terça-feira, 2 de março de 2021

LUIZ ZVER – Natural de Dokležovje, ligado espiritual, intelectual e profundamente ao Brasil, mas também a Lendava (1913–2005)

Por GABRIELA ZVER
Traduzido do esloveno por Francisco José dos Santos Braga

 
 
Foi sacerdote, salesiano de Dom Bosco, missionário e professor de literatura da FDB-Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras no Brasil, homem de grande estatura intelectual e profundidade espiritual, comprometido com as boas obras e com a compaixão pelo próximo. 

Luiz Zver com uma cruz feita de galhos secos. Foto: do arquivo pessoal de Gabriela Zver, recebida em carta de Luiz Zver, comunicação pessoal, 13 /11/1995.

Mas ele também foi meu correspondente de longa data, pois era irmão de meu avô por parte de pai, também padrinho de meu pai, com quem eles compartilham nome. Além de ter sido meu correspondente de longa data que acompanhou os acontecimentos em Lendava, meu serviço pedagógico, meu boletim escolar, minha tradução literária e redação de artigos profissionais, em sua última visita (11 de setembro de 1995) ele visitou novamente a igreja de Lendava, onde, como um jovem padre, ainda rezou uma das missas. 

Certamente, a leitura de cartas de Luiz Zver e artigos sobre ele mostram que, como é típico da escola de Dom Bosco, seu trabalho mais importante foi trabalhar com pessoas de grupos vulneráveis e educar os jovens. 

Trechos selecionados de cartas pessoais apresentarão sua personalidade e obra, faltando lacunas para ajudar, a saber: artigos publicados postumamente no blog de Francisco José dos Santos Braga e uma carta póstuma de Pe. Jayme Teixeira Filho, ex-docente, traduzida por José Bergant (SDB ) em que lemos na introdução: “Com quem comparar o irmão Zver? Com ninguém! (...) Com tudo o que ele foi, com tudo o que traz a marca da sua obra, podemos afirmar que era incomparável.” (Teixeira Filho, 2007, p. 61) 

A maioria dos brasileiros via Luiz Zver da seguinte maneira: um esloveno de nascimento, mas, de coração, um brasileiro, mais brasileiro do que muitos, um homem com conhecimentos enciclopédicos em vários campos: sociologia, filosofia, oratória, história da filosofia, psicologia, pedagogia, língua e literatura latinas, epigrafia latina, linguística e filologia românica. Alojzij nasceu em 8 de abril de 1913 em Dokležovje, filho de Martin Zver e Marija, nasc. Tivadar, e aos 17 anos se mandou, enquanto estudava em Foglizzi, Itália, para o Brasil. Seu caminho começou espiritualmente durante o oratório festivo em Veržej. Em 8 de dezembro de 1941, foi ordenado sacerdote em São Paulo. Durante este tempo viveu um pouco no Brasil, um pouco na Itália, entretanto voltou à Eslovênia e também celebrou a missa em casa, como convidado também em Lendava. 

Aparentemente não escondeu o fato de não querer ir para São João del- Rei, onde realizou tudo o que está escrito no artigo; presume-se que a culpa também foi do regime, e só as mudanças positivas nos anos 70 lhe deram um impulso real, embora tenha trabalhado e perseverado durante todo esse tempo com trabalho de garagem e leitura de livros. Porém, sabe-se que ele sonhava em ser missionário entre os índios da Amazônia e do Mato Grosso. Ele desembarcou pela primeira vez em solo brasileiro em 8 de dezembro de 1930, em Santos, que fica perto da metrópole de São Paulo. 

Em 1959, fundou o C.A.C.-Centro Artístico e Cultural de São João del-Rei e foi co-fundador do Museu e do Instituto Histórico e Geográfico da cidade. Fundou o coro Anambé com os alunos, pois também era um grande amante da música, do canto coral, acreditava nos efeitos terapêuticos da música. Na FDB-Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras, lecionou latim, grego, italiano e, claro, literatura espanhola e portuguesa até sua aposentadoria em 1988, exercendo por 17 anos (1959–1976) tarefas de reitor. O Estado renomeou para o corpo docente para Universidade Federal de São João del-Rei. João Bosco de Castro Teixeira escreveu sobre ele: “Dotado de inteligência privilegiada, invejável cultura humanística, dedicou sua vida à Faculdade, como brilhante professor de filosofia, de literatura latina e de filologia românica. Mas, muito mais que isso, foi o sustentáculo administrativo-acadêmico da Faculdade, quando, para ele, o mais importante era que mais pessoas pudessem estudar, independentemente das suas condições financeiras. ” (Teixeira, 2013, p. 166) 

Em 1958, a FDB criou o IPP-Instituto de Psicologia e Pedagogia. Entre 1959 e 1962, houve um curso educacional coordenado por Luiz Zver. (...) Aquele laboratório, o primeiro da América Latina a trabalhar com Psicologia Experimental (no então Colégio Dom Bosco), ocupava três salas interligadas e uma sala maior para aulas, demonstrações experimentais ou projeções de filmes (“os equipamentos eram utilizados nas demonstrações didáticas e nos estudos relativos às análises da visão, audição, tempo de reação motora e de reações fisiológicas.”)”  (Sacramento, 2012, p. 15) 

Como salesiano de Dom Bosco, Luiz Zver definiu o método de educação da seguinte forma: “Dom Bosco é universal e o Sistema Preventivo é perene (...) não é um castelo erguido sobre um rochedo alcantilado, mas uma cidade que livremente se expande em planície aberta. É que a pedagogia de Dom Bosco não é um acervo de técnicas, mas um sistema de valores.” (Silva, 2012, pp. 22-23) 

Em 1967, fundou a APAE-Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Necessidades Especiais, uma organização que cuida de crianças pobres e deficientes para proteger os direitos das pessoas com várias formas de deficiência. De 1970 até o fim de sua vida, ele foi seu diretor. Ninguém imaginava que a organização, que também era um movimento, chegaria aos 24 Estados da federação e daí emergiria como federação nacional da APAE. Hoje, a rede APAE conta com mais de 700.000 pessoas com deficiência intelectual e deficiência múltipla, organizadas em mais de 2.200 unidades). 

Em 25 de outubro de 2000, recebeu do Governador do Estado de Minas Gerais (ex-Presidente do Brasil), Itamar Augusto Cautiero Franco, e do Secretário de Estado da Educação, Murílio de Avellar Hingel, reconhecimento estadual pelos 30 anos da APAE ele fundou. Descobri que uma das ruas de São João del-Rei também leva o nome dele, com a denominação: Rua Padre Luiz Zver

Também interessantes são as anedotas que foram preservadas sobre Luiz Zver. A APAE foi construída durante a ditadura e o hino nacional era para ser tocado na inauguração, quando a bandeira fosse hasteada. Mas houve um erro: um dos meninos começou uma canção folclórica bem humorada sobre um recruta (Marcha Soldado) com um canudo na cabeça, cujo passo deveria ser vigoroso, caso contrário, ele iria acabar na prisão. A complicação foi resolvida pelas palavras de Luiz, dizendo que você pode ver que esta escola é realmente destinada a jovens afetados. 

Ele conhecia o direito escolar brasileiro como se ele próprio o tivesse escrito, por isso não é surpreendente que as autoridades o tenham criticado quando ele foi à capital brasileira para esclarecer um problema com o direito escolar e disse: “Muito me admira que sejam os senhores os primeiros a ignorarem as leis que fazem.” (Teixeira Filho, 2007, p. 63) 

Ele tinha uma memória extraordinária e um senso de arte e linguagem. Isso foi percebido já nos anos do ensino médio na Itália: ele dominava o português como poucos brasileiros. Ele até conseguiu que mudassem a inscrição na placa de trânsito: uma curva perigosa. Segundo ele, isso era um absurdo: como alguém pode deixar a gente contornar uma curva perigosa que existe? Ele pensou que deveria haver uma inscrição de curva acentuada ali, e como todos começassemm a usar o neologismo, eles realmente mudaram a inscrição para curva acentuada

Wolfgang Gruen, que aprendeu português com Luiz ao chegar da Alemanha ao Brasil, escreveu que o corpo docente da Faculdade Dom Bosco, hoje uma respeitada universidade federal, alcançou alto nível, qualidade e reconhecimento no âmbito estadual brasileiro. 

Luiz Zver se correspondeu com muitas pessoas importantes do Brasil, da América Latina em geral, com representantes consulares, empresários, vários intelectuais, salesianos da Eslovênia, bem como com sua irmã residente em Paris, com parentes de Dokležovje, na juventude com minha tia Elizabeth Majerič de Lendava e comigo. 

Quando ele veio visitar seus parentes em Lendava em 11 de setembro de 1995, acompanhado por seu sobrinho Dominik Zver de Dokležovje e seu companheiro brasileiro Meireles, nós o recebemos em casa, e então o levamos para a igreja de Lendava, onde ele uma vez rezou uma missa. Ele entrou na igreja completamente folgado e de bom humor; seu sobrinho Dominik saiu-se com um lembrete engraçado: "Tio, tira tuas mãos do bolso, nós estamos na igreja." Claro, todos nós caímos na gargalhada porque lhe lembramos a mesma coisa, e ele com um sorriso explicava: “Por quê? Então onde estamos? O que é uma igreja? Este é apenas um lugar onde boas pessoas se encontram.” 

Luiz Zver e Dominik Zver. Foto: Luiz Zver, mais jovem, fotografado na Igreja de Santa Catarina em Lendava, 11/09/1995.
 

Após a visita de setembro, veio a primeira carta, na qual sempre trocávamos uma foto interessante ou algumas páginas de um jornal, um boletim escolar, etc. A seguir estão algumas seções interessantes de cartas selecionadas. 

“Devo dizer que em 1993 fui a convite de um grupo de jovens passear no alto de uma montanha na mata (passeio ecológico). Os meninos colocaram uma cruz feita de galhos secos perto do barranco atrás do altar, como vocês podem ver." 

Ele me escreveu que no verso dessa cruz há uma mensagem especial: "Neste Cristo rústico, distorcido e mal desenhado está a imagem de um menino deficiente, excepcional, 'inacabado', mas de um verdadeiro cristão." 

Escrito na foto da árvore enviada: “Temos um jardim ao lado do prédio. Há dez anos, plantei uma árvore ornamental. Chama-se ipê. Em junho perde todas as suas folhas. Em vez de folhas, no entanto, aparecem flores que são de um lindo amarelo dourado, branco ou roxo. Mas essa beleza dura apenas quinze ou vinte dias em setembro. As flores caem e as folhas verdes crescem em poucos dias.” (L. Zver, comunicação pessoal, 13 de novembro de 1995) 

Árvore de ipê com flores amarelas douradas e boa sorte! Foto: do arquivo pessoal de Gabriela Zver, recebida em carta de Luiz Zver, comunicação pessoal, 13/11/1995.
 

O grupinho coral é chamado de Kurumin, que significa "passarinho" na língua tupi. O menino sentado na escada se chama Ralf e é completamente cego. E ele é o melhor cantor. Ele diz que vai cantar melhor do que Pavarotti.” (L. Zver, comunicação pessoal, 06/01/1996) 

Grupinho coral “Kurumin”. Foto: do arquivo pessoal de Gabriela Zver, recebida em carta de Luiz Zver, comunicação pessoal, 06 /01/1996.
 

No mesmo ano em que o conheci ao vivo, também comecei a dar aulas no ensino médio. “Você sabe, por mais de cinquenta anos, ensinei crianças pequenas no ensino fundamental, meninos no ensino médio e, por 30 anos, estudantes universitários. Parece-me que, entre todas as profissões, o magistério é a profissão mais meritória. Você terá problemas, mas muita alegria e felicidade. E você não tem que ser só professor, tem que ser educador. Depois da maternidade, ensinar e educar jovens é a profissão mais bonita.” (L. Zver, comunicação pessoal, 28/04/1996) 

Ele escreveu para pessoas como Ernest Saksida, Stane Cikanek, Štefan Bogan Šalej, Alojz Fras, e eu regularmente lhe enviava o boletim escolar “Estrela Cadente”, que editei com os alunos da época. “Muito obrigado por ’Estrela Cadente’. Quando eu o folheei superficialmente, parecia algum tipo de discussão universitária. Mas eu mal podia acreditar que era um boletim informativo do ensino médio. Isso significa que estudar na Eslovênia é um assunto muito sério e que os alunos de Lendava têm excelentes professores. (…) Pareceu muito estranho e quase inacreditável para mim como teria sido Salvador Dali e Wolfgang Goethe sentando-se em casa com seus alunos. Felicito você de coração.” (L. Zver, comunicação pessoal, 03/01/1998) 

“Também encontrei alguns escritos nesta edição de ‘Estrela Cadente’ que são de um nível muito alto. Eu admirava a poesia do Mundo Mágico de Utroševa. Naqueles dias, morreu o mais famoso mexicano laureado com o Nobel, Octavio Paz, que sempre falava como Utroševa em seus escritos e glorificava a poesia da mesma forma que o inglês Eliot. “A poesia”, diz Paz, “é a maior criação humana. A Bíblia também é uma grande criação poética.” 

 “Eu estava em Veneza 67 anos atrás, quando fui pela primeira vez à Itália estudar para ser um missionário.” (L. Zver, Comunicação Pessoal, 26 de setembro de 1998) Em 1935, Zver já estava no Brasil há 4 anos, quando isso foi noticiado duas vezes pelos Jornais de Klekl, impressos na Dolnja Lendava na gráfica de Ernest Balkányi. 

Foto: do arquivo pessoal de Gabriela Zver, recebida em carta de Luiz Zver, comunicação pessoal, 26/09/1998. Na foto estão Luiz Zver e sua irmã Francisca, que morava em Paris. Eles foram fotografados em frente à famosa Basílica de Sacre Coeur.
 

Em uma carta de 1999, contei-lhe sobre minha tradução para esloveno do livro do escritor húngaro Endre Kukorelly, A Margem da Memória, e também lhe enviei o livro. Eu o adverti que esta seria uma leitura muito moderna. Ele respondeu com estas palavras: “Há alguns anos, quando ensinava Estética ou Sabedoria da Beleza, conheci o famoso escritor e filósofo italiano Umberto Eco. Você deve ter ouvido algo sobre ele antes. Este homem desenvolveu uma teoria própria, que chamou de L'Opera aperta (A Obra aberta). Ainda tenho uma edição francesa intitulada "L'oeuvre ouverte" na minha estante aqui. Em sua opinião, qualquer obra de arte, à medida que sai das mãos do artista, é imperfeita. Deve ser "aberta" a outras pessoas que irão apreciar e "desfrutar" dela. Por exemplo, a Quinta Sinfonia de Beethoven tem pouco ou nenhum valor se permanecer escrita em uma partitura. Ela se tornará uma verdadeira obra de arte quando for tocada por uma grande orquestra, não apenas para si, mas para a multidão de ouvintes do grande teatro. Quando Leonardo da Vinci pintou A Última Ceia, ele o fez para levar as pessoas a assistirem e admirarem sua obra de arte. Quando Prešeren compôs Uma Guirlanda de Sonetos, ele o fez não apenas para si mesmo, mas para ser lido, recitado e apreciado por Julija de Primič e seus amigos eslovenos. Isso significa "L'oeuvre ouverte". Mas também há artistas que trabalham apenas para si próprios e não se consideram públicos. Por exemplo, Santo Agostinho escreveu um livreto maravilhoso intitulado “Soliloquia” (“Monólogos”). Ele disse que escreveu para si mesmo e sobre suas conversas com Deus. Aquele famoso pintor que você admirou em Paris, Picasso, pinta suas impressões e seus pensamentos para si mesmo. E quem os vê os interpreta à sua maneira. O livro de Kukorelly é algo semelhante na minha opinião. O escritor se recusa a dizer qualquer coisa. Ele só quer falar consigo mesmo. Ele não pensa no leitor, apenas coloca no papel seus pensamentos e suas memórias. Eu entendo, entretanto, que quem quer que traduza esses escritos para outra língua deve ser um artista e, pelo menos, tão grande artista quanto o próprio escritor. Ele tem que adivinhar e recriar. Este é certamente o seu maior mérito, Gabriela Zver.” (L. Zver, comunicação pessoal, 26/09/1999) 

Cartas de Luiz Zver enviadas para Gabriela Zver. Foto: Gabriela Zver, fotografadas em Lendava, julho de 2020.
 

“Sabe, carnaval é algo tão extraordinário no Brasil. Não apenas na terça-feira gorda, mas durante toda a semana, da sexta-feira da semana anterior à sexta-feira seguinte, tudo para: bancos, escritórios, fábricas, oficinas e assim por diante. O presidente, ministros, deputados, funcionários seniores e juniores, médicos deixam o trabalho durante uma semana inteira. Apenas policiais trabalham (eles têm muito trabalho a fazer!), pousadas, táxis e ônibus, exceto na terça de carnaval, também lojas. Você não pode nem mesmo morrer no deserto porque não encontraria um homem para cavar sua sepultura. Noite e dia ele só come, bebe e dança "samba". O samba é uma dança folclórica brasileira, como a valsa na Áustria, o schottish e a polca em Prekmurje e o tango na Argentina. No entanto, existe uma grande diferença entre o Norte e o Sul do Brasil, pois aqui também celebram o carnaval ou "carnaval". Em cidades do Norte, como Recife, Olinda e Salvador, o carnaval é totalmente popular, como é chamado: enormes multidões de pessoas inundam as ruas e praças e simplesmente cantam e dançam (pulam) como bêbados dia e noite. No Rio de Janeiro e em São Paulo, no entanto, grandes clubes chamados "escola de samba" realizam grandes procissões latinas, que são obras de arte verdadeiramente magníficas, encenando eventos históricos, temas políticos ou literários, etc. " (L. Zver, comunicação pessoal, 19/03/2000) “

Na semana passada, dia 4 de maio de 2000, fui convidado pelo cônsul da Eslovênia em Belo Horizonte, a capital mineira de três milhões de habitantes, a cerca de 200 quilômetros de São João del-Rei. A convite do cônsul e da academia literária estatal, foi realizado um evento no qual oito poetas e escritores eslovenos recitaram suas obras literárias em prosa e poesia. O grande salão acadêmico estava lotado. Eles recitaram, claro, em português, um pouco estranho, mas ainda bonito. Quando eles terminaram, tive a oportunidade de cumprimentá-los em nome dos acadêmicos e eslovenos brasileiros presentes. Eu falava meio esloveno e meio português perfeitamente. O evento foi muito bonito e por algumas horas me senti como se estivesse em Ljubljana. É uma pena que Gabi não estivesse entre os "descendentes de Prešeren". " (L. Zver, comunicação pessoal, 7 de maio de 2000) 

Autores da literatura eslovena contemporânea em visita a Belo Horizonte. Foto: do arquivo pessoal de Gabriela Zver, recebida em carta de Luiz Zver, comunicação pessoal, 07/05/2000.
 

Ele também escreveu sobre o dr. Alojz Šuštar, que conheceu pessoalmente. Anos atrás, quando ele visitou eslovenos em São Paulo em uma viagem a Buenos Aires, eles estavam almoçando juntos. Ele me enviou fotos de um encontro literário, uma viagem de autores eslovenos pelo Brasil. Estiveram presentes também o Presidente da Academia de Letras e Ciências e o Cônsul da República da Eslovênia no Brasil, Štefan Bogan Šalej, com quem Luiz Zver manteve contatos frequentes. (L. Zver, comunicação pessoal, 08/10/2000) 

"Obrigado pelo boletim ‘Estrela Cadente’, muito bem organizado e extremamente rico, desta vez em termos de conteúdo. Fiquei especialmente interessado na "pesquisa" sobre o uso de drogas entre os estudantes de Lendava e o meio ambiente. Estou interessado na situação legal na Eslovênia: as drogas são legalmente proibidas ou o assunto depende de centros de aconselhamento como o Odsev, como pude ler no boletim informativo. Aqui no Brasil, é estritamente proibido o uso de drogas, e principalmente a venda. Mas pouco ou nada ajuda. Nesta época de carnaval, no entanto, importantes organizações religiosas lançaram uma grande campanha educacional com o slogan ‘Vida SIM! Drugs NO! '” (L. Zver, comunicação pessoal, 27/02/2001) 

 “Se você soubesse o quanto suas cartas e fotos me deixam feliz, você me escreveria todas as semanas. Especialmente porque suas cartas são uma verdadeira obra de arte literária. Lembro-me de ter lido, anos atrás, um romance de cartas interessante da ficção inglesa PAMELA. Era uma coleção de cartas que a menina escreveu para a mãe. Nada de extraordinário, escrita bastante simples, como a filha escreve para sua mãe em confiança, mas ainda tão atraente que era difícil você fechar o livro para lê-lo mais tarde.”

Ele também enviou saudações a todos os meus amigos e a Andrej Blatnik, porque enviei uma cartilha com traduções de trechos selecionados das obras dele, - trabalhos de nossos alunos. “… Especialmente o escritor Blatnik. Diga a ele que me lembro de ter estado em Belo Horizonte.” (L. Zver, comunicação pessoal, 15/03/2004) 

Quando lhe enviei a minha dissertação de mestrado, ele a analisou na íntegra, alertou para certos estrangeiros para deixa-los fazer negócios, embora eu já tivesse defendido a tese e obtido um título científico. (L. Zver, comunicação pessoal, 25/04/2004) 

Em sua última carta, ele escreve sobre como seus amigos o visitaram no seu aniversário, que ele teve a sensação de que todos sentiam que ele seria o último. “Deixe acontecer como Deus quiser. O irmão Gusti (87), a irmã Veronica (94) morreram no ano passado, esperamos que o Papa João Paulo fizesse 90 anos... Nem sempre as nossas contas são contas de Deus. Ore por mim e escreva para mim.” (L. Zver, comunicação pessoal, 10/04/2005) 

A organização social APAE, no entanto, continua a operar e crescer. Encontrei fotos no Facebook que atestam o fato de que todos os anos eles celebram sua existência e o trabalho anterior de Luiz com uma cerimônia e uma missa de ação de graças. Estou anexando uma das fotos oficiais das instalações da APAE de 2019. 

Um evento solene em memória de Luiz Zver: APAE-52 Anos - Foto: facebook: Sargento Gabriel da APAE. (02/10/2019)

Lápide do túmulo do Pe. Luiz Zver: "O homem só é auto-suficiente de fato, quando acredita naquilo que faz e na bondade da causa pela qual se bate" - Crédito pela foto: Janine Giordani da Silva

Gostaria de agradecer ao Sr. Jože Pozderec (SDB), pastor e diretor do Instituto Salesiano Veržej, e a Marjan Lamovšek, da Inspetoria Salesiana de Ljubljana, pela ajuda em encontrar fontes eslovenas. Concluo o artigo com as palavras de Luiz Zver, que ainda são citadas no Brasil em eventos relacionados à APAE: "Entenda para amar, ame para compreender, compreenda para agir."

 

OBSERVAÇÃO DO GERENTE DO BLOG: Por falta de espaço, muitas outras fotografias deixam de ser reproduzidas aqui. Elas tinham sido enviadas por Pe. Luiz Zver nas correspondências à autora e podem ser vistas nos links associados com o texto em esloveno de Gabriela Zver. 

 


I. FONTES E LITERATURA



BRAGA, Francisco J. S.: Meu mestre inesquecível Padre Luiz Zver, SDB > > > 1ª parte (12/03/2010). Link: https://bragamusician.blogspot.com/2010/03/meu-mestre-inesquecivel-padre-luiz-zver.html 
–––––––––––––––––––––Meu mestre inesquecível Padre Luiz Zver, SDB > > > 2ª parte (19/03/2010). Link: https://bragamusician.blogspot.com/2010/03/meu-mestre-inesquecivel-padre-luiz-zver_19.html
–––––––––––––––––––––Meu mestre inesquecível Padre Luiz Zver, SDB > > > 3ª parte (24/03/2010). Link: https://bragamusician.blogspot.com/2010/03/o-pensamento-do-incomparavel-pe.html
–––––––––––––––––––––Meu mestre inesquecível Padre Luiz Zver, SDB > > > 4ª parte (01/05/2010). Link: https://bragamusician.blogspot.com/2010/05/meu-mestre-inesquecivel-padre-luiz-zver.html
–––––––––––––––––––––Pe. Luiz Zver à frente do C.A.C.-CENTRO ARTÍSTICO E CULTURAL DE SÃO JOÃO DEL-REI (11/07/2013). Link: https://bragamusician.blogspot.com/2013/07/pe-luiz-zver-frente-do-cac-centro.html
–––––––––––––––––––––Ação social do C.A.C.-Centro Artístico e Cultural de São João del-Rei em socorro aos flagelados do Nordeste, em 1960 (19/07/2013). Link: https://bragamusician.blogspot.com/2013/07/acao-social-do-cac-centro-artistico-e.html
–––––––––––––––––––––Adeus à vida literária em 1961 do poeta e jornalista são-joanense Lincoln de Souza (10/08/2011). Link: https://bragamusician.blogspot.com/2011/08/adeus-vida-literaria-em-1961-do-poeta-e.html
–––––––––––––––––––––HOMENAGEM DO CENTRO ARTÍSTICO E CULTURAL A QUATRO SÃO-JOANENSES NATOS E UM, DE CORAÇÃO (duas crônicas de Gentil Palhares) (07/10/2014). Link: https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2014/10/homenagem-do-centro-artistico-e.html
–––––––––––––––––––––HOMENAGEM AO 99º ANIVERSÁRIO DA PROFª MERCÊS BINI COUTO (☆ São João del-Rei, 04/02/1916 ✞ São João del-Rei, 2010) (04/02/2015). Link: https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2015/02/homenagem-ao-aniversario-da-prof-merces.html
–––––––––––––––––––––UMA CIDADE VIVE HÁ 2 SÉCULOS MERGULHADA NAS ONDAS MUSICAIS (11/12/2014). Link: https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2014/12/uma-cidade-vive-ha-2-seculos-mergulhada.html
–––––––––––––––––––––JÚLIO TEIXEIRA, notável da histórica cidade de São João del-Rei e baluarte da Fundação Municipal dessa cidade (atual UFSJ) - 1ª Parte (10/09/2012). Link: https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2012/09/julio-teixeira-notavel-da-historica.html
–––––––––––––––––––––ORATÓRIO SÃO CAETANO DOS SALESIANOS DE DOM BOSCO EM SÃO JOÃO DEL-REI (30/06/2020). Link: https://saojoaodel-rei.blogspot.com/2020/06/oratorio-sao-caetano-dos-salesianos-de.html 
 
MAROŠA, Martin: Alojzij Zver salezijanski misijonar v Braziliji, não publicado, Arquivo Salesiano Rakovnik, Ljubljana
 
SACRAMENTO, J. A. A.: Os Salesianos em São João del-Rei, in Pátria Mineira, São João del-Rei (2012) - Link: http://www.patriamineira.com.br/imagens/img_noticias/152641150512_Os_Salesianos_em_Sao_Joao_del-Rei_-_Jose_Antonio_de_Avila_Sacramento.pdf
 
SILVA, I.M.S.B.P.: A Congregação Salesiana e o seu Ideal Educativo (1894-1974): Contributo para a História do Ensino Confessional em Portugal, dissertação de Mestrado em Didática da História, 2012, 122 p. - Link: https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/9922/1/ulfl127429_tm.pdf
 
TEIXEIRA FILHO, Jayme: Pe. Luiz Zver (1913-2005), Carta Mortuária, Inspetoria São João Bosco, Belo Horizonte-MG (tradução mantida por Arquivos da Sociedade Salesiana, Ljubljana)
 
TEIXEIRA, J.B.C.: Capítulo 25 do Livro de Memórias (Graças ao Antônio Cortesia) - Link: http://www.patriamineira.com.br/imagens/img_noticias/175257020911_DO_LIVRO_DE_MEMORIAS_-_Cap._25_e_32.pdf
 
ZVER, Gabriela: Alojz/Luiz Zver – Dokležovčan, duhovno in intelektualno globoko povezan z Brazilijo, a tudi z Lendavo (1913–2005) - Link: https://Alojz/Luiz Zver – Dokležovčan, duhovno in intelektualno globoko povezan z Brazilijo, a tudi z Lendavo (1913–2005)
––––––––––––––Ibidem. Artigo publicado na revista Lindua (2020), coluna "Personalidades", vol. 14, nº 22, pág. 8-14. - Link

https://www.kl-kl.si/files/fb/periodika/lindua/lindua_2020-22/files/basic-html/page10.html

 
ZVER, Padre Luiz, SDB: Pequena História (Ilustrada) da APAE de São João del-Rei (No 30º ano de sua fundação e atuação: 30.09.1967/30.09.1997, São João del-Rei: Gráfica da FUNREI, 1997, 104 p.

21 comentários:

Danilo Gomes (escritor, jornalista e cronista, membro das Academias Mineira de Letras e Brasiliense de Letras) disse...

Agradeço, mestre Francisco Braga, as notáveis informações sobre o Padre Luiz Zver, uma bela vida dedicada a Nosso Senhor Jesus Cristo e sob as bênçãos de Dom Bosco.
Em 1953 e 1954 estudei interno no Colégio Dom Bosco,de Cachoeira do Campo, e é possível que tenha lá visto o notável sacerdote. Eu tinha 10 e 11 anos, era muito menino.
Abraço do Danilo Gomes, 78.

Virgínia Mendonça Senna (podóloga) disse...

Boa noite, Francisco!
Vou ler esse material com certeza! Tive oportunidade de tratar dos pés desse santo, que foi padre Luiz Zver, na Sintonia dos Pés e, trocar algumas palavras com ele sobre as crianças da APAE. Grande exemplo de pessoa caridosa!
Muito obrigada,
Virgínia

Gilmar Duarte Rocha disse...

Muito bom, Francisco. Parabéns!

Celso Lopes de Oliveira (primo residente em Belo Horizonte, MG e irmão de Álvaro Bosco Lopes de Oliveira, entre outros) disse...

MEU JOVEM FRANCISCO BRAGA Tive o prazer imenso de conhecer o Pe. Luiz Zver em 1955 e 1956 quando estudei no seminário DOM BOSCO em sjdelrey. Personalidade marcante era admirado e respeitado por todos. Meu abraço Celso

Prof. Cupertino Santos (professor aposentado da rede paulistana de ensino fundamental) disse...

Caro professor Braga;
Cumprimentos pela divulgação da vida e obra do grande padre Luiz Zver junto a um público maior e também pela referência que a professora Gabriela Zver faz ao seu trabalho de 2010 sobre o padre.
Grato
Cupertino

Diamantino Bártolo (professor universitário Venade-Caminha-Portugal, gerente de blog que leva o seu nome http://diamantinobartolo.blogspot.com.br/) disse...

Bom dia.

Estimado amigo.

Que esteja de boa saúde é o que mais lhe desejo.

Parabéns pelo seu traballho

Muito obrigado.

Boa semana.

Abraços Fraternos

Diamantino

Paulo Roberto Sousa Lima (escritor, gestor cultural e presidente reeleito do IHG de São João del-Rei para o triênio 2021-2023) disse...

Prezado confrade Francisco Braga, bom dia.
Leio com interesse esse texto sobre uma personalidade importante que por décadas atuou e influiu na vida cultural e artística de SJDR.
A confrade Lucinha Guimarães com ele também conviveu na participação do pai, Geraldo Guimarães e da amiga, Ligia Velasco, na criação de espaços de vivências culturais como o CAC-SJDR, onde tiveram contato com João Quaglia, por exemplo.
Parabéns por mais essa iniciativa significativa.
Paulo Roberto de Sousa Lima
Presidente

Heitor Garcia de Carvalho (graduado em Pedagogia pela Faculdade Dom Bosco (1968), mestre em Educação UFMG (1982), Ph.D em Educational Technology - Concordia University (1987 Montreal, Canada); MBA Gestão Tecnologia da Informação, Fundação Getúlio Vargas (2004); pós-doutorado em Políticas de Ensino Superior na Faculdade de Psciologia e Ciências da Informação na Universidade do Porto, Portugal (2008); professor associado do CEFET-MG) disse...

Precioso!
Muito obrigado!
Heitor

Prof. Fernando de Oliveira Teixeira (professor universitário, escritor, poeta e membro da Academia Divinopolitana de Letras) disse...

Grato, amigo Braga, pelo texto enviado. Saudações também para a Rute com o desejo de toda paz e todo bem para vocês.

Edu Oliveira (ex-seminarista salesiano, organizador e facilitador de encontros) disse...

Trabalho fantástico.
Parabéns.

Grande Pe. Zver.

Com Dom Bosco sempre

edu

Dr. Mário Pellegrini Cupello (escritor, pesquisador, presidente do Instituto Cultural Visconde do Rio Preto de Valença-RJ, e sócio correspondente do IHG e Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

Caro amigo Braga

Que privilégio o seu em ter convivido com um homem raro, como o Padre Luiz Zver que – pelo que lemos – tinha um especial apreço e amizade pelo ilustre amigo!

Além de sua refinada cultura, ele possuía uma visão de Brasil muito interessante, como por exemplo: o que ele escreveu (entre outras cartas) sobre o “carnaval brasileiro”. Achamos ótimo!

Apreciamos muito a leitura do “trabalho científico e emotivo, a um só tempo, cuja autora é GABRIELA ZVER”, através de sua excelente tradução. Parabéns!

Agradecemos pela gentileza do envio.

Receba o fraternal abraço,

Do amigo Mario Cupello

..................
Valença RJ, 03 de março de 2021.

João Carlos Ramos (poeta, escritor, membro e ex-presidente da Academia Divinopolitana de Letras e sócio correspondente da Academia de Letras de São João del-Rei e da Academia Lavrense de Letras) disse...

Recebido. Obrigado, mestre!

Frei Joel Postma o.f.m. (compositor sacro, autor de 5 hinários, cantatas, missas e peças avulsas) disse...

Olá, Francisco e Rute.
Conheci Pe. Luiz Zver, do tempo em que podíamos atualizar nosso curso superior no Brasil. Ele era o supervisor destes cursos.
Grande abraço, fr. Joel.

Anderson Braga Horta (poeta, escritor, ex-presidente da ANE-Associação Nacional de Escritores e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal) disse...

Muito bem, Francisco, obrigado.

abh

Embaixada da Eslovênia em Brasília disse...

Prezado Sr. Francisco Braga, bom dia

Muito obrigado pela sua mensagem e ela chega até nós de forma muito positiva.

Gostaríamos de saber maiores informações sobre o seu trabalho de tradutor e colaboração com a Sra. Gabriela Zver:

- Há algum plano de lançar este trabalho no Brasil?

- O senhor traduziu do esloveno? Ou foi do inglês?

Qualquer outra informação adicional que o senhor possa dar sobre a vida, obra e atuação do Padre Luiz Zver em São João del Rey seria muito bem-vinda.

O primeiro link do blogspot infelizmente não abre.

Atenciosamente,

Veleposlaništvo Republike Slovenije v Brasilii
Embaixada da República da Eslovenia em Brasilia

Unknown disse...

Ainda menina, já reconhecia Pe. Luiz Zver entre os padres do Santuário e do Colégio São João.Eram notáveis seu porte, sua voz e o azul límpido de seus olhos. No curso de Letras, vivi a felicidade de tê-lo como um dos meus respeitados mestres. Pelos anos seguintes,pude acompanhar (mesmo que por notícias) seu magnífico trabalho na APAE, å qual se dedicou, como o "grande amor de sua vida". Assim segredou- me certa vez.

Unknown disse...

O comentário acima é de MARIA AUXILIADORA MUFFATO

Gabriela disse...
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Gabriela Zver (escritora e pedagoga eslovena, tradutora de húngaro e possui o grau de Mestre em Ciências Literárias na Universidade de Maribor) disse...

Prezado Sr. Francisco Braga!

Obrigada novamente por todo o esforço que você colocou na postagem. Você realmente trabalha com o coração, obrigada!
Estou feliz por ter encontrado você online e por conhecê-lo. Agora você também forneceu algumas informações novas que li sobre o uso do tradutor googole em seu site.

Fique saudável e fique bem.

Gabriela

Gabriela Zver (escritora e pedagoga eslovena, tradutora de húngaro e possui o grau de Mestre em Ciências Literárias na Universidade de Maribor) disse...

Prezado Sr. Francisco Braga!
Agradeço sinceramente a publicação do artigo em português. Obrigado pelo esforço e também pela minha apresentação!

Obrigado a todos os leitores pelos comentários gentis! Estou feliz que você tenha Luiz Zver em uma boa memória.

Saudações da Eslovênia, Gabriela

Dr. Rogério Medeiros Garcia de Lima (professor universitário, desembargador, ex-presidente do TRE/MG, escritor e membro do IHG e da Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

UMA FIGURA GIGANTE, PADRE LUIZ!