terça-feira, 24 de setembro de 2024

ALEXANDRE LEVY, PRECURSOR NO USO DE MOTIVOS FOLCLÓRICOS E TRADICIONAIS NA SUA OBRA


Por FRANCISCO JOSÉ DOS SANTOS BRAGA

 
I. INTRODUÇÃO
 
Veja o leitor a imagem acima. Tenho em mãos este livro, “Retrato do Brasil: Ensaio sobre a Tristeza Brasileira” de PAULO (da Silva) PRADO (1869-1943), lançado em 1928, na 9ª edição (1997), organizada por Carlos Augusto Calil, publicado pela Companhia das Letras, sobre o estado da cultura brasileira, onde ele denunciava a estagnação em que vivia mergulhado o País. Fustigando os ufanistas, Paulo Prado anunciava o fim violento da Primeira República e, através de sua prosa sóbria, que conquista o leitor com seus efeitos plásticos, expunha cruamente as nossas mazelas, fazendo-nos refletir sobre os nossos defeitos de formação e a tendência para a retórica na política, que, absorvendo as energias, adia o enfrentamento da questão social. Suas frases iniciais são bem indicativas do que viria a seguir: Numa terra radiosa vive um povo triste. Legaram-lhe essa melancolia os descobridores que a revelaram ao mundo e a povoaram. (...)” 
Pois bem. Chamou-me a atenção a seção denominada "Cronologia", às páginas 33-45 do referido livro, onde se pode ler breves notas biográficas de Paulo Prado, a saber:
1869 Nasce a 20 de maio, na casa dos avós paternos, Martinho da Silva Prado e d. Veridiana Valesia da Silva Prado, à rua da Consolação, em São Paulo, Paulo da Silva Prado, primeiro filho de Antônio da Silva Prado e Maria Catarina da Costa Prado.
c. 1880 Realiza parte dos estudos secundários na Corte, onde o pai exerce mandato de deputado geral. Sua mãe se dedica a completar a educação do moço-fidalgo, encaminhando-o para os estudos de música, dança e línguas estrangeiras.
1884-9 Curso de direito na Academia do Largo de São Francisco, recebendo o grau de bacharel a 4 de novembro de 1889, na última turma do Império.
1885 O conselheiro Antônio Prado integra o batente conservador de Cotejipe como ministro da Agricultura e dos Estrangeiros.
1887 Participa da formação da Sociedade Promotora de Imigração, ao lado do pai, do tio  Martinho Prado Júnior  e do visconde de Parnaíba (Antônio de Queirós Teles).
15 de novembro: fundada em São Paulo a Casa Prado, Chaves & Cia, formada por membros de tradicionais famílias paulistas: Silva Prado, Pacheco e Chaves, que em breve se torna a maior empresa de exportação do café.
Entre os negócios de vulto da família, destaca-se ainda a criação da cia. Paulista de Estradas de Ferro (na região das terras roxas).
Por essa época, torna-se amigo do compositor Alexandre Levy, em cuja casa passava longos períodos executando a quatro mãos  partituras eruditas ao piano.
1890 Nasce a 29 de março o seu único filho, Paulo Caio, de uma relação não formalizada com Francisca Chichorro Galvão (1864-1933), filha do visconde de Maracaju e neta do brigadeiro Galvão.
Viagem à Europa, incluída uma visita à Grécia, reproduzindo num veleiro o roteiro de Byron. Estabelece-se em Paris, na rue de Rivoli, um apartamento do tio Eduardo Prado, jornalista e escritor monarquista.
Na companhia do tio, de Olavo Bilac e de Domício da Gama, viaja em maio a Rouen para as homenagens a Flaubert, no décimo aniversário de sua morte.
Com Afonso Celso, Eduardo Prado e Domício da Gama viaja em agosto à Baviera, onde assiste à representação decenal da Paixão de Cristo em Oberamergau.
Com o tio, frequenta a casa de Eça de Queirós, onde ia "ouvir o mestre". De Paris, escreve Eça à mulher: "Cá veio ontem o gentil Prado passear o seu diletantismo". Segundo Domício da Gama, Paulo Prado era tido como a flor da civilização em Neuilly, na casa de Eduardo Prado, onde dançava, tocava piano, etc. O autor de A Relíquia, diante dos dotes especiais que incluíam o domínio de três línguas estrangeiras, a perícia como cavaleiro e espadachim  do sobrinho de seu querido Prado, teria exclamado: "Menino, tu és uma perfeição humana!"
1891 janeiro: carta da mãe, aconselhando-o a que regularizasse sua vida.
Acompanha o féretro de D. Pedro II no comboio que, atravessando a Espanha, leva o corpo do segundo imperador ao panteão dos Bragança.
1891-2 Vence uma prova esportiva que consiste em dirigir, por entre caminhos tortuosos e estreitos, um dos coches da mala postal entre a Étoile e Versalhes.
Viaja à Suécia em pleno inverno, a convite do poeta e diplomata Antônio Feijó. Leva equipamento completo de caça ao urso polar. Em Estocolmo, diante de um frio de -30º, desiste do intento. Apresentado à corte, tendo como madrinha a condessa Pahlen, mantém animada conversa com o rei, que mereceu destaque nos jornais locais.
1892 Inicia sua colaboração no Jornal do Comércio, pela mão de Eduardo Prado, na coluna "Notícias da Europa".
1893 Desde essa época, passa a frequentar, com Eduardo Prado, Joaquim Nabuco e o barão do Rio Branco, a livraria Americana, de Chadenat, no Quai des Grands Augustins. Adquirido o gosto pelos livros e manuscritos raros, a ela retornaria sistematicamente, à cata de alguma preciosidade.” (...) (grifo nosso)

Retomando a Cronologia proposta por Carlos Augusto Calil, temos que, por volta de 1880, "sua mãe se dedica a completar a educação do moço-fidalgo, encaminhando-o para os estudos de música, dança e línguas estrangeiras"; por volta de 1887, "torna-se amigo do compositor Alexandre Levy, em cuja casa passava longos períodos executando  a quatro mãos  partituras eruditas ao piano" e, por fim, temos o testemunho do próprio Eça de Queiroz, de que "de Paris em carta à sua mulher escreve Eça: "Cá veio ontem o gentil Prado passear o seu diletantismo". Segundo Domício da Gama, Paulo Prado era tido como a flor da civilização em Neuilly, na casa de Eduardo Prado, onde dançava, tocava piano, etc." 
Já que a Cronologia não esclarece se Alexandre Levy era seu "professor de piano" ou um mero pianista acompanhador, podemos supor que fazia as vezes de mestre e acompanhador, simultaneamente. 
Lamentamos que não sejam fornecidas maiores informações sobre esse período da vida de Paulo Prado, além de suas apresentações pianísticas "en petit comité". Ele chegou a dar audições públicas ou, como se costumava chamá-las, "soirées musicais"? Qual era seu repertório nessas ocasiões? Ele continuou a praticar seu piano ou foi apenas "fogo de palha", um passatempo juvenil sem maiores consequências? 
Quanto a Alexandre Levy (1864-1892), Calil se cala na sua Cronologia a respeito de seu método de ensino. 
Observo que ambas as informações são de grande interesse dos melômanos e espicaçaram a minha curiosidade. Sugiro aos pesquisadores e principalmente musicólogos paulistanos que investiguem maiores detalhes que possam ser encontrados em diários de Paulo Prado ou do próprio Alexandre Levy, com vista a investigar se há alguma indicação desses elementos essenciais no seu acervo remanescente, dada a relevância do assunto em questão para a Musicologia e a História e tendo em vista o que será exposto a seguir.
 
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II. DESTAQUE: ALEXANDRE LEVY
 
Vejamos o que se sabe de Alexandre Levy, o suposto "professor de piano" de Paulo Prado. 
O paulistano Alexandre Levy, nascido a 10/11/1864, era de origem judaica francesa e suíça, uma vez que era filho do clarinetista francês Henrique Luís Levy e da suíça Anne Marie Theodoreth. 
Após chegarem a nosso País, então provenientes de Campinas, ambos se estabeleceram em São Paulo e em 1860 fundaram a Casa Levy, uma loja de pianos e partituras. Daí em diante, o estabelecimento comercial permaneceu como importante ponto de encontro de músicos paulistanos e nele foram divulgadas composições como A Sertaneja, de Brasílio Itiberê, e a modinha Quem Sabe e outras partituras operísticas de Carlos Gomes, já que o proprietário era amigo de longa data do autor de Il Guarany. Dada essa amizade de longa data com seu pai, e até comprovando esses laços estreitos, Alexandre Levy dedicou ao grande operista brasileiro uma Fantasia brillante sull'opera 'Il Guarany' para dois pianos, op. 2 (1880), e a seu professor Louis Maurice, uma Fantaisie Brillante sobre a ópera Fosca op. 3 (c. 1880).
O casal teve quatro filhos, dois dos quais eram profundamente influenciados pela formação musical dos pais: Luiz Levy (1861 - 1935) e Alexandre Levy (1864 - 1892). Luiz cuidou da educação musical do irmão-prodígio e de ensinar-lhe piano nos seus primeiros anos. Neste ambiente musical favorável, aos 8 anos o aprendiz dá seu primeiro concerto público, onde se consagra menino-prodígio.
 
Com 9 anos de idade, Alexandre Levy já se apresentava com seu irmão Luiz, seu pai Henrique Luiz e seu professor Gabriel Giraudon - Crédito a Douglas Nascimento: https://saopauloantiga.com.br/alexandre-levy/

A Casa Levy e a popularidade de seu pai propiciaram-lhe contato direto com todos os músicos paulistas importantes, e com todos aqueles que iriam apresentar-se naquela cidade. 
Sobre a formação formal do garoto, seus primeiros professores de piano foram Gabriel Giraudon, francês que desfrutou muita nomeada em São Paulo e, posteriormente, o russo Louis Maurice. Aos 19 anos, Levy, sentindo-se inclinado para a composição, recebeu lições de harmonia e contraponto com os seguintes professores: o compositor alemão radicado em São Paulo Georg von Madeweiss, em 1883 e, mais tarde, em 1885, o compositor austríaco, naturalizado brasileiro, Gustavo Wertheimer. 
 
Fantasia brillante sull'opera 'Il Guarany' para dois pianos, op. 2 (1880)

 
Em 1882 viajou a Buenos Aires onde se apresentou com o irmão Luiz no Club Unión Argentina, executando a quatro mãos a Segunda Rapsódia Húngara, de Franz Liszt (1811 - 1886). Data também deste ano a composição de Impromptu-Caprice op. 1, dedicada a seu irmão Luiz.
Aos 19 anos de idade, portanto em 1883, "suas atividades artísticas se intensificaram com a fundação do Clube Haydn, sociedade musical famosa nos anais da vida artística paulistana", participando de seus concertos como pianista e regente.
Com a sua partida para a Europa, o trabalho no Clube Haydn foi interrompido em 10 de janeiro de 1887, quando também ocorreu seu último concerto em que foi ouvido o Andante spianato e Grande Polonaise de Chopin, executada por Levy ao piano e com acompanhamento de orquestra. 
Na Europa, passa alguns meses em Milão, onde faz contato com os professores Cesare Dominiceti (1821 - 1888) e Alberto Giannini (1842 - 1903) e trava conhecimento com João Gomes Júnior e seu pai. Em seguida, Levy se fixa em Paris em junho de 1887, tomando como professores Émile Durand, também mestre de Debussy, e Vincenzo Ferroni (este, por pouco tempo, devido à sua transferência para Milão). 
Segundo [HEITOR, 2016, 136], "em uma recepção realizada na Legação Brasileira, em homenagem ao imperador D. Pedro II, então em visita a Paris, Alexandre Levy participa do programa como pianista, vindo a conhecer o compositor Francisco Vale, ao qual se liga por fraterna amizade". Com este, Levy frequenta as salas de concertos parisienses. 
O mesmo autor registra que Antônio Frederico CARDOSO DE MENESES e Sousa teve acesso ao diário de Levy (onde este dá sua impressão sobre a sensibilidade de seu amigo Vale, publicando-a na Gazeta Musical do Rio de Janeiro, edição de 17/02/1892, p. 52). 
Ainda o mesmo autor registra as conversas mantidas entre Levy e seu amigo João Gomes Júnior: "discorria sobre a arte dos sons, dizendo que cada nação tinha a sua música característica e que o Brasil um dia haveria de revelar a sua. Afirmava que para escrever música brasileira era preciso estudar a música popular de todo o Brasil, sobretudo a do Norte do país", o que seria só realizado quase cinquenta anos mais tarde por Mário de Andrade e Villa-Lobos. (Fonte da informação: RESENDE, Carlos Penteado de. Alexandre Levy na Europa em 1887. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 19/01/1946) 
Sentindo-se angustiado no meio estrangeiro, a que não se adaptara, e frustrado "com certo romance infeliz que em parte motivara a sua partida para a Europa no começo do ano", retorna à terra natal. De Paris traz na bagagem Trois morceaux para piano com os seguintes títulos sugestivos: 1. "Doute" Op. 13 nº 3; 2. "Amour passé" Op. 13 nº 2; 3. "Coeur blessé" Op. 13 nº 1 e o Andante romântico de sua Sinfonia em mi menor, obra importante, terminada em 1889, e que só nas celebrações do cinquentenário de sua morte, a 18 de janeiro de 1942, foi dada em primeira audição, dirigida por Souza Lima no Teatro Municipal de São Paulo." Provavelmente, o Allegro Appassionato Op. 14, uma de suas peças mais românticas, tenha também feito parte de sua bagagem. 
De volta a São Paulo, retoma suas atividades de regente junto ao Clube Mendelssohn, que se dedicava mais especialmente às audições corais. Segundo [HEITOR, ibidem, 89], a Levy "se deve a apresentação em concerto de Freischütz, de Weber, e de Alessandro Stradella, de Flotow". 
Além de se dedicar à música em si, passou a exercer a crítica musical na imprensa paulista, em especial no jornal Correio Paulistano, onde escrevia sob o pseudônimo de Figarote. 
 
Segundo [MARIZ, 2000, 116], "foi o primeiro músico brasileiro a compor Variações sobre tema popular brasileiro", usando motivos folclóricos ou tradicionais em sua música. Por essa razão, embora vivesse em meio a uma sociedade europeizante em São Paulo, desempenhou um "papel histórico na evolução da música brasileira". Essa peça foi escrita em 1884, aos 20 anos, e "foi a princípio concebida apenas para piano solo, mas depois orquestrada por Leopoldo Miguez". 
[HEITOR, ibidem, 135] completa e retifica a informação acima, assinalando que "as Variações sobre tema popular brasileiro, dedicadas ao seu professor Gustavo Wertheimer, obra que, depois da Sertaneja (1869), de Brasílio Itiberê, velha, já, de 20 anos atrás, era a primeira composição brasileira de tipo nacionalista. O tema popular empregado é a célebre canção Vem cá, Bitu, originada em uma catástrofe na qual perdeu a vida o tipo popular desse nome, no ano de 1811; espalhada por todo o país, transmitida de geração em geração ela se tornou a mais conhecida de nossas melodias tradicionais. Em 16 Variações, (...) Levy "transformou essa melodia muito habilmente, envolvendo-a nos artifícios rítmicos e harmônicos ditados pela sua musicalidade e excelente formação. A obra foi originalmente escrita para piano e mais tarde orquestrada pelo autor".
[MARIZ, ibidem, 177] constata que "Alexandre Levy era muito profissional mesmo e, nos últimos anos de sua curtíssima vida, estava produzindo música sinfônica muito promissora: uma Sinfonia em mi menor, o poema sinfônico Comala Op. 11, além de uma interessante suíte ou série para piano intitulada Schumanniana, música de câmara (Quarteto de cordas Rêverie Op. 19 e Trio em Si Bemol (s/d) para piano, violino e violoncelo), um poema sinfônico Hymne à 14 Juillet, etc." 
Sobre as Schumannianas, [HEITOR, ibidem, 138] tece o seguinte comentário: "A melancolia e a inconfundível sensibilidade de Schumann haviam estado presentes em quase todas as páginas que escreveu. Somente nos últimos tempos ele começara a voltar-se para Wagner, estudando apaixonadamente suas partituras. Mas o destino não permitiu que transpusesse as fronteiras desse novo mundo. Não chegou a ser infiel ao ídolo de seus primeiros anos." 
[HEITOR, ibidem, 137] amplia mais ainda essa já citada produção de música sinfônica: "O ano de 1890 vê a eclosão de suas obras mais caracteristicamente nacionais: o Tango brasileiro, para piano; o poema sinfônico Comala; e a Suíte brasileira, para orquestra (1. "Prelúdio"; 2. "Dança rústica"; 3. "À beira do regato"; e 4. "Samba"). Nessa suíte, Levy emprega, a par de temas originais, de caráter nacional, algumas melodias autenticamente populares; assim é que Vem cá, Bitu (que é a mesma Cai, Cai, Balão...), tema de suas Variações para piano, aparece, no Prelúdio; e no Samba explode a chula paulista Se eu te amei, ao lado de Balaio, meu bem, balaio, canção que Brasílio Itiberê também empregara, em sua veterana Sertaneja."
 
Partitura do Samba, último movimento da Suíte brasileira - Crédito a Douglas Nascimento: https://saopauloantiga.com.br/alexandre-levy/

 
Sobre Itiberê e Levy, [MONTEIRO, 2023, 41-6] os chama de protonacionalistas, entendendo que "tanto a obra de Itiberê  que chamou sua Sertaneja de Fantasia e Samba  quanto a de Levy, embora tivessem práticas e reproduções europeias, traziam temáticas mais brasileiras  timidamente, é verdade , mas estavam em um momento de confronto sonoro entre as práticas de tradição oral, que seriam as raízes da brasilidade, e as acadêmicas que representavam a Europa."
 
Levy não teve a felicidade de ouvir suas próprias obras sinfônicas, pois faleceu a 17 de janeiro de 1892.
 
Foto atual do túmulo de Alexandre Levy no Cemitério da Consolação com a concha em cima, a escultura dele em perfil e no pergaminho, suas grandes obras: Suite Brésilienne, Allegro Appassionato e Schumannianas - Crédito a Douglas Nascimento: https://saopauloantiga.com.br/alexandre-levy/


 
Em suma, pode-se dizer que "Alexandre Levy usou em parte de sua obra, elementos musicais populares díspares: aqueles existentes no universo urbano como a Polca, o Tango Brasileiro e o Maxixe; os do Samba rural paulista; e as manifestações transformadas desta cultura rural no centro urbano". 
Em homenagem a este grande compositor de grande talento e precursor do nacionalismo na música brasileira, a ABM-Academia Brasileira de Música nomeou-o patrono da Cadeira nº 29, sendo seu atual ocupante Ricardo Tacuchian. 
Entre sua honraria póstuma na Internet, o nome de Alexandre Levy costuma abrir a lista do Clube dos 27 (27 Club), assunto enigmático no universo musical, onde ele aparece no topo da lista dos 27 artistas falecidos aos 27 anos: 
1. Alexandre Levy, maestro, pianista e compositor brasileiro; 
2. Brian Jones, fundador e guitarrista do Rolling Stones; 
3. Jimi Hendrix, ícone da guitarra; 
4. Robert Jones, protagonista do blues
5. Janis Joplin, representante feminina do rock
6. Jim Morrison, vocalista do The Doors; 
7. Pete Ham, guitarrista e vocalista da banda Badfinger; 
8. André Pretorius, um dos fundadores do Aborto Elétrico, banda seminal do punk brasileiro; 
9. Kurt Kobain, "alma" do grupo Nirvana e expoente do grunge
10. Rodrigo “O Potro” Bueno foi um cantor argentino da banda Cuarteto; 
11. Amy Winehouse, pop star britânica; 
12. Rudy Lewis, vocalista do The Drifters; 
13. Alan “Blind Owl” Wilson, guitarrista do Canned Heat; 
14. Les Harvey, guitarrista do Stone the Crows; 
15. Ron “Pigpen” McKernan, tecladista e vocalista do Grateful Dead; 
16. Dave Alexander, baixista do The Stooges; 
17. Chris Bell, vocalista da banda Big Starr; 
18. Jacob Miller, vocalista do Inner Circle; 
19. D. Boon, guitarrista do Minutemen; 
20. Mia Zapata, vocalista do The Gits; 
21. Kristen Pfaff, baixista do Hole; 
22. Skunk, rapper fundador do Planet Hemp; 
23. Richey Edwards, guitarrista do Manic Street Preachers; 
24. Fat Pat, integrante do grupo de rap Screwed Up Click; 
25. Valentín Elizalde, cantor de corrido (música mexicana); 
26. Jonghyun, membro do grupo de k-pop SHINee; 
27. Fredo Santana, rapper estadunidense.
 
 
BIBLIOGRAFIA
 
 
HEITOR, Luiz: 150 Anos de Música no Brasil (1800-1950),  prefácio: Ricardo Tacuchian, 2ª edição, Rio de Janeiro: FBN-Fundação Biblioteca Nacional, Coordenadoria de Editoração, 2016.
 
MARIZ, Vasco: História da Música no Brasil, 5ª edição revista e ampliada, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. 

MONTEIRO, Maurício: Souza Lima, um brasileiro em Paris, São Paulo: Alameda Casa Editorial, 2023.

PRADO, Paulo: Retrato do Brasil: Ensaio sobre a Tristeza Brasileira, 9ª edição, organizada por Carlos Augusto Calil (introdução, cronologia e notas), publicada pela Companhia das Letras, 1997.
 
 
Periódicos históricos mencionados
 
Correio Paulistano, São Paulo, diversas edições
Gazeta Musical, Rio de Janeiro, edição de 17/02/1892, p. 52
O Estado de S. Paulo, São Paulo, edição de 19/01/1946
 
 
Links consultados
 
 
 
 
Sugestão para a audição de alguns vídeos 

Fantaisie Brillante sobre a ópera Fosca op. 3 (c. 1880)
Linkhttps://www.youtube.com/watch?v=1AhkXUC4hhk  (piano: Mattheus Versiani)
 
Impromptu-Caprice op. 1 (1882)

Tango Brasileiro (1890)

Suite Brésilienne (1890), contendo Prelúdio, Dança rústica, À beira do regato e Samba
Link: https://www.youtube.com/watch?v=UUKe1GA1zoI  (Orquestra Sinfônica Brasileira sob a regência do Maestro João de Souza Lima)
 

4 comentários:

Francisco José dos Santos Braga disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Francisco José dos Santos Braga disse...

Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, tradutor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...
Prezad@,
Tenho o prazer de trazer ao leitor do Blog do Braga dados biográficos de ALEXANDRE LEVY, com base na seção "Cronologia" (organizada por Carlos Augusto Calil) da 9ª edição (1997) do livro “Retrato do Brasil: Ensaio sobre a Tristeza Brasileira” de Paulo Prado (1864-1943) e na bibliografia disponível sobre o compositor e pianista brasileiro, precursor no uso de motivos folclóricos e tradicionais na sua extensa obra, apesar de sua brevíssima vida (27 anos). Percebe-se da leitura do meu texto que, a partir de certo momento, há um ponto de inflexão na vida de Levy quando ele mitiga as influências românticas colocadas em um segundo plano e assume um caráter mais modernizador e de acordo com a geração intelectual do final do século XIX. Deste modo, ele inspira-se em temas populares e tradicionais em suas composições e é identificado com o processo formativo da música nacionalista. No entanto, não são temas exclusivamente folclóricos e indigenistas, como era voga à época: ele busca elementos no mundo urbano e na cultura afro-brasileira.

Link: https://bragamusician.blogspot.com/2024/09/alexandre-levy-precursor-no-uso-de.html 👈

Cordial abraço,
Francisco Braga

Francisco José dos Santos Braga disse...

Geraldo Reis (poeta, membro da Academia Marianense de Letras e gerente do Blog O Ser Sensível) disse...
Bom dia, Braga.
Muito obrigado!

Francisco José dos Santos Braga disse...

Heitor Garcia de Carvalho (pós-doutorado em Políticas de Ensino Superior na Faculdade de Psciologia e Ciências da Informação na Universidade do Porto, Portugal (2008) disse...
Interessante! BRAVO!
Obrigado!