Por Francisco José dos Santos Braga
I. INTRODUÇÃO
Neste post tenho o prazer de divulgar o conteúdo de uma edição do programa radiofônico "Música de Teclado", que eu tive a honra de produzir e apresentar para a Rádio Nova Aliança, de Brasília, uma emissora da Arquidiocese de Brasília, com o prefixo ZYH Rádio Nova Aliança AM 710, conforme já explicado em outra matéria neste mesmo Blog do Braga ¹. A minha locução foi gravada durante o Advento de 1994 e levada ao ar no programa imediatamente anterior ao Natal.
Reitero que possuo todas as fitas cassetes com
as gravações de todos os programas "Música de Teclado", que foram
levados ao ar pela Rádio Nova Aliança em 1994-1995. Por cautela,
costumava reunir-me com o operador de áudio Felismar com bastante
antecedência para as gravações, para que as apresentações não sofressem
solução de continuidade. Assim, as fitas estão datadas de 11/03/1994 a
25/03/1995, totalizando 64 fitas cassetes, todas apresentadas em
programa. Só recentemente converti as 64 fitas cassetes em CDs.
II. NOËLS PARA ÓRGÃO
Da música de órgão, conhecemos hoje bastantes obras, salvas do olvido do tempo por edições ou manuscritos conservados em bibliotecas. Por outro lado, provavelmente a maior parte dessa música − a das improvisações − jamais conheceremos. Claro que podemos imaginar que o melhor do talento dos compositores organistas deve ter sido levado à partitura. De qualquer forma, é triste constatar que grande parte dessa música de órgão, essa arte tão particular da improvisação − mal foi acessada − se perdeu: o ataque dos motivos, o brotar espontâneo das ideias, o sentimento de quão precária é uma poesia fugaz.
No final do século XVII, tornou-se uso corrente entre os organistas franceses a improvisação. Os organistas improvisadores atraíram de tal forma as multidões que as autoridades religiosas se viram obrigadas a estabelecer sanções que chegaram até à interdição. Esses organistas costumavam escolher por tema um motivo de canção popular, conhecido de todos e, por isso mesmo, particularmente adequado a ornamentações virtuosísticas que exerciam fascínio sobre essas multidões. Entre todos os motivos de Noëls ², eram mais apreciados os ornamentados para a Missa do Galo, a tal ponto que essas variações receberam notação, foram editadas e difundidas.
Historicamente, podemos considerar que, da mesma forma que a maior liberdade litúrgica da Missa do Galo permitiu cantar Noëls do século XII em diante, assim também no segundo meado do século XVII deu ao organista a oportunidade de introduzir variações sobre motivos populares.
Esses motivos, muito diatônicos, foram às vezes acusados de excessiva simplicidade. Às vezes, eram muito antigos, remontando à Renascença ou mesmo à Idade Média e tornaram-se conhecidos em mais de uma versão. Nos séculos XVII e XVIII, foram fortemente marcados pelas regiões donde provinham − Borgonha, Poitou, Lorena, Champagne ou Gasconha − o que era particularmente sensível num país muito rural e ainda bastante provincializado. Havia mesmo quem os compusesse até à Revolução Francesa. Com a Revolução, o gênero entrou em declínio. Teve que esperar o movimento da Schola Cantorum, em fins do século XIX, para assistir ao renascer do Noël para órgão, como os da lavra de César Franck e Alexandre Guilmant. No século XX, Tournemire retoma a tradição de compor Noëls para órgão.
Certos compositores se tornaram especialistas em Noël, desde fins do século XVII até fins do século XVIII, ficando conhecidos como Noelistas. Surgindo em fins do século XVII, o Noël para órgão com variações parece tomar de empréstimo à arte dos virginalistas e à dos cravistas: consiste de um tema de chanson (melodia popular) e suas doubles (ou variações) em diminuições, para o Natal. A virtuosidade dos dedos que se arremessavam aos teclados inflamava-se à medida que se desenvolviam as variações. A pedaleira à francesa prestava-se apenas para sustentar alguns baixos. As diferentes variações permaneciam na tonalidade (ou no modo) do tema do Noël, evitando dissipar-lhe o contorno, ornando-o, decorando-o, sem tentar descobrir em profundidade seus prolongamentos secretos. Elas fazem dialogar os "jeux" − cromorne, trombeta, trompete, − cantar as flautas e soar os "grands jeux", usando frequentemente efeitos de ecos que despertam o espaço da natureza na noite do Natal. Se os Noëls ficaram então em voga, foi por força duma conotação
sentimental: os seus motivos estavam profundamente associados, para cada
ouvinte, a uma das festas mais íntimas e calorosas do ano.
Os primeiros Noëls a aparecerem editados foram os constantes do 2º Livre d'Orgue ³ de Lebègue (1631-1702) em 1676. Mas é Nicolas Gigault (1627-1707) quem consegue publicar o 1º Livre de Noëls Variés, em 1682, no mesmo ano em que Lebègue, por sua vez, incluía 10 Noëls adicionais no seu 3º Livre d'Orgue, seguido logo depois por uma coleção de Pierre Dandrieu (c. 1660-1733), tio de Jean-François Dandrieu.
Na geração seguinte, vamos encontrar os Noëls de André Raison (1650-1719), depois os de Jean-François Dandrieu (c. 1682-1738), de Dornel (1685-1765) e, sobretudo, do mestre do gênero, Daquin (1694-1772). Os livros de órgão de Dandrieu (1714 e 1725, revisados em 1759) e de Daquin (1757) são dedicados a Noëls. No primeiro meado do século XVIII, os Noëls para órgão se multiplicaram, com destaque para os de André Raison (1714), Dandrieu (1720) e Daquin (1745).
Seguem-se os de Michel Corrette (1707-1795), Balbastre (1724-1799) e a sua decadência consumar-se-á com Beauvarlet-Charpentier, Lasceux e Séjan. No segundo meado do século XVIII, ainda se publicam os Noëls de Michel Corrette (1753), Balbastre (1770) e Beauvarlet-Charpentier (1783?).
No seu indispensável livro La Musique d'orgue français de Jehan Titelouze à Jehan Alain (Paris, 1949), Norbert Dufourcq assinala que "o Noël com variações requeria uma especial habilidade manual. Não exatamente qualquer iniciante podia adquiri-la. A ideia não era provar originalidade, mas espírito − e dedilhado. Muitos franceses da época careciam de ambos. Essa é a razão por que estes últimos eram mestres do passado nesta arte fluente, afastados do verdadeiro estilo francês de órgão e que tangencia a música descritiva... Esboços em cores frescas, quadros com traços claros, os Noëls de um Pierre Dandrieu, de um Michel Corrette, ou de um Dornel, de um Daquin, não têm nada correspondente − de nosso conhecimento − em todo o corpus de música de órgão."
Jean-Jacques Rousseau deu a seguinte definição para Noël, no seu Dictionnaire de 1768: "Certos cânticos que o povo canta no Natal. Devem ter um caráter rústico e pastoral semelhante à simplicidade das palavras e dos pastores que supostamente os teriam cantado, ao prestarem homenagem a Cristo no berço."
Dizem que Daquin compôs uma quantidade de obras corais e orquestrais bem como música de teclado, mas apenas três obras sobreviveram. A primeira (de 1735) é um livro de suítes para cravo dedicado a sua discípula Srta. de Soubise, que inclui, entre uma série de peças virtuosísticas, imitações de O Cuco (Le Coucou), de A Andorinha (L'Hirondelle) e de uma tempestade ("Les Vents en courroux"). A segunda é uma cantata (La Rose). A terceira (de 1757) é a coleção de 12 Noëls na qual sua fama principalmente repousa.
Eles foram dedicados ao Conde d'Eu (Louis-Auguste de Bourbon, Príncipe de Dombes, filho do Duque de Maine, e uma figura importante da corte). Foi um importante patrono para Daquin, cuja generosidade, segundo seus biógrafos, foi impedir que o compositor morresse um pobretão. Tanto as suítes para cravo quanto os Noëls revelam um compositor Daquin em contraste com seus predecessores Lalande, Charpentier, Couperin e Rameau. Menos preocupado com estrutura ou forma, com modulação ou genuíno contraponto, ele mirou mais no imediato pictórico e virtuosidade como fim em si. Ninguém ultrapassou sua habilidade de quebrar uma melodia em seus fragmentos componentes e desenvolvê-los em deslumbrante passagem, sem perder de vista a melodia original. A forma do Noël se adequou perfeitamente a suas habilidades particulares. Por isso mesmo, Dufourcq conclui que Daquin foi o "rei dos Noelistas".
Seu biógrafo, o Abade de Fontenay, no seu célebre "Dictionnaire des Artistes" (ed. 1776) observava que Daquin se distinguia pela "precisão infalível nas execuções de grande rapidez" e pelo fato de sobressair-se "entre todos os virtuoses pela mesma perícia de ambas as mãos". O mesmo autor ainda observava que Daquin deixou, quando de sua morte, manuscritos de música vocal, motetos, cantatas, atos de ópera, sinfonias de órgão, quartetos, fugas, trios, etc.
Em seguida, foi anunciada a audição programada para aquele dia para a Rádio Nova Aliança. Inicialmente, a audição de alguns Noëls da autoria de Dandrieu, na interpretação do organista francês André Isoir, extraídos do CD da Calliope nº CAL 9916 intitulado "NOËLS ET SUITES AU GRAND SIÈCLE". Também foram extraídos alguns dos 12 NOËLS de Daquin, na interpretação de Christopher Herrick, no órgão de Saint Rémy de Dieppe (CD da Hyperion nº CDA66816) ⁴.
Outra jóia musical de nossa programação consistiu na apresentação integral da Missa da Meia-Noite para o Natal (Messe de minuit pour Noël) da autoria de Marc-Antoine Charpentier (1645-1702), que contava entre seus alunos Grigny, Dagincour, Nicolas Geoffroy e, provavelmente, Gilles Julien e Gabriel Garnier.
A música de Noël, em todas as suas formas, esteve muito em voga na França sob o reinado de Luís XIV. Entretanto, em nenhuma parte no corpus da música barroca francesa há uma obra de tanto charme quanto a mencionada Missa de Charpentier. Isso se deve ao fato de que esse compositor utilizou antigos Noëls franceses como base de sua composição com uma notável habilidade, levando a obra completa a possuir uma leveza e doçura em consonância com a festa que celebra. Acresça-se a isso o fato de que tal Missa teria fascinado o mais simples e humilde dos fiéis, pois as árias eram famosas e fáceis de reconhecer, embora adaptadas ao Ordinário da Missa em latim. É evidente que Charpentier escolheu seus cantos de Noël com grande cuidado, não só por seu valor musical, mas também por seu alcance alegórico e litúrgico.
Observando os títulos dos Noëls que constituem a base das diferentes partes da Missa, pode-se imaginar como eles deveriam evocar uma narrativa evangélica a um ouvinte francês do século XVII, a saber:
Kyrie (Noël intitulado "Joseph est bien marié")
Christe eleison ("Or nous-dites, Marie" e "Une jeune pucelle")
Gloria ("Les bourgeois de Chastres" e "Où s'en vont cês gais bergers")
Credo ("Voici qui désirez sans fin", "Voici le jour solennel de Noël" e "À la venue de Noël")
Ofertório ("Laissez paître vos bestes")
Sanctus ("O Dieu que n'étois-je en vie")
Agnus Dei ("À minuit fut fait un réveil")
Em certos trechos ao longo da obra (como, por exemplo, após o Kyrie e o Christe), o compositor encarrega o organista de tocar interlúdios baseados nas árias de Noël já utilizadas. Para o Ofertório Charpentier incumbiu os violinos de tocar o Noël intitulado "Laissez paître vos bestes" (Deixem pastar seus animais). Tanto nos interlúdios para órgão quanto no Ofertório, Charpentier tomou como base composições preexistentes da autoria de Nicolas-Antoine Lebègue (1631-1702). No Agnus Dei, atinge-se o auge com o Noël "À minuit fut fait un réveil" (À meia-noite se fez um despertar), uma ária fascinante que sugere de pronto a infância e sua inocência.
A gravação que foi ouvida da Missa de Charpentier consta do CD da EMI Records nº CDM 7 363135 2, na execução da Orquestra de Câmara Inglesa da Academia St. Martin-in-the-Fields, sob a regência de Sir David Willcocks, tendo ao órgão Andrew Davis.
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Louis-Claude Daquin (1694-1772) |
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O Livro de Noëls de Louis-Claude Daquin (Op. II) contém 12 peças, sendo a última o célebre Noël "Suisse" |
Eles foram dedicados ao Conde d'Eu (Louis-Auguste de Bourbon, Príncipe de Dombes, filho do Duque de Maine, e uma figura importante da corte). Foi um importante patrono para Daquin, cuja generosidade, segundo seus biógrafos, foi impedir que o compositor morresse um pobretão. Tanto as suítes para cravo quanto os Noëls revelam um compositor Daquin em contraste com seus predecessores Lalande, Charpentier, Couperin e Rameau. Menos preocupado com estrutura ou forma, com modulação ou genuíno contraponto, ele mirou mais no imediato pictórico e virtuosidade como fim em si. Ninguém ultrapassou sua habilidade de quebrar uma melodia em seus fragmentos componentes e desenvolvê-los em deslumbrante passagem, sem perder de vista a melodia original. A forma do Noël se adequou perfeitamente a suas habilidades particulares. Por isso mesmo, Dufourcq conclui que Daquin foi o "rei dos Noelistas".
Seu biógrafo, o Abade de Fontenay, no seu célebre "Dictionnaire des Artistes" (ed. 1776) observava que Daquin se distinguia pela "precisão infalível nas execuções de grande rapidez" e pelo fato de sobressair-se "entre todos os virtuoses pela mesma perícia de ambas as mãos". O mesmo autor ainda observava que Daquin deixou, quando de sua morte, manuscritos de música vocal, motetos, cantatas, atos de ópera, sinfonias de órgão, quartetos, fugas, trios, etc.
Em seguida, foi anunciada a audição programada para aquele dia para a Rádio Nova Aliança. Inicialmente, a audição de alguns Noëls da autoria de Dandrieu, na interpretação do organista francês André Isoir, extraídos do CD da Calliope nº CAL 9916 intitulado "NOËLS ET SUITES AU GRAND SIÈCLE". Também foram extraídos alguns dos 12 NOËLS de Daquin, na interpretação de Christopher Herrick, no órgão de Saint Rémy de Dieppe (CD da Hyperion nº CDA66816) ⁴.
Outra jóia musical de nossa programação consistiu na apresentação integral da Missa da Meia-Noite para o Natal (Messe de minuit pour Noël) da autoria de Marc-Antoine Charpentier (1645-1702), que contava entre seus alunos Grigny, Dagincour, Nicolas Geoffroy e, provavelmente, Gilles Julien e Gabriel Garnier.
A música de Noël, em todas as suas formas, esteve muito em voga na França sob o reinado de Luís XIV. Entretanto, em nenhuma parte no corpus da música barroca francesa há uma obra de tanto charme quanto a mencionada Missa de Charpentier. Isso se deve ao fato de que esse compositor utilizou antigos Noëls franceses como base de sua composição com uma notável habilidade, levando a obra completa a possuir uma leveza e doçura em consonância com a festa que celebra. Acresça-se a isso o fato de que tal Missa teria fascinado o mais simples e humilde dos fiéis, pois as árias eram famosas e fáceis de reconhecer, embora adaptadas ao Ordinário da Missa em latim. É evidente que Charpentier escolheu seus cantos de Noël com grande cuidado, não só por seu valor musical, mas também por seu alcance alegórico e litúrgico.
Observando os títulos dos Noëls que constituem a base das diferentes partes da Missa, pode-se imaginar como eles deveriam evocar uma narrativa evangélica a um ouvinte francês do século XVII, a saber:
Kyrie (Noël intitulado "Joseph est bien marié")
Christe eleison ("Or nous-dites, Marie" e "Une jeune pucelle")
Gloria ("Les bourgeois de Chastres" e "Où s'en vont cês gais bergers")
Credo ("Voici qui désirez sans fin", "Voici le jour solennel de Noël" e "À la venue de Noël")
Ofertório ("Laissez paître vos bestes")
Sanctus ("O Dieu que n'étois-je en vie")
Agnus Dei ("À minuit fut fait un réveil")
Em certos trechos ao longo da obra (como, por exemplo, após o Kyrie e o Christe), o compositor encarrega o organista de tocar interlúdios baseados nas árias de Noël já utilizadas. Para o Ofertório Charpentier incumbiu os violinos de tocar o Noël intitulado "Laissez paître vos bestes" (Deixem pastar seus animais). Tanto nos interlúdios para órgão quanto no Ofertório, Charpentier tomou como base composições preexistentes da autoria de Nicolas-Antoine Lebègue (1631-1702). No Agnus Dei, atinge-se o auge com o Noël "À minuit fut fait un réveil" (À meia-noite se fez um despertar), uma ária fascinante que sugere de pronto a infância e sua inocência.
A gravação que foi ouvida da Missa de Charpentier consta do CD da EMI Records nº CDM 7 363135 2, na execução da Orquestra de Câmara Inglesa da Academia St. Martin-in-the-Fields, sob a regência de Sir David Willcocks, tendo ao órgão Andrew Davis.
III. NOTAS EXPLICATIVAS
¹ Cf. in http://bragamusician.blogspot.com.br/2014/01/musica-de-teclado-um-programa.html
² O que na França se entende por Noël é determinada obra vocal em estrofes, com ou sem refrão, destinada a ser cantada no tempo natalino, porém não litúrgica, e cujo texto na língua vulgar tratava do Natal ou dos acontecimentos que precediam ou que seguiam essa festa.
² O que na França se entende por Noël é determinada obra vocal em estrofes, com ou sem refrão, destinada a ser cantada no tempo natalino, porém não litúrgica, e cujo texto na língua vulgar tratava do Natal ou dos acontecimentos que precediam ou que seguiam essa festa.
Musicalmente se pode distinguir duas categorias de Noël:
1. Noël sobre melodias conhecidas, ou seja, aquele cujo texto foi adaptado a melodias preexistentes, litúrgicas ou profanas. Noëls desse tipo se encontram desde o século XIII. Os mais apreciados foram mais tarde objeto de transcrições instrumentais.
2. Noël, para o qual o compositor compôs uma música original, obra de cunho culto, aparentada principalmente com a canção polifônica.
A partir do século XVII, estende-se o uso dessas transcrições quer para instrumentos quer para órgão.
³ Sobre os muitos "Livres d' Orgue" durante o segundo meado do século XVII, cabe mencionar que eram as coleções mais tipicamente francesas que apareceram, por compositores como Guillaume Nivers, Nicolas-Antoine Lebègue, Nicolas Gigault, André Raison e Jacques Boyvin. Lebègue foi o primeiro francês a explorar integralmente os pedais, pois geralmente eles eram ou opcionais ou omitidos completamente. Os "Livres d'Orgue" contêm peças curtas que, embora ainda nos modos de igreja e dedicados ao uso litúrgico, são razoavelmente simples no estilo e muitas vezes claramente tonais.