domingo, 8 de agosto de 2021

MEU PAI E NOEL ROSA


Por Francisco José dos Santos Braga 
 
 
Em 11/12/2019, doodle do Google celebrou 109º aniversário do querido cantor e compositor brasileiro, NOEL ROSA.

 

 

 

 

 

Meu pai Roque da Fonseca Braga-Crédito: Celina Maria Braga Campos

 

Dedicado a meu saudoso pai ROQUE DA FONSECA BRAGA (15/04/1918-26/09/1984) 
Dia dos Pais, 08/08/2021 

 

Transcorria o ano de 1977, em São Paulo, ocasião em que eu morava no início da Barata Ribeiro, rua que nascia na Praça 14 Bis e findava, depois de uma rampa pronunciada, na rua Peixoto Gomide. Fui surpreendido pela segunda e última visita de meu pai feita a mim, distante da casa paterna. (A sua primeira visita será relatada numa oportuna ocasião.) Agora basta informar que eu morava num apartamento minúsculo, inadequado para acomodar dois hóspedes. Meu pai veio acompanhado do tio Sebastião, seu irmão, ambos conduzidos pelo motorista "Pavão" da "Mina" (atualmente AMG Mineração de Nazareno-MG), e por isso os três se hospedaram num hotel conhecido do motorista. 

Combinamos de reencontrar-nos à noite para assistir a um espetáculo inaugural da sede própria do Teatro Popular do Sesi, na Av. Paulista: Noel Rosa, o poeta da Vila e seus amores, fruto de uma parceria de Flávio Império (cenários e figurinos) e Osmar Rodrigues Cruz (diretor da casa), que iria futuramente repetir-se ainda em três montagens consecutivas: A Falecida, em 1979, Chiquinha Gonzaga, ó abre alas, em 1983 e O rei do riso, em 1985. 

O espetáculo daquela noite contava com grande aceitação do público que lotava avidamente o salão. Ali vimos a história de um dos maiores compositores, sambistas e cantores da música popular brasileira que tomou a forma de teatro musical. Com texto de Plínio Marcos e direção de Dagoberto Feliz, a peça passeou por fragmentos da vida do poeta, alinhavados por algumas de suas mais belas canções. 

Quando teve início a representação, desde seu leito de morte, o artista Noel Rosa revisitava momentos cruciais de sua existência. Mulheres como sua mãe D. Marta, as damas que abalaram seu coração e suas intérpretes favoritas Marília Batista e Araci de Almeida protagonizavam uma espécie de delírio que recriava o clima boêmio da era do rádio, dos carnavais de bloco e dos cabarés típicos dos arredores dos Arcos da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro. Igualmente, atores, músicos e bailarinos dividiam o espaço da cena em uma sequência como que produzida pela livre associação do pensamento moribundo, onde a ordem cronológica se perde. 

O auge da peça aconteceu quando se encenava o duelo musical protagonizado pelo "poeta da Vila" e seu arqui-rival Wilson Batista, ocasião em que Noel Rosa já era mestre consagrado e artista popular, enquanto Wilson Batista iniciava sua carreira de compositor e autor. Há quem imagine que os dois eram bons amigos e o duelo não passasse de uma brincadeira de provocar um ao outro. Há também quem ache que Noel Rosa na realidade quisesse simplesmente tirar Wilson Batista do anonimato e oferecer-lhe o primeiro plano. 

A rivalidade  teve início quando a chegada de um rapaz de Campos-RJ, Wilson Batista, fascinara tanto Sílvio Caldas que gravou seu samba imediatamente,  ambos atraídos pela malandragem da Lapa, do centro da capital federal, simbolizada no samba do músico novato chamado 

Lenço no Pescoço (1933) 

Meu chapéu do lado 
Tamanco arrastando 
Lenço no pescoço 
Navalha no bolso 
 
Eu passo gingando 
Provoco e desafio 
Eu tenho orgulho 
em ser tão vadio (BIS) 
 
Sei que eles falam deste meu proceder 
Eu vejo quem trabalha andar no miserê 
Eu sou vadio porque tive inclinação 
Eu me lembro: era criança tirava samba-canção 
 
Comigo não 
Eu quero ver quem tem razão 
E ele toca, e você canta e eu entoo 
 
Por sua vez, Noel era fascinado por essa mesma malandragem. Resolveu então redarguir o samba de Wilson Batista quase verso a verso. Assim, para contestar o novo rival, Noel escreveu 
 
Rapaz Folgado 
 
Deixa de arrastar o teu tamanco 
Pois tamanco nunca foi sandália 
E tira do pescoço o lenço branco 
Compra sapato e gravata 
Joga fora esta navalha que te atrapalha 
 
Com chapéu do lado deste rata 
Da polícia quero que escapes 
Fazendo um samba-canção 
Eu já te dei papel e lápis 
Arranja um amor e um violão 
 
Malandro é palavra derrotista 
Que só serve pra tirar 
Todo o valor do sambista 
Proponho ao povo civilizado 
Não te chamar de malandro 
E sim de rapaz folgado 
 
Wilson viu na réplica de Noel excelente oportunidade para se promover, pois, enquanto ele era um iniciante, Noel já era um artista consagrado. Para botar lenha na fogueira, armou-se de outro samba intitulado 
 
Mocinho da Vila 
 
Você que é mocinho da Vila 
Fala muito em violão, barracão 
E outros fricotes mais 
Se não quiser perder o nome 
Cuide do seu microfone e deixe 
Quem é malandro em paz (BIS) 
 
Injusto é seu comentário 
Fala de malandro quem é otário 
Mas malandro não se faz 
Eu de lenço no pescoço 
Desacato e também tenho o meu cartaz 
 
A polêmica teria terminado por aí, se não fosse um samba de Noel que foi um sucesso tão grande que atravessou gerações, do qual até hoje todo o mundo se lembra: 
 
Feitiço da Vila 
 
Quem nasce lá na Vila 
Nem sequer vacila 
Ao abraçar o samba 
Que faz dançar os galhos 
Do arvoredo e faz a lua 
Nascer mais cedo 
 
O sol da Vila é triste 
Samba não assiste 
Porque a gente implora 
Sol, pelo amor de Deus,
Não vem agora 
Que as morenas 
Vão logo embora 
 
Lá em Vila Isabel 
Quem é bacharel 
Não tem medo de bamba 
São Paulo dá café 
Minas dá leite e a 
Vila Isabel dá samba. 
 
A Vila tem um feitiço sem farofa 
Sem vela e sem vintém 
Que nos faz bem 
Tendo nome de princesa 
Transformou o samba 
Num feitiço decente 
Que prende a gente 
 
Eu sei tudo o que faço 
Sei por onde passo 
Paixão não me aniquila 
Mas tenho que dizer 
Modéstia à parte, meus senhores, 
Eu sou da Vila. 
 
O sol da Vila é triste 
Samba não assiste 
Porque a gente implora 
Sol, pelo amor de Deus, 
Não vem agora 
Que as morenas 
Vão logo embora 
 
A zona mais tranquila 
É a nossa Vila 
O berço dos folgados 
Não há um cadeado 
No portão porque 
Na Vila não há ladrão 
 
Então, foi a vez de Wilson caprichar numa tréplica na base do verso-a-verso tal como Noel tinha feito com ele, no frescor de um samba dotado de bela melodia intitulado
 
Conversa fiada 
 
É conversa fiada dizerem 
Que o samba na Vila tem feitiço 
Eu fui ver para crer e não vi nada disso
 
A Vila é tranquila porém eu vos digo: cuidado! 
Antes de irem dormir dêem duas voltas no cadeado 
 
Eu fui à Vila ver o arvoredo se mexer 
E conhecer o berço dos folgados 
A lua nesta noite demorou tanto 
 
Assassinaram meu samba 
Veio daí o meu pranto 
 
Visto que Wilson caprichou, Noel devolveu em dobro no samba seguinte: 
 
Palpite infeliz 
 
A vila não quer abafar ninguém, 
Só que mostrar que faz samba também!!! 
 
Quem é você que não sabe o que diz? 
Meu Deus do Céu, que palpite infeliz! 
Salve Estácio, Salgueiro, Mangueira, 
Oswaldo Cruz e Matriz 
Que sempre souberam muito bem 
Que a Vila não quer abafar ninguém, 
Só quer mostrar que faz samba também 
 
Fazer poema lá na Vila é um brinquedo 
Ao som do samba dança até o arvoredo 
Eu já chamei você pra ver 
Você não viu porque não quis 
Quem é você que não sabe o que diz? 
 
Quem é você que não sabe o que diz? 
Meu Deus do Céu, que palpite infeliz! 
Salve Estácio, Salgueiro, Mangueira, 
Oswaldo Cruz e Matriz 
Que sempre souberam muito bem 
Que a Vila não quer abafar ninguém, 
Só quer mostrar que faz samba também 
 
A Vila é uma cidade independente 
Que tira samba mas não quer tirar patente 
Pr' aquele cara que não sabe 
Aonde tem o seu nariz
Quem é você que não sabe o que diz? 
Quem é você que não sabe o que diz? 
 
Wilson Batista, quando se viu descontrolado com a genialidade do poeta da Vila, partiu para um comportamento agressivo, humilhando seu oponente e zombando de sua fealdade devido à malformação de sua mandíbula inferior, consequência de má colocação do fórceps na hora do parto. 
 
Frankenstein da vila (1936)
 
Boa impressão nunca se tem 
Quando se encontra um certo alguém 
Que até parece um Frankenstein 
Mas como diz o rifão: 
por uma cara feia 
perde-se um bom coração 
 
Entre os feios és o primeiro da fila 
Todos reconhecem lá na Vila 
Essa indireta é contigo 
E depois não vá dizer 
Que eu não sei o que digo 
Sou teu amigo... 
 
Imagine se não fosse amigo!? Qual teria sido a direta!? 
 
Certo dia, Noel ouviu pelo rádio um samba de Wilson e não gostou da letra, mas impressionou-o a melodia: 
 
Terra de cego 
 
Perde a mania de bamba 
Todos sabem qual é 
O teu diploma no samba. 
 
És o abafa da Vila, eu bem sei, 
Mas na terra de cego 
Quem tem um olho é rei. 
 
Pra não terminar a discussão 
Não deves apelar 
Para um barulho à mão. 
 
Em versos podes bem desabafar 
Pois não fica bonito 
Um bacharel brigar. 
 
Tempos depois Noel encontrou Wilson num café e propôs-lhe fazer uma nova letra para aquela melodia, uma parceria única entre os dois, que teria como assunto comum uma mulher que ambos namoraram, Ceci, para Wilson um caso passageiro, para Noel o grande amor de sua vida. A letra revela outra forma de dizer nos anos 30: "Baixa a bola, filha, que eu te conheço!"
 
Deixa de ser convencida (1935) 
 
Deixa de ser convencida 
Todos sabem qual é 
Teu velho modo de vida 
 
És uma perfeita artista, eu bem sei, 
Também fui do trapézio, 
Até salto mortal 
No arame eu já dei. (BIS) 
 
E no picadeiro desta vida 
Serei o domador, 
Serás a fera abatida 
 
Conheço muito bem acrobacia 
Por isso não faço fé 
Em amor, em amor de parceria 
(Muita medalha eu ganhei!) 
 
Ou seja, o duelo de titãs acabou gerando um lindo samba. 
 

25 comentários:

Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, tradutor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...

Meu saudoso pai, ROQUE DA FONSECA BRAGA, tinha uma característica toda especial de visitar de forma inesperada todos os seus filhos que tinham partido da terra natal.
Aqui relembro sua segunda e última visita a mim quando residia em São Paulo em 1977. Algo relativamente corriqueiro, mas que me marcou indelevelmente: fomos assistir a um espetáculo (teatro musical) que fazia grande sucesso em São Paulo naquele ano.
Se ele soubesse como me deixava feliz, teria vindo mais vezes para nossos reencontros.
Com que saudade lembro desse nosso último congraçamento fora de casa!
A vida nos reserva muitos momentos de descontração e encantamento e este foi exatamente um deles.

Clique no link para ler: https://bragamusician.blogspot.com/2021/08/meu-pai-e-noel-rosa.html

Cordial abraço,
Francisco Braga

Eudóxia de Barros (insigne pianista, concertista e membro da Academia Brasileira de Música) disse...

Muito lindo depoimento !
Cordial abraço,
Eudóxia .

Mario Bruno Gonçalves Carezzato disse...

Gostei muito. Um grande abraço.

Marília Ibanez disse...

Que saudades do Tio Roque!

Marília Ibanez disse...

Saudades do Tio Roque!
Marília Ibanez

Luzia Rachel disse...

Bela homenagem com tão boas recordações do nosso pai. Imagino como ele deve ter ficado feliz por estar com você e ainda assistir a essa peça do Noel Rosa! Abraço, Luzia Rachel

Conceição Cruz (escritora e advogada, membro da Academia Divinopolitana de Letras e da Academia de Letras de Pará de Minas, autora de várias obras literárias, individuais e coletivas) disse...

Parabéns, Braga!
Li o texto sobre a memória da visita de seu pai no blogue e não queria que ele terminasse!
Saudações literárias.
Conceição Cruz

Gilberto Mendonça Teles (autor de O terra a terra da linguagem e Hora Aberta-Poemas Reunidos e é membro da Academia Goiana de Letras) disse...

Meu caro Francisco Braga,

uma das mais simples, emocionante e bela crônica que você fez me ler agora, antes de dormir. Amanhã vou lê-la de novo. Parabéns! Abraço do Gilberto Mendonça Teles

Prof. Cupertino Santos (professor aposentado da rede paulistana de ensino fundamental) disse...

Caro professor Braga
Lindíssima forma de relembrar e homenagear seu digníssimo pai ! Coincidentemente, também tive o privilégio de assistir àquelas temporadas memoráveis do Teatro Popular do Sesi em São Paulo (Av. Paulista). A célebre montagem sobre Noel Rosa, de Plínio Marcos, com Ewerton de Castro vivendo o poeta da Vila, mais grande elenco, sob a batuta musical do Evandro e seu Regional, cenários maravilhosos de F. Império. Eram espetáculos que quanto mais você assistia mais deles gostava.
Saudações!
Cupertino

Laura Maria ("Laurinha") disse...

Linda homenagem para o querido tio Roque...
Beijos.

Licurgo Leão Silveira (regente do Coral Nossa Senhora de Fátima de Divinópolis) disse...

Li todo o texto.
Muito interessante.
Boa Noite

Heitor Garcia de Carvalho (pós-doutorado em Políticas de Ensino Superior na Faculdade de Psciologia e Ciências da Informação na Universidade do Porto, Portugal (2008) disse...

Naquela mesa 'tá faltando ele
E a saudade dele 'tá doendo em mim
("Naquela Mesa" (Sérgio Bittencourt) do show de "Santo Amaro a Xérem" que reúne Maria Bethânia e Zeca Pagodinho.)

Wilma Célia Pizza Bidart Braga (esposa de Luiz Antônio dos Santos Braga, nora de Sr. Roque) disse...

Amei ler, lembrei com saudade do Sr. Roque, com quem conversava horas a fio nos fins de semana quando íamos para São João.

Noé Sousa (ex-regente da banda do 11º Batalhão de Infantaria de Montanha) disse...

Belíssimo trabalho, além de conhecer seu pai, o carinho e preocupações que ele nutria por você, também pude aprimorar os conhecimentos sobre o grande mestre Noel Rosa. Grande abraço.

Celina Maria Braga Campos (bacharel em serviço social) disse...

Que bom relembrar esses momentos felizes ao lado de nosso querido pai. O privilégio de sua companhia sempre se tornava inesquecível para nós. Obrigada por compartilhar conosco esse episódio que deve ter lhe proporcionado grande alegria!
Muitas saudades!

Alan Elias da Silva (ex-comandante do 38º Batalhão da Polícia Militar em São João del-Rei) disse...

Bom dia.
Que texto excelente 👏
Prende nossa atenção. Muito bom 👍

Dr. Paulo Milagre (corretor de imóveis, escritor, membro e ex-presidente da Academia Divinopolitana de Letras) disse...

Caro Braga.
Que texto fantástico!
Adorei o duelo que se formou.
Porém, o mais marcante da narrativa é a fiel lembrança do segundo e último encontro com o pai.
Essas coisas marcam nossa vida para sempre.
Parabéns.

Raquel Naveira (membro da Academia Matogrossense de Letras e, como poetisa publicou, entre outras obras, Jardim Fechado, antologia poética em comemoração aos seus 30 anos dedicados à poesia) disse...

Caro Professor Braga,
Bela homenagem ao amor entre pai e filho e ao inesquecível e magistral Noel Rosa.
Abraço fraterno,
Raquel Naveira

Dr. Rogério Medeiros Garcia de Lima (professor universitário, desembargador, ex-presidente do TRE/MG, escritor e membro do IHG e da Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

Que boas recordações!
Abs

João Carlos Ramos (poeta, escritor, membro e ex-presidente da Academia Divinopolitana de Letras e sócio correspondente da Academia de Letras de São João del-Rei e da Academia Lavrense de Letras) disse...

Parabéns, grande Braga!

Anderson Braga Horta (poeta, escritor, ex-presidente da ANE-Associação Nacional de Escritores e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal) disse...

Magnífico, Francisco.

Abraços

Anderson

Paulo Roberto Sousa Lima (escritor, gestor cultural e presidente reeleito do IHG de São João del-Rei para o triênio 2021-2023) disse...

Bonita e simbólica homenagem ao pai que, quieto no seu canto, velava pela vida e obra dos filhos distantes. Bela lembrança do Noel, meu Deus do céu...

Maria do Carmo Lopes de Oliveira Braga (escritora, autora de Dona Delfina e Águas Santas, Memórias de uma Época em nossos Corações, aos quais se seguiu Anita, uma Vida a Serviço do Amor) disse...

Rute,
Nando e eu lemos este lindo texto escrito pelo Francisco com tanto amor e saudosismo. Parabéns a ele. Gostamos imensamente. Uma abençoada semana para vocês dois. Bjs

Scarlet Andrade Buchalla Kaplan (advogada e ex-procuradora da Fazenda do Estado de São Paulo) disse...

São momentos inesquecíveis.., os quais estão no nosso presente e estarão no nosso futuro. Não se trata de mero saudosismo.

Benjamin Batista (fundador de diversas Academias de Letras na Bahia, presidente da Academia de Cultura da Bahia, showman e barítono de sucesso) disse...

Um belo texto.
Muito interessante como falou de seu pai e de Noel. Um era cravo,o outro, Rosa.
O que vale mesmo é o perfume da lembrança.
Parabéns!
Benjamin Batista
Presidente da Academia de Cultura da Bahia.