Neste 28 de março de 2010, como ocorre todo ano aqui na bucólica cidade de São João del-Rei, comemorou-se com muita pompa a entrada de Jesus em Jerusalém. Por motivos didáticos, vou dividir esse rito católico em três partes: o Ofício de Ramos, a Missa e o Canto da Paixão.
O primeiro dos três ritos litúrgicos — Ofício de Ramos — se passa na Igreja de Nossa Senhora do Rosário (de Pretos e Pardos), cuja irmandade completa 302 anos. O trajeto entre este templo e a Catedral Basílica Nossa Senhora do Pilar caracteriza-se pelo sentimento de alegria, que invade o coração de todos os fiéis, lembrando o cortejo triunfal que acompanhou Jesus ao entrar em Jerusalém. Na Catedral Basílica são oficiados os dois últimos atos de fé cristã — Missa e Canto da Paixão —, denotando tristeza motivada pelas leituras e salmos relativos à Paixão do Salvador.
Toda a parte musical é de autoria do compositor são-joanense Padre José Maria Xavier, composta em 1872, com exceção da Antiphona ad Communionem (Antífona para a Comunhão), de autoria de Antônio dos Santos Cunha, adaptado de um trecho de seus responsórios da Semana Santa.
Toda a parte musical é de autoria do compositor são-joanense Padre José Maria Xavier, composta em 1872, com exceção da Antiphona ad Communionem (Antífona para a Comunhão), de autoria de Antônio dos Santos Cunha, adaptado de um trecho de seus responsórios da Semana Santa.
Já que apresentamos de forma resumida a celebração matutina do Domingo de Ramos em São João del-Rei, vamos agora apreciar a constituição de cada uma das partes do rito católico.
Dentro da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, às 9h30min, se inicia o primeiro rito do Ofício de Ramos. Os fiéis que ali comparecem costumam levar de suas casas ramos ou folhas de palmeiras para queimá-los durante o ano com a finalidade de aplacar as tempestades ou afastar as pestes. Por outro lado, os fundidores de sinos misturam esses vegetais ao bronze do sino que está sendo fundido, enquanto rezam pedindo a perfeição do som daquele instrumento musical que se destinará ao chamamento dos fiéis à oração. A Liturgia, por sua vez, recomenda queimá-los, para que suas cinzas sejam impostas em cruz na testa dos fiéis no primeiro dia da Quaresma (Quarta-feira de Cinzas).
Enquanto o Bispo e os concelebrantes saem da sacristia e se dirigem ao altar, ouve-se o vibrante “Hosanna filio David” (Hosana ao filho de Davi), cuja execução se reitera pela orquestra e coro até que os oficiantes cheguem ao altar. Terminado o canto, os concelebrantes voltam-se para o povo e o convocam a repetir os passos de Jesus em sua entrada em Jerusalém. Em seguida, o Bispo faz o incenso, asperge os ramos com água benta e vai solenemente do altar até a porta principal do templo, aspergindo os fiéis que se persignam em sinal de devoção. Quando de sua volta ao altar, o Bispo incensa todos os fiéis. Durante essas ações, ouve-se a orquestra e coro executarem “Pueri Hebraeorum, portantes ramos olivarum, obviaverunt Domino, clamantes et dicentes: "Hosanna in excelsis”. / Pueri Hebraeorum vestimenta prosternebant in via, et clamabant dicentes: "Hosanna filio David; benedictus qui venit in nomine Domini". (Os filhos dos hebreus, portando ramos de oliveiras, correram ao encontro do Senhor, aclamando e dizendo: Hosana nas alturas. / Os filhos dos hebreus depunham suas vestes no caminho, e aclamavam dizendo: Hosana ao filho de Davi: bendito o que vem em nome do Senhor.)
Concluído esse canto, proclama-se solenemente o Evangelho que, neste ano de 2010 (Ano C), corresponde à leitura de Lucas 19, 28-40.
Ainda dentro do templo, ouve-se o coro a capella intitulado “Cum appropinquaret Dominus Jerosolymam”, cuja letra corresponde basicamente ao Evangelho lido.
Fora da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, é disposta uma procissão, cujo principal destaque constitui a formação de dois coros a capella, sendo o primeiro deles um quarteto (soprano e contralto, tenor e baixo). Durante o trajeto entre os dois templos, é cantado o Hymnus ad Christum Regem (Hino a Cristo Rei). Enquanto o primeiro coro (quarteto) canta o refrão ou estribilho: "Gloria, laus et honor, tibi sit, / Rex Christe Redemptor. / Cui puerile decus prompsit / Hosanna pium.” (Glória, louvor e honra a ti, / ó Cristo Rei Redentor. / A quem a decência infantil manifestou / um piedoso Hosana.)
A que o segundo e grande coro responde cantando: "Israel es tu Rex, / Davidis et inclita proles, / Nomine qui in Domini, / Rex benedicte, venis." (De Israel és tu o Rei, / e filho ilustre de Davi, / que em nome do Senhor / vens, ó Rei bendito.)
A letra completa desse Hino é constituída por mais duas estrofes ou estâncias.
Enquanto o Bispo e os concelebrantes saem da sacristia e se dirigem ao altar, ouve-se o vibrante “Hosanna filio David” (Hosana ao filho de Davi), cuja execução se reitera pela orquestra e coro até que os oficiantes cheguem ao altar. Terminado o canto, os concelebrantes voltam-se para o povo e o convocam a repetir os passos de Jesus em sua entrada em Jerusalém. Em seguida, o Bispo faz o incenso, asperge os ramos com água benta e vai solenemente do altar até a porta principal do templo, aspergindo os fiéis que se persignam em sinal de devoção. Quando de sua volta ao altar, o Bispo incensa todos os fiéis. Durante essas ações, ouve-se a orquestra e coro executarem “Pueri Hebraeorum, portantes ramos olivarum, obviaverunt Domino, clamantes et dicentes: "Hosanna in excelsis”. / Pueri Hebraeorum vestimenta prosternebant in via, et clamabant dicentes: "Hosanna filio David; benedictus qui venit in nomine Domini". (Os filhos dos hebreus, portando ramos de oliveiras, correram ao encontro do Senhor, aclamando e dizendo: Hosana nas alturas. / Os filhos dos hebreus depunham suas vestes no caminho, e aclamavam dizendo: Hosana ao filho de Davi: bendito o que vem em nome do Senhor.)
Concluído esse canto, proclama-se solenemente o Evangelho que, neste ano de 2010 (Ano C), corresponde à leitura de Lucas 19, 28-40.
Ainda dentro do templo, ouve-se o coro a capella intitulado “Cum appropinquaret Dominus Jerosolymam”, cuja letra corresponde basicamente ao Evangelho lido.
Fora da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, é disposta uma procissão, cujo principal destaque constitui a formação de dois coros a capella, sendo o primeiro deles um quarteto (soprano e contralto, tenor e baixo). Durante o trajeto entre os dois templos, é cantado o Hymnus ad Christum Regem (Hino a Cristo Rei). Enquanto o primeiro coro (quarteto) canta o refrão ou estribilho: "Gloria, laus et honor, tibi sit, / Rex Christe Redemptor. / Cui puerile decus prompsit / Hosanna pium.” (Glória, louvor e honra a ti, / ó Cristo Rei Redentor. / A quem a decência infantil manifestou / um piedoso Hosana.)
A que o segundo e grande coro responde cantando: "Israel es tu Rex, / Davidis et inclita proles, / Nomine qui in Domini, / Rex benedicte, venis." (De Israel és tu o Rei, / e filho ilustre de Davi, / que em nome do Senhor / vens, ó Rei bendito.)
A letra completa desse Hino é constituída por mais duas estrofes ou estâncias.
O segundo rito litúrgico (a Santa Missa) inicia-se após a procissão. Ao entrar na Catedral Basílica Nossa Senhora do Pilar, o coro canta: Ingrediente Domino in sanctam civitatem, Hebraeorum pueri ressurrectionem Vitae pronuntiantes. Cum ramis palmarum: “Hosanna, clamabant, in excelsis”. (Enquanto o Senhor entrava na cidade santa, as crianças dos hebreus proclamavam anunciando a ressurreição da Vida. Com ramos de palmeiras: “Hosana nas alturas”.)
Enquanto o Bispo e os concelebrantes sobem para o altar, a orquestra e coro executam, com a maior unção: Domine, ne longe facias auxilium tuum a me, ad defensionem meam aspice: libera me de ore leonis, et a cornibus unicornium humilitatem meam. (Senhor, não afastes de mim o teu auxílio, volta o teu olhar para a minha defesa: livra-me da boca do leão, e (salva) a minha pobre vida, dos chifres dos unicórnios.)
Já no altar, faz-se a primeira Leitura retirada do Livro do Profeta Isaías (Is. 50, 4-7).
Ouve-se então executado pela orquestra e coro: Tenuisti manum dexteram meam: et in voluntate tua deduxisti me: et cum gloria assumpsisti me. (Seguraste minha mão direita: e me conduziste segundo a tua vontade: e com glória me acolheste.) Esse texto vem seguido do versículo: Quam bonus Israel Deus rectis corde! mei autem paene moti sunt pedes: paene effusi sunt gressus mei: quia zelavi in peccatoribus, pacem peccatorum videns. (Como o Deus de Israel é bom para os de coração reto! Meus pés porém por pouco não vacilaram: os meus passos por pouco não se desviaram: porque tive inveja dos pecadores, vendo a sua paz.)
Lê-se, em seguida, o Salmo Responsorial (Sl. 21), com os dizeres lancinantes: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? (Em hebraico: Eli, Eli, lama sabacthani?)
A segunda Leitura é retirada da Carta de São Paulo aos Filipenses (Fl. 2, 6-11), que fala da condição divina e humana de Cristo; sob essa condição humana, fez-se obediente até a morte, e morte de cruz, sendo exaltado por Deus acima de todo nome. Em seguida, é entoada a Aclamação ao Evangelho a cargo da orquestra e coro, com seu texto extraído de Fl. 2, 8-9: Christus factus est pro nobis oboediens usque ad mortem, mortem autem crucis. Propter quod et Deus exaltavit illum: et dedit illi nomen quod est super omne nomen. (Cristo se fez por nós obediente até a morte, e morte de cruz. Pelo que Deus o exaltou: e deu-lhe um nome que está acima de todo nome.)
Segue-se, nos moldes de Evangelho, o terceiro rito litúrgico da celebração, constituído pelo Canto da Paixão, em canto gregoriano, executado (ou encenado) pelos seguintes personagens (três sacerdotes) que se alternam conforme aparecem na narração da Paixão, a saber: Cristo; o cronista (São Mateus) e a sinagoga (os dizeres de outras pessoas que aparecem no relato, a saber: Judas, Pilatos, Pedro, o Sumo Sacerdote, etc.), além da turba (orquestra e coro, eventualmente alguma solista no caso das servas acusando Pedro), representando esta última as falsas testemunhas, os seguidores do Sumo Sacerdote, o povo, os Sumos Sacerdotes, escribas e anciãos, os soldados e os centuriões que guardavam Cristo.
Enquanto o Bispo e os concelebrantes sobem para o altar, a orquestra e coro executam, com a maior unção: Domine, ne longe facias auxilium tuum a me, ad defensionem meam aspice: libera me de ore leonis, et a cornibus unicornium humilitatem meam. (Senhor, não afastes de mim o teu auxílio, volta o teu olhar para a minha defesa: livra-me da boca do leão, e (salva) a minha pobre vida, dos chifres dos unicórnios.)
Já no altar, faz-se a primeira Leitura retirada do Livro do Profeta Isaías (Is. 50, 4-7).
Ouve-se então executado pela orquestra e coro: Tenuisti manum dexteram meam: et in voluntate tua deduxisti me: et cum gloria assumpsisti me. (Seguraste minha mão direita: e me conduziste segundo a tua vontade: e com glória me acolheste.) Esse texto vem seguido do versículo: Quam bonus Israel Deus rectis corde! mei autem paene moti sunt pedes: paene effusi sunt gressus mei: quia zelavi in peccatoribus, pacem peccatorum videns. (Como o Deus de Israel é bom para os de coração reto! Meus pés porém por pouco não vacilaram: os meus passos por pouco não se desviaram: porque tive inveja dos pecadores, vendo a sua paz.)
Lê-se, em seguida, o Salmo Responsorial (Sl. 21), com os dizeres lancinantes: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? (Em hebraico: Eli, Eli, lama sabacthani?)
A segunda Leitura é retirada da Carta de São Paulo aos Filipenses (Fl. 2, 6-11), que fala da condição divina e humana de Cristo; sob essa condição humana, fez-se obediente até a morte, e morte de cruz, sendo exaltado por Deus acima de todo nome. Em seguida, é entoada a Aclamação ao Evangelho a cargo da orquestra e coro, com seu texto extraído de Fl. 2, 8-9: Christus factus est pro nobis oboediens usque ad mortem, mortem autem crucis. Propter quod et Deus exaltavit illum: et dedit illi nomen quod est super omne nomen. (Cristo se fez por nós obediente até a morte, e morte de cruz. Pelo que Deus o exaltou: e deu-lhe um nome que está acima de todo nome.)
Segue-se, nos moldes de Evangelho, o terceiro rito litúrgico da celebração, constituído pelo Canto da Paixão, em canto gregoriano, executado (ou encenado) pelos seguintes personagens (três sacerdotes) que se alternam conforme aparecem na narração da Paixão, a saber: Cristo; o cronista (São Mateus) e a sinagoga (os dizeres de outras pessoas que aparecem no relato, a saber: Judas, Pilatos, Pedro, o Sumo Sacerdote, etc.), além da turba (orquestra e coro, eventualmente alguma solista no caso das servas acusando Pedro), representando esta última as falsas testemunhas, os seguidores do Sumo Sacerdote, o povo, os Sumos Sacerdotes, escribas e anciãos, os soldados e os centuriões que guardavam Cristo.
Com grande unção, o coro, acompanhado por um violoncelo, introduz o texto da Paixão: Passio Domini Nostri Jesu Christi Secundum Mathaeum , ou seja, A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo Segundo Mateus. Após essa introdução referencial e em profunda reverência, passa-se a ouvir o Canto da Paixão propriamente dito, todo em cantochão, na forma descrita acima.
Quando se atinge o ponto do relato em que o cronista canta “Jesus autem iterum clamans voce magna emisit spiritum” (Ora Jesus, soltando novamente um forte grito, entregou o espírito), todos se ajoelham, ficando em meditação por algum momento.
Quando finalmente o cronista canta “Altera autem die ...” (No outro dia porém) até o final do relato "... signantes lapidem cum custodibus." (... selando a pedra com guardas.), modifica-se a modalidade de canto gregoriano que vinha sendo utilizado até então e termina com maior solenidade e devoção o relato da Paixão de Cristo. Essa modalidade de canto gregoriano ficou conhecida como "áltera" (outra, em português), certamente por sua conexão com o verso iniciado por "Altera autem die...".
No texto da Paixão de Cristo segundo Mateus, Cristo é apresentado como o justo (hebr. tsadiq, gr. δίκαιος, lat. justus), o inocente que é imolado em expiação por nossos pecados. No referido texto, consideram-no justo as seguintes pessoas: a esposa de Pilatos, o próprio Pilatos (ao lavar as mãos), Judas ("Pequei, entregando sangue inocente.") e o centurião (para quem, segundo o Evangelho de Mateus, Jesus era "o Filho de Deus" e, segundo o de Lucas [Lc. 23, 47] , Jesus era "um justo").
Dando continuidade à santa Missa, vem o Credo: o Bispo entoa a introdução “Credo in unum Deum” (Creio num só Deus), deixando a cargo da orquestra e coro a execução de todo o restante da oração cantada. A partitura do Pe. José Maria Xavier para esse Credo está cheia de movimentos variados, privilegiando momentos de profunda unção (como o cantabile das flautas com acompanhamento orquestral no "Et incarnatus"), trechos com o coro a capella, a partir de "Crucifixus etiam pro nobis", alternando com outros com orquestra e coro até o fim do Credo, bem como outros momentos de exagerada alegria (com destaque para as fanfarras), ajustando-se perfeitamente ao Barroco mineiro tardio tão em moda na época que foi composto, mesclado com clara influência de Rossini e dos compositores românticos italianos.
Enquanto o Bispo oficia o Ofertório, a orquestra e coro executam do Salmo 68 os seguintes versos: “Improperium exspectavit cor meum, et miseriam: et sustinui qui simul mecum contristaretur, et non fuit: consolantem me quaesivi, et non inveni: et dederunt in escam meam fel, et in siti mea potaverunt me aceto. (O meu coração esperou a censura e a infelicidade: e sustentei que alguém se compadecesse de mim, e não houve ninguém: procurei quem me consolasse, e não encontrei: e deram-me fel na comida e me deram a beber vinagre para me matar a sede.) Aqui ganha relevo a linha do baixo: dele depende o pathos dolente e introspectivo do Improperium. O efeito de grande tensão dramática é obtido com a técnica da "descida aos infernos" ("katábasis" ou "descensus ad inferos") utilizada pelo compositor sacro. O perfil da melodia, com a sua descida cromática em longa série dissonante (a partir de et sustinet, e repetido a partir de consolantem), exigindo uma posterior resolução em respectivamente "et non fuit" e "et in siti mea", e a gosto, uma cadência representada por "potavērunt"), era recorrente em "lamentos" da tradição operática italiana e foi aqui utilizado com grande eficácia e efeito dramático.
Digno de nota é também o Sanctus (em A-B-A), executado pela orquestra e coro, com requintada melodia no trompete no "Hosanna in excelsis", secundado pelas flautas e clarinetas, num ritmo bem rápido. O compositor são-joanense criou inigualável contraste entre o "Hosanna in excelsis" (A), vivo, e o "Benedictus" (B), dolente, — o que dá interessante estrutura à peça musical, ao exigir um encantador cantabile na interpretação do Benedictus. A introdução ao "Benedictus" é executada pela orquestra; vem a seguir um longo trecho alternando coros a capella com intermezzi a cargo das cordas, em que há extrema expressividade. O ritornello com o "Hosanna in excelsis" a cargo do trompete, orquestra e coro, num ritmo bem vivo, encerra o grandioso Sanctus.
O Pater Noster (Pai Nosso) é cantado de cor, em canto gregoriano, pelos oficiantes e assembléia em perfeito entrosamento.
O Agnus Dei, composto com a maior unção pelo compositor são-joanense, é executado com maestria pela orquestra e coro.
Durante a comunhão, ouve-se a Antífona para a Comunhão de autoria de Antônio dos Santos Cunha, executada pela orquestra e coro, com o seguinte texto: Pater, si non potest hic calix transire, nisi bibam illum: fiat voluntas tua. (Ó Pai, se não for possível passar adiante este cálice sem que eu o beba: faça-se a tua vontade.) Na introdução, o compositor faz uso de imponente dramaticidade, com acompanhamento compassado do contrabaixo, criando o motivo rítmico (tan-tan- TAN - tan-tan- TAN ), dando à peça um impressionante poder expressivo. O verso "nisi bibam illum" é executado a cappella, para maior expressividade.
Gostaria de finalizar esta crônica do festejo matutino do 1º dia da Semana Santa de São João del-Rei, dando crédito a algumas pessoas que abrilhantaram essa solene comemoração:
1) o Reverendíssimo Bispo Diocesano de São João del-Rei, Dom Waldemar Chaves de Araújo por toda a comemoração litúrgica;
2) o Reverendíssimo Monsenhor, Pároco e Cura da Catedral Basílica Nossa Senhora do Pilar, Sebastião Raimundo de Paiva;
3) o Reverendíssimo Vigário Paroquial Padre Geraldo Magela da Silva;
4) a Irmandade do Santíssimo Sacramento, patrocinadora de todas as solenidades da Semana Santa na Catedral Basílica e que no próximo ano de 2011 está completando o seu 300º aniversário de fundação;
5) a Orquestra Ribeiro Bastos, sob a direção da maestrina Maria Stella Neves Valle, pela execução orquestral e coral;
6) o comentarista sacro Prof. Abgar Campos Tirado;
7) a Rádio São João del-Rei, pela impecável transmissão radiofônica de todas as solenidades da Semana Santa, a cargo do competente radialista José Mário de Araújo;
8) a TV Campos de Minas, pela transmissão televisiva de todas as solenidades da Semana Santa.
Quando finalmente o cronista canta “Altera autem die ...” (No outro dia porém) até o final do relato "... signantes lapidem cum custodibus." (... selando a pedra com guardas.), modifica-se a modalidade de canto gregoriano que vinha sendo utilizado até então e termina com maior solenidade e devoção o relato da Paixão de Cristo. Essa modalidade de canto gregoriano ficou conhecida como "áltera" (outra, em português), certamente por sua conexão com o verso iniciado por "Altera autem die...".
No texto da Paixão de Cristo segundo Mateus, Cristo é apresentado como o justo (hebr. tsadiq, gr. δίκαιος, lat. justus), o inocente que é imolado em expiação por nossos pecados. No referido texto, consideram-no justo as seguintes pessoas: a esposa de Pilatos, o próprio Pilatos (ao lavar as mãos), Judas ("Pequei, entregando sangue inocente.") e o centurião (para quem, segundo o Evangelho de Mateus, Jesus era "o Filho de Deus" e, segundo o de Lucas [Lc. 23, 47] , Jesus era "um justo").
Dando continuidade à santa Missa, vem o Credo: o Bispo entoa a introdução “Credo in unum Deum” (Creio num só Deus), deixando a cargo da orquestra e coro a execução de todo o restante da oração cantada. A partitura do Pe. José Maria Xavier para esse Credo está cheia de movimentos variados, privilegiando momentos de profunda unção (como o cantabile das flautas com acompanhamento orquestral no "Et incarnatus"), trechos com o coro a capella, a partir de "Crucifixus etiam pro nobis", alternando com outros com orquestra e coro até o fim do Credo, bem como outros momentos de exagerada alegria (com destaque para as fanfarras), ajustando-se perfeitamente ao Barroco mineiro tardio tão em moda na época que foi composto, mesclado com clara influência de Rossini e dos compositores românticos italianos.
Enquanto o Bispo oficia o Ofertório, a orquestra e coro executam do Salmo 68 os seguintes versos: “Improperium exspectavit cor meum, et miseriam: et sustinui qui simul mecum contristaretur, et non fuit: consolantem me quaesivi, et non inveni: et dederunt in escam meam fel, et in siti mea potaverunt me aceto. (O meu coração esperou a censura e a infelicidade: e sustentei que alguém se compadecesse de mim, e não houve ninguém: procurei quem me consolasse, e não encontrei: e deram-me fel na comida e me deram a beber vinagre para me matar a sede.) Aqui ganha relevo a linha do baixo: dele depende o pathos dolente e introspectivo do Improperium. O efeito de grande tensão dramática é obtido com a técnica da "descida aos infernos" ("katábasis" ou "descensus ad inferos") utilizada pelo compositor sacro. O perfil da melodia, com a sua descida cromática em longa série dissonante (a partir de et sustinet, e repetido a partir de consolantem), exigindo uma posterior resolução em respectivamente "et non fuit" e "et in siti mea", e a gosto, uma cadência representada por "potavērunt"), era recorrente em "lamentos" da tradição operática italiana e foi aqui utilizado com grande eficácia e efeito dramático.
Digno de nota é também o Sanctus (em A-B-A), executado pela orquestra e coro, com requintada melodia no trompete no "Hosanna in excelsis", secundado pelas flautas e clarinetas, num ritmo bem rápido. O compositor são-joanense criou inigualável contraste entre o "Hosanna in excelsis" (A), vivo, e o "Benedictus" (B), dolente, — o que dá interessante estrutura à peça musical, ao exigir um encantador cantabile na interpretação do Benedictus. A introdução ao "Benedictus" é executada pela orquestra; vem a seguir um longo trecho alternando coros a capella com intermezzi a cargo das cordas, em que há extrema expressividade. O ritornello com o "Hosanna in excelsis" a cargo do trompete, orquestra e coro, num ritmo bem vivo, encerra o grandioso Sanctus.
O Pater Noster (Pai Nosso) é cantado de cor, em canto gregoriano, pelos oficiantes e assembléia em perfeito entrosamento.
O Agnus Dei, composto com a maior unção pelo compositor são-joanense, é executado com maestria pela orquestra e coro.
Durante a comunhão, ouve-se a Antífona para a Comunhão de autoria de Antônio dos Santos Cunha, executada pela orquestra e coro, com o seguinte texto: Pater, si non potest hic calix transire, nisi bibam illum: fiat voluntas tua. (Ó Pai, se não for possível passar adiante este cálice sem que eu o beba: faça-se a tua vontade.) Na introdução, o compositor faz uso de imponente dramaticidade, com acompanhamento compassado do contrabaixo, criando o motivo rítmico (tan-tan- TAN - tan-tan- TAN ), dando à peça um impressionante poder expressivo. O verso "nisi bibam illum" é executado a cappella, para maior expressividade.
Gostaria de finalizar esta crônica do festejo matutino do 1º dia da Semana Santa de São João del-Rei, dando crédito a algumas pessoas que abrilhantaram essa solene comemoração:
1) o Reverendíssimo Bispo Diocesano de São João del-Rei, Dom Waldemar Chaves de Araújo por toda a comemoração litúrgica;
2) o Reverendíssimo Monsenhor, Pároco e Cura da Catedral Basílica Nossa Senhora do Pilar, Sebastião Raimundo de Paiva;
3) o Reverendíssimo Vigário Paroquial Padre Geraldo Magela da Silva;
4) a Irmandade do Santíssimo Sacramento, patrocinadora de todas as solenidades da Semana Santa na Catedral Basílica e que no próximo ano de 2011 está completando o seu 300º aniversário de fundação;
5) a Orquestra Ribeiro Bastos, sob a direção da maestrina Maria Stella Neves Valle, pela execução orquestral e coral;
6) o comentarista sacro Prof. Abgar Campos Tirado;
7) a Rádio São João del-Rei, pela impecável transmissão radiofônica de todas as solenidades da Semana Santa, a cargo do competente radialista José Mário de Araújo;
8) a TV Campos de Minas, pela transmissão televisiva de todas as solenidades da Semana Santa.
Obs.: Para escrever esta crônica, não tive acesso às partituras dos compositores aqui mencionados. Sobretudo por isso, adotei a perspectiva de um espectador comum, em visita à cidade para participar das solenidades festivas que se realizam anualmente, o qual se maravilha com a encenação desse ofício litúrgico. As impressões que o marcam durante cerca de três horas — tal é a duração desse ofício — são aqui registradas em forma de breves anotações como uma espécie de ajuda-memória. Com essa ressalva, penitencio-me antecipadamente por usar terminologia leiga, não condizente com trabalho acadêmico-científico, especialmente no campo da Música.
* Francisco José dos Santos Braga, cidadão são-joanense, tem Bacharelado em Letras (Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras, atual UFSJ) e Composição Musical (UnB), bem como Mestrado em Administração (EAESP-FGV). Além de escrever artigos para revistas e jornais, é autor de dois livros e traduziu vários livros na área de Administração Financeira. Participa ativamente de instituições no País e no exterior, como Membro, cabendo destacar as seguintes: Académie Internationale de Lutèce (Paris), Familia Sancti Hieronymi (Clearwater, Flórida), SBME-Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica (2º Tesoureiro), CBG-Colégio Brasileiro de Genealogia (Rio de Janeiro), Academia de Letras e Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei-MG, Instituto Histórico e Geográfico de Campanha-MG, Academia Valenciana de Letras e Instituto Cultural Visconde do Rio Preto de Valença-RJ e Fundação Oscar Araripe em Tiradentes-MG. Possui o Blog do Braga (www.bragamusician.blogspot.com), um locus de abordagem de temas musicais, literários, literomusicais, históricos e genealógicos, dedicado, entre outras coisas, ao resgate da memória e à defesa do nosso patrimônio histórico.Mais...
41 comentários:
Franz,
gostei muito do texto! Tanto os ritos quanto seus significados estão muito bem detalhados e explicados. As versões em latim e português são particularmente interessantes para a sua compreensão.
Lembrei-me dos tempos em que eu ia percorrendo desde o Rosário até a Matriz, com o ramo na mão. Tenho uma lembrança particular desse dia: eu usava um vestidinho branco bordado (devia ter uns oito anos).
Especialmente, lembrei-me da música “Cum appropinquaret Dominus Jerosolymam”, cantada pelo coral do Conservatório de que Mamãe e eu fazíamos parte, com regência do André. Essa música é belíssima.
Saudades do Pe. José e Pe. Pedro participando do Canto da Paixão.
Assim como para mim, o relato deve suscitar muitas lembranças nas pessoas que participaram dessa cerimônia.
Parabéns pela contribuição à divulgação de nossas belas tradições.
Petete
Bom dia! Em 2010, li sua crônica relatada abaixo e fiz o mesmo agora. Realmente, precisamos socializar esse emocionante evento para todos os envolvidos com a cultura religiosa de nossa cidade. Sempre é bom contar com pessoas como o senhor nesse abnegado trabalho de divulgação de nossa cultura.
Abraços
Prof. Kennedy Alemar da Silva
Bom dia. Tudo bem? Ao ler a sua crônica, tenho a impressão de estar assistindo, ao vivo, toda a cerimônia. Parabéns! Abs., Luiz.
Meu caro amigo,
Ao ler sua crônica sobre o Domingo de Ramos voltei no tempo e lembrei-me claramente da minha São João Del Rey. Parabéns e um grande abraço do amigo
Lucio Flávio
Caro Francisco:
Deram uma arrumada no meu computador, e agora, felizmente, posso ver
sem maiores dificuldades suas interessantes e eruditas mensagens.
Comentam os mais antigos da cidade( sou velho, porém não antigo! rssss) que as solenidades da Semana Santa em Mariana, perderam muito de seu
primitivo aparato devocional, principalmente depois que foi abolido o Latim das solenidades litúrgicas. Pela sua crônica, instrutiva e esclarecedora, percebo que, em sua cidade, a bela tradição da Semana
Santa ainda é conservada em todos os pormenores! E é isso que faz a diferença, pois na sua essência, o ritual continua o mesmo.
Mais uma vez parabenizo o amigo pela sua dedicação e principalmente pelo testemunho de verdadeiro cristão que transmite através de seus
escritos, plenos de sabedoria e de erudição.
Abs extensivos à Rute.
Helio.
Boa Páscoa, Francisco p vc e Rute. Ainda o faço nesse finzinho de tarde, domingo de páscoa.
Tive o prazer de assistir, na 6ª feira santa, às celebrações da Semana Santa em SJDelRey, transmissão da TVescola, se não me engano. Vc já tinha comentado comigo que essas celebrações eram muito caprichadas, que eu devia ir ver. Confesso que fiquei impressionado. Superou minhas expectativas. Pergunto-lhe: toda aquela música instrumental é do barroco mineiro? Maravilha, e tudo em Latim!
Quem sabe consigo ir no próximo ano.
Abçs
Celeste
Caro Braga,
Agradeço suas postagens. Admiro a semana santa de S. João, um grande espetáculo de arte. Quando possível, costumo ir aí.
JR
Muito obrigado, amigo Braga, pela remessa do texto, com requintado capricho de pormenores. Em Divinópolis, a tradições religiosas perdem o viço, tudo se veste de rotina. E a Semana Santa acaba sendo simplesmente alguns dias no calendário. Fico, às vezes, pensando, num plágio a Machado de Assis, se mudou a Semana Santa ou eu. Abraço para toda família. Fernando Teixeira
Muito grata,
Eudóxia.
Não é exatamente uma crônica. É uma aula, absolutamente didática, sobre um ato litúrgico que honra as tradições religiosas da cidade. Leitura obrigatória. Jota Dangelo
Prezado Francisco Braga,
muito agradeço a pormenorizada descrição da solenidade do Domingo de Ramos de 2010, na nossa querida São João.
Abraço do
Aristides
Parabéns pela bellísima matéria.
Andre Dangelo
Acabo de compartilhar este texto de RAMOS no Google + o que lhe confere visibilidade aos meus contatos assinados. Se o fiz é porque sei que se trata de um conteúdo sério, escrito criteriosamente por um estudioso fidedigno à essência dos conteúdos tradicionais e históricos.
Com admiração, respeito e gratidão deixo o meu abraço. UP
Caríssimo Braga, tudo muda; existe, entretanto, sempre - e nós, cristãos, aprendemos - que as Sextas-feiras da Paixão da vida cedem espaço à luz da Ressurreição. Nem sempre percebemos isto. Sob esta luz do novo tempo da liturgia, desejo retribuir seus votos e rezar para que a Páscoa refulja no seu coração hoje e sempre, extensivo à Rute e aos seus demais parentes. Fernando Teixeira
Obrigado, Braga, tenho interesse nesses assuntos. Planejava ir a SJDelRey para esta Semana Santa, mas tudo isso está muito difícil p/ mim. Como vou deixar as coisas aqui? Vou ler seu post.
Abçs.
Celeste
Caro Braga,
parabéns pela forma que descreveu as solenidades de celebração do Domingo de Ramos em SJ Del Rei. Pe. José Raimundo Bechelaine, da Paróquia N S do Líbano de Carmo do Cajuru, enviou-me seu comentário. Sou regente do Coral Nossa Senhora do Carmo e celebramos o Domingo de Ramos tentando valorizar a riqueza da liturgia de nossa Igreja. Pena que muitos sacerdotes têm se formado sem o devido conhecimento da riqueza que é o rito na liturgia da Igreja. O latim, e tantas outras riquezas instrumentais, paramentais e rituais da Igreja têm sido ignoradas por muitos sacerdotes, simplesmente porque não têm formação. Em Carmo do Cajuru ainda preservamos os Motetos de Passos, de Dores, Procissão do Depósito e, pelo menos uma missa em latim, celebrada pelo Pe. Bechelaine. Mais uma vez parabéns e parabéns ao povo Sanjoanense.
Caro Braga, li com atenção o seu texto. Muito bem escrito. Minucioso nos aspectos descritivos. Gostei também das inserções das traduções dos textos em latim. É excelente contribuição aos iniciados na língua do Lácio. Cheguei à conclusão de que não sei escrever (embora teimarei em continuar escrevendo). A pompa religiosa me impressionou. Está muito bem apresentada. Um grande abraço. Filippão
Prezado Braga,
Imagino como deve ser maravilhosa a Semana Santa em São João Del Rei.
Parabéns pelo artigo e aproveito para desejar a você e à Rute uma feliz Páscoa.
Um abraço,
Elza
Francisco querido,
sempre rico, sempre maravilhoso.
Grande e afetuoso abraço
Alzira
(comentário de 30/03/2012)
Prezado Braga,
Que artigo interessante! Você é muito bom observador.
Parabéns.
Um abraço,
Elza
(Comentário de 30/03/2012)
Francisco Braga.
Sou Regente do Coral Julia Pardini de Belo Horizonte, editora do
jornal O Arruia que é dirigido a corais, regentes e órgãos de cultura,
mantido pela Associação Julia Pardini. Na edição 575 publiquei o seu
convite enviado por e-mail o qual está inserido na 1a. pag com uma
bonita foto de São João. Envie seu endereço postal para que remeta o
jornal via Correios. Parabens por fazer parte desta tradição dessa
cidade histórica que é a semana santa.
Elza do Val Gomes, Coral Julia Pardini.
(Comentário de 30/03/2012)
Eta sanjoanense apaixonado.
Francisco, isto me fez lembrar do tempo em que eu ainda era coroinha.
Saudade, rapaz.
Abraço pra Rute. Aguardo sua visita.
Celso
(Comentário de 30/03/2012)
Estimado amigo - e sempre mestre - Prof. Braga,
Como sempre, vossas lições transcendem o limite do tempo e se mostram atuais. Ler tais trabalhos nos enchem de orgulho e nos proporcionam conhecimentos valiosos.
Obrigado!
Abraços, fraternalmente, e cheio de saudades,
do amigo Auro
(Comentário de 30/03/2012)
Bravo, Maestro! Muito didático.
Tudo em defesa de nossas tradições, com muita sensibilidade e competência.
Maerle
(Comentário de 30/03/2012)
Prezado amigo Francisco Braga,
Quero cumprimentá-lo pela bela e instrutiva crônica, em que você relata primorosamente os rituais do Domingo de Ramos, da Missa e do Canto da Paixão, em São Del Rei, a cidade que, mais que qualquer outra, procura presrvar a fé e as tradições religiosas e cultutais de nossa Minas Gerais.
Meus cumprimentos, minha admiração e meu abraço amigo
Geraldo Barroso
(Comentário em 30/03/2012)
Caro Francisco,
Suas postagens são sempre 'atemporais', para serem fruídas sempre...
Belíssima! Parabéns! Abraço,
Cristina.
O texto é substancioso. Cumprimento-o por ele. Fernando Teixeira
BELO REGISTRO!
Prezado Amigo Apaixonado por tudo que é Belo e que é Bom!!
Francisco Braga:
Fiz há tempos um modesto comentário sobre esta sua meticulosa e fiel crônica do início da Semana Santa nessa querida São João Del Rei. Ao lê-la novamente, vejo o mesmo "Repórter Piedoso" a nos brindar e esclarecer nos mínimos pormenores da maior solenidade da Cristandade, a Semana Santa, que se inicia com o Domingo de Ramos. Vejo atrás do repórter cristão, um analista culto e meticuloso, um lídimo amante de nossas mais caras tradições, divulgando-as com seu amor e talento que já ultrapassou fronteiras.
Do amigo e admirador incondicional
Hélio Petrus.
Obrigado, Francisqº por me mandar sempre estas ricas informações do seu blog.
Semana santa então, bate fundo, bem lá no fundo. Quando estava na faculdade, todo ano eu fazia questão de ir com alguns colegas para cantar o ofício; cantava sempre, mesmo com esta voz horrorosa, uma das lições. Quanta saudade.
Agora, desejoso de ir passar a semana santa aí, já há tantos anos, não consigo mais. Enfim, é a dinâmica da vida que nos insere numa roda viva e nos leva por caminhos inóspitos, sem volta. E há de se seguir sempre em frente.
Aquele abraço forte a todos.
Edu
Como informei em matéria anterior, a "FESTA DE PASSOS" de 2017 foi festejada pela Catedral Basílica Nossa Senhora do Pilar e esteve aos cuidados da Venerável Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos.
Por outro lado, as solenidades da SEMANA SANTA estarão a cargo da Venerável Irmandade do Santíssimo Sacramento, quando a Igreja convida todos a celebrarmos o Mistério Pascal: paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, fato primordial de nossa fé e centro de toda a sua liturgia. A Semana Santa é semana do encontro com Cristo Ressuscitado: nas clelebrações litúrgicas, na proclamação da Palavra de Deus e na pessoa dos irmãos e irmãs de fé.
O DOMINGO DE RAMOS é o pórtico de entrada da Semana Santa. Neste dia, a Igreja comemora a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém para consumar o Seu Mistério Pascal.
Resumidamente, as solenidades no Domingo de Ramos (09/04/2017) são as seguintes:
Às 9h 30min: Bênção dos Ramos na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, seguindo a procissão até a Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar, onde será celebrada Missa Solene com o Canto da Paixão.
Às 18h: da Catedral Basília de Nossa Senhora do Pilar sairá a festiva procissão do Senhor do Triunfo.
À entrada da procissão: Missa com pregação.
Em 29/03/2010, produzi uma matéria intitulada "CRÔNICA DO DOMINGO DE RAMOS" e tenho o prazer de reenviá-la para sua leitura e acompanhamento, advertindo antecipadamente para o fato de que essas solenidades observam rigorosamente as "piedosas e solenes tradições de nossa terra". Isto é, a descrição abaixo feita para o ano de 2010 não sofrerá alteração no ano de 2017.
Caríssimo amigo Braga, com emoção, li seu texto sobre o Domingo de Ramos em nossa querida São João del-Rei.
Grato, pela gentileza!
Na Semana Santa rememoramos o tormento do cordeiro de Deus por nós e o mundo inteiro medita nesse altruísmo incomparável.Posso ver os cravos,a coroa de espinhos e a dor maior que é a rejeição do povo que ele tanto amou.
Fica a lição para nós do grande amor de Deus.
São João del Rei sempre recorda disso por ser um cidade altamente religiosa. Fico feliz,colega Braga, em ter um amigo que crê tanto em Deus que nos ensina e nos deixa pequeno.
Deus seja louvado! Hosana ao filho de Deus!
Amém!
Francisco querido,
Estou sem estagiária e sem poder, por enquanto, registrar seus belos artigos. O que farei assim q for possível.
Feliz Páscoa p vcs tb!
A Semana Santa de São João del Rei é um acontecimento de fé e tradição. Rememorá-la em seus aspectos litúrgicos vale a pena. Obrigado pelo envio. Uma santa Páscoa para você e Rute. Fernando Teixeira
Boa noite!
Fantástico!
Acredito, que como eu, muitas pessoas a tudo acompanhavam, assistiam, admiravam, sem saber a riqueza dos detalhes que você nos trouxe neste momento.
Obrigado.
Djair Braga
Obrigado, confrade, pelo envio tempestivo desses textos. A cada dia identifico novos campos de conhecimento que preciso aprender. Sobre a Semana Santa, como vivenciada em São João del-Rei é um deles.
Com um fraterno abraço,
Paulo Souza Lima
Prezado Francisco Braga, mestre, meu abraço. Gratíssimo pelo envio de textos e fotos sobre a famosa e belíssima Semana Santa em São João Del Rey. Fiquei emocionado e me lembrei de Mariana, minha terra, de também tradicionais celebrações da Semana Santa. Deus os abençoe e nos abençoe a todos! Abraço do Danilo Gomes.
Caro professor Braga;
Realmente impressionam a sobrevivência desses rituais tão requintados numa cidade brasileira de porte relativamente grande, assim como a sua descrição e esclarecimentos quanto às suas origens e significados. Verdadeiras preciosidades.
Muito obrigado por me fazer conhecê-los e pelo trabalho, dedicação e divulgação desse patrimônio.
Abraço.
Postar um comentário