quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O SÊMEN É BENÉFICO À SAÚDE DAS FÊMEAS. EIS A PROVA ...


Por Francisco José dos Santos Braga






I.  INTRODUÇÃO
 

O que era bastante intuitivo para nós maridos que convivemos com nossas mulheres ou com nossas namoradas saudáveis e acompanhamos seu estado de humor e de apetite sexual, agora resta comprovado através de importante estudo conduzido pela Faculdade de Ciência da Universidade da Ânglia Leste (UEA), uma instituição renomada internacionalmente, conhecida por sua abordagem pioneira e colaborativa à pesquisa que junta acadêmicos de diferentes disciplinas a fim de criar grupos de pesquisa inovadores. Todas as unidades de pesquisa da UEA dentro da Faculdade de Ciência foram classificadas como excelentes tanto internacional quanto nacionalmente no último Relatório de Avaliação de Pesquisa patrocinada pelo Governo britânico em 2001. A Escola de Ciências Químicas e Farmácia inclui muitos diferentes grupos tradicionalmente divididos, integrando pesquisa química básica com a ciência aplicada da Farmácia.

A Universidade da Ânglia Leste fica na cidade de Norwich, a sede administrativa do condado de Norfolk, na Inglaterra.

Para redigir o presente artigo, que é meramente informativo, não tendo demandado reelaboração de minha parte, utilizei três fontes de pesquisa que podem ser linkadas em:
http://www.to-gamato.com/2013/09/blog-post_1616.html  (em grego)

Quanto à área conhecida por "genética evolutiva", que é a de que trata o presente artigo, não deixa de ser uma expressão algo redundante. Afinal, Charles Darwin entendeu que a seleção natural requeria um mecanismo de herança, embora tenha levado um século para que houvesse uma reconciliação de suas ideias com as da genética clássica. Além disso, muito da reconciliação entre a genética de Mendel e a evolução de Darwin envolveram avanços na genética quantitativa e de populações.

Esta Introdução e os Comentários ao artigo são de minha autoria.


II.  O SÊMEN FAZ BEM À SAÚDE DAS FÊMEAS.  EIS A PROVA... ¹


Algumas razões adicionais para fazerem mais sexo têm as mulheres depois da nova pesquisa científica que prova quão benéfico é o sêmen ao organismo feminino.

Apenas uma partícula de sêmen é capaz de mudar uma série de genes femininos, fortalecendo o sistema imune, melhorando a visão, aumentando a libido e a fertilidade, mas também mudando os padrões de sono e de nutrição. Esse estudo foi publicado na revista Proceedings of the Royal Society B ², onde as novas descobertas se somam à lista crescente dos intrigantes efeitos fisiológicos provocados pela exposição ao sêmen.

Embora na primeira fase os resultados se confirmaram nas moscas-da-fruta ³ (Drosophila melanogaster ), os cientistas da Universidade da Ânglia Leste consideram que muitos deles são válidos também para outras espécies, e especialmente para as mulheres. As pesquisas deles focaram em uma única proteína encontrada no sêmen, conhecida por "peptídeo do sexo", a qual em uma notável variedade de genes provoca alterações e reações, as quais se tornam perceptíveis tanto ao longo do tempo quanto em diferentes partes do corpo das fêmeas após o contato sexual.

Com a palavra a pesquisadora-chefe Tracey Chapman, catedrática de Genética Evolutiva: "Investigamos os resultados de uma proteína enigmática do sêmen e descobrimos significativas mudanças nos genes que estão ligados com o desenvolvimento dos ovos, a prematura embriogênese, a imunidade, o comportamento e, paradoxalmente, a fototransducção (as vias neurais envolvidas na visão." A proteína em questão é caracterizada pela pesquisadora Chapman como "mega reguladora", já que "efetivamente dá aos machos uma direta e global influência sobre o comportamento e sobre o sistema reprodutivo das fêmeas." Postula que tais efeitos podem perfeitamente ocorrer em outras espécies.

Ela acrescentou que os efeitos das proteínas do sêmen podem favorecer os interesses dos machos, enquanto gerando custos nas fêmeas, resultando em conflito sexual. "Por exemplo, não pode ser um 'cabo-de-guerra' ou jogo da corda," reconhece Chapman, "onde os machos empreguem proteínas de sêmen para garantir que as fêmeas façam um grande investimento na ninhada atual — mesmo se isso não combinar com os interesses de longo prazo das fêmeas."


Imagem: Drosophila melanogaster (mostrada copulando) é um importante organismo-modelo utilizado na pesquisa. 



III.  COMENTÁRIOS DE FRANCISCO JOSÉ DOS SANTOS BRAGA


¹  O presente artigo é um "mix" dos três trabalhos divulgando os resultados da pesquisa conduzida pelos pesquisadores da UEA, sendo dois deles em inglês e um terceiro em língua grega.

²  Proceedings B é a revista de pesquisa biológica da Royal Society, dedicada à publicação rápida e disseminação ampla de "papers" de pesquisa de alta qualidade, de revisões e de comentários-e-réplicas. O escopo da revista é diversificado e seu forte é na biologia de organismos.

³  As moscas-da-fruta são muito utilizadas em biologia, especialmente para estudos de genética, — quando se estuda a transmissão de determinadas características, — devido ao fato de possuírem quatro pares de cromossomas relativamente grandes, apresentarem grandes diferenças físicas entre machos e fêmeas (dimorfismo sexual), terem um curto ciclo de vida e produzirem uma grande quantidade de descendentes. Também são usadas nos estudos de fisiologia, patogênese microbiana e evolução da história da vida. Seu uso tão amplo se justifica por ser uma espécie animal fácil de se cuidar, que se alimenta rapidamente e coloca muitos ovos.

⁴   O nome científico, em grego, para a mosca-da-fruta corresponde a "dark-bellied dew lover" (em inglês) ou "amante de orvalho com barriga escura" (em português).