CONCERTO DA ORQUESTRA SINFÔNICA DA POLÍCIA MILITAR EM COMEMORAÇÃO AOS 308 ANOS DE SÃO JOÃO DEL-REI

Por Francisco José dos Santos Braga 

 

Convite para o Concerto da OSPM-Orquestra Sinfônica da Polícia Militar de Minas Gerais no Teatro Municipal de São João del-Rei em 03/12/2021, abrindo a "Semana da Cidade" que comemora seus 308 anos

 

Apresentação da OSPM no Convite

PROGRAMA DO CONCERTO DA OSPM "SEMANA DA CIDADE" DE SÃO JOÃO DEL-REI 

 

1. Prelude to a kiss (Prelúdio para um beijo)/Duke Ellington/Arranjo de Francisco Braga para octeto de sopros com acréscimo das cordas.

 

Link: https://youtu.be/-o4CMNR-sCk   👈

 

2. Prelúdio e Ária das Palmeiras/grande ópera O Sertão de Fernand Jouteux 

Participação especial: Duo Rute Pardini & Francisco Braga - soprano lírica Rute Pardini no papel de "Cília", interpretando Ária das Palmeiras (Ato I, Cena 1 de O Sertão), e pianista Francisco Braga ao piano, em substituição à harpa, instrumento para o qual o acompanhamento foi originalmente composto. 

 

Link: https://youtu.be/ddEnREiWArk  👈

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Repertório de Natal 

 

3. Abertura/SubTen Mendelssohn Rocha 

4. Pinheirinho de Natal/Melchior Franck/arr. SubTen Mendelssohn Rocha 

5. A um anjo proclamou/Sir John Stainer/arr. SubTen Mendelssohn Rocha 

6. Jingle Bells/James Lord Pierpont/arr. SubTen Mendelssohn Rocha 

7. Oh, Noite Santa/ Adolphe Charles Adam/arr. SubTen Mendelssohn Rocha 

8. Noite (de samba) Feliz/Franz Xaver Gruber/arr. SubTen Mendelssohn Rocha 

9. Glória a Deus nas alturas/arr. SubTen Mendelssohn Rocha 

10. Vem, está chegando o Natal/Aline Barros/arr. SubTen Mendelssohn 

11. Deixei meu sapatinho/Otávio Babo Filho/arr. SubTen Mendelssohn Rocha 

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12. Don't stop believin'/Steve Perry, Neal Schon e Jonathan Cain

13. Hallelluia/Leonard Cohen 

 

Maestro: 1º Ten PM Marco Aurélio da Cruz Correa 

 

Teatro Municipal de São João del-Rei - Crédito pela foto: Antônio Élber

 

O Sgto Samuel Eudóxio do 38º BPM de São João del-Rei atuou como mestre de cerimônias e a parte artística ficou a cargo da Orquestra Sinfônica da Polícia Militar de Minas Gerais, sob a regência do Maestro Marco Aurélio da Cruz Correa, em evento realizado em 03/12/2021 no Teatro Municipal de São João del-Rei. 

 

Mestre de Cerimônias: Sgto Samuel Eudóxio

 

Dentre as inúmeras referências pertinentes ao evento que fez o cerimonialista, destaco que o contextualizou muito bem, ao dizer que "estamos em um momento de festa. São João del-Rei comemora 308 anos. Para celebrar a data, o IHG de São João del-Rei e o 38º Batalhão da Polícia Militar celebram a data com um concerto da Orquestra Sinfônica da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais." 

Sobre a orquestra, ele teceu interessante comentário: "Idealizada pelo Cel Egídio Benício de Abreu, a OSPM foi criada no ano de 1948. Iniciou-se com músicos remanescentes das bandas de música do Batalhão de Guardas, 5º e 6º Batalhões, Academia da Polícia Militar e da 10ª Companhia da Polícia Militar de Muzambinho. A apresentação de hoje será uma homenagem a FERNAND JOUTEUX, que compôs a grande ópera O SERTÃO e sempre teve o sonho de encená-la no palco do Teatro Municipal de São João del-Rei." 

Após anunciar a presença das autoridades presentes ao evento (Ten Cel Luiz Eduardo Coelho, comandante do 38º BPM, Sr. Paulo Roberto Sousa Lima, presidente do IHG de São João del-Rei, Sr. Henrique Rohrmann, presidente do IHG de Tiradentes, Sr. Willer Silveira, diretor e presidente da Sociedade Orquestra e Banda Ramalho, Sr. Evandro de Almeida Coelho, confrade mais antigo do IHG de São João del-Rei e também conselheiro do Instituto, além do vereador Prof. Leonardo. Também está aqui presente o historiador Olinto Rodrigues dos Santos Filho.), convidou o presidente do IHG de São João del-Rei, Sr. Paulo Roberto de Sousa Lima, para falar sobre a revista nº 15 do IHG que estava sendo lançada e a importância do presente momento. 

 

1)  Discurso do presidente do IHG de São João del-Rei, Sr. Paulo Roberto Sousa Lima 

 

"Boa noite a todos e todas. Sejam bem-vindos. 

Sejam bem-vindos como o foram as primeiras famílias italianas que aqui chegaram, em 03 de dezembro de 1888, recebidas na gare da EFOM com músicas e foguetes, e levadas para a “hospedaria dos imigrantes”, a que hoje chamamos de Solar da Baronesa. Assim chegaram os tataravós, tetravós e bisavôs de muitos que aqui hoje estão. A todos eles e a esta cidade de El-Rey, dedicamos este evento. “Viva l’Italia. Grazie mille, Brasile”. 

 

O Presidente do IHG discursa - Crédito pela foto: Antônio Élber

 

Hoje, neste Teatro Municipal, centro histórico da cultura musical e artística são-joanense, estamos realizando um evento que deve, no futuro, ser considerado uma efeméride. Aqui fechamos parte da “roda da história” musical da nossa cidade. Fazemos isto ao nos irmanarmos o IHG-SJDR e o Comando do 38º Batalhão da PM-MG de SJDR para darmos um presente à São João que completa 308 anos de vila e cidade. 

Um presente de livros e músicas. O IHG relança a Revista do IHG, vol. XIV, impresso, já que lançada em edição virtual desde agosto último, e faz o lançamento oficial do Vol. XV, da mesma Revista, cumprindo mais um compromisso com a cultura local e com os parceiros que nos subsidiaram nesta empreitada cultural. 

Aqui também, temos o prazer de apresentar a mesma Orquestra Sinfônica da Polícia Militar de Minas Gerais que, em 1954, em Belo Horizonte, no Teatro Francisco Nunes, sob o patrocínio do governador Juscelino Kubitschek, pela primeira vez apresentou a ópera “O Sertão”, do musicólogo Fernand Jouteux. E, damos graças, ainda temos testemunha viva de tal evento como acabamos de aplaudir o nosso confrade Prof. Evandro de Almeida Coelho. A Sinfônica executará, dentre outras belas peças musicais, uma parte da partitura da ópera, a “Ária das Palmeiras”, recuperada como o autor a escreveu nos idos de 1930, quando por aqui vivia e trabalhava. 

 

Confrade veterano do IHG-SJDR, Prof. Evandro de Almeida Coelho, recebe os aplausos da plateia - Crédito pela foto: Antônio Élber

 

Este evento cultural, lançamento oficial da Revista e apresentação da Orquestra Sinfônica da PM, deverá entrar para a memória cultural desta cidade pela importância dos textos que divulgamos, a qualidade da Orquestra Sinfônica, a competência dos músicos, o charme do repertório e esta belíssima e generosa plateia. 

Este evento só foi possível, nas condições difíceis atuais, pela disposição que hoje predomina nas relações institucionais da Cidade de construirmos parcerias para oferecer à própria cidade o que há de melhor no avivamento da sua história e cultura, especialmente a musical. 

Fizemos história o IHG e o 38º Batalhão da PM de SJDR, quando buscamos em Tiradentes, no IHG e na Banda Ramalho, as informações que recuperaram a história do musicólogo Fernand Jouteux. Vieram em apoio a esta empreitada o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural de SJDR, pela sua Presidente Ruth Viegas, que aprovou os recursos que subsidiam a Revista e este evento musical com fundos do FUMPAC; a equipe da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo da Prefeitura Municipal, pelo Sr. Secretário Marcus Froes e a operosa gerente deste Teatro; o Comando do 11º Batalhão de Infantaria de Montanha, pelo seu Comandante Cel. Sérgio Ricardo Matos e a UFSJ, pelo Sr. Reitor, Prof. Marcelo Andrade. A todos estes parceiros, em nome de todos os confrades do IHG-SJDR, nosso preito de gratidão. 

E a todos nós, que testemunhamos essa história musical fechar sua “Gestalt”, neste momento, já que Fernand Jouteux está de volta à nossa cidade de El-Rey, nossos melhores votos de parabéns, e a todos, nosso muito obrigado! Um dia contaremos como hoje fizemos história. 

Muito obrigado a todos e todas. Aproveitem o espetáculo."

 

2) Discurso de Francisco José dos Santos Braga 

 

"Este concerto abre a "Semana da Cidade" de São João del-Rei que está comemorando 308 anos de laboriosa e exitosa existência em 08/12/2021, tendo se saído com galhardia de qualquer cenário até o presente, quer num quadro de crescimento econômico, quer no atual, de pandemia. Com instituições sólidas e duradouras, São João del-Rei avança confiante em seu povo e, no caso específico da arte musical, merece todo o nosso empenho retomar a experiência bem sucedida de uma parceria com a OSPM-Orquestra Sinfônica da Polícia Militar de Minas Gerais que, na década de 1960, produziu os melhores frutos, trazendo a este mesmo palco grandes e memoráveis apresentações desta orquestra, a convite do saudoso Secretário de Turismo Djalma Tarcísio de Assis. Portanto, a presença ilustre desta Orquestra nesta noite é uma prova de que o apoio do atual Secretário de Cultura e Turismo Marcus Fróes em harmonia com nosso presidente do IHG Paulo Roberto Sousa Lima, o comandante do 38º Batalhão da PM Ten-Cel Luiz Eduardo Coelho, o Conselho de Preservação do Patrimônio Municipal na pessoa de Ruth Viegas, a UFSJ sob a direção do Prof. Marcelo Pereira de Andrade e a participação de dois confrades do IHG (Alex Lombello Amaral e Bruno Nascimento Campos) e o 11º Batalhão de Infantaria de Montanha comandado por Cel Inf Sérgio Ricardo Reis Matos, todos colaborando para realizar-se o espetáculo desta noite. Gostaria ainda de acrescentar a participação da jornalista Carla Gomes de Oliveira, cerimonialista do IHG e gestora do projeto, que muito contribuiu para a divulgação do evento, auxiliada pelo técnico em filmagem Antônio Élber ("Toninho" da TV Campos de Minas). Todos os músicos foram unânimes em reconhecer a excelência do buffet que foi contratado por Carla para o evento. Esse apoio cultural é indispensável para que São João del-Rei faça valer o seu título de "cidade da música". Quiçá, muito em breve, retome suas memoráveis temporadas líricas, que foram o apanágio desta cidade histórica em épocas passadas não tão distantes! 

 

Francisco José dos Santos Braga discursa - Crédito pela foto: Antônio Élber

O grande homenageado nesta noite é o compositor francês FERNAND JOUTEUX que nasceu na cidade histórica de Chinon (Indre-et-Loire, França), situada na mesma região onde nasceu Joana d'Arc. Como nos interessam aqui seu estudos musicais, encontramos boas referências in [BRANT, 1953, 5-6] no Prefácio do libreto da grande ópera O Sertão do compositor francês: 

"Mal tendo deixado o Conservatório, levando como o mais alto título de honra o fato de ter sido o aluno predileto de Massenet, ei-lo que prepara suas malas e parte com destino ao Brasil. (...) 

Escreveu algumas páginas musicais, repassadas da alma da terra. Mas os seus anseios eram muito maiores: sonhava fixar, numa grande ópera, as suas impressões do homem e da terra do Brasil. Procurou um tema. E ele logo lhe ocorreu ao contemplar, do alto de "Belo Monte", os restos da cidade demoníaca de Canudos. 

Há homens que nascem da terra, que são a força da terra, que são a alma da terra... Fernand Jouteux sentiu por entre os destroços da "Cidade Santa" a presença de Antônio Conselheiro, que ele haveria de reconquistar para a nossa história. O drama de Canudos é, no fundo, o drama da gente brasileira, de um misticismo transbordante, que espera, apenas, a voz de um guia para segui-lo de corpo e alma. Antônio Conselheiro possuía o magnetismo dos grandes condutores de massa. Em outras condições, poderia ter sido uma alavanca da nacionalidade. Perseguido e odiado, foi apenas um grito de revolta contra os que sufocam o espírito da Pátria, contra os que desejam que sejamos o que não somos, o que nunca seremos. (...)" 

Neste concerto, está programada, como segundo número, a apresentação do Prelúdio e Ária das Palmeiras. No que se refere à Ária das Palmeiras sem interrupção e em sequência imediata ao Prelúdio, cabe dar algumas informações para ambientação à grande ópera O Sertão. Segundo o libreto original em francês, em tradução de Celso Brant, lê-se o seguinte: 

 

ATO I 

 

O jardim da fazenda "Boa Viagem" 

A cena representa o Jardim da fazenda "Boa Viagem" de Dona Chiquinha, perto de Quixeramobim, no Estado do Ceará. Ao fundo, está o chalé, para cuja varanda vão dar as portas e as janelas dos apartamentos de Dona Chiquinha e de Cília, separados por toda a extensão do corredor. Palmeiras, bananeiras, laranjeiras, bambus, loureiros — rosas, jasmins, orquídeas, trepadeiras. Cília está indolentemente reclinada numa rede presa a bambus. 

 

CENA I: ÁRIA DAS PALMEIRAS

 

CÍLIA (só)

 

(assentando-se na rede) 

Minh'alma está atacada de estranho sofrimento, 

Malgrado atrações que enfeitiçam meus olhos. 

 

(levanta-se) 

Terra formosa de céu azul, calmo ribeiro, fresca planície 

Jardim risonho, natureza amada 

Cumpre-me dizer hoje adeus! 

 

Palmeiras lindas e sombrosas, sois testemunhas da minha dor 

Vossas flexíveis folhas verdes se agitam menos que o meu coração. 

Ó céu! Dignai-vos ser-me propício, tende piedade de mim. 

Devo ou não fugir à malícia 

Que tece sua teia ao meu redor? 

 

Palmeiras lindas e sombrosas, sois testemunhas da minha dor 

Vossas flexíveis folhas verdes se agitam menos que o meu coração. 

 

Palmeiras lindas e sombrosas, ouvi minha voz dizer hoje ADEUS!!! 

 

Rute Pardini canta "Ária das Palmeiras" da grande ópera O Sertão de Fernand Jouteux - Crédito pela foto: Antônio Élber

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Crédito pela foto: Antônio Élber

 

 

Soprano Rute Pardini no papel de Cília - Crédito pela foto: Antônio Élber

 

Rute Pardini acompanhada pela OSPM - Crédito pela foto: Antônio Élber

 

Que tipo de premonições terríveis toma conta do espírito de Cília? Na conversa da Cena II, que vem em seguida à Ária das Palmeiras, ficamos sabendo, num diálogo entre Cília e Patrício, seu cunhado e irmão por parte de mãe (D. Chiquinha) de Antônio Conselheiro, que sua sogra a persegue e "sempre a considerou como uma vil estrangeira e jamais a perdoará por ser filha de seu intendente e ter entrado no seio do seu lar". Cília está inconsolável porque "daquele que adoro, querem-me, à força, apartar." Ou seja, D. Chiquinha não tolera o amor entre Cília e Antônio e está disposta a tudo para impedi-lo. 

 

Parece que Fernand Jouteux tenha aportado pela primeira vez no Brasil em 1892, mas alternou idas à França — onde conquistou vários prêmios em concursos e foi consagrado pelas execuções da sua cantata Bellator Domini (Guerreiro de Deus), dedicada a São Martinho de Tours — e vindas ao Brasil, antes mesmo de seu casamento com Magdeleine Aubry em 1899. Nesse mesmo ano, adquiriu a fazenda de café Belle Alliance, distante cerca de três léguas de Garanhuns, mas que foi vendida posteriormente a um político local, certamente por dificuldades financeiras. Em seguida, apresentou-se como regente de suas obras por todo o País: em São Luiz (MA); Garanhuns, Pesqueira, Recife, Caruaru e Goiana (PE); João Pessoa (PB); Natal (RN); Teresina (PI); Fortaleza, Granja, Viçosa e Sobral (CE); Maceió, Penedo (AL); Salvador (BA); Cachoeiro do Itapemerim (ES); Rio de Janeiro e Niterói (RJ); Belo Horizonte, Mariana, Ponte Nova, Passagem de Mariana, Viçosa, Ouro Preto, Itabirito, Conselheiro Lafaiete, Barbacena, São João del-Rei, Juiz de Fora e Tiradentes (MG); São Paulo (SP) e Porto Alegre (RS). Seguindo seus rastros pelo Brasil, em 1937 vamos encontrá-lo em São João del-Rei como diretor do Conservatório de Música Sanjoanense. De 1938 em diante, fixou residência em Tiradentes.

Durante todo o tempo que Jouteux percorreu o território nacional, em diversas turnês, buscava patrocínio, por onde passava, para a encenação e montagem de sua grande ópera O SERTÃO, sem sucesso.
Com a morte de sua esposa (1952), muda-se para Belo Horizonte onde então consegue apoio do governador Juscelino Kubitschek para a montagem de sua grande ópera em Belo Horizonte. A produção conta com as ilustres participações de Lia Salgado no papel de Cília (esposa do vice-governador Clóvis Salgado), Lady Francisco (dançando no bailado do III ato) e de Celso Brant, que faz a tradução para o português do libreto francês.

Ao todo, consta ter havido 4 récitas da grande ópera O Sertão: estreia no Teatro Francisco Nunes com acompanhamento da OSPM, regida por Hostílio Soares (em 29/11/1954) e uma segunda récita no dia seguinte; a terceira récita ocorreu no Cine-Teatro Brasil de Belo Horizonte; e a última no Cine-Teatro Central de Juiz de Fora, em 30/05/1955, sob a direção de Sebastião Vianna. 

Houve ainda uma tentativa da 5ª récita em São João del-Rei em 1956, mas foi adiada sine die, devido à sua morte naquele ano. 

 

Com este concerto de hoje, as instituições de cultura são-joanense acreditam estar modestamente pagando um tributo a esse valoroso compositor francês, tendo aqui morado, ensinado e encantado em 1937. [BRANT, ibidem, ibidem] descreve com exatidão por que devemos ser gratos a Fernand Jouteux: 

"(...) Nem Carlos Gomes escreveu música tão nossa, tão marcadamente da terra. Sente-se o Brasil nessas páginas, ora repassadas de saudade, ora repletas de uma poderosa esperança, que nos reconforta e alegra. Fernand Jouteux quis fazer dessa ópera a sua mensagem de gratidão ao Brasil, que o acolheu como a um filho. A verdade, porém, é que a dívida maior é a da nossa terra para com ele, porque, de fato, poucos brasileiros têm feito pela sua pátria o que fez, através de sua arte, esse misterioso iluminado, cuja música é uma quente exaltação da nossa terra, da nossa gente, do nosso destino..." 

Parabéns a São João del-Rei e a suas autoridades pela inserção de parte da grande ópera O Sertão de Fernand Jouteux nesta data tão expressiva de nossa história! 

Muito obrigado!"

 

 

Retomando a palavra, o mestre de cerimônias convidou a seguir o 1º Ten PM Marco Aurélio da Cruz Correa para fazer uso da palavra. 

 

3) Discurso do 1º Ten PM Marco Aurélio da Cruz Correa, regente da OSPM

 

"Prezados, boa noite! Primeiramente, eu gostaria de dar os parabéns à cidade de SJDR por seus 308 anos. Peço uma salva de palmas para esta histórica cidade. E, além dos 308 anos desta cidade que festejamos este ano, a Polícia Militar comemora também 40 anos do ingresso das mulheres em nossa corporação. E, para isso, eu pediria também uma salva de palmas. E nós aqui da Orquestra Sinfônica temos o privilégio de ter em nosso meio 2 musicistas são-joanenses que neste concerto estão na posição de spalla e de concertino deste concerto, que são a Sgto Josiane e a Sd Glaciane. Para brindar a cidade, quebrando um pouco o protocolo e fugindo à rigidez do programa, nós vamos tocar uma música que terá como solo a Sd Glaciane sob a regência da 2º Sgto Maria Teresa. Elas vão executar uma parte da obra orquestral de Camille Saint-Saens: Dança Macabra."

 

 

Após apresentação da Dança Macabra de Camille Saint-Saens, o mestre de cerimônias Sgto Samuel anunciou, uma a uma, as peças que constituem o Repertório de Natal, com a participação da OSPM acompanhando um ou dois cantores.

 

Concluída a audição do Repertório de Natal, o mestre de cerimônias Sgto Samuel anunciou, então, que faria uma singela homenagem às pessoas especiais que apoiaram o 38º BPM para que este evento acontecesse. Assim se expressou: 

"Convidamos a se postarem aqui no palco o Sr. Francisco Braga, acompanhado de sua esposa Rute Pardini, o Sr. Paulo Roberto de Sousa Lima, representando o IHG de São João del-Rei, o Maestro Marco Aurélio e o João Lucas, violoncelista são-joanense e aluno do Colégio Tiradentes de São João del-Rei. Convido também o cantor Uérique Martins para estar aqui no palco." 

 

Comandante Ten Cel Luiz Eduardo Coelho discursa - Crédito pela foto: Antônio Élber

 

Além do certificado, a cantora Rute Pardini foi homenageada com um lindo buquê de rosas, ofertado com um carinho todo especial pela vice-presidente do IHG de São João del-Rei, Sra. Maria Lúcia Monteiro Guimarães.

 

Em nome do IHG-SJDR, Lucinha oferta buquê de rosas a Rute Pardini - Crédito pela foto: Antônio Élber

 

 

Sempre grata ao IHG!!!

Lucinha e Rute Pardini: grandes amigas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Momento de carinho e descontração

4) Discurso do Comandante do 38º BPM, Ten Cel Luiz Eduardo Coelho 

 

"Boa noite a todos, boa noite a todas. 

O momento é só mesmo de agradecer. Serei breve. Gostaria também de agradecer a todos aqueles que estão nos acompanhando pela Internet, pelas redes sociais. Fico muito feliz com o envolvimento de toda a minha equipe, a que não posso deixar de agradecer, especialmente do setor de comunicação, Ten Carlos, Sgto Samuel, e agradecer a todos aqueles nossos parceiros que estão aqui hoje presentes e também aqueles que não estão presentes mas que ajudaram que se concretizasse este momento aqui. Então gostaria de agradecer realmente a todos os presentes, à minha família que aqui se encontra. Muito obrigado! 

Que o Natal venha com força neste 2021 e que o ano de 2022 venha com toda a força dissipando as agruras que tivemos nestes últimos dois anos, ocasionados pela pandemia que realmente espanta as pessoas de saírem de suas casas. Infelizmente ainda temos algumas dificuldades, mas aqui estamos seguindo os protocolos para que a gente consiga voltar ao novo normal, que nos permita reativar os nossos contatos, os nossos encontros, porque como muitos já devem ter percebido nas mídias, a máscara nos ensinou muitas coisas: dentre elas, a sorrir com os olhos. Aprendemos a ler as pessoas com os olhos. Aprendemos a sorrir muitas vezes com os olhos. E aprendemos a ter humildade, a ter mais solidariedade. Mas o contato social também é muito bom, muito positivo e muito necessário. Então é preciso voltarmos a ter esse contato. 

E neste momento, aproveitando este nosso contato, vamos entregar aos nossos amigos parceiros aqui alguns certificados de agradecimento. Convidamos também a nossa vice-presidente do IHG, Sra. Maria Lúcia Monteiro Guimarães, para ajudar-me nessa entrega. 

Soprano Rute Pardini recebe Certificado, outorgado pelo Comandante do 38º BPM, DD. Ten Cel PM Luiz Eduardo Coelho, pelo apoio para a apresentação da OSPM no Teatro Munipal de SJDR em 03/12/2021

 

 

Convidados que foram agraciados com o Certificado da PM

 

E para ir parabenizando, rapidamente já, a Orquestra Sinfônica na pessoa do nosso Maestro e toda a equipe, em especial as nossas são-joanenses que estão aí demonstrando, nesses 40 anos. 

Como já foi dito, no dia 1º de setembro de 2021, completou 40 anos do ingresso da mulher na Polícia Militar. Temos a nossa veterana presente, Major Sandra, na plateia. 

Então a força que traz leveza no nosso dia a dia nos força a sermos melhores nos atendimentos às nossas ocorrências. Que a gente possa ser melhor no trato com a população. 

Então, nosso muito obrigado às nossas representantes são-joanenses da OSPM. 

Eu gosto sempre de enfatizar: à única orquestra sinfônica de toda a América Latina, nosso muito obrigado!" 

Foto para os arquivos do IHG de São João del-Rei

The End

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Ao encerramento do evento, o cerimonialista Sgto Samuel Eudóxio agradeceu imensamente a presença da OSPM, que não mediu esforços para estar conosco neste momento histórico: "Aos integrantes da orquestra, o nosso respeito e a nossa continência." Como sempre tem falado, repetiu: "segurança também se faz com música, e vocês têm demonstrado isso em toda a nossa Minas Gerais, abrindo caminhos para o diálogo na sociedade, e semeando cultura e música de qualidade por onde passam. Por isso, vocês merecem ser aplaudidos de pé." 

Em seguida, disse que queria ressaltar também nesta noite o apoio incondicional de Josy Hamilton, superintendente do Teatro Municipal, durante as tratativas até o dia de hoje, que sempre nos acolheu muito bem, e também o Luís, que está nos bastidores cuidando do som e da iluminação, que sempre nos apoiou muito bem aqui no Teatro Municipal.

 

O 38º BPM, "Guardião das Vertentes", e o IHG de São João del-Rei agradecem a todos que nos honraram com a sua presença. Que o espírito natalino encha de graças e de bênçãos. Esperamos que nossa música tenha levado alegria, pois nossa felicidade é fazer uma segurança pública cada vez mais solidária e inclusiva.

 

Nosso lema é: "Segurança pública também se faz com música".

 

Acrescentou ainda: "Polícia Militar cuidando do verdadeiro ouro de Minas Gerais: os mineiros e mineiras, há 246 anos, nossa profissão, sua vida!"

 

Tenham todos uma excelente noite!"

Sgto Samuel 

Agradecimento

Agradeço à minha amada esposa Rute Pardini Braga a formatação e edição das fotos utilizadas no artigo.

 

  

II. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

 

JOUTEUX, Fernand: O SERTÃO: Grande Ópera Brasileira em 4 Atos sôbre a "Epopeia de Canudos" (poema francês e música de Fernand Jouteux; tradução portuguesa de Celso Brant), Belo Horizonte: Imprensa Oficial, janeiro de 1953, 64 p.