segunda-feira, 4 de maio de 2015

INVENTOR DO PIANO É HOMENAGEADO PELO GOOGLE COM DOODLE ANIMADO


Por Francisco José dos Santos Braga


O Google sempre surpreende com seus variados doodles ao redor do mundo
 e hoje o fez com esta  criativa homenagem ao inventor do piano.



Bela homenagem presta o Google, nesta segunda-feira, dia 4 de maio de 2015, ao transcurso do 360º aniversário de Bartolomeo Cristofori di Francesco, considerado inventor do piano, através do doodle acima, em que um pianista possivelmente Johann Sebastian Bach executa trecho de seu "Jesus, Alegria dos Homens" ("Jesus, Joy of Man's Desiring", em inglês, ou, no original alemão, "Jesus, bleibet meine Freude" - mov. X da Cantata BWV 147). ¹

Cristofori nasceu em Pádua, na Itália, no dia 4 de maio de 1655.  Quando Cristofori se iniciou no mundo da música como fabricante de cravos, este instrumento musical, dada a sua popularidade, era o que mais se sobressaía dentre os instrumentos de teclado. Entretanto, ele percebeu a fraqueza daquele instrumento, no que se refere à dinâmica (grau de intensidade de um som). 

Em 1690, mudou-se para Florença a convite do príncipe Fernando de Médici. Foi, portanto, na corte toscana, em 1698, que Cristofori apresentou seu primeiro projeto e, mais tarde, em 1702, exibiu seu primeiro cravo modificado. Em 1709, finalmente conseguiu alterar a configuração do cravo, montando pela primeira vez o avô dos pianos modernos, a que chamou de "gravicembalo com piano e forte" (cravo com piano e forte). Entretanto, apenas em 1711, apareceram os primeiros registros do novo instrumento de percussão (com martelos percutindo as cordas).

Servindo-me do Google, foi possível localizar os três pianos que Bartolomeo Cristofori criou na década de 1720. O primeiro se encontra no Museu Metropolitano de New York com a inscrição original em latim do inventor: "bartholomaevs de christophoris patavinus inventor faciebat florentiae" seguida da data em numerais romanos" (Bartolomeo Cristofori, inventor paduano, fabricava em Florença em...). As mesmas palavras trazem seus instrumentos de 1722 e 1726, que estão guardados em Roma e em Leipzig, respectivamente.
Bartolomeo Cristofori, inventor do piano


A nova invenção utilizava, ao invés de penas que pinçavam as cordas como no cravo, martelos percutindo as cordas, permitindo que a duração do som pudesse ser prolongada, desde que o músico mantivesse as teclas pressionadas. A invenção possibilitou ainda que os músicos controlassem a dinâmica e modificassem a sonoridade, dependendo de como tocassem.

Nos séculos seguintes, o piano passou por uma série de modificações antes de se tornar o instrumento musical mais popular de todos. Embora tenha sido inventado no início do século XVIII, a invenção de Cristofori só vingou no final daquele século, ao ser preferido por grandes músicos, tais como Carl Phillip Emanuel Bach, Domenico Scarlatti, Muzio Clementi, Mozart e Beethoven. No século XIX, grandes compositores românticos para o piano, especialmente Chopin, Lizst, Brahms e Schubert, trouxeram grande contribuição para a difusão do instrumento, que se impõe até hoje nas salas de concerto do mundo inteiro.

Esses aperfeiçoamentos foram considerados extremamente importantes pelos pianistas, visto que cada vez mais puderam explorar as qualidades sonoras do instrumento, fator essencial para um perfeito touché e uma única e distintiva interpretação.

O criador do doodle acima, Leon Hong, revelou que a música de Bach foi selecionada por ser contemporânea e também por se adaptar perfeitamente às animações. No citado doodle da ferramenta de busca do Google, é possível aumentar ou abaixar o volume e, à medida que o som é aumentado, os movimentos do pianista se animam. Foi através dessa caricatura deveras engenhosa que o Google conseguiu ressaltar as qualidades acústicas, sonoras, técnicas e mecânicas da nova invenção de Cristofori.


NOTA EXPLICATIVA


¹ O doodle animado ainda pode ser acessado, clicando no link: http://doodlefinder.org/bartolomeo-cristofori-inventor-piano



9 comentários:

Prof. Ulisses Passarelli (escritor, folclorista e gerente do blog Tradições Populares das Vertentes) disse...

Muito interessante. Boa homenagem.
Grato pelo envio.
Abç,
UP.

Prof. Fernando Teixeira (professor universitário, escritor e membro da Academia Divinopolitana de Letras, onde é Secretário Geral) disse...

Gratíssimo pelo envio da homenagem ao inventor do piano, de resto realmente muito criativa. Por que não cumprimentar os pianistas também na data? Afinal são eles que fazem do instrumento enlevo e eternidade da música transmitida. Abraço-o, pois, amigo.
Fernando Teixeira

José Cláudio Henriques (romancista, historiador e ex-presidente da Academia de Letras e atual presidente do IHG, ambos de São João del-Rei) disse...

Parabéns, Braga, pelas suas constantes pesquisas e sucessivas publicações.
Com relação ao site do IHG de São João del-Rei (www.ihgsaojoaodelrei@gov.br), clique em sócios efetivos e, depois, no seu nome e veja que imediatamente o sistema encaminha para o seu blog. Também pode ser encaminhado via "Artigos Publicados". Qualquer coisa é só falar com o Paulo Chaves.

Abs. Jclaudio.

Merania de Oliveira (membro da Academia Marianense de Letras) disse...

Dr. Francisco,
Paz, saúde e alegria!

Criei uma página para meu esposo Roque Camêllo no Facebook onde acabei de postar sua mensagem. Veja acessando o linque:
https://www.facebook.com/pages/Roque-Cam%C3%AAllo/493905410742991?fref=ts

Profª Elza de Moraes Fernandes Costa (terapeuta holística, pianista e gerente do Portal Concertino) disse...

Prezado Braga,

Belo artigo!

Eu também publiquei ontem o doodle nas redes do Concertino.

Um abraço,
Elza

Prof. José Luiz Celeste (professor universitário, ex-professor da EAESP-Fundação Getúlio Vargas, tradutor e pesquisador) disse...

Olá Francisco:
Pois então, é um instrumento de percussão, o piano. Isso já causa espécie. Mas hoje com esses pianos eletro-eletrônicos, digitais, o piano é o quê? Parece q os sons do piano digital são gravados de um piano acústico e aí, essas gravações são reproduzidas, qdo as teclas são pressionadas. As teclas do piano digital, por sua vez, são sensíveis à força aplicada e por isso os sons resultantes tem dinâmica, ie, variação de volume.
Veja que no órgão eletrônico, tipo Hammond, como o q vc tocava na Igreja de D. Bosco, em Brasília, o som era gerado pela rotação de pequenos rolimãs (?), não sei, parece que eram peças q giravam, produzindo o som. Vc percebe q um motor elétrico, ao ser ligado, produz um som, q é tanto mais agudo quanto maior a velocidade de rotação. Hoje abandonaram essa técnica dado o seu custo. Um órgão eletrônico daqueles custaria uns R$80.000,00, hoje. Dá pra notar, se atentarmos, q o som do órgão Hammond (acho belissimo) poderia ser produzido assim, por rotação de algum artefato em torno de um eixo. Observe a enceradeira elétrica (lembra-se dela ?) quando era erguida do chão, o som emitido ficava mais agudo.
Assim, quando comprei o meu piano digital, perguntava-me se sua arquitetura seria análoga ao do orgão Hammond. Verifiquei q não, logo depois.
Outra observaçao é sobre esse termo "dinâmica" que se emprega na música, contracenando com "agógica". Durante algum tempo eu atribuía ao primeiro o sentido de puro movimento, ie, accelerando, ritardando, etc. Como na linguagem do dia a dia, "as empresas chinesas são mais dinâmicas q as americanas". Quer dizer são mais rápidas. Assim, eu entendia as coisas às avessas. Agógica seria então para mim, por dualidade, o "forte, fortissimo, piano...".
Agora, se examinarmos o termo "dinâmica" como é empregado em Física, se vê q a forma q vc usa é q está certa. Isso porque o objeto da Dinâmica é o movimento conjuntamente com sua causa, que é a força. Não é o movimento puro (como na Cinemática). Daí que a variação da força aplicada no teclado vai determinar a variação do volume do som. Estamos falando de Dinamica. Veja q o som mais ou menos agudo vai depender de outra coisa, ie, da freqüência da onda sonora, não da força aplicada.
Bom, para terminar gostaria q vc explicasse o que significam esses termos na Música. De repente eu ainda estou errado...
Abçs
Celeste

Prof. José Luiz Celeste (professor universitário, ex-professor da EAESP-Fundação Getúlio Vargas, tradutor e pesquisador) disse...

Prezado Francisco:
Acho que resolvi melhor a questão da "agógica" e de sua contrapartida, a "dinâmica", em música. Fui ao dicionário de grego. Infelizmente não tenho caracteres gregos à disposição, que lástima. Já reparou que eles (microsoft) mudam, mudam e mudam esses aplicativos e fica pior que antes? Lembro que eu tinha caracteres gregos nas 1001 formas de escrever (Arial, Times Roman, Sans Xerif.....) há dez anos, e agora não os há.
Enfim "agogué", do verbo ágo, é "ação de transportar, ...., tempo, compasso."
Já "dúnamis-eos"....é "poder, força, potência...etc", como aliás, é sobejamente conhecido. Usei o dicionário Grego -Português de Izidro Pereira, SJ.
Então parece que tudo se esclareceu. É preciso saber grego para ir ao âmago das coisas. Tinha me esquecido disso.
Abçs, Celeste

Rute Pardini (cantora lírica) disse...

Meu querido e amado Francisco,
que belo trabalho!
Este, para mim, é um dos melhores.
Pois nos envolve plenamente.
A música, ah a música! Que coisa gostosa de estudar, praticar e escutar.
Que gostoso ler os comentários.
Olha, mesmo sendo eu da música, ainda agora tive uma aula de dinâmica e agógica a partir de comentários feitos pelo nosso querido amigo Prof. e musicista José Luiz Celeste.
Parabéns, meu amor! De apenas um doodle você fez mais um artigo digno de um artista. Como você fez também, se bem me lembro, o 99º aniversário do nascimento de nossa diva MARIA CALLAS a partir de um doodle do Google, homenageando-a.
Amo-o e admiro-o eternamente.
Sua querida Rute.

Memorial de Corguinhos disse...

Francisco Braga lembrou-me outro dia do galo prometido de Sócrates as Asclépio. O problema da dívida não tem nada a haver com os homens, mas com os deuses. Somos livres para dispor de tudo aquilo que a natureza econômica nos proporciona. Ler e apreciar seu blog faz lembrar-me da velha juventude que gostava de ler Criton, Fédon, Eutífron entre outros diálogos que iluminaram a mente humana. Vale a pena acessar seu BLOG