sábado, 14 de setembro de 2024

Colaborador: ISAAC BASHEVIS SINGER


Por Francisco José dos Santos Braga
 
Isaac Bashevis Singer, 1978. (Crédito: Louis Monier/Gamma-Rapho via Getty Images)
ISAAC BASHEVIS SINGER, nascido em 1903 em Leoncin (comuna rural polonesa) e falecido em 1991 em Surfside, Flórida, foi um autor polonês-americano de ascendência judaica, conhecido principalmente por seus contos. Ele foi uma das principais figuras do movimento literário iídiche e é considerado o maior escritor em língua iídiche do século XX, pelo que foi ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1978.  Singer recebeu o prêmio com modéstia: 
“Ontem eu era um escritor iídiche, hoje sou agraciado com o Nobel, amanhã serei um escritor iídiche. Sou grato (pelo prêmio), mas ao mesmo tempo sinto pelos escritores maiores do que eu que não o receberam”.  “Eu não sou o único vencedor do prêmio. Compartilho-o com todos meus leitores e com todos os amantes da língua iídiche”.
No mundo de língua iídiche, o prêmio foi recebido com alegria: o iídiche alcançava dignidade aos olhos de um público de não-judeus.

A língua iídiche é uma língua germânica dos judeus ashquenazitas que habitavam a Europa Central e Oriental. A fonética dessa língua lembra a língua alemã. Infelizmente, esta maravilhosa língua está em extinção e há poucos falantes nativos para tal língua, mas já foi o principal idioma falado pelos judeus da cultura ashquenazita. 
De forma simplificada, pode-se dizer que o iídiche é o idioma germânico escrito com caracteres do alfabeto hebraico moderno e é escrito em sentido oposto ao da escrita ocidental (ou seja, escrita e lida da direita para a esquerda, da mesma forma que o hebraico). 
 
O Blog do Braga já publicou outros trabalhos cujo tema é essa maravilhosa língua, tais como Um Amigo de Kafka pelo mesmo contista Bashevis, Nos Rastros do Cabalista de Praga, Como se diz Adeus em Judeu-arábico? e A Mãe Judia: da canção gravada por Sophie Tucker a Philip Roth
 
Na Revista Morashá encontra-se uma rica biografia de Bashevis que mostra sua importância para a herança espiritual dos Judeus através dos seguintes trechos selecionados reproduzidos aqui: 
Combinando sensibilidade psicológica sutil, profunda simpatia com as excentricidades do folclore judaico e uma infalível percepção do heroísmo da vida cotidiana, trouxe para o mundo de língua inglesa o ambiente vibrante do judaísmo polonês antes do Holocausto e forneceu uma imagem dessa humanidade e de sua cultura, insuperada até hoje. (...) 
Em Varsóvia, o irmão (também escritor Yisrael Joshua Singer) introduziu Isaac no Clube dos Escritores em Iídiche, que logo se tornaria sua casa e sua escola: “Um centro de idéias, aspirações, teorias, fantasias, sonhos”, em que todas as correntes e ideologias coexistiam. No clube, Isaac, a quem faltou uma educação secular formal, devorava os textos, desde Tolstoi a Spinoza, Thomas Mann, Cabalá, Platão. Lá também fizera amizades que o acompanhariam pelo resto da vida. Nesses anos, investia em sua formação como escritor. Sua maneira de escrever era de contador de histórias. Suas histórias tinham tanta força, que às vezes ele mesmo as confundia com a realidade. Sua compulsão para escrever derivava de sua infelicidade: “Eu não podia ser o tipo de judeu que meus pais religiosos queriam que eu me tornasse; também não podia e não queria tornar-me um não-judeu...” (...) 
No clube, Isaac teve suas primeiras experiências amorosas e conheceu Ronye, com que teve seu único filho, Yisrael.  (...) 
Sua chegada a Nova York, em maio de 1935, precipitou-o em uma crise de declínio e desespero que ameaçava incapacitá-lo. Ficou com um bloqueio e não conseguia mais escrever. Numa carta a um amigo, dizia: “... em Nova York vejo mais claramente que na Polônia que não há literatura iídiche e que não há para quem trabalhar...” e “... a literatura iídiche é a mais desnecessária... Nós temos absoluta liberdade; não temos leitores...”" (...) 
No verão de 1937, finalmente Isaac encontrou sua futura mulher, Alma, e o casal continuou inseparável desde o casamento, em 1940, até a morte de Isaac, em 1991. (...) 
Em 1943, Bashevis voltou à tona publicando dois ensaios inteligentes e criativos: “A respeito da literatura iídiche”, análise literária e cultural brilhante que marcava o fim do bloqueio do autor. Nos anos a seguir, a verdadeira força de sua energia criativa ia-se manifestar. Bashevis se sentira investido da missão de fazer reviver o passado de seus pais e avós. (...) 
Em 1945, publicou três breves contos, um dos quais era "Gimpel, o tolo", onde se destacam o clima e a atmosfera do shtetl (significando um pequeno aglomerado urbano, tipo aldeia), onde, durante um largo período, viveram os judeus da Europa Oriental), que nutriu o imaginário de Bashevis durante sua estada em Bilgoray, Polônia. (...) 
O conto “Gimpel, o tolo” é ambientado na era pré-moderna. Gimpel é enganado e ridicularizado por todo o mundo, mas com sua ingenuidade, acaba levando a melhor, porque sua fé é inabalável.
 

Um comentário:

Francisco José dos Santos Braga disse...

Prezad@,
ISAAC BASHEVIS SINGER, nascido em 1903 em Leoncin (comuna rural polonesa) e faleceu em 1991 em Surfside, Flórida) foi um autor polonês-americano de ascendência judaica, conhecido principalmente por seus contos. Ele foi uma das principais figuras do movimento literário iídiche e é considerado o maior escritor em língua iídiche do século XX, pelo que foi ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1978.
Nosso autor está entre os maiores escritores na citada língua, um idioma germânico dos judeus ashquenazitas que habitavam a Europa central e oriental. A fonética do iídiche lembra o idioma alemão. Infelizmente, o iídiche está em extinção e há poucos falantes nativos para tal idioma, embora já tenha sido a principal língua falada pelos judeus da cultura ashquenazita.
O Blog do Braga já publicou outros trabalhos cujo tema é essa maravilhosa língua, tais como Um Amigo de Kafka pelo mesmo contista Bashevis, Nos Rastros do Cabalista de Praga, Como se diz Adeus em Judeu-arábico? e A Mãe Judia: da canção gravada por Sophie Tucker a Philip Roth.

Em 1945, ambientado nos Estados Unidos, Bashevis publicou o conto "GIMPEL, O TOLO", onde se destacam o clima e a atmosfera do shtetl (significando um pequeno aglomerado urbano, tipo aldeia), onde, durante um largo período, viveram os judeus da Europa Oriental), que nutriu o imaginário de Bashevis durante sua estada em Bilgoray, Polônia.
O conto “Gimpel, o tolo” é ambientado na era pré-moderna. Gimpel é enganado e ridicularizado por todo o mundo, mas com sua ingenuidade, acaba levando a melhor, porque sua fé é inabalável.”

TEXTO
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BREVES NOTAS SOBRE O AUTOR
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Cordial abraço,
Francisco Braga