domingo, 4 de outubro de 2015

HISTÓRIA DAS ORIGENS DO POVO ROMANO: BREVÍSSIMA SINOPSE DA HISTÓRIA DE ENEIAS ATÉ RÔMULO E A FUNDAÇÃO DE ROMA



Por Francisco José dos Santos Braga


I.  INTRODUÇÃO

O que se lerá abaixo é minha tradução do texto elaborado pelo Pe. Suitbertus H. Siedl O.C.D., o grande facilitador e palestrante de encontros da Família de São Jerônimo (Familia Sancti Hieronymi) em diversos países, especialmente nos Estados Unidos.  Nesses inesquecíveis encontros, seus participantes constatamos quão verdadeiras são as palavras de Cícero: "Non tam præclarum est scire Latine, quam turpe nescire" (Cic. Brutus 37, 140), ou seja: "Não é nada especial saber Latim, mas é uma vergonha não sabê-lo."

No seu manual de Latim, intitulado "Cursus Linguae Latinae Vivae", Pe. Siedl nos brinda com a sua sinopse das origens do povo romano, a partir da destruição de Tróia pelos Helenos e da fuga de uma frota de Troianos, sob o comando de Eneias, herói da Guerra de Tróia, para a Itália.

Pe. Siedl baseou seu texto em prosa na versão de Virgílio, magistralmente exposta no seu poema épico, Eneida.

Como um grande docente de Língua Latina, Pe. Siedl prefere acentuar as palavras latinas, como é usual em Português, a utilizar sílabas longas e breves, indispensáveis porém no caso da métrica poética. Como sabemos, tanto o verso grego quanto o latino se baseiam na quantidade: sua métrica se fundamenta na oposição de duração de sílabas longas e sílabas breves. Como aqui não se trata de poesia, mas de prosa, Pe. Siedl permite-se relaxar um pouco as regras   até na poesia admitem-se licenças poéticas! — e tornar mais acessíveis as explicações de temas complexos, o que é um dom dos grandes mestres.



II.  TRADUÇÃO DO TEXTO LATINO




Eneias ¹, filho de Anquises e (deusa) Vênus (ou Afrodite, para os Gregos), um refugiado de Tróia, por ter sido incendiada a sua cidade (de Tróia), navegou com os seus por vários países. Viajou primeiro à Macedônia, dali à África, em seguida à ilha da Sicília, até que — tendo sofrido muitas dificuldades  finalmente chegou à Itália. Os Troianos, assim que chegaram á Itália, colheram trigo dos campos dos habitantes (da terra), porque estavam famintos.

Ali nada além de armas e navios tinha restado aos Troianos. Como os Troianos famintos, para debelarem sua fome, estivessem colhendo cereais dos campos dos agricultores, Latino, o dono do campo, aproximou-se com pessoal armado de modo a expulsar os estrangeiros com a força. Porém, antes de iniciar o combate, Latino convocou Eneas a uma negociação. Interrogou-lhe quem ele era, donde os (seus) homens tinham migrado, o que pretendiam.

A essa tríplice questão Eneas respondeu a Latino: 
— Sou o chefe dos Troianos; estes homens, refugiados comigo, tiveram sua terra (Tróia) incendiada, razão por que navegaram por diversas regiões e, depois de terem sofrido muitas adversidades, finalmente chegaram à Itália; agora, como nos resta nada além de armas e navios, procuramos primeiramente o alimento necessário, depois um local de habitação e firme amizade com os habitantes (da terra) e, finalmente, uma nova Pátria aqui na Itália, invocando a fé dos deuses.

Latino admirou os homens provados pelo duelo e, tendo dado sua mão direita, confirmou a amizade com os estrangeiros.

A Eneias deu Latino sua filha Lavínia em matrimônio, quando aquele chegou, embora ela já tivesse sido prometida a Turno, chefe dos Rútulos. Eneias fundou uma nova cidade, chamada por ele de Lavínio em homenagem à sua esposa.

Desse matrimônio nasceu um filho, que foi chamado Ascânio, que, empossado no império paterno após o falecimento de seu pai Eneias, deixou para sua mãe Lavínia governar  a então cidade florescente e rica de Lavínio. Por sua vez, ele próprio fundou uma nova cidade no sopé do monte Albano, a que chamou Alba Longa ²

Logo depois, Eneias e Latino deviam guerrear contra Turno, chefe dos Rútulos. Mezêncio, chefe dos Etruscos, posicionou-se como aliado dos Rútulos, porque já desde o começo não estava contente com a nova cidade fundada por Eneas. Nenhum povo saiu-se bem desse combate: os Rútulos foram vencidos, mas Latino foi morto na batalha.

Muitos anos depois de Ascânio ³, quando o reino já estava definitivamente confirmado, houve uma briga entre dois irmãos pelo reino de Alba Longa: Numitor e seu irmão mais novo, Amúlio. Amúlio venceu e destituiu do reino seu irmão Numitor. Em seguida, Amúlio mandou matar toda a estirpe viril de Numitor e tornou a filha de Numitor, Rea Sílvia, uma vestal, para que não houvesse nenhuma esperança de prole , pois virgens vestais deviam permanecer solteiras.

Entretanto, Marte (ou Ares, para os Gregos) desposou Rea, que deu à luz dois gêmeos: Rômulo e Remo.

Então, Amúlio, o usurpador, aprisionou Rea Silvia, tendo ordenado que os escravos pusessem os meninos gêmeos nas águas do rio Tibre. Naquela época, por acaso, o rio Tibre transbordava; assim, a tina, dentro da qual foram abandonados os meninos, com o refluxo da água, parou no seco. Aos meninos chorosos uma loba ofereceu sua teta.

O pastor Fáustulo, chefe dos rebanhos reais, achou os gêmeos, salvou-os e entregou-os à sua esposa para serem educados. Ali ambos cresceram e, sob a proteção de Fáustulo e sua mulher,  se fortaleceram no corpo e no caráter.

Rômulo e Remo, irmãos gêmeos, filhos de Rea Sílvia, netos do rei Numitor (que foi removido do reino pelo irmão Amúlio), quando adultos, restituíram, com outros jovens, Numitor ao trono.

Esta cidade, fundada por Rômulo no dia 21 de abril do ano de 753 a.C., foi chamada ROMA.

Durante aquele tempo a cidade crescia, e o Estado romano se fortaleceu; mas, devido à falta de mulheres em Roma,  em casa não havia esperança de descendência.




III.  TEXTO LATINO INTITULADO "BREVISSIMUS CONSPECTUS HISTORIÆ AB ÆNEA USQUE AD ROMULUM ET ROMAM CONDITAM", DA AUTORIA DE Pe. SUITBERTUS SIEDL






Abaixo é fornecido o texto que se traduziu acima. Esse texto foi coligido de trechos esparsos do manual "Cursus Linguae Latinae Vivae", de Pe. Suitbertus H. Siedl (pp. 26-7, 37-9, 67, 90-2, 112 e 131-8).  


"ÆNEAS, fílius Anchisæ et Véneris, dóminus Trojanórum, Troiâ prófugus cum suis, cremátâ pátriâ, primo in Macedóniam, deínde in Áfricam , póstea in Sicíliam ínsulam návigans, multa passus, donec tandem in Itáliam pervénit. Trojani, cum in Itáliam veníssent, fruméntum ex agris incolárum captavérunt, quia famélici erant.

LATINUS, dóminus agri, cum armátis appropinquávit, ut ádvenas, cum in Itália veníssent, qui  fruméntum in agris captábant, vi propulsáret. Sed Latínus Ænéam  ante pugnam ad collóquium evocávit, ut eum interrogáret  quis esset, unde viri migravíssent, quid optárent

Ad hanc tríplicem quæstiónem Aenéas Latino respóndit:
"Ego sum dóminus Trojanorum: — hi viri, cremátâ pátriâ mecum prófugi, per divérsas regiónes navigavérunt atque tandem multa passi in Itáliam pervenérunt; — nunc, cum praeter arma et navígia nihil omníno nóbis superésset, imprímis cibum necessárium, deínde locum ad habitándum idóneum, et cum íncolis fírmam amicítiam, tandem hic in Itália, deórum fidem invocántes, novam pátriam quaesitámus."

Latínus viros bello spectátos admirátus est, et datâ déxterâ amicítiam cum ádvenas firmávit. 

Ænéæ Lavíniam fíliam in matrimónium dédit. Ex novo matrimónio fílius natus est, qui nominátus est Ascánius. Oppidum novum a se cónditum Ænéas a Lavínia appellávit Lavínium. ASCANIUS, fílius Lavíniæ et Ænéæ , post mortem Ænéæ patris império pótitus, Lavínium, tunc jam floréntem atque opuléntam urbem Lavíniae matri regéndam relíquit; ipse autem novam urbem cóndidit, sub Albáno monte, quam appellávit Albam Longam.

Cum TURNO  deínde, Rutulórum domino, Ænéas Latinúsque pugnáre debébant. Néuter pópulus eâ pugnâ laetus fuit: Rútuli superáti sunt. Latinos in pugna necátus est. Rútulis superávit auxílio fuit Mezéntius, Etruscórum dóminus, qui jam inde ab inítio lætus non erat novo óppido ab Ænéa cóndito.

LAVINIA, Latíni fília, a Latino Ænéæ in matrimoniam data est, quamvis illa, cum Aenéas advénit, Turno, Rutulórum dómino, jam pacta fuísset.

AMULIUS, frater minor Numitóris regis, multis annis post Ascánium, cum regnum jam firmum esset, Numitórem fratrem, cui regnum a patre legátum erat, e regno demóvit; et omnem stirpem ejus virílem necávit; fíliam Ream (Rheam) Sílviam vírginem Vestálem légit ne nulla spes prolis esset, nam vírgines Vestáles innúptæ manére debébant.

De REA SILVIA, vírgine Vestáli, MARS DEUS — ut fama est — púeros géminos procreávit: ROMULUM et REMUM.

Amúlius usurpátor Ream Sílviam in cárcerem mísit; imperávit ut sérvi púeros géminos in aquam Tíberis amnis mítterent. Tíberis amnis tum forte redundábat; ítaque álveus in quo expósiti fúerant púeri, aquâ réfluâ, in sicco stetit. Púeris fléntibus lupa mammam præbuit.


FAUSTULUS pastor, magíster armentórum regiórum, púeros géminos invénit, servávit, uxóri educándos trádidit. Ibi ambo crevérunt, et sub tutéla Fáustuli et uxóris ejus corpóribus et ánimis corroboráti sunt.


ROMULUS et REMUS, fratres gémini, fílii Reae Sílviæ, nepótes Numitóris regis (qui ab Amúlio frátre a regno remótus erat) ætáte adúlti cum áliis juvénibus Numitórem in regnum restituérunt. Deínde consílium cepérunt eo loco subi expósiti et educai fúerant novam urbem cóndere. 


Quæ urbs, die 21 mensais Aprílis anni 753 ante Christum natum cóndita a Rómulo appelláta est ROMA.

Crescébat ínterim urbs, et res Romána válida facta est; sed quóniam Romae mulíeres deéssent domi spes prolis non erat."




¹  Eneias foi um chefe troiano, herói da epopeia "Eneida", de Virgílio. Tróia foi incendiada pelos Gregos por volta de 1250 a.C.

²  Hoje aí se situa uma vila chamada Castel Gandolfo, onde os Sumos Pontífices passam no verão algumas semanas. [Hódie ibi est vicus Castel Gandolfo appellátus, ubi Summi Pontífices aestáte per áliquas hebdómadas degunt.]

³  Com base em lista de reis e período de reinado do historiador Diodoro Sículo, foram os seguintes os reis de Alba Longa, entre Ascânio e Amúlio:
Sílvio, filho de Eneias com sua primeira esposa troiana Creúsa, filha de Príamo: 28 anos;
Eneias Sílvio: 31 anos;
Latino Sílvio: 50 anos;
Alba Sílvio, filho de Latino: 38 anos;
Épito Sílvio: 26 anos;
Cápis Silvio: 28 anos;
Calpetus, filho de Cápis: 13 anos;
Tibério Sílvio: 8 anos;
Agripa Sílvio: 41 anos;
Arramulius Sílvio: 19 anos;
Aventino: 37 anos;
Procas Sílvio, filho de Aventino: 23 anos.
Cf. in https://pt.wikipedia.org/wiki/Alba_Longa

  Assim, Rea Sílvia teria sido confinada à castidade por Amúlio, para que Numitor não viesse a ter descendência. O objetivo era impedir que os filhos de Rea competissem com ele (Amúlio) na disputa de poder na cidade.


⁵  O sinal ^ em Troiâ está aí para distingui-lo do nominativo Troia (caso do sujeito). Este sinal ^ não é um acento e a sílaba não deve ser acentuada. Se você quiser distingui-la acusticamente do "nominativo -a" em "Troia", por exemplo, pode pronunciar o "-â" em "Troiâ" um pouco mais longo; isso indica que essa forma do substantivo é o que os gramáticos romanos chamavam de "caso ablativo".


  O Canto IV da Eneida, de Virgílio, narra os amores entre Dido e Eneias na África, mais exatamente em Cartago. Segundo a visão do autor, Eneias, o herói "piedoso", responsável pela fundação de Roma,  foi envolvido em um romance mítico que podia retardar seu fatum[SILVA] entende que os dois mitos se fundem para resgatar e justificar fatos da História de Roma. Segundo ela, de acordo com a versão virgiliana, Dido se suicida por causa do abandono de Eneias e, com esse suicídio, ficam evidenciados dois fatos importantes. 
"O primeiro é que o herói demonstra toda sua pietas ao abdicar de seu amor para cumprir sua missão. O segundo é que, ao se suicidar, Dido invoca um vingador contra os Troianos. Esse será o motivo mítico das Guerras Púnicas, especialmente da segunda, quando o cartaginês Aníbal quase consegue derrotar os Romanos na própria Itália, aparecendo como o vingador de Dido e sendo derrotado com muita dificuldade." 
Virgílio é tido como o poeta maior das glórias romanas, já que em seus poemas retrata o povo romano e todo seu ideal de virtus, pietas e humanitas, as três virtudes que dão identidade aos Romanos e os diferenciam dos outros povos da Antiguidade.
"O herói Eneias é conhecido, especialmente, pela sua pietas; palavra muitas vezes erroneamente traduzida por piedade, nada tem em comum com nosso conceito cristão. A pietas para os Romanos consistia na obediência irrestrita aos deuses ou aos superiores, pais, governantes, etc., ainda que para isso fosse necessário abdicar de algo que desse prazer e alegria. (...) 
Em diversos momentos da narrativa épica, Eneias demonstra ser guiado pela pietas. Mostrando-se um homem de missão, ele não realiza ambições, mas cumpre seu dever. E, por isso, abandona Dido, rainha de Cartago. Apesar de estar apaixonado por ela, não pode ficar em Cartago, tornando-se rei, e deixar de cumprir sua missão: fundar a descendência romana."
Esses três valores morais romanos estão bem caracterizados no Canto V da Eneida, que narra os jogos fúnebres em honra de Anquises, pai de Eneias, morto um ano antes. Eneias aí é apresentado como o herói que não se deixa dominar pela 
"busca pela aretê grega, ou seja, a glória guerreira acima de tudo e de todos, conquistada de forma individual, como acontecia em Homero, mas a base heróica aqui é a virtus, que busca a glória que servirá para o bem-estar coletivo. O herói é membro de uma comunidade que deve ser honrada e preservada. (...)"
Apud [SILVA], Pierre Grimal menciona que 
"(...) Algumas tradições obscuras falam de Eneias como o fundador de Roma; outras atribuem-lhe quatro filhos: Ascânio, Eurileonte, Rômulo e Remo, mas é evidente que a versão virginiana se impôs a todos os escritores e que ela é a única variante sobrevivente depois do século I da nossa era. A lenda de Eneias tinha o mérito de dar a Roma títulos de nobreza, fazendo remontar a estirpe dos seus fundadores às origens dos tempos históricos, atribuindo-lhes antepassados divinos: Zeus e Afrodite. Além disso, a grandeza de Roma parecia ter sido predita pelo próprio Homero. Roma parecia realizar, no seio do seu império, a reconciliação das duas raças inimigas: os Troianos e os Gregos. (Grimal, 1993: 136)" 
[BRANDÃO, 2000, 330-1] observa que 
"(...) Enéias, portador dos Penates, dos ancestrais da raça latina, apresenta-se na Eneida como pius, um herói muito mais voltado para Palas Atena do que para o cruento Ares. Um grande herói, todavia, só se afirma quando faz a grande catábase, a descida, simbólica ou 'real': como Héracles, Enéias, uma vez em Cumas, descerá ao Hades em companhia da Sibila, com a finalidade de rever e consultar seu pai Anquises. Na realidade, 'fora das amarras do tempo', o filho de Afrodite visa a preparar-se para ser o grande ancestral do genus latinum, da raça latina, de que provirá a gens iulia, 'a família júlia', a que pertenceriam César e Augusto. (...)"
  De fato, há diversas tradições sobre Ascânio. Uma delas o apresenta como filho de Eneias e Creúsa; outra o apresenta como filho de Eneias e Lavínia. Outra tradição faz dele um guerreiro que, depois da morte do pai, assumiu a direção dos combates contra os Rútulos e, mais tarde, contra os Etruscos. Ainda, segundo outra versão, Ascânio e seu primo Astíanax, filho de Heitor, teriam fundado uma nova Tróia.

  [BRANDÃO, idem, 331] comenta que o poeta de Mântua não consegue dissimular a sua profunda admiração por Turno, o protagonista do Livro XII da Eneida, rei dos Rútulos, dando por concluída a missão de Eneias, quando este leva Turno a tombar vítima de um duelo mortal: 
"(...) A derradeira luta para implantação dos Penates na Itália foi a justa entre Enéias e Turno, o verdadeiro Heitor da Eneida. Apesar das hesitações do troiano, que é na epopéia vergiliana sobretudo um herói-sacerdote, um pius, este acabou por ferir mortalmente o rei dos Rútulos, o verdadeiro herói "militar" do poema.
As palavras finais de Turno traduzem a entrega total da Hespéria a Enéias, que se casará com Lavínia (noiva do herói rútulo) e símbolo do domínio sobre todos os povos que habitavam a Itália:
(...) vicisti et victum tendere palmas
Ausonii videre; tua est Lavinia conjux
ulterius ne tende odiis. (...)" (En. 12, 936-938)
Portanto, a morte de Turno encerra o poema de Virgílio, cujos três últimos versos (En. XII, 925-6) dizem: "Com essas palavras, ele enterrou a espada fundo em seu peito oposto ao golpe, / furioso; então súbito com frio mortal entorpeceram-se seus membros, e com um ronco / a alma encolerizada se afundou nas sombras (estigeanas)."
Ou em latim:
(...) Hoc dicens ferrum adverso sub pectore condit / fervidus; ast illi solvuntur frigore membra / vitaque cum gemitu fugit indignata sub umbras. (En. XII, 950-3)

Alguns autores interpretam que a conclusão desse belo poema épico não condiz com a dignidade da epopeia. Dizem eles: Se Virgílio tivesse vivido para concluí-lo como desejava, ele lhe teria dado, com toda a probabilidade, uma conclusão mais elegante.




IV.  BIBLIOGRAFIA  CONSULTADA



BRANDÃO, Junito: Dicionário Mítico-Etimológico, Petrópolis: Editora Vozes, 4ª edição, 2000, vol. I, p. 330-1. 

SIEDL, Suitbertus H.: Cursus Linguae Latinae Vivae, Clearwater, FL, USA: Editiones Familiae Sancti Hieronymi, 1991.

SILVA, Márcia Regina de Faria: "Dido e Enéias e o mito de fundação de Roma". Acesso ao seguinte site em 28/09/2015: http://www.filologia.org.br/revista/39/04.htm

12 comentários:

Francisco José dos Santos Braga (escritor, pianista e compositor, gerente do Blog de São João del-Rei e do Blog do Braga) disse...

Tenho o prazer de entregar-lhes meu mais recente trabalho que traz a minha tradução de um magnífico texto latino baseado na versão de Virgílio no seu poema épico ENEIDA, acompanhado de comentários de minha autoria, enriquecendo e elucidando passagens difíceis constantes do texto.

Espero com esse trabalho cooperar com os leitores do Blog do Braga que, por uma razão ou outra, se encontrem afastados do Latim e precisem recuperá-lo ou que estejam na iminência de perder o Latim que aprenderam nas carteiras do antigo Curso Clássico ou nos cursos preparatórios para o antigo Vestibular dos cursos superiores de Direito, Jornalismo, Letras, etc.

Francisco José dos Santos Braga

Dr. Rogério Medeiros Garcia de Lima (desembargador, escritor e membro da Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

Muito bem, cultura clássica!
abs.


rogério

Eric Tirado Viegas (escritor, tradutor e membro da Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

Caro Francisco
não sei latim mas comprei a obra toda de Virgílio em Portugal traduzida por Agostinho dos Santos em versos.
eric

Prof. José Lourenço Parreira (capitão do Exército, professor de música, violinista, maestro e escritor) disse...

Caríssimo amigo Braga, vou ler seu texto, ainda hoje, mais tarde. Agora, saio para a Catedral para assistir à Santa Missa.

Fá-lo-ei, também, às 17 horas, quando assistirei à Santa Missa Gregoriana, chamada de Tridentina.

Braga, a magnitude da sua erudição faz-me sentir diminuto. É paradoxal que eu tenha tantos leitores que, não raro, expressam apreço e encômios pelos meus rabiscos. Dentre eles, eruditos, como você, o saudoso Aluízio, oito Generais, o Cel Kanan, Enivaldo, Anizabel, Padre Geraldo, Benigno e Célia, meus filhos e mais de cem leitores que gostam do que escrevo, como se preâmbulo fosse, antes do Evangelho propriamente dito. Mas o que escrevo são como rabiscos quando justapostos às suas letras!

Telefonarei, à tarde, para tratar da Academia de Letras de Lavras.

PARABÉNS PELO DIA DE HOJE, SÃO FRANCISCO! SEU PROTETOR NO DIA DE SEU ANIVERSÁRIO ONOMÁSTICO!

João Carlos Ramos (poeta, escritor, gestor cultural, presidente da Academia Divinopolitana de Letras e Sócio Correspondente da Academia de Letras e do IHG de São João del-Rei) disse...

Ilustre Braga,
filho do sol nascente de São João del Rei!
És superior a Roma antiga em todo seu esplendor.
Inúmeras batalhas venceste, sem cavalo,
exército e a fúria dos deuses.
Apunhalaram-te
e a ferida se tornou em flor.
Conquistaste terras
no coração dos homens,
pois seu caráter é divino.
Parabéns!

Prof. Fernando Teixeira (professor universitário, escritor e Secretário Geral da Academia Divinopolitana de Letras) disse...

Há um descaso com as letras clássicas, retrato de um mundo perdido nas superficialidades. Cumprimento-o pelo que tem feito e por este trabalho em prol da cultura. Saudações do sempre amigo Fernando Teixeira

Benjamin Batista (músico cantor, showman, escritor, palestrante e presidente da Academia de Cultura da Bahia) disse...

Boa iniciativa. Quem sabe latim, sabe português. Abraço

Adirson Vasconcelos (advogado, administrador, professor, jornalista, acadêmico de diversas Academias, autor de mais de 30 livros, Conselheiro de Cultura do DF) disse...

Prezado Braga.
Muito grato e parabéns pela sua dedicação e trabalho.Lamento muito não poder ir a São João Del Rei, pois, dia 14, embarco para Terra Santa. Lá, eu me lembrarei de vc e dos amigos de São João.
Um abraço fraterno do Adirson.

Prof. Adriano Benayon (escritor, palestrante, ensaísta, economista, ex-diplomata, ex-professor de Economia da UnB e ex-Consultor Legislativo do Senado Federal) disse...

Parabéns, estimado Braga, por mais esta obra e por seu persistente trabalho cultural, que certamente será de muita utilidade aos nossos compatriotas que tenham gosto por usar sua inteligência e desenvolver seus dotes na língua portuguesa e no latim que a originou, além de conhecimentos históricos, valiosos para a compreensão das questões políticas e demais de ordem social.

Abraço,

Adriano Benayon

Antônio de Oliveira (professor universitário e cronista, autor de "Sou cronista e não sabia...") disse...

Prezado primo,
Pelo visto, você está mais em dia com o latim e o grego, que eu. Peço-lhe, então, o favor de dar uma olhadela na mensagem anexa, que eu ainda não divulguei. Sinta-se à vontade. Muito obrigado. Antônio

Paschoal Motta (escritor, jornalista, ensaista e poeta) disse...

CANTIGUINHA DE ALERTAR O BRAGA

ESSE BRAGA SÓ SE ESTRAGA,
SE DESSA HAVANA BEBER
É FALSA PINGA, UMA DRAGA,
O BRAGA VAI-SE PHODER...

ELE MERECE RESPEITO,
ELE É DE FINO SABER;
NÃO TIRE ELE DO EITO,
POIS SENÃO VOCÊ VAI TER

DE SE HAVER CÁ COMIGO.
HAVANA PÔS OCÊ GROGUE,
COM MANCHAS DE VITILIGO.
QUE NO GUALAXO SE AFOGUE.

DEIXE O BRAGA E SEU LATIM,
QUE BEM NOS FAZ PRA CACHOLA;
OCÊ FAZ RIMA CHINFRIM,
QUE A PACIÊNCIA ESFOLA.

QUANDO LIBAR DUBARROSO,
O BRAGA, HOMEM SABIDO,
VAI VIRAR JOVEM, SE IDOSO,
COM A MAIS FORTE LIBIDO...

IRÁ LUTAR LÁ EM TROIA,
LADO DO DIVO VIRGÍLIO;
BEBENDO DU, ESTA JOIA,
QUE COLOCA O TREM NO TRILHO...

LEVO ELE EM MEU IATE,
PELO MAR EGEU EM FORA;
FAREMOS O BOM COMBATE,
PRA SALVAR DIDO SENHORA.

PM, SPF, 4-10-2015

Dr. Lúcio Flávio Baioneta (conferencista e proprietário da Análise Comercial Ltda) disse...

Meu prezado amigo FJSBraga,
entrei, ao ler o seu trabalho sobre as origens do povo romano, numa cápsula do tempo e digitei a palavra ROMA, seguida da data de 21 de abril de 753 AC .
Quando desci da cápsula, estava num local, cercado por 7 majestosas colinas, onde estava sendo fundada a cidade que escreveu a mais fascinante história da raça humana até hoje.
Você sempre consegue acrescentar novos conhecimentos históricos ao meu insaciável desejo de saber as origens do povo romano. Fascinante!
Aceite os meus parabéns pelo excelente trabalho.
Abraços do Lucius Flavius.