Por Faith Goldy
Traduzido e comentado por Francisco José dos Santos Braga
"Começarei pedindo desculpa aos Eslavos dos quais
sou mestiça: embora seja ucraniana, sou também grega. (Logo na abertura do
vídeo é mostrado o presidente Donald Trump dizendo que ama muito os Gregos, ao
lado de autoridades gregas.) Também enquanto geralmente tenho em mente
Eslavos que se sentam bebendo, usando trajes esportivos, divertindo-se com
minhas tagarelices, este vídeo é dedicado aos meus compatriotas Gregos.
Francamente, não sei se é por exaustão após a crise econômica, os bailouts
¹, a austeridade e
todo o inferno que deixaram para trás lá, parece que todos os analistas no
Ocidente falam constantemente da morte da França, da Alemanha e da Suécia pela
globalização islâmica e esqueceram-se da Grécia. (Aqui é mostrado um gráfico
sobre as taxas de desemprego na Grécia, sendo de 50% para os gregos bem jovens
(entre 15 e 24 anos de idade), 33% (entre 25 e 34 anos), 24% (entre 35 e 44
anos), 21% (entre 45 e 54 anos) e 19% (entre 55 e 64 anos).)
Se me permitem, em cinco minutos lhes direi porque o
meu coração se despedaça pela Grécia. Esta semana, os Gregos por toda a parte
festejam o Dia de sua Independência e um dia eu também fui uma das que
festejou. Neste ano, porém, recusei-me a fazê-lo. Por que? Não porque não
respeite a história do nosso país, mas porque estou convencida de que a verdade
é que os Gregos não são mais independentes. A Grécia perdeu a sua
independência. A irônica injustiça é evidente, pense nisso.
Então, os Gregos festejam o Dia de sua Independência. Com poucas palavras, os patriotas gregos combateram e venceram na Revolução contra as dinastias muçulmanas turcas. Antes de sua independência, os Otomanos exerciam domínio sobre os Gregos com seu punho islâmico de ferro, estabelecendo um regime de "apartheid" e escravizando populações inteiras de nossos antepassados durante 400 anos. Por cerca de 10 anos aconteceu a guerra da Independência com massacres completos de Gregos na Jônia, em Creta, em Constantinopla, na Macedônia, nas ilhas do Egeu e noutros locais onde sucederam. Comunidades inteiras, por toda a Grécia, foram exterminadas. Um banho de sangue foi derramado em nome da Independência dos Gregos pelos Turcos muçulmanos. Finalmente, quando os Turcos foram depostos do poder, os Gregos iniciaram uma nova era de desenvolvimento e de inabalável e corajoso nacionalismo, em grande parte graças aos esforços da Igreja Ortodoxa. Não quero sobrecarregá-los com muito mais história.
Então, os Gregos festejam o Dia de sua Independência. Com poucas palavras, os patriotas gregos combateram e venceram na Revolução contra as dinastias muçulmanas turcas. Antes de sua independência, os Otomanos exerciam domínio sobre os Gregos com seu punho islâmico de ferro, estabelecendo um regime de "apartheid" e escravizando populações inteiras de nossos antepassados durante 400 anos. Por cerca de 10 anos aconteceu a guerra da Independência com massacres completos de Gregos na Jônia, em Creta, em Constantinopla, na Macedônia, nas ilhas do Egeu e noutros locais onde sucederam. Comunidades inteiras, por toda a Grécia, foram exterminadas. Um banho de sangue foi derramado em nome da Independência dos Gregos pelos Turcos muçulmanos. Finalmente, quando os Turcos foram depostos do poder, os Gregos iniciaram uma nova era de desenvolvimento e de inabalável e corajoso nacionalismo, em grande parte graças aos esforços da Igreja Ortodoxa. Não quero sobrecarregá-los com muito mais história.
Mas gostaria de lhes dizer isso: os Gregos possuem
muitas coisas pelas quais podem se orgulhar, uma longa história de milênios. A
Grécia foi o berço da Civilização Ocidental, com feitos magníficos na
administração, onde nasceu a Democracia afinal, as Ciências, a Matemática, a
Filosofia, a Arquitetura e as Artes, a maioria das quais influencia as nossas
vidas hoje; (cabe ainda mencionar) as suas montanhas e o Mediterrâneo e sua
comida e sua base de nível moral que intensificaram o patriotismo
helênico.
Mas, hoje, é uma história diferente. Certamente os
Gregos continuam a amar a sua história e seu país, mas a verdade é que a Grécia
não é mais deles. Eles a venderam e permitiram que ela fosse invadida. A
independência grega é um fantasma oco do nosso passado que todo ano encaramos
como outra realidade que nos assombra, realidade na qual os Gregos outrora
independentes viraram escravos de novo. Sim, escravos de uma dívida por um
Império que possui de novo distintivamente um matiz islamofílico.
Agora, (convido-os a) uma rápida olhadela no assunto
econômico. Não tomarei muito tempo: a Eurozona entrou na previsível crise
sistêmica, num esforço de unir 19 países com diferentes políticas fiscais, com
diferentes indicadores de desemprego, com lacunas por toda a parte, parece
também ter fracassado em possuir simbolismos comuns e ter algumas pontes
neutras sobre seus papéis-moeda. Segue a incapacidade da Grécia de conformar-se
a seguir as cláusulas mais loucas do plano de socorro financeiro que jamais se
viram; a Grécia continuamente o violou do lado econômico. (Nesta altura,
aparece um cartaz no canto superior direito do vídeo com os dizeres,
recomendando sua leitura: "Grécia: um País à Venda", por Eleni
Portaliou ² - Subtítulo: Alexis Tsipras e seu governo do partido Syriza têm
supervisionado as privatizações numa escala nunca vista desde a reunificação
alemã.)
Depois de anos de cláusulas anti-helênicas que o
governo do Syriza subscreveu (e a Nova Democracia antes dele), os memorandos
entregam os recursos nacionais da Grécia pelo século seguinte a mãos
estrangeiras. Os estrangeiros controlarão a eletricidade, as comunicações, a
água, os portos, inclusive o de Piréus, os meios de transportes, marinas e
todos os aeroportos, bens turísticos e públicos, estradas, gás natural e
petróleo e quaisquer outras fontes de recursos nacionais. Graças ao FMI, ao
Banco Central Europeu, à União Europeia e aos traidores do governo grego, que
se tornaram as prostitutas de luxo dos agiotas estrangeiros, a Grécia perdeu a
soberania econômica e nacional.
O país não é independente: foi convertido num
protetorado de potências estrangeiras, no qual os agricultores, os criadores de
gado, os produtores locais afinal pagam o preço de cortes de aposentadorias e
os impostos de consumo sobem até mesmo 25%.
Então, com toda a franqueza, com o verão se
aproximando, não me incomoda tanto a escravidão da dívida quanto a imigração. A
Grécia se transformou no gueto regional de imigrantes ilegais. Graças à
chanceler Angela Merkel, à super-potência da União Europeia e aos infiéis
membros vendidos do Parlamento grego, a Grécia acabou sendo um depósito de
imigrantes clandestinos. (Nesta altura do vídeo é mostrada a imagem de
Merkel sobrepondo-se a todo o continente europeu.) Por causa da localização
em que se encontra a Grécia, é o ponto de entrada principalmente de homens
mulçumanos, que aceitaram o convite de Merkel, para os abonos europeus
oferecidos pelo Estado-Providência ³. (Nesta altura, o vídeo
mostra o mapa do Mediterrâneo, pondo a Grécia com suas ilhas em relevo.)
Sabem? Há dois anos atrás, tive a intenção de visitar
as ilhas de Samos ⁴ e Lesbos ⁵, na companhia de meu pai, e fomos
comprar os bilhetes do navio no guichê. A pessoa lá nos disse: "Oh, não,
tomara que vocês não vão lá... agora as pessoas lá fazem as suas necessidades
na rua... toda a ilha foi destruída... pode ser que os ataquem... nem os
nativos querem estar ali... não é um bom lugar para turistas..." Isso
aconteceu há dois anos. Hoje, Lesbos, Kós, Samos, Leros, Kálymnos, Rodes, Syme,
Chios, Agathonísi, todas essas ilhas foram completamente ocupadas. Elas são
algumas das mais lindas ilhas, não só do país, mas também do mundo. Ilhas, que
floresciam com o turismo, a base da economia grega, agora se tornaram míni
Sírias e Afeganistão. Isso não é independência. Isso é um império muçulmano.
Isso é uma conquista muçulmana por meio da migração clandestina, que o governo
grego consentiu sob as ordens da Alemanha e da União Europeia. Sim, é uma
história deprimente, se tu és Grego como eu. Então é duplamente deprimente.
Então, existe uma esperança no horizonte? É possível no assunto da migração. Esta semana, o ministro grego de migração (Yannis Mouzalas) advertiu a União Europeia de que a Grécia não pode lidar com mais imigrantes. Mas vocês podem estar pensando: daqui a pouco, afinal de contas, (tudo estará resolvido, pois) esses imigrantes simplesmente passam pela Grécia, dirigindo-se a países mais ricos ao Norte e Oeste da Europa. Não exatamente. Berlim agora está assinalando que quer regressar à controversa Convenção de Dublin, que, quando aplicada, manda os migrantes à responsabilidade do primeiro país de entrada. Se vocês sabem geografia, isso significa "o fim da Grécia". Os imigrantes que chegam à Alemanha ou à Suécia através da Grécia, se não receberem o asilo que eles procuram daqueles países, então, de acordo com a Convenção de Dublin, têm que ser restituídos à Grécia em vez de gozar naqueles países de sua procedência. Este é um sistema totalmente monstruoso que sucumbirá imediatamente na próxima tempestade de imigrantes.
Então, minha mensagem para
os Gregos e para o governo grego: Como essa semana lembramos nossa perdida
independência, digam NÃO à Convenção de Dublin. Digam à chanceler Merkel que os
imigrantes que vêm à Europa, fiquem lá porque os convidou, de modo a mantê-los.
Oxalá os Gregos tivessem saído da União Europeia quando tiveram a oportunidade.
Oxalá pudéssemos reivindicar nossa soberania nacional, a posse de uma das mais
belas porções da terra e do mar no planeta. É hora de pararmos de fingir. É
hora de pararmos de viver no passado. É hora de seguirmos o exemplo dos nossos
ancestrais, olharmos nossos conquistadores nos olhos e dizermos: NÃO! E então
talvez venha o dia que possamos festejar, de verdade, o dia da nossa
independência de novo. Eu sou Faith Goldy para a Rebel.media"
Fonte: https://www.therebel.media/how_the_eu_made_greece_a_muslim_ghetto (Buscar a matéria de Faith Goldy em 30 de março de 2017) ou no YouTube: https://youtu.be/Udg9TeWcyGI
NOTAS EXPLICATIVAS, pelo tradutor Francisco José dos Santos Braga
¹ "Bailout"
é uma palavra inglesa que, em economia e finanças, significa uma
injeção de liquidez dada a uma empresa, banco ou governo falido ou
próximo da falência a fim de que possa honrar seus compromissos de curto
prazo.
³ Ou Estado social, ou Estado de bem estar social. Welfare State, em inglês.
⁴ Ilha grega no leste do mar Egeu. Segundo
o geógrafo Pausânias, em visita à ilha no século II d.C., ouviu os
nativos dizerem que ali tinha nascido a esposa de Zeus, Hera (Descrição da Grécia,
7.4.4), razão por que havia na ilha um santuário muito antigo dedicado à
deusa. Também foi o local de nascimento de Pitágoras (⭐︎ ilha de Samos,
c. 570 a.C.-✞ ilha de Crotona, no sul da Itália (Magna Grécia), c. 495
a.C.).
⁵ A
ilha de Lesbos está localizada a nordeste do mar Egeu, na costa da
península anatoliana (Turquia asiática), e a noroeste de Esmirna.
15 comentários:
Tenho a satisfação de ver concluído meu trabalho de tradução de um autêntico manifesto corajoso de uma grega revoltada com as atrocidades experimentadas pelos Gregos e pela injustiça contra a Grécia, ambas causadas por desmandos no âmbito da Eurozona e da União Europeia, sob o comando da chanceler Angela Merkel.
Esta é mais uma reação de porta-vozes da população grega que não mais tolera a traição à Grécia (operação desencadeada por um conluio entre o FMI, o Banco Central Europeu, a União Europeia e o partido grego Syriza).
Venho informá-lo que vou republicar amanhã a sua tradução do artigo de Faith Goldy.
Convido-o a ler o artigo publicado no meu blogue que no fundo tem ligação a este artigo:
http://baiadalusofonia.blogspot.pt/2015/07/grecia-um-lamento-onde-esta-verdade.html
Melhores cumprimentos.
Agradecemos a informação.
Att
Consulado Geral da Grécia em São Paulo
Quanta alegria ter um amigo que fala fluentemente o idioma grego. Não passo nem perto!...
Tenho uma paixão pelo idioma porque parte da Bíblia (novo testamento) foi escrita em grego.
Inúmeras riquezas literárias fogem de meu conhecimento e cato algumas migalhas de nosso mestre Braga.
Que essa tradução seja mundialmente famosa!
Obrigado!
Obrigado pelo envio, caro confrade.
Seus trabalhos me fascinam.
Muito obrigado.
Um forte abraço,
com Dom Bosco sempre.
Caro Braga, amigo e Confrade.
Agradeço pelo envio desse manifesto.
Abraços.
CARO BRAGA,
acho perfeita essa dramática visão que a comentarista descreveu.
A Europa toda vai arrepender-se profundamente dessa abertura aos islamitas, e a porta de entrada, Grécia, pagará o pato (aliás, já começou a pagar...).
Parabéns por disseminar tal matéria.
Um abraço,
Tarcízio
Caro e sempre amigo
Você me surpreendendo sempre com o belíssimo trabalho que faz, com brilhantismo, e sem interesses, em várias áreas, principalmente na arte da escrita, dos idiomas e música. Muita alegria me trouxe a notícia da divulgação de seu artigo em além mar; certamente não foi o primeiro e não será o último.
Mais uma vez só me cabe lhe parabenizar e desejar que tenha sempre disposição para fazer a diferença, num país carente de próceres dignos dos nomes e cargos que carregam.
Que Deus o abençoe sempre
MUITO BOM.
A CRISE DE PORTUGAL EU ACOMPANHEI MAIS DE PERTO, FOI SUPERADA COM FORTE PAPEL DAS INSTITUIÇÕES, JUDICIÁRIO INCLUSIVE.
NA GRÉCIA, A COISA É MAIS TRAUMÁTICA, MAS A ESQUERDA LOCAL E MUNDIAL TEVE GRANDE CULPA EM TUDO.
ABS.
Caríssimo:
Também eu lamento a situação da Grécia. Aliás toda essa situação decorrente dos conflitos e guerras dentro da civilização islâmica. Às vezes penso: --Tem que socorrer!
Outras vezes fico em dúvida... No quê vai dar tudo isso? Lembra-me um poema de Konstantinos Kaváfis, publicado há uns 50 anos, no Suplemento Literário do Estadão. Era mais ou menos assim:
E o rei saiu da pólis,
acompanhado de toda a sua corte
E sentou-se num trono,
Fora dos muros,
com pompa e circunstância.
Puseram-se a esperar os bárbaros.
Lá estavam para receber os bárbaros,
e por lá ficaram o dia inteiro.
Mas os bárbaros não vieram...
Essa gente era uma espécie de solução...
(Konstantinos Kaváfis)
Agora, nos nossos tempos, com nossas conquistas, nossa ciência, nossa riqueza, e nosso cristianismo, serão os bárbaros solução? Que me desculpem os muçulmanos pelos "bárbaros". Tomo a palavra no seu sentido grego: "bárbaro é o que tem linguajar confuso". Só por essa definição se vê que a auto-estima do povo grega era alta.
Como dizia, a situação da Grécia é lamentável, mas os gregos já viveram tempos piores, e parece, saíram-se bem, malgrado os reveses. Não me parece também, que Angela Merkel conspire contra a Grécia. Os alemães sempre admiraram a civilização grega, basta ver quanto estudam a Grécia e quanta literatura e filosofia alemãs se produziu baseadas no espírito grego.
Além disso, não se criou a União Européia para unir o que sempre esteve desunido, após o Império Romano? Não era de interesse comum? Pois não se diz, escutei-o há pouco: "o que não se conseguiu pela força, conseguiu-se pela economia?" Pelos interesses econômicos?! E os gregos são hábeis comerciantes. Já o eram desde a Antiguidade. A KOINÉ era a língua comercial do helenismo, no Oriente Médio, quer dizer, até mesmo a língua grega foi usada como língua comercial internacional, seguindo-se ao Império de Alexandre.
Agora, pergunto: convém aos gregos deixar o bloco europeu? Pois já não houve essa chance, e não o fizeram! Foi inadvertida essa decisão? Creio que não. Agora a situação difere.
Mais um desafio ao gênio grego.
Abçs
Carissimi Francisco e Rute, grazie del ricordo,apriamo poco il computer, Giulio da tempo è molto malato, adesso in casa , e il suo stato di salute
mi impedisce di stare al computer. Vi ricordiamo con affetto e un grande abbraccio Teresa e Giulio
Postar um comentário