacenense de Letras, destaca, entre outras observações, o seguinte fato:
“[...] Já existem em nível regional bons levantamentos sobre sua obra e estilo. Entretanto, permanecem inexplorados espaços essenciais, como sua relação com a música, sua contribuição na imprensa fora de Barbacena e as polêmicas em que se envolveu no plano político e religioso. [...]”
Acreditamos que, por estarmos mais afeito a estudos historiográficos e genealógicos, possamos contribuir com alguns insights aos dois primeiros itens indicados pelo professor Mário Celso Rios — a relação do Padre-Mestre com a música e sua contribuição na imprensa são-joanense — e lançar alguma luz sobre essas duas áreas inexploradas da atuação do nosso biografado. Inicialmente vejamos sua relação com a música.
I. RELAÇÃO DO PADRE-MESTRE COM A MÚSICA
Antes de abordarmos a veia poético-musical do Pe. José Joaquim Correia de Almeida, filho de Fernando José de Almeida e Souza e de Bárbara Marcelina de Paula, parece-nos relevante o fato de ter nosso biografado, do lado materno, em conformidade com [CINTRA, 1982, p. 213 e 336] ¹, sua avó Francisca Antônia de Paula, natural de São João del-Rei, e seu avô, o sargento-mor José Joaquim Correia, natural do Rio de Janeiro. De acordo com o Arquivo da Arquidiocese de Mariana, do lado paterno, o casal era originário de Tiradentes: capitão Antônio Joaquim de Almeida e Souza e Ana Gertrudes Pereira, possivelmente de menor expressão na formação do caráter do neto José Joaquim. Embora não se possa concluir apressadamente sem informações do próprio Correia de Almeida, ainda assim podemos imaginar que deve ter havido, por parte dos seus avós maternos, uma mais efetiva interação com o neto, transmissão de conhecimentos e de experiências vivenciadas que encontraram eco no seu íntimo.
Essas raízes atávicas parece terem sido determinantes, se não para a sua atuação, pelo menos para a fruição de sua inspiração e, consequentemente, sua disposição para a poesia e a música. Embora o menino venha a ser um crítico do modo de viver cortesão e de certos costumes são-joanenses (como veremos em alguns sonetos publicados em periódico são-joanense), ainda assim é fácil reconhecer sua ligação quase umbilical com influências de duas procedências: a primeira (a corte), pela facilidade de estabelecer relações com pessoas poderosas e influentes (ou “influenciadoras”) capazes de auxiliá-lo na divulgação de sua obra poética, e a segunda (São João del-Rei), por sua cultura, existência de bons educandários, tradição e projeção na Província de Minas Gerais como importante entreposto comercial suprindo a corte imperial, após o esgotamento de suas jazidas auríferas no século anterior (século XVIII).
Embora fuja ao escopo deste trabalho analisar o povoamento de toda a região de entreposto, cabe aqui pelo menos salientar resumidamente alguns fatos históricos relevantes. São João del-Rei drenava a maior parte das exportações de subsistência mineira, enquanto Barbacena concentrava principalmente as exportações de algodão. Ao longo do Caminho Novo, seu descobridor, o bandeirante Garcia Rodrigues Paes, instalou-se em várias áreas que posteriormente foram reconhecidas pela Coroa portuguesa em forma de sesmarias. Uma dessas localidades foi a Borda do Campo, onde foi instalado o registro — posto de fiscalização da Coroa — que mais tarde ficou conhecido como Registro Velho. Muitos proprietários de jazidas de São João del-Rei, vendo o seu esgotamento no final do século XVIII, emigraram, acompanhados de suas famílias em geral numerosas, para esse novo Eldorado, ao abrigo das sesmarias concedidas pelas autoridades, passando a desenvolver aí atividades produtivas associadas com a agricultura e a pecuária. É sabido que, tendo seus moradores se posicionado a favor do Príncipe Regente acerca dos acontecimentos que marcaram o processo de Independência e tendo a Câmara Municipal enviado um Manifesto de apoio a D. Pedro II, Barbacena obteve, com esse gesto, o título de "Nobre e mui leal Villa".
Constatamos ser o Padre-Mestre contemporâneo do seu amigo, o músico são-joanense José Maria Xavier, nascido em 23/08/1819 na vila de São João del-Rei, portanto um ano antes do nascimento do nosso biografado, isto é, em 04/09/1820 na então vila de Barbacena. Além desse fato, constatamos outras coincidências na vida desses dois sacerdotes que desenvolverão uma grande amizade por afinidades profundas (religiosas, artísticas, eventualmente políticas — por sua simpatia pelo Partido Liberal — e sociais), desde 1835, quando “Correia de Almeida passa a cursar em São João del-Rei os preparatórios para matrícula nas academias imperiais” e, supostamente, “lá, em outro momento, com José Maria Xavier (também sacerdote), co-participaria de manifestações sacras” antes de janeiro de 1887 (quando faleceu José Maria Xavier por complicações provocadas por um tombo). Conforme colhemos nas informações de seus biógrafos, o padre Correia de Almeida manteve o hábito de participar ativamente, como convidado especial e até na condição de regente de orquestra e coro, das cerimônias da Semana Santa de São João del-Rei, enquanto padre José Maria Xavier estava vivo, e depois, pelo menos até 1904, um ano antes de morrer, quando pela última vez esteve presente na Semana Santa são-joanense. Em 19/02/1905, o jornal Cidade de Barbacena noticia que o padre-mestre já enfermo, em Barbacena, recebe a visita do amigo, literato e professor Aureliano Pimentel, de São João del-Rei, provavelmente o primeiro biógrafo de Pe. José Maria Xavier. Inicialmente vejamos então algo sobre a formação de cada um desses personagens.
Publicada no jornal Arauto de Minas, de 29 de janeiro de 1887, e na Revista do Arquivo Público Mineiro, de 1901, foi pioneira a biografia do Pe. José Maria Xavier (sob o título "Traços biographicos do Pe. José Maria Xavier") escrita por Severiano de Resende e Aureliano Pimentel, este amigo de José Maria Xavier desde 1844, na qual destaca os fundamentos da formação do seu biografado:
“[...] Ainda menino inicia o aprendizado de música com seu tio Francisco de Paula Miranda, participando das atividades da corporação então por ele dirigida, como menino cantor no registro de tiple ou soprano. Posteriormente passa a ser o 1º clarinetista e é também ótimo violinista e violista. [...] Aprendeu as primeiras letras com o antigo e conceituado professor, de austera disciplina, Guilherme José da Costa [...] Desejoso de dar maior cultivo à sua inteligência, passou a estudar humanidades. Tendo por seu primeiro mestre em gramática latina o padre-mestre Santana (José Joaquim de Santana), latinista de fama e que tinha um pequeno colégio, donde saíram muitos mineiros, que ocuparam proeminente lugar em posições oficiais.
Frequentou depois as aulas públicas de Latim, Francês, História, Geografia e Filosofia, sendo seus professores: Reginaldo Ferreira de Barros, D. Domingos José da Cunha e Cônego José Antônio Marinho, recebendo em exames públicos diplomas honoríficos e prêmios como devida recompensa de sua aplicação; concluindo seus preparatórios no ano de 1838. Aos 23 anos de idade, resolve tomar o estado eclesiástico e das mãos do venerando Bispo de Mariana, D. Antônio Ferreira Viçoso, recebe o presbiterado em 19 de abril de 1846, e aos 23 de maio do mesmo ano canta sua primeira missa solene na Igreja de Nossa Senhora do Pilar, de sua terra natal.
Nomeado vigário de Rio Preto ², lá permanece pouco mais de um ano, retornando a São João del-Rei, por motivos de saúde, de onde não mais sairá. Assume então a Vigararia da Vara e leciona no Colégio Duval. Nomeado capelão de diversas irmandades, a todas elas presta os seus serviços inestimáveis, como sacerdote, músico e cidadão. [...]”
Vejamos agora, como a formação do Padre-Mestre Correia de Almeida apresenta curiosas coincidências com a do importante músico são-joanense, segundo [FONSECA (org.) et al., 2003, 239-257] e [MAIA (org.), 2005, 13-18]:
“[...] Sob a orientação do padre Joaquim Camilo de Brito, Correia de Almeida fez seus primeiros estudos em Barbacena. [...] Segundo o biógrafo do padre-mestre, Pe. Sinfrônio Augusto de Castro, em 1835 Correia de Almeida passa a cursar, em São João del-Rei, os preparatórios para matrícula nas academias imperiais, onde também estuda Música, ali permanecendo até 1840. Foi um de seus preceptores o cônego José Antônio Marinho, historiador da Revolução Liberal de 1842, e teve por condiscípulo o compositor de músicas sacras padre José Maria Xavier. [...] Passada a turbulência do governo Pedro I e das regências que se seguiram, o menino Pedro II foi sagrado Imperador do Brasil em 1840, aos 14 anos, episódio conhecido como “o golpe da maioridade”. ³
Correia de Almeida dedica ao monarca então sua primeira produção poética: um hino denominado “Hino à Maioridade de Sua Majestade o Senhor D. Pedro II”. [FONSECA (org.) et al., idem] se refere ao fato da seguinte forma: “No mesmo ano, em São João del-Rei, Correia de Almeida compôs um hino dedicado à maioridade do monarca, publicado em São João del-Rei.” (grifos nossos)
Apesar dessa importante informação fornecida por Fonseca (de que o poema do padre-mestre foi “musicado e publicado, talvez em São João del-Rei”), infelizmente ainda não logrou êxito minha pesquisa nos arquivos das bicentenárias orquestras Lira Sanjoanense (fundada em 1776, portanto há 244 anos atrás, ostentando, segundo a UNESCO, a honra de ser a orquestra mais antiga das Américas e a segunda mais antiga do mundo) e Ribeiro Bastos (datada de 1840). Na melhor das hipóteses, há até a possibilidade de que o próprio compositor José Maria Xavier tenha musicado o suposto Hino à Maioridade de autoria do Padre-Mestre, porque, do gênero profano, ainda segundo [VIEGAS, 1987, 53-65), consta que Xavier “compôs valsas, minuetos, aberturas, e fez arranjos orquestrais de diversas aberturas de óperas como: Recreio dos Clérigos, de Herold, Les Bacchantes, de Generalli; árias, duetos e coros de óperas, e escreveu fantasias para o instrumento muito em voga na época, o oficleide. Para banda de música, escreveu algumas marchas processionais, destacando-se a que compôs para a procissão de Nossa Senhora da Boa Morte, que se realiza em 14 de agosto.”
Também não teve melhor resultado minha pesquisa junto à Biblioteca Nacional-BN, tentando localizar o referido Hino à Maioridade do Padre-Mestre Correia de Almeida, principalmente após folhear um precioso trabalho de Analía Chernavsky, intitulado “A construção dos mitos e heróis do Brasil nos hinos esquecidos da Biblioteca Nacional” na referida BN. Com referência aos Hinos do Império, especialmente às páginas 22-26, a autora registra: “Em 23 de julho de 1840 decretou-se a maioridade do imperador. Passados exatamente um ano e um dia dessa data, em 24 de julho de 1841, encerravam-se os nove dias das festividades organizadas para o evento de sua sagração e coroação. Na Coleção Teresa Cristina Maria encontramos alguns hinos compostos especialmente para essa ocasião, mas não sabemos se foram efetivamente executados durante as festividades.” Além dos hinos constantes na dita Coleção, Chernavsky ainda pesquisou na Divisão de Música e Arquivo Sonoro da Biblioteca Nacional-DIMAS (mais especificamente em obras pertencentes à Coleção Império) e em Obras Raras da BN. O resultado da sua pesquisa foi ter encontrado, para comemorar a Maioridade propriamente dita, apenas um hino em Obras Raras, qual seja o Hino à maioridade de S. M. o Imperador, do liberal Paula Brito (código BN, OR 99 A, 21, 6). Reconhece, entretanto, a existência de muitos outros hinos celebrando especificamente os eventos da sagração e coroação dentro da Coleção Teresa Cristina Maria. Segundo [CHERNAVSKY, 2009, 9-41], “a importância e suntuosidade com a qual foi revestido este evento explicam o porquê dos hinos compostos para esse fim apresentarem tamanha variedade e complexidade musical.” ⁴
Portanto, o que importa relatar aqui é que o Hino à Maioridade de Sua Majestade o Senhor D. Pedro II da autoria do Padre-Mestre também não consta do acervo doado em 1891 pelo ex-Imperador D. Pedro II com o desejo expresso deste de que se conservasse o nome da Imperatriz, daí, "Coleção Teresa Cristina Maria".
Ainda segundo [FONSECA (org.) et al., idem] e de acordo com seu biógrafo Massena: “[...] Em 1842, houve a anexação da cadeira de Instrução Secundária de Francês e Noções de Geografia e História à de Latim e Poética e Vernácula, ficando ambas a cargo de José Joaquim Correia de Almeida. [...] Em 03/03/1844, ainda segundo Massena, Correia de Almeida é ordenado padre no Convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro ⁵, pelo coadjutor Dom Frei Antônio de Arrabida, bispo titular de Anemúria, rezando sua primeira missa em Barbacena, a 21 de abril do mesmo ano. [...] Finalmente segundo Massena, 1846 foi o ano em que Correia de Almeida foi aprovado, em Ouro Preto, no concurso público para a cadeira de Latim, sendo confirmado como regente da mesma cadeira de Barbacena. Além disso o padre Correia de Almeida substituiu o cônego Joaquim Camilo de Brito na função de vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Piedade de Barbacena, nos anos de 1846 e 1847. [...] Segundo sua biógrafa Filocelina C. Matos Almeida, 1871 foi o ano de jubilamento de sua carreira no magistério público (1841-1871). Entretanto, continua a ensinar no Colégio Providência e dar aulas particulares, em sua casa, de Latim, Português, Francês e Música. [...]”
COINCIDÊNCIAS ENTRE OS DOIS PADRES-MESTRES: JOSÉ MARIA XAVIER E CORREIA DE ALMEIDA
Inicialmente, é digno de nota o fato de que ambos os artistas — Padres-Mestres Correia de Almeida e José Maria Xavier — adotaram a vida sacerdotal, desempenhando de forma rotineira, quase burocrática e recusando as ofertas de promoção a cargos superiores aos de presbítero, exceto em breve período quando exercem a função de vigário. De forma semelhante, ambos também fazem sua primeira incursão em suas respectivas artes quando contavam com a idade de 20 anos. Conforme discutido no item anterior, a obra de estreia de Correia de Almeida na sua carreira literária é o Hino à Maioridade de Sua Majestade o Senhor D. Pedro II, datado em 1840, conforme seus biógrafos.
Há um artigo já citado do musicólogo, regente, copista e violoncelista são-joanense Aluízio José Viegas, que consideramos fonte fidedigna a respeito da vida e obra do Padre-Mestre José Maria Xavier e se baseia nos seus biógrafos contemporâneos, incluindo ainda informações e conclusões próprias tiradas após esmerado estudo de partituras e documentos existentes no arquivo da Orquestra Lira Sanjoanense. De acordo com [VIEGAS, ibidem], as primeiras partituras da lavra de José Maria Xavier são datadas de 1839, conforme sua pesquisa: “[...] Sua primeira obra: “Qui sedes e Quoniam” a solo de baixo foi feita em 1839, baseada em um terceto de Rossini, como especifica no manuscrito. Dedicou esta obra a seu amigo e contemporâneo absoluto, Hermenegildo José de Souza Trindade, a quem dedicará a maioria de suas obras. O ter utilizado melodia de Rossini, adaptando-a para um texto religioso, porém empregando harmonização e instrumentação próprias, era fato comum na Corte do Rio de Janeiro, onde os compositores como Pedro Teixeira de Seixas, Fortunato Mazziotti, e outros, sofreram a influência da música operística em voga, principalmente de Rossini, a ponto de enxertar em suas obras para igreja reminiscências de óperas em voga. [...]”
Ainda uma coincidência pode ser constatada nas distinções honoríficas de que ambos os padres foram ou são detentores: Padre José Maria Xavier é patrono do Conservatório Estadual de Música que leva o seu nome em sua terra, bem como patrono da Cadeira nº 12 da Academia Brasileira de Música, cujo fundador foi Octavio Bevilacqua em 1945, depois sucedido pelo musicólogo são-joanense José Maria Neves e atualmente ocupada pelo Acadêmico John Neschling. Por sua vez, o Padre-Mestre José Joaquim Correia de Almeida é patrono da Cadeira nº 19 da Academia Mineira de Letras, cujo fundador foi Francisco Lins, depois sucedido por Mário Mendes Campos e atualmente ocupada pelo Pe. José Carlos Brandi Aleixo, e da Cadeira nº 1 da Academia Barbacenense de Letras, cujo fundador foi Plínio Tostes de Alvarenga, depois sucedido por Fernando Campos Duque-Estrada e atualmente ocupada por Ângela Maria Rodrigues Laguardia. Além dessas distinções honoríficas, Correia de Almeida acumulou outras.
Em fevereiro de 1883, publicou a monografia “Notícia da Cidade de Barbacena e seu Município”, que ocasionou o seu ingresso, como sócio correspondente, no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro-IHGB. Sacramento Blake, Antônio José Gomes Brandão e José Luiz Alves indicaram o nome de Correia de Almeida, cujo ingresso foi aprovado em 20 de abril de 1894.
No campo da música, o padre-mestre ainda fundou, em Barbacena, a banda de música, hoje centenária e conhecida como Corporação Musical “Correia de Almeida”, que durante quase 130 anos vem desenvolvendo um trabalho social, cultural e profissionalizante, servindo a sociedade de Barbacena em todos os eventos para os quais foi e é convidada, o que demonstra a importância atribuída à música instrumental por seu fundador. Em 04/05/2000, foi sancionada a Lei Estadual nº 13.516, que declarava de utilidade pública essa entidade musical e apenas em 30/06/2006, através da Lei 3.962, o Prefeito Municipal reconheceu como de utilidade pública municipal essa entidade musical.
Também digno de registro, por ser sinal de reverência e honra ao assim chamado “Tolentino Brasileiro”, foi a fundação do Clube Literário “Correia de Almeida” por alunos da Escola Normal de São João del-Rei, tendo como primeiro presidente José de Paula Moreira e 1º Secretário Raul Campos Maciel, em abril de 1898. São João del-Rei nada mais fez do que corresponder à afeição que lhe dedicara por setenta anos este grande poeta satírico barbacenense.
Conforme já mostrado, há ainda outra afinidade entre os dois padres-mestres Xavier e Correia de Almeida: sua paixão pela música. Segundo o Pe. Sinfrônio Augusto de Castro apud [FONSECA (org.), idem] registra: “[...] Cultor da música, de que foi também professor, o padre Correia de Almeida, anos mais tarde, nas Semanas Santas de São João del-Rei, assumia a regência das orquestras afamadas que ali executavam composições musicais do padre José Maria Xavier. É de notar que a última lição do terceiro Noturno do Ofício de Trevas, escrita pelo padre Xavier, e especialmente dedicado a Correia de Almeida, era por este cantada”, ainda acrescentando: “com acentuado garbo e elegância.” Aqui o biógrafo de Correia de Almeida, formulou a hipótese de que certamente se estabeleceu uma marcante colaboração entre os dois padres amigos na produção de música sacra para as Semanas Santas de São João del-Rei, o poeta satírico assessorando o compositor especialmente no texto latino e estendendo-se até mesmo à regência da música executada durante as Semanas Santas.
Finalmente, verificamos outra importante afinidade entre os dois Padres-Mestres: a sua consagração fora do Brasil. A Missa (Kyrie e Glória) nº 5 e as Matinas do Natal são as duas obras do compositor e instrumentalista Padre José Maria Xavier, cujas partituras foram editadas respectivamente em 1884 e 1885, em Munique, na Alemanha, fato singular na música sacra oitocentista mineira. Quanto ao Pe. Correia de Almeida, foi hábil ao estabelecer excelente intercâmbio com os escritores românticos portugueses, supostamente por iniciativa própria enviando-lhes seus livros impressos ou através do empenho de terceiros intermediários. O fato é que duas personalidades literárias portuguesas endossaram a veia satírica do Padre-Mestre, tanto através de uma crítica extremamente favorável (Castilho), quanto incluindo um de seus poemas satíricos, O Carnaval, em uma coletânea da poesia contemporânea portuguesa e brasileira acompanhado de valiosa apreciação crítica (Castelo Branco). Escreveu Castelo Branco a respeito do poeta barbacenense na sua apreciação do talento do satirista barbacenense:
“[...] A satyra do senhor padre Corrêa foi muito elogiada pelo primeiro visconde de Castilho quando appareceu na Gazeta de Lisboa. [...] Não está o senhor padre Corrêa na turba dos elogiados caprichosamente por Castilho. Tem graça, metrifica nitidamente, folheia o seu Tolentino, e é mais erudito que o que se espera n’estas brincadeiras de entrudo.” (Castelo Branco: Cancioneiro Alegre de Poetas Portuguezes e Brazileiros, Porto: Livr. Internacional de Ernesto Chardron, 1887, Vol. I, p. 235-254, 320 p.)
II. CONTRIBUIÇÃO DO PADRE-MESTRE NA IMPRENSA DE SÃO JOÃO DEL-REI
Não só sua terra natal enobreceu seu filho Correia de Almeida, mas também São João del-Rei o estimou como a um filho adotivo querido, hospedando seus poemas geniais (em geral, sonetos) nas páginas do periódico são-joanense Gazeta Mineira, durante os 11 anos de sua circulação (de 1884 a 1894). Informamos que a única coleção desse magnífico periódico só se encontra sob guarda do escritório do IPHAN/13ª Superintendência Regional, Escritório Técnico II de São João del-Rei e que no presente se apresenta com lacunas por um longo período (1885, 1886, 1887, 1888, 1889 e 1890), ou seja, dos 11 anos de sua publicação apenas 5 anos constam da referida coleção. É lamentável que, ao que nos consta, nem a hemeroteca digital do Arquivo Público Mineiro nem a da Biblioteca Nacional possuem a coleção completa desse periódico.
Consideramos que nosso levantamento da contribuição de Correia de Almeida na imprensa são-joanense, embora ainda incompleto pelas razões apresentadas e independentes da nossa vontade, confirmam algumas características de sua obra poética já publicada e conhecida: além de polígrafo e humanista, sua atitude de polemista, sua manifesta veia satírica e sua produção poética utilizando a literatura como expressão do pensamento político, numa evidente sátira ao Brasil oitocentista, por 65 anos, cobrindo o Brasil Império e os primórdios da República, na Província de Minas Gerais e na corte.
Seu livro “A República dos Tolos” (1881), poema herói-cômico-satírico em 10 cantos sobre a cidade do Rio de Janeiro é um importante testemunho para um melhor entendimento da história literária mineira e do campo social brasileiro no século XIX; é um livro de um herói quixotesco que se utiliza da sátira para aplicar ao seu momento histórico o axioma de Juvenal e que se tornou o princípio “Castigat ridendo mores” (Corrige os costumes com o riso), cunhado por Jean de Santeuil, sobre o qual se fundamenta a comédia. Correia de Almeida constatou que na sua época as paixões humanas, cujo entrechoque eclodia na interação social, eram as mesmas que motivaram a indignação de Juvenal: amor, ódio, ambição, inveja, cobiça do poder e da riqueza, desprezo pelos fracos, insensibilidade com os oprimidos. Embora se comunicasse com irreverência, tinha o cuidado de usar certo refinamento ao criticar tanto o poder com suas nuances quanto os costumes. Ou seja, Pe. Correia de Almeida produziu uma sátira refinada pelo humor. Polemista, adoçava seu ceticismo com musicalidade, poesia, bom humor, abertura ao novo, sendo tudo isso processado pelo satirista com muita elegância e presença de espírito.
Eis os sonetos do Pe. Correia de Almeida que ainda se mantêm preservados, publicados no periódico são-joanense “Gazeta Mineira”, às vezes com réplica de algum outro poeta local ou da própria Redação do jornal em nota de gratidão ou em nota crítica sobre algum livro recém-lançado, sempre com reverência ao experiente e renomado poeta satírico barbacenense. Observamos também que mantivemos a grafia de época, conforme estampada nas páginas do periódico.
1) Gazeta Mineira, 14/8/1884, Anno I, p. 2, edição nº 43
Sonetos e Sonetinhos (coluna Noticiário)
O nosso distincto comprovinciano Pe. José Joaquim Corrêa de Almeida acaba de offerecer-nos delicado mimo, enviando o seu livro de Sonetos e sonetinhos.
Lemol-o de uma assentada, porque nem comprehendemos como se possa interromper, uma vez principiada, a leitura de qualquer das producções do nosso apreciado poeta.
De elogios está farto o Pe. Corrêa e, portanto, bem dispensa os da nossa inhabil penna.
Diz-nos o Padre Corrêa que serão estes os seus ultimos versos.
Felizmente ninguem sabe quando os poetas satyricos escrevem sério, e, portanto, embala-nos a leda esperança de que, dizendo isso, teve o Padre Corrêa em mira pregar-nos uma peça, peça agradabilissima, por certo.
E nem vemos razão para que o illustre poeta dê, tão cedo, um pontapé nas Muzas, suas boas amigas de tantos annos.
Pela franca confissão que faz em um de seus sonetos (sempre mostra que não é mulher), vemos que já vae beirando os seus setenta annos, mas é que seus versos ainda trazem o cunho e a verve da idade vigorosa; e, por isso, não enxergamos motivo para serem os ultimos.
Diz o poeta:
Sem estro nem sciencia verdadeira
E de annos vou na rapida carreira,
Já proximo da setima dezena.”
Pois bem: salva a modestia aqui contida, diga-nos o Padre Corrêa que é ultimo livro seu aquelle em que puder repetir este verso, mas assim:
... já proximo da decima dezena.
Agradecemos o precioso mimo, a que sabemos dar o merecido valor, e como o pouco espaço, de que dispõe a nossa modesta folha, não nos permitte destacar hoje alguns dos sonetos e sonetinhos que mais nos agradárão, passaremos, com a devida venia do auctor, alguns delles para as nossas columnas, sempre que para isso dispuzermos de espaço.
2) Gazeta Mineira, 29/7/1891, Anno VIII, edição nº 351
Fraternidade christã
Refere-nos a Biblia que tres Magos
viérão adorar Christo nascido,
tendo lá do Oriente elles trazido,
um, incenso; outro, myrra; outro, ouro em bagos.
E é certo que não houve indicios vagos,
de um desses offertantes haver sido,
por motivos de cores, excluido
de taes respeitosissimos affagos.
No céo entrou e após canonizou-se
o humilde Benedicto, inda que fosse,
o mais preto entre os homens de côr preta.
Mas este duplo exemplo não milita
na Ordem Sanjoanense Carmelita,
que contra um preto irmão poude achar treta.
Barbacena, julho de 1891.
3) Gazeta Mineira, 16/9/1891, Anno VIII, p. 1, edição nº 364
Soneto Ao Padre Corrêa de Almeida
Fausto Maia
Vós dissestes, ó mestre respeitavel
Da moderna e futura raça humana,
Que a musa galhofeira e leviana
Não mais a gana tem tão estimavel.
Não parece; essa lyra veneravel
Será, foi e é a fonte d’onde emana
A lição mais conspicua e mais ufana
De graça e sapiencia inimitavel.
Na verdade sois velho, e a alegria
Eu vejo que renasce cada dia
Nas proprias producções já da velhice.
E esse vigor antigo sempre encanta
Da vossa musa, ó mestre, sacrosanta
Àquelles que hoje são da modernice.
4) Gazeta Mineira, 7/10/1891, Anno VIII, p. 2, edição nº 370
Soneto Ao Padre Corrêa de Almeida
Obrigado, muitissimo agradeço
o soneto, beijando a vossa mão
com prazer e maior satisfação,
pois elle tem p’ra mim subido preço.
Duvido que o enthusiasmo, que conheço
em vós, já se extinguisse e a animação
se apagasse, levando a inspiração —
que tantas glorias tem e tanto apreço.
Vossos versos, ó mestre, galhofeiros
dão soberba lição a esta gentinha
que deseja galgar altos poleiros.
A muza não deixou de ser madrinha,
e mesmo sob o peso dos janeiros
não vos custa acertar uma quadrinha!
5) Gazeta Mineira, 12/12/1891, Anno VIII, p. 2, edição nº 389
Padre Corrêa de Almeida (Nota da Redação)
6) Gazeta Mineira, 30/3/1892, Anno IX, edição nº 417
Consequencia da saude e fraternidade
O destroço da imagem que desperta
a lembrança do manso Nasareno
horror produz, que nada tem de ameno
para o crente que vela sempre alerta.
A heresia, que já não se acoberta,
vem plantar o mortifero veneno,
e é porque poude achar franco terreno,
e porque poude achar a porta aberta.
Si hoje é quebrada a sacro-santa effigie,
desde hontem (o demonio assim o exige)
guarda e nome supprimem-se de Deus.
O exemplo desceu do alto, e o facto de ser-nos
imposta a impiedade de Governos
formados de sacrilegos atheus.
Barbacena, 27 de março de 1892.
7) Gazeta Mineira, 24/12/1892, Anno IX, p. 2, edição nº 466
Quousque tandem?
Todos os dias vemos annunciada
entre Ministros larga conferencia,
ou entre elles ou a Vice-Presidencia,
e fica a expectativa sempre ansiada!
A sucia de banqueiros asseada
tambem tem sido ouvida com frequencia,
a crise é de continua permanencia,
e a gente está scismando desconfiada!
Embora seja larga, alta ou comprida
a infinda conferencia ou parolagem,
sob o peso a Nação jaz opprimida!
E emquanto os Brasileiros não reagem,
de um apertado becco sem sahida
o systema actual é vera imagem!
Barbacena, Dezembro de 1892.
8) Gazeta Mineira, 20/01/1894, Anno XI, p. 2, edição nº 521
Silentium verbis facundius
Ao Jornal do Commercio dou louvores
pela idéa feliz de ficar mudo,
uma vez que não póde dizer tudo
à cerca da milicia e seus horrores.
Se leitor perspicaz acaso fores,
estudando as manobras por miúdo,
verás que certa imprensa faz estudo
de impingir a mentira a seus leitores.
Viver às claras é falsa divisa,
visto que alta policia fiscalisa,
sem deixar transpirar, a opinião.
Assim, pois, o silencio actualmente
é mais do que as palavras eloquente,
e o Jornal é que tem toda a razão.
Barbacena, Janeiro de 1894.
9) Gazeta Mineira, 21/04/1894, Anno XI, p. 2, edição nº 533
O mais difficil de esfolar-se
Na opinião de muita gente bôa
está completamente debellada
a guerra que tem sido tão fallada,
cujo termo glorioso se apregôa.
E se o Te Deum laudamus já não sôa
no recinto da egreja preparada,
é só por estar esta separada,
depois do banimento da corôa.
Certo é que havendo paz tudo prospéra
e com justa razão hoje se espera
a cornucopia a jorros abundantes.
Mas inda resta a cauda financeira,
nem a pôde esfolar toda a canceira
de exactores rhetoricos, pedantes.
Barbacena, Abril de 1894.
¹ Sebastião de Oliveira Cintra é citado na obra "Biografias" de Plínio Alvarenga, Barbacena: GECB, 1993, em sua correspondência abaixo transcrita ao autor:
“São João del-Rei, 5 de fevereiro de 1980
Caro Amigo Prof. Plínio Tostes de Alvarenga
Cordiais cumprimentos: Acabo de ler com especial agrado o seu Perfil Biobibliográfico do Padre-Mestre José Joaquim Correia de Almeida. O Ilustre Presidente não poderia ter escolhido melhor Patrono. O poeta satírico Correia de Almeida encontrou merecida glorificação em todo o Brasil e em Portugal, mercê de sua bagagem política. Minha afeição ao Padre-Mestre explica-se, também, por outros fatores. Afinal de contas, corria nas veias dele nobre sangue sanjoanense. Também o Prof. Plínio descende de fidalgo tronco familiar sanjoanense. São coincidências muito agradáveis para o missivista.
Sebastião de Oliveira Cintra
Historiador residente em São João del-Rei
² Localidade no Estado do Rio de Janeiro.
³ Vide MARINHO, José Antônio: “A Declaração da Maioridade de Sua Magestade Imperial, o Senhor D. Pedro II, desde o momento em que essa idéa foi aventada no corpo legislativo até o acto de sua realização”, Rio de Janeiro: Typographia da Associação do Despertador, 1840 (compilação de documentos, discursos parlamentares, e artigos a respeito da maioridade de D. Pedro II. Na página de introdução “Ao Leitor” consta a identificação "Huma testemunha ocular". A autoria, segundo Paiva (1926, p. 167) é atribuída a José Antonio Marinho, político, padre e educador, havendo dele uma litografia de Sisson. O projeto de maioridade, de autoria do senador Antônio Francisco de Paula de Holanda Cavalcanti de Albuquerque (senador de 1838 a 1863) foi apresentado ao Senado em 1840).
Link: https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/242439
⁴ Apesar de ter sido frustrante até o presente nossa busca do "Hino à Maioridade de Sua Majestade o Senhor D. Pedro II", da autoria do Padre-Mestre Correia de Almeida, datado em 1840, há em Barbacena uma tradição oral que dá conta de que o seu autor aproveitou parte do poema de 1840 na letra do seu Hino do 4º Centenário do Descobrimento do Brasil com o título In Hoc Signo Vince, de 1899.
Segundo [FONSECA (org.) et al., idem], “foi no dia 18 de maio de 1899 a data marcada para realização do concurso aberto para a letra do 4º Centenário do Descobrimento do Brasil. [...] O concurso foi vencido pelo poeta Sebastião Cícero dos Guimarães Passos.”
[CHERNAVSKY, idem, 42-79], na sequência da sua pesquisa, nos dá mais detalhes do ocorrido, referindo-se aos Hinos da República na sua pesquisa na BN. Segundo ela, em 1899 o governo republicano preparou uma série de eventos para comemorar a data com participação das seguintes instituições: Associação do IV Centenário e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro-IHGB. A primeira ficou responsável pelos eventos dirigidos ao público popular, os quais visavam "estimular sua adesão à pátria"; o segundo ocupou-se dos atos dirigidos ao público letrado. Inicialmente, organizou uma comissão responsável pelos preparativos e estavam entre seus membros mais importantes Benjamin Franklin Raiz Galvão (ex-diretor da BN no período 1870-1882) e o escritor Coelho Neto. A Associação abriu um concurso para a escolha da poesia que serviria para um eventual Hino do Centenário a ser cantado durante as comemorações organizadas para o ano seguinte. Prometeu-se um prêmio de um conto de réis ao vencedor. Franklin Dória, José Veríssimo e Rodrigo Otávio foram escolhidos para julgar as 25 poesias recebidas pela Associação. Entretanto, após a avaliação dos textos inscritos, a comissão julgadora decidiu que "nenhuma das peças examinadas correspondia, em inspiração e factura à magnitude do feito que se propunham celebrar. À vista de tal juízo, a Associação recolheu as poesias, julgadas inclassificáveis e, com um critério literário assaz discutível, conferiu o prêmio à poesia com que concorreu o Sr. Guimarães Passos e menção honrosa a outras duas, cujos autores ignoramos. [...] Aguardemos agora o resultado do concurso referente à música", de acordo com o articulista da revista A Educadora (edição nº 1, agosto de 1899, p. 4-5 na hemeroteca digital da BN). Citando Lúcia Lippi Oliveira, in "Imaginário histórico e poder cultural: as comemorações do Descobrimento", Chernavsky resume assim a comemoração do IV Centenário do Descobrimento: "a campanha do IV Centenário procurava sensibilizar os brasileiros para a importância da celebração, mas não obteve o retorno esperado, e os preparativos para a festa acabaram sendo um fracasso."
⁵ Devido ao fechamento do seminário de Mariana, precisou prosseguir seu preparo religioso até a ordenação no Rio de Janeiro. Correia de Almeida é ordenado padre no Convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro.
ALVARENGA, Plínio Tostes de: Biografias, Barbacena: Ed. do autor, 1993.
BLAKE, A. V. A. Sacramento: Diccionario bibliographico brazileiro. Rio de Janeiro: Typ. Nacional, 1883, 7 volumes.
CHERNAVSKY, Analía: A construção dos mitos e heróis do Brasil nos hinos esquecidos da Biblioteca Nacional, 2009, 98 p., com o apoio do Programa Nacional de Apoio à Pesquisa na Biblioteca Nacional. Link: https://www.bn.gov.br/en/node/1000
CINTRA, Sebastião de Oliveira. Efemérides de São João del-Rei. v. I e II, – 2ª ed. – Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1982, 622 p.
FONSECA, L.M.A. (org.), DEOUD, I.M., HELENO, J.G. e OLIVEIRA, F.R.: Padre Correia de Almeida, Barbacena: Centro Gráfico e Editora Ltda., 2003, 283 p.
MAIA, Zenaide Vieira (org.): Correia de Almeida, Barbacena: Gráfica e Ed. Cidade de Barbacena, com apoio cultural da FUNDAC, 2005, 120 p.
RESENDE, Severiano Nunes Cardoso de; & PIMENTEL, Aureliano Pereira Corrêa. Traços biográficos do Pe. José Maria Xavier, Revista do Arquivo Público Mineiro, Belo Horizonte, ano 6, fasc. 1, p. 97, jan/mar 1901.
VIEGAS, Aluízio José: Música em São João del-Rei de 1717 a 1900, Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, volume V, 1987, p. 53-65, Juiz de Fora: Esdeva Empresa Gráfica Ltda, 1987, 128 p.
12 comentários:
Nesta data de 04/09/2020 estamos comemorando o bicentenário de nascimento do padre-mestre barbacenense José Joaquim CORREIA DE ALMEIDA, autor de sátiras, epigramas e sonetos.
Inúmeros autores e críticos literários têm reconhecido a importância e qualidade da obra do Pe. Correia de Almeida, cabendo destacar aqui apenas os principais: os portugueses António e José Feliciano de Castilho e Camilo Castelo Branco; e os brasileiros Hélio Vianna, Cônego Raimundo Trindade, Carlos Drummond de Andrade, Júlio de Castilho, Arthur Azevedo, Carlos Laet, Olavo Bilac, Aureliano Pimentel, Martins de Oliveira, Ferdinand Wolf, Eduardo Frieiro, Eugênio Werneck, Belmiro Braga e Augusto de Lima.
No ensaio que ora apresento, mostro como São João del-Rei desempenhou um papel importante ao fazer a aproximação entre dois artistas geniais (José Maria Xavier e Correia de Almeida), propiciando sinergias geradas através de parcerias, oportunidades e desenvolvimento de afinidades que permaneceram ao longo de toda a sua vida.
https://bragamusician.blogspot.com/2020/08/sao-joao-del-rei-na-vida-e-obra-do.html
Cordial abraço,
Francisco Braga
Muito obrigado
Bom fim de semana.
Abraços.
Diamantino
Grato pela gentileza de nos manter atualizados sobre as coisas dessa bela cidade.
Abraço
Targino Azeredo
Mestre Braga, sempre bom lembrar o tremendo Padre-Mestre Correia de Almeida, turrão, mas talentoso. Parabéns! Abraço do Danilo Gomes.
Gratidão pela remessa da mensagem anexa.
Pe. Sílvio
Obrigado!
Heitor
Caro amigo Braga
Comecei a ler o seu ensaio: achei muito interessante. Ainda hoje farei a leitura por completo.
Desde já agradeço pela gentileza do envio, ao tempo em que – mais uma vez – felicito ao ilustre amigo pela sua constante preocupação em exaltar a memória histórica de personalidades que se destacaram na área cultural.
Abraços, meus e de Beth.
Mario.
Prezado confrade Francisco Braga, boa noite.
Parabéns pelo relato de significativa pesquisa sobre o insigne Pe. Correia de Almeida, louvado esse mês pelos 200 anos de seu nascimento. Mais uma vez ocorre uma boa conexão entre as loas de Barbacena e as honras em São João del-Rei, no caso ao insigne poeta. Que continuemos nesta boa toada de um toque lá e um repique aqui.
Abraços fraternos,
Paulo Sousa Lima
Olá Francisco e Rute,
Toda aproximação entre artistas vale ouro, somos todos, afinal, filhos de um só Pai, a serviço da Paz e do Progresso.
Desejo-lhes um ótimo e tranquilo domingo!!
Paz e Bem, é o voto~sincero do irmão. f. Joel.
Caro professor Braga;
Uma vez mais interessante e curiosíssimo ensaio, pela sua forma, pela quantidade de fontes biográficas do homenageado, pelos dados literários e históricos. Ficam inclusive esboçadas as circunstâncias gerais daquela época, à qual o padre Correia era atento, lúcido e genial participante.
Grato.
Cupertino
Realmente, um trabalho meritório sobre um poeta significativo na vida literária mineira. Você está de parabéns pela pesquisa e cuidado literário do texto. Laus Deo. Fernando Teixeira.
Prezado FRANCISCO JOSÉ DOS SANTOS BRAGA,
a Academia Barbacenense de Letras, na pessoa de seu presidente, agradece-lhe por sua colaboração com um texto referente ao Bicentenário de Correia de Almeida para ser publicado no periódico Folha de Barbacena.
Saiba que seu trabalho muito haverá de enriquecer esse evento tão cheio de significados para a cultura luso-brasileira!
Atenciosamente,
Mário Celso Rios
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