Por Francisco José dos Santos Braga
Ilmo. Dr. Paulo José de Oliveira, D.D. Presidente da
Academia Formiguense de Letras,
Ilmo. Dr. Roque Camêllo, D.D. Presidente da Casa de Cultura-Academia Marianense de Letras e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, que, a meu convite, muito me prestigia com a sua honrosa presença, em cuja pessoa cumprimento também todas as outras autoridades ocupantes da Mesa,
Ilmo. Sr. Acadêmico Luiz Carlos Meneses, poeta e psicólogo, que me saudou abrindo-me as portas desta Casa de Cultura,
Prezados amigos Confrades e Confreiras deste egrégio Sodalício,
Senhores e Senhoras,Prezados amigos Confrades e Confreiras deste egrégio Sodalício,
Cabe-me inicialmente expressar minha gratidão ao
presidente desta Casa de Cultura, eis que meu ingresso aqui é fruto da sua
insistência solidária e magnânima. Sem medo de errar, considero a minha
presença nesta Casa, bem como a distinção com que tenho sido tratado por todos
os Confrades, uma dádiva de Paulo José de Oliveira. Quero, portanto, deixar
registrada, o mais solenemente possível, a minha homenagem e gratidão ao nosso
presidente.
De
todo neo-acadêmico, ao ingressar numa Academia, espera-se que fale de seu
patrono. Tenho a subida honra de, como acadêmico correspondente desta egrégia
Academia, ocupar a cadeira nº 4, patroneada por João Guimarães Rosa, mineiro
como a maioria de nós e um dos mais importantes escritores brasileiros de todos
os tempos, além de médico e diplomata, o que procurarei fazer da forma mais
objetiva possível, abordando o viver e o morrer na obra de Guimarães Rosa
(referido como GR no presente discurso).
Sobre
a vida de GR, a Wikipédia e autores de diversas formações podem fornecer
inúmeras informações relevantes, a meu ver dispensáveis de serem comentadas
aqui. Há, no entanto, um fato curioso sobre a posse de Guimarães Rosa na ABL-Academia
Brasileira de Letras que gostaria de mencionar, tendo em vista a conexão que
tem com a temática eleita para esse discurso. Em 1957, GR candidatou-se pela
primeira vez a imortal da ABL e obteve apenas 10 votos. Observe-se que GR já
era autor consagrado em 1957, tendo até então lançado os seguintes grandes
livros de contos: “Sagarana” (1946) e “Corpo de Baile”, além do romance “Grande
Sertão: Veredas” (1956). Em decorrência desse último, GR recebeu nesse mesmo ano os
seguintes prêmios: "Machado de Assis", "Carmem Dolores Barbosa" e "Paula Brito". Em
1961, GR recebeu da ABL, pelo conjunto da obra, o prêmio "Machado de Assis". Em
1962, GR lançou “Primeiras Histórias” e, em maio de 1963, candidatou-se pela
segunda vez a membro da ABL, na vaga deixada por João Neves da Fontoura. A eleição
deu-se a 8 de agosto e desta vez GR foi eleito por unanimidade. Temendo ser
tomado por forte emoção, protelou o quanto pôde a cerimônia de posse por quatro
anos. Costumava dizer que, empossado, morreria em seguida.
Quando finalmente decidiu tomar posse na Academia
Brasileira de Letras, ocorrida na noite de 16 de novembro de 1967, foi recebido
por Afonso Arinos de Melo Franco. Em seu discurso, GR afirmou, como se prenunciasse
a própria morte: “… a gente morre é para provar que viveu.” Quando se ouve a
gravação do discurso de Guimarães Rosa, nota-se, claramente, ao seu final, sua
voz embargada pela emoção: é como se chorasse por dentro. É possível que o novo
acadêmico tivesse plena consciência de que chegara sua hora e sua vez. Com
efeito, três dias após a posse, em 19 de novembro, ele morria subitamente em
seu apartamento em Copacabana, sozinho (a esposa fora à missa naquele domingo),
mal tendo tempo de chamar por socorro. Assim desapareceu GR prematuramente aos
59 anos de idade, vítima de enfarte fulminante, no ápice de sua carreira
literária. No ocaso daquele 19 de novembro, GR ficou para sempre encantado,
tornou-se um mito, talvez o mais duradouro da literatura brasileira.
Aproveitando a deixa que o próprio GR nos forneceu
nesse seu derradeiro discurso e, ao folhear seus vários livros, me deparei com
uma miríade de ditos que evidenciam a sua posição diante do viver e do morrer.
Eis alguns colhidos aleatoriamente: “As
pessoas não morrem, ficam encantadas”, “Viver é perigoso”, “Viver é sempre
obrigação imediata ”, “A colheita é comum, mas o capinar é sozinho”, “Na
vida, o que aprendemos mesmo é a sempre fazer maiores perguntas”, “O correr da
vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.”, “Viver… o
senhor já sabe: Viver é etecetera”, “Vida é sorte perigosa passada na
obrigação: toda a noite é rio-abaixo, todo dia é escuridão”, “Viver é um
descuido prosseguido”, “O gerais corre
em volta. Esses gerais são sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o
senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães…
O sertão está em toda parte.”, “A morte de cada um já está em edital.”, “Tempo
é a vida da morte: imperfeição”, “Como não ter Deus? Com Deus existindo,
tudo dá esperança: sempre um milagre é possível, o mundo se resolve. Mas, se não
tem Deus, há-de a gente perdidos no vai-vem, e a vida é burra. É o aberto
perigo das grandes e pequenas horas, não se podendo facilitar — é todos contra
os acasos. Tendo Deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois, no fim dá
certo. Mas, se não tem Deus, então a gente não tem licença de coisa nenhuma!”,
“Mas eu hoje em dia acho que Deus
é alegria e coragem — que Ele é bondade adiante, quero dizer.” e muitos
outros motivos de reflexão sobre a nossa passagem/páscoa por este mundão de
Deus e a nossa despedida de nossa condição humana.
Os contos, novelas e
romances rosianos estão situados espacialmente no que se poderia chamar, em
sentido amplo, de sertão. Suas narrativas transcorrem nos campos gerais, ou
mais simplesmente, nos gerais (cujo
espaço geográfico GR situava no Oeste e Noroeste de Minas Gerais, estendendo-se
pelo Oeste da Bahia, e Goiás, até ao Piauí e ao Maranhão), caracterizados pelas
chapadas e pelos chapadões, bem como pela vegetação do cerrado. Essas
informações sobre o interior do Brasil, onde se passa a ação em “Corpo de Baile”,
GR transmite em carta a seu tradutor para o italiano, Edoardo Bizzarri.
A sua obra se distingue
pelas inovações de linguagem, profundamente identificada com os falares
populares e regionais, que, plasmados pela erudição do autor, lhe permitiam
criar inúmeros vocábulos a partir de arcaísmos, bem como neologismos e
onomatopeias a partir do realismo mágico, regionalismo e invenções e
intervenções semânticas e sintáticas, que empregava com maestria.
Há uma crônica
muito curiosa de Rubem Alves, intitulada “Sobre o morrer”, publicada em 18 de
outubro de 2011, que diz, entre outras coisas, que, apesar de a morte ser o
destino de todos nós, a ideia de morte repentina não o atraía, porque ele
precisava de tempo para escrever o seu último haikai, capaz de sintetizar “o
esforço supremo para dizer a beleza simples da vida que se vai”. Nessa célebre
crônica comentou que, diante da proximidade da Morte, iria repensar seus
valores e listou alguns discípulos da mesma mestra (a Morte), cuja convivência
não dispensaria: primeiro, “Mallarmé que tinha o sonho de escrever um livro com
uma palavra só”; depois, os poetas em geral e, por fim, apenas três prosadores,
intelectuais de nomeada: um alemão, um francês e um brasileiro, como aprendizes
da mesma mestra, a Morte. Atentemos para as suas próprias palavras: “A Morte me
informa sobre o que realmente importa. Me daria ao luxo de escolher as pessoas
com quem conversar. E poderia ficar em silêncio, se o desejasse. Perante a
morte tudo é desculpável... Creio que não mais leria prosa. Com algumas
exceções: Nietzsche, Camus, Guimarães Rosa. Todos eles foram aprendizes da
mesma mestra. E certo que não perderia um segundo com filosofia. E me dedicaria
à poesia com uma volúpia que até hoje não me permiti. Porque a poesia pertence
ao clima de verdade e encanto que a Morte instaura. E ouviria mais Bach e
Beethoven. Além de usar meu tempo no prazer de cuidar do meu jardim... (...)”
Por que Rubem Alves, entre tantos representantes da
boa técnica literária brasileira, escolheu apenas GR entre os prosadores? Na
impossibilidade de sabermos dele próprio o motivo dessa eleição, aventuro-me a
responder que o que era ponderável para Rubem Alves é que a universalidade da
obra de GR se deva a uma série de fatores, que vão desde o plano de expressão,
nas mãos de GR, impregnando seu texto de conotações, de realismo fantástico e
de uma multiplicidade de dimensões, até a metalinguagem, o que torna o relato pleno
de significados e passível de diversas interpretações. As técnicas empregadas
são multidimensionais, deixando transparecer várias camadas sobrepostas. Tudo
isso está muito próximo à proposta poética. Resta ainda acrescentar que a ação
poética da obra de GR baseia-se na oralidade. GR faz seu relato vincular-se à
preservação intencional do verbo ancestral. Sua prosa poética funda suas raízes
na música intuída e praticada pelos poetas-cantadores do sertão.
Consideremos o
conto “Cara-de-Bronze” (do livro “Corpo de Baile”), o múltiplo relato de um
velho e rico fazendeiro enfermo, que vive fechado em sua propriedade, rodeado
de vaqueiros. Sozinho, perto da morte, pede a seu mais fiel vaqueiro, chamado Grivo,
— poeta-cantador, dotado das virtudes de humildade, simplicidade e pureza de
espírito, — que vá procurar, numa longa viagem, a essência da vida, “o quem das
coisas”. A escolha recai sobre aquele que tem as virtudes da criança e que está
incumbido de trazer a aurora à noite de seu senhor, mediante apenas o relato do
que viu e ouviu na sua longa jornada. Valendo-se de secreto poder, o menestrel,
um descompromissado com as coisas que atam o homem ao interesse, adivinha-lhes
a beleza. É tudo o que Cara-de-Bronze desejava ouvir. GR desloca assim a
narrativa do Cara-de-Bronze para uma dimensão mitopoética. A apologia da poesia
o faz antepor o seguinte terceiro poema (paratexto) à abertura do conto:
"Eu sou a noite pra aurora,
Pedra de ouro no caminho,
Sei a beleza do sapo,
A regra do passarinho,
Acho a sisudez da rosa,
O brinquedo dos espinhos."
Muito obrigado!
O autor empossado e Acadêmico Luiz Carlos Meneses que o saudou. Ao fundo, a Secretária Municipal de Cultura, Dra. Elizabeth Castro Baptista de Souza, e o Vereador Cabo Cunha |
Neoacadêmicos, juntamente com o Presidente Paulo José de Oliveira e a Secretária Municipal de Cultura, Dra. Elizabeth Castro Baptista de Souza |
* Francisco José dos Santos Braga, cidadão são-joanense, tem Bacharelado em Letras (Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras, atual UFSJ) e Composição Musical (UnB), bem como Mestrado em Administração (EAESP-FGV). Além de escrever artigos para revistas e jornais, é autor de dois livros e traduziu vários livros na área de Administração Financeira. Participa ativamente de instituições no País e no exterior, como Membro, cabendo destacar as seguintes: Académie Internationale de Lutèce (Paris), Familia Sancti Hieronymi (Clearwater, Flórida), SBME-Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica (2º Tesoureiro), CBG-Colégio Brasileiro de Genealogia (Rio de Janeiro), Academia de Letras e Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei-MG, Instituto Histórico e Geográfico de Campanha-MG, Academia Valenciana de Letras e Instituto Cultural Visconde do Rio Preto de Valença-RJ, Academia Divinopolitana de Letras, Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, Academia Taguatinguense de Letras, Academia Barbacenense de Letras e Academia Formiguense de Letras. Possui o Blog do Braga (www.bragamusician.blogspot.com), um locus de abordagem de temas musicais, literários, literomusicais, históricos e genealógicos, dedicado, entre outras coisas, ao resgate da memória e à defesa do nosso patrimônio histórico.Mais...
37 comentários:
Prezado Braga, antes de qualquer coisa, PARABÉNS por sua escolha para a Acadêmia Formiguense de Letras, escolha mais do que merecida.
Em segundo lugar, sei que irá honrar a Cadeira do grande Guimarães Rosa.
Para encerrar dois Haicais que escrevi há algum tempo e que acredito tem muito a ver com o tema do seu discurso.
I -
Eu sabia e vi
que até na hora da morte
o palhaço ri.
II -
Eu quis apenas
deixar um pouco de mim
em cada poema.
Abração
Sérgio de Vasconcellos-Corrêa
Bravo!!!!!!!!
Ilustre:
Quero parabenizá-lo por sua posse na Academia Formiguense de Letras. Certamente sua presença irá enriquecer muito aquela renomada instituição.
Já estive lá duas vezes e,portanto conheço grande parte de seus membros.
Aqui em Divinópolis,lideramos o III concurso de poesia do fórum, premiando os vencedores quinta-feira passada. Esclareço que fui membro da comissão julgadora.
Amanhã termina a pré-bienal do livro em Divinópolis e a ADL está participando.
Felicidades para o Sr. e sua Rute!
Nossos parabéns por mais essa conquista. Abraços do amigo Paulo Milagre.
Duplo parabéns: pela posse e pelo discurso! Dangelo
Parabéns, brilhante acadêmico. Sucesso.
Um forte abraço.
Geraldo Ananias
Braga
Meus parabéns!
Você merece!
Abraços,
Lu
Caro Braga,
Receba minhas felicitações. Desejo-lhe muitas realizações, no empenho pela cultura mineira e brasileira.
J. R. Batista Bechelaine
Obrigado, Braga. E parabéns. Fernando Teixeira
Ilustre Amigo Acadêmico
Francisco Braga:
Alegro-me com você e o parabenizo por mais esta distinção tão honrosa e merecida que o alça como um grande estudioso e homem das Letras. Guimarães Rosa ouviu, das alturas onde está com Deus, seu amável e eloqüente discurso de posse na Academia Formiguense de Letras, com um sorriso de agradecimento!
Abs do amigo que muito o admira,
Helio Petrus
Caro Braga,
Parabéns por sua eleição e pela posse na Academia Formiguense de Letras.
Li o excelente discurso em que lhe coube evocar aspectos da vida e da obra de Guimarães Rosa, que tive o prazer de conhecer pessoalmente no Itamaraty.
Foi muito afortunado que ele fosse o patrono da cadeira que você assumiu, pois Rosa é escritor de dimensão bem maior que numerosos ganhadores do prêmio Nobel de Literatura, além de ter sido figura humana de muitas virtudes.
Grande abraço,
Adriano Benayon
Caríssimo Braga,
Impossibilitado de comparecer à sua posse na Academia Formiguense de Letras, desejo pleno sucesso.
Abraço
Augusto Fidelis
SUCESSO NESSA SUA NOVA QUALIFICAÇÃO EM FORMIGA!
BRAGA, PARABÉNS!
M. Celso
Caro amigo Francisco, parabéns, estou orgulhoso em tê-lo como amigo.
Abrs,
Calil
Parabéns, caro Francisco Braga.
Abraço amigo de
Anderson
Parabéns meu amigo, agora imortal.
Sucesso sempre.
Luperce
Parabéns, caríssimo amigo Prof. Braga,
É mais que merecido esse vosso ingresso na Arcádia da hospitaleira municipalidade de Formiga. Quem tem a honra, como eu, de desfrutar dessa valiosa amizade, sabe quão valoroso tu és!
Parabéns, estimado amigo e mestre! E parabéns também para a Academia referida, pois passou a ter seu quadro de membros enriquecido!
Abraços, fraternalmente,
Auro.
Prezado Senhor Francisco,
Em nome da Associação Nacional de Escritores – ANE parabenizamos-lhe por mais essa conquista Literária.
Kori Bolivia
Presidente
Prezado Francisco,
Parabéns pela sua eleição e posse como Acadêmico da Academia Formiguense
de Letras. Gostei muito do discurso! Guimarães Rosa é um dos meus autores preferidos
e canônicos. Ainda sabia pouco português quando li pela primeira vez Grande Sertão: Veredas, e mesmo sem entender muitas palavras terminei a leitura encantado.
Um grande abraço,
Henryk
Caro amigo Francisco Braga,
Meus efusivos parabéns pelo ingresso em mais esta Sociedade literária e congratulações pelo belo discurso de posse!
Com meu abraço,
Paulo Maia
Cada vez mais importante, hein mininu
parabéns
Parabéns, Francisco. Adoro ser amigo de gente importante.
Belo discurso!
Ribas
Meus parabéns por mais ESTA conquista.
Francisco,
Ficou muito bom o seu discurso! Parabéns! Gosto demais de GR. Abs., Luiz.
Caro Francisco,
Meus parabéns pela posse. Guimarães Rosa certamente aprovaria esta escolha.
Abs a você e Rute.
Caio
Meu prezado amigo, FJSBRAGA, que vontade tive, de aplaudir você de pé quando de sua posse na Arcádia Formiguense.
Gostaria, se Deus me permitisse, levar 4 amigos meus e do Rosa.
O Juca Bananeira, lá do Maquiné, o Lino, jagunço forte e que trabalhou comigo, Manuelzão, encarregado de contar histórias em noites estreladas e o quarto seria o Eduardo Canabrava Barreiros que traçaria o caminho nos mapas da eternidade.
Tenho certeza de que o Rosa ficaria num proseado só com eles. Todos encantados. Outras histórias.
Receba meus parabéns pelo extraordinário discurso. Exato.
Os ermos, o silêncio, a falta ou ausência, a coragem é tudo um mundo só. Sertão, meu mundo.
Abs do Lucio Flávio
Complimenti vivissimi, speriamo di poterci incontrare, un caro abbraccio a te e alla Rute
Giulio e Teresa
Minhas congratulações pela posse. Muitas felicidades.
Congratulações, Luiz Mauro e Marta.
Prezadíssimo amigo Braga,
Em primeiro lugar, quero parabenizá-lo pela posse como Acadêmico da Academia Formiguense de Letras, ocupando a cadeira cujo patrono é Guimarães Rosa, uma das glórias do Brasil.
Fiquei muito feliz com o reconhecimento de suas qualidades literárias, coisa difícil de ocorrer atualmente no nosso país.
Seu discurso foi, como sempre, brilhante.
Abraços carinhosos para o senhor e sua esposa, da
Sonia Maria Vieira
Felicito o nosso Acadêmico Francisco Braga pelo seu ingresso na Academia Formiguense de Letras, sendo, para nós, da Academia de Letras de São João del Rei, um grande orgulho.
Musse Hallak
Parabéns ao ilustre Acadêmico por compor mais uma Miríade de estrelas espalhadas por esta Minas Gerais.
Parabéns pela posse na Academia na honrosa cadeira patroneada por GR. Você bem merece pertencer a esta egrégio sodalício. Robson Abrantes.
Parabenizando-o pela merecida posse na Academia Formiguense de Letras, desejo-lhe sucesso, alegrias e realizações.
Maria Ercely
Grande Braga!
O evento da PRÉ-BIENAL DO LIVRO em Divinópolis acontecerá dias 1,2 e 3 de novembro de 2014 no Ginásio Poliesportivo, perto da ADL.
Aproveito para elevá-lo à categoria das estrelas por seu belíssimo discurso de posse na Academia Formiguense de Letras.
Dia 7 de novembro de 2014, no auditório dos Franciscanos (anexo ao Santuário), às 19:30 min.
acontecerá uma homenagem especial à Patrona do Acadêmico Fernando Teixeira que é Cecília Meireles.Também será homenageado Augusto dos Anjos com apresentação poética do grupo capela de Osvaldo André. Será imperdível. O senhor e sua grande amada, a cantora de renome Rute Pardini são convidados!
Parabéns pela entronização e pelo discurso, que li com imenso prazer e com a imaginação a voar. Guimarães Rosa foi o escritor preferido de minha adolescência e juventude. Me inspirou o ver das coisas, e eu até dizia que minha vida era antes e depois do "Grande Sertão" .
Vou lhe contar dois causos: um deles nos Estados Unidos, Stanford University, 1975. Havia um programa de rádio em San Francisco, em que liam autores famosos de todo o mundo. Um dia, eu peguei a transmissão pelo meio.. --"Meu Deus... fui ficando aparvalhado. É Guimarães Rosa"... pensei. Era a leitura daquele conto "A TERCEIRA MARGEM DO RIO" . A narrativa foi continuando, naquele crescendo que abala e comove o fundo da alma, e foi, e foi .... e.... terminou. Quando terminou, Braga, o leitor ficou mudo, tudo parou, a vida pausou suspensa, um silêncio sem respiração.
Depois dessa pausa, quebrou-se o encantamento e continuaram ...
-- "THE THIRD EDGE OF THE RIVER" by João Rosa, a brazilian writer....etc.
Outro causo: foi durante uma reunião da Congregação da EAESP-FGV, nos meados da década de 80, se bem me lembro. Eu me sentava próximo do Prof Izidoro Blikstein. Esse me contou que viajara de carro, com a família, pelo norte de Minas, Região de Cordisburgo, parece, que é onde o Guimarães Rosa nasceu, salvo engano. Estou contando de memória, logo pode haver algum engano... já lá se vão 30 anos. Aí, diz o Izidoro que seu filho começou a comentar, durante a viagem de carro, se seria naquela região o chamado SERTÃO... se o SERTÃO era ali.
Então eu disse: --"Izidoro, o próprio Guimarães Rosa, no romance, se faz essa pergunta: "ONDE É O SERTÃO?". Aí fui me alembrando das minhas leituras adolescentes, e continuei, "Olha...ele diz assim: 'para os de Corinto e de Curvelo, o sertão é aqui, onde estamos... mas para nós, o sertão é mais adentro, no liso do Sussuarão, nos buritizais de Goiás... Mas o Senhor me escute...mire e veja...Sertão... é dentro da gente".
O Izidoro me olhou surpreso, e disse: ---"Puxa,.., lindo hein!!"
Alguns anos depois, quando eu estava lá, enrolado com a minha tese, o Izidoro se ofereceu para ser meu orientador, que eu fizesse uma tese no Departamento dele, ele era o chefe. Eu agradeci e disse que estava fora da minha área.
Que burrice, não? Viver é muito perigoso.
Sabe aquele filme "Sociedade dos poetas mortos"? Um dos versos que o professor cita é "Colhei logo os botões de rosa" (Robert Herrick) . Só agora eu entendo. A juventude me parecia eterna. Burrice e empáfia.
Abçs
Celeste
Prezado,
Parabenizo pela conquista.
Atenciosamente,
Antonia Maria Almeida Alves.
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